Calabasas' Almost Fairytale — Interativa escrita por Mxtheusx


Capítulo 4
03 — With Friends Like These...


Notas iniciais do capítulo

Eu sei o que espaço de tempo entre esse capítulo e o anterior demorou mais do que todos os outros, MAS eu estava viajando e quando eu voltei minha casa tava uma verdadeira merda e então foram 3 dias horríveis de faxina pesada.



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Desde a terça-feira de manhã a festa em comemoração do primeiro dia de aula havia rendido assunto em toda Calabasas Hills School. Os alunos não podiam evitar não tocar nos assuntos gerados na festa e para aqueles não haviam ido, se contentavam com as histórias que lhe eram contadas.Normalmente todos comentavam sobre como as garotas haviam discutido perto da piscina, mas é claro que como toda boa fofoca havia sempre uma boa distorção dos fatos.

— Pois, é, eu posso jurar que juntou uns três jogadores de futebol para segurar a Alissa e impedir que ela batesse na Melinda e na Arabella — Comentou Robert Smith do segundo ano com alguns colegas do Jornal da Escola.

— Arabella é foda! Ela cuspiu na cara da Alissa e colocou ela em seu devido lugar! — Gritava Amanda Farkas para todas as suas colegas do Clube de Dança.

— Pois é, toda a briga começou por causa do Jack Snyde! Eu não sabia que a Melinda sentia atração por meninos mais novos — Gabriel Haren dizia para os seus amigos durante o trajeto até a escola.  

Todo mundo que havia comparecido a festa parecia ter a sua própria versão do fato ocorrido. Era incrível como ninguém estava falando por aí sobre como Arabella Wright, filha do xerife da cidade, era uma traficante de drogas ou sobre o beijo pós-vômito nojento de Jason Osborne e Enricco Lefon, mas era quase sempre assim: os assuntos mais interessantes eram varridos para debaixo do tapete até que alguém resolvesse falar sobre eles. Para a sorte de Enri tudo parecia estar dando certo, ninguém parecia estar comentando sobre o beijo e isso lhe provocava um gigantesco alívio. Não saberia como lidar e nem o que fazer caso a notícia se espalhasse e os pais ficassem sabendo, ainda achava que era cedo demais para que eles descobrissem.

 

Na sexta-feira quase ninguém mais se lembrava do que havia ocorrido na noite de segunda-feira. Já estava no final da semana e o foco era no sábado, quando a nata da sociedade iria se reunir em um evento, e como a maioria dos pais dos alunos da escola estariam lá, todos só sabiam falar sobre com quem iam e como iam. Era de extrema importância para cada jovem que tudo fosse perfeito, afinal, para muitos deles aquele era o seu futuro, um dia vão ser eles quem farão esses eventos elitistas e vão ser eles que vão estar pressionando os filhos para fazerem questão de se exibir para a sociedade de Calabasas como criaturas sem defeitos.

Todos os alunos da Calabasas Hills School se reuniram no auditório depois da aula. A diretora da escola, Carmen Backler, precisava anunciar aos alunos qual dos alunos qual dentre eles havia sido o escolhido para apresentar as suas peças de roupas no desfile que ocorreria durante o evento.

— Boa tarde, alunos — Ela começava a dizer no pódio que havia no palco do auditório da escola. — Espero que todos tenham tido uma primeira semana de aula excelente. É um prazer ver tantos novos alunos entre a gente.

Carmen, ou Senhorita B, como grande parte dos alunos chamavam-na, era a diretora da escola já fazia vinte anos e seu dever ia muito além de administrar a escola. Era tarefa dela encaminhar a nata da escola para as melhores faculdades, os melhores casamentos e para a melhor vida possível. E durante esses vinte anos ela havia sido bastante competente na sua tarefa, da mesma forma que sua mãe havia sido antes dela. Elas não tinham tempo para qualquer um que demonstrasse fracasso. Se esforçava ao máximo para que fizesse com que os alunos tivessem boas notas, altas pontuações e que pudessem ir tranquilamente para a faculdade de escolha deles.

