Após pagarem um preço exorbitante, as três mulheres entraram na boate iluminada por holofotes e luzes coloridas que estavam espalhadas pelo ambiente. O som da música eletrônica abafava o som das vozes e a fumaça de cigarro se misturava à fumaça que vinha da própria boate. Adentrando no ambiente, mais à frente se via o palco onde rapazes e moças de corpos esculturais dançavam usando o mínimo de roupas possíveis. Por todos os lados se viam garçons e garçonetes que também quase não usavam roupas e transportavam bandejas com bebidas coloridas. Haviam vários casais héteros ou homossexuais, se beijando e se insinuando.

− Patterson, você está maluca? Olha o estado da Jane, ela não deveria estar aqui! – Tasha falava por cima do som da música incessante mostrando Jane que ostentava uma pequena barriga com mais de quatro meses de gravidez. – Todo esse barulho, essas luzes podem lhe trazer náuseas e ainda tem a fumaça!

− Calma, Jane disse que estava tudo bem. – Disse Patterson olhando para a morena de cabelos curtos que levantou as mãos em sinal de rendição.

− Está tudo bem, Tasha! Vamos aproveitar a noite. – Disse Jane tranquilizando-a.

− Onde você encontrou esse lugar? – Tasha quis saber.

− É uma das boates mais badaladas de New York. – Patterson explicou. – Eu namorei um cara que me trouxe aqui.

Patterson pegou logo um copo de bebida para ela e outro para Tasha, Jane se serviu de um refrigerante. A loura as conduziu para mais perto do palco para que pudessem dançar.

− É melhor você relaxar e aproveitar sua despedida de solteira, porque se bem sei depois do casamento Reade não ficará feliz se você estiver frequentando lugares como esse. – Disse Patterson. – Tome sua bebida.

− Não sei se ele imagina onde nós estamos. – Tasha disse tomando um gole da bebida azul que estava em seu copo, o gosto era muito adocicado e ela ainda não sabia se era uma boa ideia fazê-lo. À medida que a bebida do copo diminuía Tasha ia sentindo o efeito do álcool em seu corpo.

− Vamos dançar. – Patterson chamou e elas foram para a pista onde vários jovens bebiam, dançavam e fumavam.

O som da música misturado com a bebida era inebriante e Tasha já não sabia quantos copos havia tomado, ela apenas se deixava levar pelos movimentos que a música proporcionava em seu corpo. Fazia tempo que ela não se soltava dessa forma. Patterson ainda não parecia ter trocado seu copo de bebida e a morena achava que ela estava enganando-a para deixá-la bêbada o que parecia funcionar, mas não importava pois a loura também dançava ao som da música. Jane se deixava levar calmamente e o ambiente carregado não parecia incomodá-la.

Enquanto dançava Tasha começou a pensar em Reade, em como ela o amava e o desejava e ele poderia estar lá com ela para que os dois dançassem juntos como os outros casais faziam. Ela sabia que já estava passando o limite de tolerância para o álcool em seu corpo e o desejo de vê-lo aumentava a cada gole que ela bebia.

− Preciso ir embora. – Disse Tasha se dirigindo a Patterson. – Tenho que ver Reade!

− Ainda está muito cedo, vamos aproveitar mais um pouco. – Disse a loura trocando a bebida de Tasha quando um garçom se aproximou delas.

− Você não entende, quero estar com ele. – A morena desejava ver seu noivo desesperadamente.

− Bem que me disseram que essa bebida era afrodisíaca. – Patterson refletiu olhando para o próprio copo.

− Vamos ficar mais um pouco, Tasha, daqui a pouco vamos embora. – Jane a tranquilizou percebendo o que a bebida fazia com a amiga.

− Tá bom. – Vendo que não tinha escolha ela consentiu e continuou dançando e tomando aquela bebida azul que ela ainda não conseguia decifrar o conteúdo.

Ela percebeu que um rapaz moreno que estava dançando com um grupo de amigos próximo a elas não parava de olhar pra ela. Ele fez sinal com o dedo a chamando para dançar com ele. Ela entregou seu copo para Patterson que ficou por entender quando viu a amiga se aproximar do rapaz. Os dois começaram a dançar e o rapaz enlaçou sua cintura enquanto a morena fechou os olhos se deixando levar pela sensação da música e das mãos do rapaz em seu corpo.

