A cabeça de Tasha doía e ela demorou um pouco para entender que estava em um barracão aparentemente abandonado. A SUV estava parada dentro do barracão e ela foi amarrada a uma cadeira e Dominic sentou-se à sua frente.

— Você vai fazer exatamente o que eu disser. – Dominic ordenava à ela.

— Não vou fazer nada, seu... – Ela cuspiu as palavras com raiva.

— Se você não fizer eu vou prender Reade e não serei bonzinho com ele como estou sendo com você. – Ao dizer essas palavras Dominic mostrou um sorriso diabólico.

Tasha não podia permitir que fizessem mal a Reade, ele que sempre fora um cara correto, está certo que ele teve alguns problemas no passado, mas quem nunca teve, e depois disso ele sempre procurou viver sua vida totalmente dentro da lei. Tasha não poderia permitir que ele levasse uma culpa que não era dele.

— Eu faço. Mas deixe Reade em paz. Não o meta nessa história. – Ela suplicava.

— E depois de tudo feito você tem que prometer se afastar dele, pois se não o fizer pode acabar contando tudo a ele, o que significará consequências mortais para vocês dois.

A cabeça de Reade girava. Ele estava em um carro junto com mais dois policiais. Eles haviam rastreado o telefone público de onde vinha a ligação feita por Tasha. Conseguiram os vídeos do local que mostravam uma SUV preta muito suspeita onde Tasha entrou após finalizar a ligação. Eles refizeram o trajeto feito pela SUV pelo que viram nas câmeras dispostas ao longo da cidade. Faltava pouco para chegarem ao local onde o carro foi visto pela última vez.

— Não dá pra ir mais rápido? – Reade dizia impaciente ao motorista, pois sabia que a cada minuto Tasha corria risco de vida.

— Você ouviu, não é? Você vai sair e vai embora daqui, dê um jeito de voltar pra casa e fazer tudo conforme combinamos, e na data que te falei, você vai receber um email com as instruções finais. – Dizendo isso Dominic a soltou e deixou que ela saísse. Ele sabia que ela não arriscaria a vida de Reade e faria tudo que ele dissera.

Ao sair do lado de fora Tasha se sentiu tonta e fraca devido à missão que Dominic lhe ordenara. Como ela seria capaz de fazer todas essas coisas e depois ainda deixar Reade? Nem ela sabia se conseguiria olhar nos olhos dele e não contar a verdade, mas não poderia deixar que nada acontecesse a ele. Como faria tudo isso?

Ela começou a caminhar perdida em pensamentos, pois não sabia como faria para voltar para o hotel onde havia se hospedado. Uma profunda tristeza tomou conta dela, pois sabia que nunca mais conseguiria ser feliz, a felicidade em sua vida sempre fora passageira, era algo que ela não merecia, pois sempre dava um jeito de estragar tudo, como quando Reade a beijou anos atrás no apartamento dele e ela o empurrou escondendo seus sentimentos e o impedindo de expor os dele, e também na noite que passaram juntos, que ela havia sonhado por tanto tempo, e no outro dia partiu para sua missão secreta o deixando sem nenhuma explicação, e agora que eles haviam se casado e ela nunca nessa vida pensara que existisse tamanha felicidade, ela se sentiu coagida e teve que fugir, mas fora pega e, agora precisava voltar e enganar Reade.

— Aqui! É ela! Pare. – Reade ordenou ao policial que dirigia o carro.

Mesmo na escuridão Reade viu uma figura e tinha certeza que era ela. Ele a conheceria a qualquer distância.

— Reade! O que você está fazendo aqui? – Tasha se assustou ao vê-lo, pois não imaginava que ele estava em Londres.

— Onde ele está? Tasha, precisamos prendê-lo. – Reade perguntou com aflição.

— No barracão ali na esquina, não sei se ele já foi embora. – Ela se sentiu esperançosa, mas ao mesmo tempo com medo. – Tome cuidado.

— Vamos lá pessoal. Ele está ali. – Reade chamou os outros dois policiais e correram para o local indicado.

Tasha ficou parada observando-os entrar no barracão. Ela rezou baixinho para que conseguissem pegá-lo, pois não aguentava mais viver fugindo e com medo.

Ao entrarem no local Dominic já estava dentro da SUV se preparando para sair, ele acelerou o carro saindo a toda velocidade pela porta do barracão. Dois tiros atingiram os pneus do carro fazendo com que perdesse o controle da direção batendo em um poste próximo com Dominic sendo atirado sem vida para fora do carro.

Tasha observava a cena perplexa e se sentou na calçada para se recompor. Ela se sentia assustada e aliviada ao mesmo tempo, pois podia ver um resquício de esperança pra ela.

— Vamos! – Era Reade a chamando. – Vamos embora daqui, a polícia local já está cuidando de tudo.

Dentro do avião para New York ela refletia sobre tudo que havia acontecido. Eles voltaram para encontrar Cláudia, a quem Tasha agradeceu pela ajuda. Tasha contou a Reade tudo que Dominic queria que ela fizesse, ele pedira que ela falsificasse e retirasse algumas provas que incriminavam Madeline do sistema do FBI e posteriormente ele ligaria pra ela para que ela liberasse uma porta de entrada onde ele pretendia inserir algo no sitema do FBI, mas ele não dissera à ela o que era.

Reade estava distante e se mostrou muito chateado por ela não ter lhe contado tudo desde o início e ter arriscado a própria vida por medo do que poderia acontecer a ele. Ele não a tocara em nenhum momento desde que se reencontraram e Tasha não sabia o que faria para consertar o que havia quebrado.

— Preciso ir ao banheiro. – Tasha sentiu náuseas e ao chegar no banheiro do avião jogou fora o pouco que havia em seu estômago. Ela estava se alimentando muito mal desde que partira e sabia que assim que reestabelecesse sua vida esse mal estar passaria.

— Você está pálida. Está tudo bem? – Apesar de não ser o que ele queria Reade demonstrou preocupação ao ver que ela não estava bem.

— Eu vou ficar bem. Foi só um mal estar. Deve ser por causa do vôo. – Ela se acomodou na poltrona e fechou os olhos logo pegando no sono e se desligando de tudo que havia passado nesses últimos tempos.