— Como sabem, amanhã ocorrerá o desfile e o evento beneficente anual da Fundação Contursi. Nossa escola escolherá um aluno para levar os seus modelitos a leilão — Ela estava com um envelope branco nas mãos — O aluno escolhi foi: Alexis Contursi — Os alunos aplaudiram a colega, mas todos queriam saber: quais dos alunos haviam sido os escolhidos para abrir e fechar o desfile

 

Rico estava nervoso, ele sempre ficava. Seus pais eram obcecados por estes eventos beneficentes, sua mãe adorava a companhia das socialites, eram o tipo de pessoa com quem ela parecia se identificar, e todas as mulheres da elite de Calabasas adoravam Katerine De Palma, todas adoravam seu sotaque italiano, as suas roupas e como ela sempre aparecia deslumbrante em todos os eventos aos quais ia. Giovanni De Palma também era bastante admirado, era um exemplo de homem aos olhos de muitas pessoas, ele era bastante carismático, se ele quisesse era capaz de vender um pente à um careca, e além de tudo, por ali todos sabiam admirar um homem rico e poderoso. Um casal tão encantador deveria ter filhos perfeitos, e aí havia toda uma pressão em cima de Rico De Palma e dos seus três irmãos.

— Eu estou tão nervosa — Alexis sussurrou para Rico, que estava sentado ao seu lado — Eu tenho literalmente vinte e quatro horas para escolher os modelos e ajustar as roupas — Ela mexia no celular como uma louca, digitando freneticamente e apagando várias palavras erradas quando notava uma. — Merda! — Algo parecia não ter dado certo — Você por acaso viu a Alissa?

— Não — Respondeu o rapaz. Alexis parecia estar prestes a surtar, Rico compreendia tudo muito bem, ele também estaria surtando se ele estivesse em seu lugar. — Eu não a vejo desde hoje de manhã.

Naquela manhã, Rico, Alexis, Alissa e Pedro, um rapaz do Clube de Teatro que a loira havia começado a bajular, tinham se reunido no estacionamento do colégio para beberem café e para as meninas fumarem, depois que o sinal tocou ele não havia mais visto a garota Cavallari.

 

— Eu acho que vou desfilar para a Alexis Contursi — Melinda se gabava para as colegas da torcida após o treino. — Mas, eu realmente não sei se devo aceitar — Era a pessoa mais indecisa do mundo, mas quando parava para pensar que iria desfilar ao lado de um cara muito gato sentia que deveria sim aceitar, apesar de tudo que havia acontecido durante a festa de segunda-feira, mas quando pensava em todo o trabalho que iria ter… Bom, era melhor focar nas coisas boas, certo?

— Sério?! Fiquei sabendo que ela havia convidado a Arabella também, será que ela está tentando se redimir pela festa? — Comentou uma das garotas.

Aquilo era uma coisa pra se pensar, não na ideia de que Contursi estaria tentando se redimir pelo ocorrido durante a festa, mas na participação de Arabella no desfile. Ninguém havia avisado para Mel que ela teria que dividir os holofotes com a companheira de torcida. Ela já havia desfilado em eventos beneficentes quando era mais nova, mas era a primeira vez que iria desfilar desde que os pais haviam reatado o casamento, aquele era para ser o seu momento, não podia acreditar que teria que dividi-lo com outra garota.

— Bella — Melinda viu a colega passando a caminho do vestiário e a chamou. Arabella odiava quando lhe chamavam por apelidos, acreditava fielmente que todo e qualquer apelido tiravam a força de seu nome. Havia se envolvido na confusão, à favor de Melinda porque estava chapada demais, mas de repente a outra líder de torcida havia grudado como se tivessem sido melhores amigas durante toda a vida. — Eu precisava conversar com você sobre o desfile de amanhã.

— Pois é, infelizmente não vai ter como eu ir, tenho coisas melhores para fazer — Aproveitaria que o pai estaria no evento e iria em uma festa na Hollywood Boulevard com um dos seus fornecedores, já estava completamente preparada para a melhor festa de toda sua vida. Arabella não tinha o menor interesse de parar e conversar com Melinda, então continuou andando enquanto ela tentava acompanhá-la.

— Oh, ótimo — Mel havia deixado suas emoções falarem mais alto, ela precisava se corrigir — Quero dizer, é uma pena que não dê pra você ir — Não adiantou, a colega nem conseguiu ouvi-la.

Mesmo que tudo tivesse sido fácil, Melinda iria garantir de que Arabella ficasse afastada do desfile de qualquer maneira. Era necessário se prevenir.

