Tasha pegou uma almofada e recostou na janela do passageiro, eles estavam viajando há mais de três horas e ainda faltava um pouco para chegar à Washington. Ela estava muito nervosa para conhecer a mãe de Reade, estava com medo de não saber como agir, o que falar, medo de ser julgada, e se a Sra Reade achasse que ela não merecia seu filho? Ela já tinha pensado essas coisas todas e também conversado com Reade sobre suas paranoias e ele tentou acalmá-la.

— Ei, amor, o que foi? – Reade olhou pra ela percebendo sua aflição, não deixando de prestar atenção na estrada.

— E se ela não gostar de mim? Achar que não sou boa o suficiente para você? – Ela perguntou com ar de tristeza.

— Calma, Tasha, nós já conversamos sobre isso. Isso não vai acontecer. E depois, isso não importa porque quem tem que gostar de você sou eu, isso já é o suficiente. – Ele lhe dirigiu um sorriso e apertou a mão dela.

Eles chegaram a um bairro nos arredores de Washington e Tasha viu a casa com um jardim muito bem cuidado, flores de diversos tipos, tudo muito limpo e aconchegante. Eles desceram e Reade tocou a campainha. A Sra Reade era uma mulher de meia idade, alta e magra, muito bonita com cabelos levemente grisalhos. Tasha sentiu-se ainda mais nervosa ao ver a mulher olhá-la de cima a baixo.

— Ed! Meu filho, que saudade de você menino! – A mulher abraçou o filho com muito afeto.

— Essa deve ser a Natasha! – Disse a mulher se dirigindo à Tasha.

— É um prazer conhecê-la, Sra Reade. – Tasha se aproximou e lhe deu um beijo no rosto.

— Pode me chamar de Emma, minha filha. – Disse a mulher. – Pensei que não fosse mais te conhecer. Edgar está prometendo fazer isso há meses.

— Mãe, nós andamos muito ocupados no trabalho, por isso não conseguimos vir antes. – Reade se justificou docemente.

Eles entraram e Reade levou as malas para seu antigo quarto. Emma estava terminando de preparar o jantar. Eles estavam com fome, pois viajaram mais de quatro horas até lá. Tasha ofereceu para ajudá-la e as duas foram para a cozinha.

— Edgar já me falou sobre quando vocês começaram a trabalhar juntos. Eu havia perguntado a ele se vocês tinham alguma coisa e ele disse que não tinham nada a ver um com o outro. Como isso foi acontecer? – Emma era muito direta, deixando Tasha desarmada.

— Nós somos muito diferentes mesmo, talvez por isso não enxergamos nada antes. Precisaram acontecer muitas coisas para ver o quanto gostamos um do outro. – Tasha tentou explicar.

— Como o fato dele ficar noivo da Megan? Eu gostava dela, sabe? Não sei o que meu filho fez para terminarem o noivado. – Emma estava alfinetando Tasha que já estava ficando constrangida. Emma continuou falando sobre as ex-namoradas de Reade desde a adolescência, falou de Sarah e Meg. Tasha só ficou ouvindo, pois não estava gostando dessa conversa.

— Mamãe está interrogando você, Tasha? – Reade chegou para socorrer Tasha e a abraçou pela cintura.

— Não, estávamos só conversando. – Ela sorriu aliviada pela chegada dele.

— Vamos jantar. Já está pronto. – Emma chamou.

O jantar passou melhor que o esperado, eles conversaram sobre quando Reade era criança, os jogos de futebol. Até que Emma perguntou sobre os pais de Tasha.

— Meus pais morreram quando eu era adolescente, meus irmãos e eu fomos criados pelos meus avós. – Tasha evitou entrar em detalhes.

Tasha lhe contou sobre seus avós, irmãos e sobrinhos e o restante do jantar transcorreu até bem. Ao terminar eles ajudaram Emma com a louça. Tasha estava cansada, mas esperou que Reade tocasse no assunto.

— Mãe, Tasha e eu estamos cansados, foi uma longa viagem, vamos nos preparar para dormir.

— Claro, meu filho, eu arrumei o quarto de hóspedes pra Natasha. – Disse Emma.

— Mãe, nós já somos crescidos, ela pode ficar no meu quarto. – Reade disse se dirigindo à mãe e recebendo um olhar de desaprovação.

— Reade! Tudo bem Emma, é só me mostrar onde fica. – Tasha ficou muito sem graça e seguiu Emma até o quarto. Reade levou a mala dela até lá.

Tasha havia tomando banho e estava deitada apenas com o abajur ligado. Está certo que era a mãe de Reade, mas ela não tinha direito de ficar comparando-a com os relacionamentos anteriores dele. Tasha sabia que ela não era uma pessoa fácil, mas com Reade tudo mudava e ela não se importava com seus gostos diferentes por algumas coisas, eles estavam se dando muito bem e ele era super atencioso com tudo que dizia respeito a ela.

Tasha ouviu a porta abrir e se sentou na cama.

— Tasha... ainda está acordada? – Reade perguntou baixinho.

— Reade! Seu maluco. E se sua mãe te pega aqui. – Ela o repreendeu.

— Relaxa, ela já está dormindo há um tempão. Vim aqui porque estava com saudades, queria te dar um beijo de boa noite. – Ele se sentou na cama ao lado dela.

— Tudo bem. – Ela respondeu triste olhando para baixo.

— Ei, o que foi? Por que você está assim?

— Deixa pra lá, não é nada.

— Claro que é. Foi algo que minha mãe disse?

— Eu só acho que ela não gostou de mim. Ficou falando da Meg e das suas outras ex-namoradas. Não sei, Reade.

— Minha mãe é assim mesmo, mas eu acho que ela gostou de você, sim, só está assim porque tem ciúme do filhinho dela aqui e não quer admitir que existe outra mulher na vida dela. – Ele disse abraçando-a.

— Vou acreditar que é só por isso mesmo. – Ela disse se aconchegando nos braços dele.

— Eu te amo e não vou deixar nada atrapalhar nossa felicidade. – Reade a beijou com ternura tentando colocar em gestos o que havia acabado de dizer.

Os beijos foram esquentando e Reade colocou a mão por baixo do pijama de Tasha pois queria sentir o calor de sua pele e ela fez o mesmo com a camiseta dele. Quando os dois perceberam já estavam sem roupas. Eles fizeram o possível pra não fazer barulho, pois não conseguiram se conter, Reade sentiu que ela estava carente e quis passar um tempo com ela, pois ele também estava com saudades.

— Reade, é melhor você ir pro seu quarto. - Reade estava cochilando e Tasha o chamou.

— Tá bom. Já vou. – Ele levantou relutante. – Boa noite.

O domingo transcorreu bem. Tasha não sabia se Reade havia falado alguma coisa com a mãe, mas ela não falou mais nas ex-namoradas de Reade. Tasha ajudou Emma a preparar o almoço enquanto Reade foi ao supermercado buscar algumas coisas que a mãe precisava.

À tarde se despediram deixando pra trás uma Emma com os olhos marejados. Tasha teve pena dela por viver tão sozinha e até conseguiu entender o sentimento da mãe em saber que o filho iria casar.

O casamento deles seria dali a algumas semanas e os dois não viam a hora de oficializar essa relação.