Tasha estava fugindo há dias e não tinha mais onde se esconder. Ela estava fraca e cansada e se sentia em seu limite. Sentia tanta falta de Reade, de estar perto dele, de sentir seus braços a envolvendo, seu sorriso ao vê-la. Como ela pôde abrir mão desse amor? Nem ela sabia como fora capaz de deixá-lo, mas não poderia deixar que ele corresse esse perigo por ela, por algo que ela começou quando se infiltrou na HCI Global. Chegara a pensar que tudo havia acabado quando prenderam Madeline, e ela estava vivendo um conto de fadas, tudo estava tão perfeito, ao lado do homem que sempre amou e ele  a completava em tudo.

Mas como nada era perfeito na vida dela, tudo começou com umas mensagens que ela vinha recebendo por mais de uma semana antes de partir. Ela não contou pro Reade porque as mensagens diziam que caso ela contasse fariam algo muito ruim com ele. Tasha não sabe bem quem mandava as mensagens, ou se haviam colocado escutas no apartamento deles, mas sabia se tratar de algo relacionado à Madeline. Ela fugiu pois já estava no seu limite e eles ameaçaram matá-lo caso não se afastasse. Ela tentou rastrear as mensagens, mas não teve sucesso, pensou em pedir a ajuda de Patterson, mas não quis envolvê-la nisso.

Já era noite quando Tasha deu entrada em um hotel barato, pagou em dinheiro e comeu o lanche que havia comprado, apesar de não estar com fome, mas sabia que precisava comer. Ao deitar na cama ela chorou de saudade de Reade, mas logo adormeceu pensando na vida que poderia ter ao seu lado.

Após receber o telefonema de Cláudia dizendo onde Tasha estava Reade partiu logo para Londres para encontrá-la. Ele discutiu com Cláudia e disse que ela deveria ter ligado pra ele assim que Tasha chegou lá, porque agora não sabiam onde ela estava. Depois pediu desculpas, pois sabia que a culpa não era dela, mas dessas pessoas que a estava ameaçando.

Reade ficou muito chateado por Tasha não ter contado pra ele que estava recebendo essas mensagens, mas não queria ficar pensando nisso e sim focar em encontrá-la. Eles estavam há alguns dias rastreando alguns capangas de Madeline através dos arquivos que Cláudia havia guardado do tempo que trabalhou infiltrada na HCI Global. Eles enviaram os arquivos para Patterson e Rich que tentavam rastrear através do sistema do FBI. Entre os arquivos encontraram algo sobre Dominic Masters, Reade nunca ouvira falar sobre ele, nem sabia se Tasha o conhecera. Cláudia disse tê-lo visto em algumas ocasiões durante seu trabalho infiltrada e garantiu que Tasha também o viu.

Reade passou para Patterson tudo o que tinham sobre Dominic e juntamento com Rich ela conseguiu algumas pistas sobre as últimas viagens dele e não gostou nada do que encontrou.

Tasha sabia que havia chegado o momento em que precisava escolher entre ficar e não ter notícias ou se arriscar para ver se estavam todos bem, a dúvida era o que a afligia. Ela não tinha notícias de Reade há alguns dias. Cláudia tinha contatos no FBI e sempre que Tasha pedia ela verificava como estavam todos, mas depois que ela fugiu não teve mais notícias. Ela esperou anoitecer, os termômetros registravam a noite mais fria do ano, ela calculou como chegaria até o ponto telefônico para pedir a Cláudia por notícias do Reade e de toda equipe. O telefone mais próximo ficava em um lugar muito isolado e foi pra lá que se dirigiu. A sensação que tinha era que alguém a seguia, mas era cisma da sua cabeça porque estava fugindo, mesmo assim apertou o passo para chegar logo ao telefone.

Patterson estava a postos para rastrear as ligações do telefone de Cláudia, e como Tasha não ligava há vários dias eles sabiam que não demoraria para que ela procurasse notícias.

Eram quase meia noite quando o telefone tocou, no identificador viram que se tratava de um telefone público.

— Cláudia — sua voz não escondia o cansaço — Preciso que entre em contato, preciso saber como ele está? Como todos estão.

— Onde você está? – Cláudia sabia que precisava segurar a ligação pelo maior tempo possível para que conseguissem rastrear.

— Cláudia você está me ouvindo? - Ela desabou no telefone, seus soluços eram de alguém aflito e desesperado.

— Me diz onde você está. Vou até aí, você precisa voltar, não pode ficar fugindo, vamos conseguir ajuda. – Cláudia tentava aconselhá-la.

— Eu não posso. Diz pra ele. Diz que eu sinto muito! – E desligou o telefone.

— Tasha! – Ela tinha certeza que já ouvira essa voz antes.

— Você! – Ela se deparou com Dominic, um dos capangas de Madeline que ela vira poucas vezes.

— Você vem comigo ou algo muito ruim pode acontecer com Reade. – Dominic disse com a voz firme.

— Vocês tem que parar. Não façam mal a ele. Eu vou com você. Ele não fez nada de errado. – Tasha disse essas palavras com um nó na garganta e seguiu ao lado dele.

Ele a colocou em um SUV com o vidro escuro de forma que ela não conseguia ver nada do lado de fora, e como não conhecia muita coisa em Londres não dava para ter ideia de onde a estavam levando.

— Patterson! Me diz que você conseguiu rastrear! - Reade perguntou desesperado.