 

Enricco andava até o caminho do ponto de ônibus, que era quase que absolutamente deserto, quando observou o garoto que havia visto ele beijando na boca de outro garoto. Mila disse para ele não se preocupar e quando ele perguntou sobre a testemunha de seu beijo descobriu que o nome dele era Pedro Anwhistle, que segundo uma colega de classe era a melhor pessoa de toda Calabasas Hills e todos disseram o mesmo. Pedro nunca havia sido visto fazendo mal para ninguém, ele era descrito por todos como um rapaz otimista e altruísta, alguém assim jamais faria nada para magoar alguém, certo?

Uma moto parou em frente a ele enquanto esperava o ônibus, ele reconhecia aquela moto, era uma das poucas coisas de que se lembrava da festa, Jason havia subido nela, havia visto através da janela do quarto de hóspedes da casa da garota que havia dado a festa na segunda-feira, ela havia colocado-o para dormir, uma vez que estava bêbado demais para ir embora para casa. O coração dele começou a acelerar quando o rapaz em cima da moto começou a tirar o capacete. O que será que ele quer?, perguntou-se.

— Oi, Enricco — Jason sorria, ele parecia alegre e completamente despreocupado. Quando ele sorria se tornava a criatura mais fofa do universo, Lefon tinha absoluta certeza disso. — Eu só queria conversar com você — Enri não podia dizer que não dificultou o contato entre os dois depois do beijo, havia fugido do rapaz durante toda a semana — Mas eu não topei com você essa semana — Era como se no fundo ele soubesse que Enricco havia evitado-o — Enfim, eu queria saber se você vai fazer alguma coisa hoje.

— Vou sim — Sorriu, um pouco nervoso. Pare de sorrir, está parecendo um idiota, disse para si mesmo. — Eu vou desfilar para a Alexis, eu tenho que ir pra casa e depois ir até a casa dela provar a roupa e fazer ajustes.

— Então vai ao evento de amanhã? — Perguntou Jason colocando o capacete de volta a cabeça.

— É, eu vou — Enricco ainda sorria, havia sinais de nervosismo na sua voz.

— Ótimo, a gente se vê lá — Todd acelerou a moto e em questões de segundos havia saído para fora do campo de visão de Enri.

 

Arabella chegou em casa mais do que animada para a festa na qual iria no sábado a tarde, já estava tudo planejado e ela mal podia esperar. Foi quando Sebastian Wright entrou no quarto com um belo vestido branco, a etiqueta que havia na peça de roupa revelava um preço muito superior ao valor qual o homem recebia de salário. Ele parecia contente, mas ficou confuso ao ver a filha colocando várias peças de roupa em cima da cama, ela não podia estar pensando em ir ao evento vestida com algum daqueles trapos, ela era a filha do xerife da cidade e mesmo que não fosse perfeita aos olhos alheios, naquele sábado ela precisava ao menos parecer.  

— Você não pode estar planejando ir ao evento da Fundação Contursi com essas roupas — Ele exibia o vestido para a filha, ele mal podia acreditar que ela iria desfilar no desfile beneficente, ela seria uma daquelas modelos dos quais a alta sociedade puxava o saco e até ajudavam na hora de se ingressar em uma faculdade. — A Senhora Contursi me ligou e me avisou que você vai desfilar com um dos vestidos da filha dela, isso é incrível! — Fazia tempo que Arabella não via o pai sorrir daquela maneira, ele estava tão empolgado — Eu até comprei esse vestido, você vai ficar linda.

— Eu ficaria linda — Arabella corrigiu o pai. Não tinha tempo para discussões, ela precisava decidir com qual roupa iria e precisava arranjar uma carona para ir na festa com o amigo, ela não iria naquele evento elitista idiota, ela nunca fora! Por que justo naquele ano ele havia comprado até mesmo um vestido novo para ela ir? — Mas, eu não vou.

— Sim, você vai — O sorriso do pai se desfez e ele jogou o vestido em cima da cama — Você vai aparecer impecável naquele evento, você vai desfilar pra filha do Senhor Contursi, você vai sorrir e vai ser simpática com todo mundo que eu te apresentar — Era o futuro da filha que estava em jogo, como ela podia ser tão egoísta?