− Patterson, temos que chamá-la para ir embora. Ela bebeu muito e nem sabe o que está fazendo. – Disse Jane aflita.

− Não vamos fazer escândalo aqui na boate, podemos chamá-la discretamente. – Disse a loura.

Percebendo que o rapaz estava a poucos centímetros de beijá-la Jane se aproximou e separou os dois retirando Tasha de perto dele.

− Não faça nada de que se arrependerá depois. – Disse Jane ao retirá-la de perto do rapaz.

− Reade, quero ver Reade. – A morena resmungava enquanto as duas amigas a guiavam em meio ao tumulto de pessoas que estava na boate.

− Nós vamos te levar pra ele. – Disse Patterson segurando-a pelo braço, pois ela mal conseguia ficar de pé.

Tasha não se dava conta de onde estava nem para onde estava indo. Uma vez dentro do taxi ela sentiu sua cabeça girar e não sabia como conseguia segurar o conteúdo do estômago.

− O que aconteceu com ela? – Reade se assustou ao vê-la, pois fazia muito tempo desde a última vez que a viu tão bêbada. Ele sabia que era preciso uma boa quantidade de bebida para deixá-la naquele estado.

− Ela só tomou algumas bebidas a mais. – Disse Patterson na defensiva.

− Reeeeade... eu queria te ver. – Disse a morena se jogando nos braços dele. – Eu vou vomitar.

− Vamos deixar você cuidar dela. – Disse Jane a Reade. – Se precisar nos ligue.

Reade a levou para o banheiro e ela mal conseguiu chegar até o vaso sanitário onde derramou todo conteúdo que estava em seu estômago.

Patterson havia dito que iriam a uma boate, ele achou que não seria nada demais, mas o estado que ela estava chegou a assustá-lo. Ele a conhecia o suficiente e sabia que ela deve ter se divertido com as outras garotas, mas ele não gostava da ideia de que outros homens poderiam assediá-la em uma boate apertada. Ele gostaria de ter estado lá para que todos soubessem que ela era sua noiva, e em breve, sua esposa.

− Você está muito bravo? – Ela disse tendo outro acesso de vômito. Mesmo em meio à sua tontura, Tasha percebeu que havia algo errado. Reade, como sempre, estava muito atencioso com ela, mas a raiva era visível em seus olhos.

− Depois nós conversamos. – Ele disse mantendo a mesma expressão no olhar.

− Me desculpa... – Ela disse baixinho, envergonhada.

Ele não respondeu, apenas a ajudou a ficar de pé e a levou para o chuveiro deixando a água morna cair sobre ela enquanto lhe retirava as roupas. Foi preciso retirar as próprias roupas, pois estavam encharcadas e ele entrou no chuveiro ajudando-a a se lavar.

Após se livrar de tudo que estava em seu estômago Tasha se sentia melhor. Ela se deixou levar pela sensação da água em seu corpo. Ela sabia que o havia decepcionado, a culpa não foi toda dela, mas ela poderia ter parado com a bebida quando percebeu que estava passando dos limites.

− Ei, Reade. – Ela disse ainda com a voz baixa, mas o forçando a olhar pra ela.

Eles se olharam por um tempo enquanto ouviam a água cair, Reade sentiu a insegurança que vinha do olhar de Tasha e seu coração se apertou, ele tocou o rosto dela e sorriu diante da imagem da mulher que amava.

− Eu amo você. – Ele murmurou com carinho.

Reade aproximou seu rosto do dela e a beijou. Ela era a sua Tasha, e ele amava tudo nela, a maneira como se entregava a tudo o que fazia, a força e a coragem que emanavam dela. Ele amava seu jeito bravo e o mau humor que a acompanhava pelas manhãs. Ele sabia como chegar até ela carinhosamente contornando seu estado de espírito.

Naquela noite eles não fizeram sexo, apenas dormiram enlaçados um ao outro. Tudo o que precisavam era estar juntos descobrindo que era nas diferenças que se completavam. Era aí que se tornavam mais unidos e compreensivos e fortes para enfrentarem todos os desafios que ainda estavam por vir.