— Não, pai, eu não vou! — Ela se virou para o pai, ela já tinha os seus planos, ela já havia combinado, ele não podia agir de maneira tão egoísta só para que ele saísse com a imagem de bom pai diante dos ricaços da cidade. — Pai é o seguinte: eu já combinei de sair amanhã, eu não posso cancelar com as outras pessoas só porque você colocou na cabeça que eu tenho que ir nesse evento amanhã.

— Você vai sim — O pai elevou a voz e se aproximou da garota. Ele era ameaçador. — Você vai vestir a merda daquele vestido caro que eu comprei sem poder e você vai na merda do evento beneficente — Ele aproximou mais da menina. Talvez ele devesse explicar para ela seu ponto de vista ou tentasse convencê-la através da diplomacia, mas tudo que saiu da sua boca foi: — Você vai, porque se você não for eu vou fazer da sua vida um inferno.

— Isso não é justo — Ela sussurrou, olhando para o chão, tentando evitar de olhar para o pai, sabia que se olhasse iria acabar sentindo o medo que ele queria que ela sentisse. Ele parecia não ligar para as vontades da filha, e nem para a maneira que ele havia deixado-a, porque em vez de conversar com ela sobre a situação ele simplesmente saiu do quarto e bateu a porta.

 

— Rico, querido! — A Senhora De Palma andava requebrando até a academia da mansão em estilo italiano que ela e o marido haviam comprado — Rico, meu amor, o que faz acordado tão tarde?

O jovem rapaz estava malhando desde o momento em que chegara da escola, fazendo breves pausas. Alexis precisava de um modelo e havia perguntando se ele não desejava ajudá-la, ele disse sim, mas é claro, não foi pensando em como ela era uma boa amiga e iria ajudar para ser solidário, tudo em que ele estava interessado era nas portas que poderiam ser abertas com esse desfile: sabia que o que podia-se ganhar após o evento era muito mais valioso do que estar em cima daquela passarela, oportunidades surgiam quando se estava nos holofotes diante de pessoas poderosas. Preferia mil vezes estar fotografando o evento em vez de desfilar nele, mas se era para ser um modelo, ele iria fazer isso direito e seria o melhor modelo em cima da passarela… Ou pelo menos ele tentaria.

— Mãe, que isso! Nem é tão tarde — O rapaz olhou o celular, já era meia noite em ponto — Uau, eu acho que vou treinar só mais um pouco — Ele dizia todas as palavras com um pouco de dificuldade, estava ofegante — Mãe, eu já vou dormir — Ele estava se encaminhando para a esteira, iria correr por meia hora e então iria dormir.

— Não, senhor, mocinho — Ela o segurou pelo pulso e o puxou em direção a porta — Vamos dormir, vocês já malhou demais por hoje e precisa descansar para amanhã.

Subiu as escadas um pouco contrariado e muito insatisfeito. Após o banho se deitou na cama, com certa dificuldade para dormir, não conseguia parar de se cobrar, quando subisse naquela passarela iria querer dar o melhor de si, será que havia deixado o seu corpo bom o suficiente para que ficasse bem visto dentro da roupa? Devia simplesmente relaxar e dormir, caso continuasse se cobrando iria acabar dormindo tarde e acordando com olheiras, mas nada que a maquiagem não cobrisse.

 

Os carros de luxo estacionavam e dentro deles saíam pessoas que pareciam ter saído dos comerciais de perfume da Carolina Herrera. O gigantesco jardim da mansão Contursi estava decorado luxuosamente para receber toda a alta sociedade, a mãe de Alexis era famosa por seus eventos beneficentes e por uma mulher um tanto quanto… exagerada. Porém, aquele era o primeiro evento que ocorreria depois dos boatos a respeito de seu divórcio, então tudo deveria estar perfeito. Havia flores coloridas espalhadas por todo o jardim, havia tendas com diversos tipos de comidas e por onde se olhava era possível ver antiguidades e obras que teriam impressionado qualquer um que entendesse alguma coisa a respeito de arte. No meio do jardim havia sido montada uma estrutura onde tinha uma grande passarela, estava cercada por mesas e cadeiras, em frente a ela ficava a grande mesa da família Contursi, onde eles se sentariam com  todos os seus convidados. Em todas as mesas haviam vasos de prata, cheios de peônias cor-de-rosa, folhas de salgueiro e ramos de castanheira, cada arranjo havia sido feito a mão pela Senhora Contursi. No centro da grande mesa da família, em cima dos pratos de porcelana, havia cartões folheados a ouro marcando os lugares. A cozinha estava à todo vapor e as garçonetes ainda não haviam derramado champanhe na roupa de ninguém.

Na grande mesa havia se sentado: a família Contursi com sua filha mais nova Reminisce, Alexis estava nos bastidores preparando os seus modelos; a família Anwhistle e o filho perfeito deles, Pedro; os De Palma, com os filhos Gianluca, Nikolai e Evangeline, todos muito ansiosos para ver o filho Rico na passarela; o Senhor e a Senhora Snyde, o filho Jack estava perambulando por aí; a Senhorita Osborne e o sobrinho, Jason. Os únicos que não haviam chegado eram o Senhor Cavallari, com a mãe, sua mais recente namorada com o enteado e a filha, Alissa.

 

— Oi! Olá! Oi! Oi, querida! — cacarejou a mãe de Alexis, beijando as bochechas macias e polidas de cada Cavallari.

— Eu sei que você não estava esperando a nossa nova… agregada — A avó de Alissa sussurrou num tom confidencial e na última palavra um tanto enojado. — Espero que esteja tudo bem, querida.

Sable Cavallari, a matriarca da família, ajeitou o delicado colar Cartier de diamantes que carregava ao redor do pescoço, como se não fosse grande coisa. Ela era a it girl versão terceira idade. Toda a família Cavallari era assim, todos eram magros, altos, bronzeados, morenos e elegantes, nunca faziam nada sem perder a classe. Menos Alissa, ela gostava de achar que era dotada de uma classe única, que não se podia adquirir nem com os sapatos certos ou com a bolsa certa, e a madrasta da garota odiava isso.

— É claro que está tudo bem — Para a Senhora Contursi estava sempre tudo bem — Não quer ir até os bastidores, Alissa? Alexis pediu para eu te avisar pra ir lá quando chegasse.

Alissa estava ao lado da madrasta que estava tentando copiar a maneira como a enteada se comportava diante das outras pessoas. Naquela manhã quando a garota apareceu na sala de estar com o seu vestido preto longo e decotada, da Balmain, usando os seus cabelos escuros longos, soltos e levemente ondulados, encontrou a mulher do seu pai a encarando como se ela fosse uma criatura anormal, ela estava tendo uma crise de meia-idade, estava com o cabelo preso e um vestido tubinho, que ela achava que realçava tudo que na verdade ela não tinha. Trinta minutos depois a mulher apareceu com o cabelo solto e ondulado, vestindo um vestido longo. Alissa estava nervosa com a madrasta reparando nela de quinze em quinze segundos, tentando copiá-la na frente de todas as pessoas da mesa, mas mesmo assim sorria, ela sorria como se estivesse dizendo “dá para parar de olhar para mim, por favor”.

Quando a mãe de Alexis disse que a amiga esperava por ela nos bastidores não pensou duas vezes antes de sair andando ao encontro da mesma. Quando passou pela passarela sentiu um frio na barriga, ainda a apavorava se lembrar da época que costumava modelar. Um dos garçons passou por ela, agarrou a taça de champanhe como se sua vida dependesse disso e virou o líquido garganta abaixo.

 

— Por onde você andou?! — Alexis parecia preocupada, era como se ela pudesse surtar a qualquer momento. Por que logo na véspera de seus desfile sua melhor amiga iria desaparecer e deixá-la fazendo tudo sozinha? Era bom que Alissa tivesse uma boa desculpa para fazer isso com a amiga — Estou prestes a ter um colapso nervoso e você não tem ideia… — Era como se a loira tivesse esquecido o que fosse dizer, então olhou ao redor, como se estivesse se certificando de que ninguém pudesse ouvi-la — Arabella disse que não iria desfilar, eu fiquei desesperada, mas você não vai acreditar quem não queria ela no desfile — A loira se aproximou e aumentou o tom de voz — Melinda Duarte disse para mim que não queria a amiga na passarela, ela meio que me chantageou, mas claro, indiretamente, ela não teria coragem.

— Okay, então qual é o problema? — Alissa cruzou seus braços olhando ao redor.

— Acontece que agora Arabella quer participar do desfile, e eu preciso que você desfile pra mim e que… — Antes de terminar a frase, Alexis foi interrompida pela amiga.

— Não, senhora, eu não vou desfilar pra você de jeito nenhum! — Alissa não queria voltar naquele assunto, não queria nem pensar no passado e nas passarelas. Alexis sabia de tudo e mesmo assim estava insistindo. — A Arabella vai desfilar sim, como que eu vou dar a notícia que ela não vai desfilar num evento desses? Eu realmente queria me desculpar com ela, eu estive pensando nisso a semana toda e o jeito que eu falei com ela não foi legal — Os olhos de Alissa encontraram Arabella Wright em um canto, mexendo no celular — Esse é o tipo de evento que muda a vida de uma pessoa, eu não vou estragar o futuro dela por caprichos da amiguinha.

A dupla de amigas caminhou até a garota, Alexis sentia que o coração ia sair pela boca, Alissa sentia que não conseguiria formular nenhuma palavra, como ela iria contar para Arabella que a própria amiga dela desejava sabotá-la em um evento como aquele, não sabia nem o que pensar disso! Aquilo era definitivamente uma coisa que ela nunca faria com Alexis, elas se apoiavam em tudo e nunca seriam capazes de fazer algo que fosse sabotar o futuro uma da outra, quando a morena parou para pensar na atitude de Melinda teve vontade de vomitar, a loira mesmo já não sabia o que pensar, estava tão ansiosa e preocupada que na sua cabeça não cabia julgamentos.

— Arabella, precisamos conversar — O tom de voz de Alissa era calmo e doce, conversando daquela forma ela conseguiria arrancar um sorriso de uma criança em prantos — Eu sei que não somos amigas e você definitivamente não tem motivos pra confiar em mim, mas não vai ter outra maneira de dizer isso... — Respirou fundo. Não há outra maneira de contar a verdade. — Melinda tentou te sabotar, por alguma razão ela não te quer no desfile.

— O que? Não… — Não era como se Arabella estivesse magoada ou chateada, ela estava prestes a ficar furiosa. Se não estivesse tão preocupada com uma festa idiota não teria tido tempo para se distrair e levar uma rasteira, brigava consigo mesma. Não sabia em que acreditar, teria que descobrir ela mesma qual das duas garotas estava tentando prejudicá-la. — Quer saber, eu vou descobrir isso por mim mesma.

Arabella saiu do local com fogo nos olhos, caso Melinda realmente tivesse tentado tirá-la do desfile ela iria pagar. Como você pode não ter desconfiado daquela garota?, quando Melinda soube que ela não participaria do desfile mal conseguiu conter as emoções. Mas ela seria capaz de fazer com que Alexis pensasse que ela deveria ser a única garota a desfilar? Ela tinha que saber. Caso tudo fosse mentira, ela iria fazer com que Alissa pagasse por brincar com algo sério.

— Vamos beber uma tacinha pra você se acalmar — A garota Cavallari queria ajudar a amiga a se acalmar.

— Eu tenho uma ideia melhor — Alexis começou a procurar algo atrás dos espelhos onde algumas modelos estavam se maquiando, ela agarrou uma garrafa de champanhe que havia escondido minutos antes da chegada da amiga. — Vamos beber direto do bico — A morena se animou, caminhando até a loira e lhe dando um abraço. — Precisamos de uma foto pra comemorar — Alissa se preparou para a foto, mas Alexis não estava encontrando o telefone — Você viu onde eu deixei meu telefone?

 

Melinda estava na piscina juntamente de alguns outros modelos que fumavam e conversavam. Ela estava tão ansiosa para desfilar que não estava conseguindo nem mesmo ser extrovertida. Um dos modelos que iria desfilar estava com alguns amigos próximo a jovem, eles vestiam roupões tão brancos que quase refletiam a luz do sol, um deles fumava enquanto os outros dois seguravam taças de champanhe.

— Adivinha quem eu acabei de ver nos bastidores? — O rapaz bafejou um jorro de fumaça cinza. Ele tinha uma voz alta demais, aparentemente era o tipo de cara que era ridículo demais para merecer atenção.

— Lil Pump? — Sugeriu um dos rapazes.

— Não, ele não — O garoto que fumava parecia enojado ao ouvir o nome do rapper — Melhor ainda: Alissa Cavallari.

Foi quando de repente Melinda começou a prestar atenção na conversa.

— Ela estava estourando um champanhe com a Alexis — Ele continuava a falar — Será que ela está planejando voltar a desfilar? — Os rapazes riram, como se soubessem de algo que Melinda não soubesse — Ela tem coragem, ainda mais depois de tudo o que aconteceu com ela.

Quando alguém parecia revelar mais alguma coisa o celular de Melinda tocou. Quem poderia ser?, Alexis havia ligado para ela, mas havia desligado logo depois. Porém havia deixado uma mensagem que dizia para que elas se encontrassem na casa da piscina, onde segundo a loira elas deveriam fazer os retoques finais no cabelo e na maquiagem. Melinda estava usando o seu cabelo bem alto, como se fosse a Priscilla Presley nos anos 60, cheio de flores de diferentes tipos, mas todas cor-de-rosa. Estava vestindo um roupão de seda rosa e calçando as sandálias de salto alto Chanel, que havia ganhado da mãe para a ocasião.

Caminhou até casa da piscina, que ficava há uns 200 metros dali, quase que escondida entre árvores e arbustos. As luzes estavam acesas e Melinda conseguia ouvir a voz do Kurt Cobain vindo de dentro da casa, ele inspirava Alexis. Quando entrou não viu a estilista, nenhum maquiador e nenhum vestido, só havia um sofá bagunçado, uma cama, algumas guimbas de cigarro no chão. Foi até uma porta, abriu e havia um corredor assustador, quando fechou a porta ouviu um barulho. Alguém havia entrado no local, era Arabella. Ela disse que não viria, e ela havia se certificado de que não viesse. Mas, ali estava ela, deslumbrante, com seus longos cabelos caindo sobre o ombro e um vestido preto que parecia ter sido feito especialmente para ela. Pela fenda que havia na saia do vestido deu para ver que ela usava sapatos de salto baixo.

— Bella, o que está fazendo aqui? — Melinda estava tão nervosa que mal conseguia sorrir. Sentia que o coração iria pular fora cada vez que abria a boca. — Nós temos um desfile para fazer, então vamos!

— “Nós temos” ou você tem? — Arabella já sabia de tudo, era melhor que ela confessasse rápido e será que aquela piranhazinha podia parar de chamar ela de “Bella”. — Apenas confesse que você tentou me jogar para fora do barco e vai ficar tudo bem.

— Eu nunca faria isso com você! — Melinda sentia o remorso cutucando ela como se fosse uma faca afiada. Mas, tecnicamente ela não havia tentado tirar ela do desfile, apenas sugeriu que isso poderia ser feito. — Eu não fiz nada… Mas, espera aí, você nem se importa com isso.

— Essa porcaria de desfile beneficente não é importante para mim, mas é importante para o meu pai — Arabella não acreditava que aquelas palavras realmente estavam saindo da sua boca — Então, se você fez isso comigo, você só tem que me falar e pronto, resolvemos as coisas e vamos pro desfile.

— Mas, eu não fiz isso — Melinda deveria entregar o jogo? — Eu nunca faria isso com você — Sim, ela faria. Ela fez. Mas na cabeça da morena tudo havia sido feito pelos motivos certos.

— Okay, então eu acho que nós duas vamos ter que ficar aqui até o desfile terminar — Arabella cruzou os braços e bloqueou a porta, Melinda não seria nem um pouco louca ao ponto de tentar passar por ela. — Já que você não quer admitir a sujeira que você fez comigo — Arabella tinha sangue nos olhos, se a morena não tivesse tentando evitar contato visual talvez tivesse reparado nisso.

— Não… — Mel sentia que seus pais não podiam passar por isso, eles estavam tão empolgados com sua participação no desfile que ficariam arrasados quando ela descobrisse que não iria participar. — Eu não fiz nada — A morena disse com a voz trêmula.

Arabella bloqueou completamente a entrada, ela sentia que a colega de equipe não estava sendo completamente sincera, alguma coisa ela tinha feito. A culpa estava estampada no rosto de Melinda, e se alguém pudesse ver como ela se sentiria veria que além da culpa ela sentia medo. Medo do que poderia acontecer e medo de desapontar os pais. Aquela era a primeira vez que ela fazia algo do tipo desde que eles haviam reatado o casamento.

— Então acho que vamos perder a oportunidade das nossas vidas — Arabella sorria com todo o sarcasmo do mundo, mesmo que o pai acabasse se desapontando, nada iria lhe dar mais prazer do que Melinda pagando por tentar sabotá-la.

— Eu admito… — A morena suspirou — Eu tive mesmo a intenção de te tirar do desfile, mas tudo foi por…

Melinda não teve oportunidade de se explicar.

— Me dói muito que mulheres ainda se sabotem — Como feminista, Arabella estava realmente desapontada com a atitude de uma mulher sabotar a outra. — O feminismo me ensinou a amar todas as mulheres… — Arabella abriu a porta e exibiu a chave com a outra mão — Mas você eu vou ficar devendo.

Saiu pela porta o mais rápido que pôde, enquanto isso Melinda correu até a mesma e acabou batendo com o rosto na mesma. A jovem de cabelos castanho-avermelhado trancou a porta e jogou a chave em um canto, perto de um arbusto, visível para qualquer pessoa que tentasse procurar. Sentiu o coração acelerado, por mais que a outra líder de torcida tentasse gritar ou fazer algum barulho, o som abafaria os gritos e as outras pessoas estavam entretidas demais para se preocuparem com o que estava acontecendo na casa da piscina. Arabella ouviu a música que marcava o início do desfile: Runaway, do grupo musical Galantis, e correu para os bastidores.

 

Por causa do sumiço das modelos, Rico e Enricco abriram o desfile. Rico tentava parar de cobrar tanto de si mesmo enquanto caminhava ao lado do outro rapaz. Ambos vestiam ternos de seda, o de Enricco era preto, a camisa branca com a lapela branca brilhante pareciam destacar a sua pele bronzeada, Rico estava em um terno todo vermelho com alguns detalhes em brilho, a camisa preta, quando todos se levantaram para aplaudir eles se sentiram os homens mais elegantes do mundo, era como se um se sentisse um anjo em trajes celestiais e o outro um verdadeiro demônio pronto para atirar fogo no mundo. Quando saíram da passarela foram diretos para os bastidores, onde se encontraram com a dupla de amigas que parabenizaram eles pelo bom trabalho desfilando. Rico por um momento sentiu-se completamente extasiado com o seu desempenho, comemorava com as colegas, Enri também estava animado, mas mesmo assim estava atento ouvindo as conversas das meninas, se Rico também estivesse, talvez acabasse se sentindo um pouco solidário com as meninas que tanto adulavam ele.

— Alexis, me empresta cinquenta mil dólares? Se eu não pagar meu cirurgião plástico, vou me dar mal — Conseguiu ouvir uma das modelos dizer para outra enquanto olhava para dupla de amiga. Não podia ser, estariam elas zombando de Alissa?

— Claro, amiga — A outra modelo afinava a voz, tentando imitar a voz de Alexis de maneira cômica — O que você quiser, eu te ligo da cadeia e dou uma resposta, inclusive eu e meu traficante vamos te visitar quando a gente terminar esse baseado, o que pode ser… nunca?! — Elas caíram na risada, mas um dos rapazes da produção do desfile apressou elas para que se preparassem para desfilar.

Um garçom trouxe um bandeja com quatro taças e ao som de FML, do deadmau5, os jovens brindaram sorrindo e comemorando. Um dos produtores do desfile chegou até eles dizendo que a abertura havia sido um sucesso e que já haviam até mesmo dado lances nos ternos feitos pela garota. A loira só conseguia pensar em Nova Iorque, na sua faculdade e em seus estágio na Vogue, ela não tinha espaço para fracasso em seus currículo, o amigo Rico entendia muito bem, nenhum dos dois estavam abertos à desgraça e talvez devessem trabalhar mais juntos para subirem em degraus cada vez mais altos, mas não era algo que eles estivessem pensando naquele momento.

Enricco deu um pequeno gole na bebida, não queria estar bêbado no momento em que se encontrasse com Jason, e por falar nisso, onde ele estava? Enri tirou toda a maquiagem e vestiu a camisa e a calça que ele havia chegado, calçou seus sapatos e saiu por aí. Qualquer um que batesse o olho nele perceberia que ele não pertencia a aquele lugar. Que falta ele sentia de Mila, sua melhor amiga, que naquele exato momento estava a quilômetros de distância dele.

Sentou-se perto da piscina, em uma espreguiçadeira pomposa. Tentou olhar para o reflexo do sol e quase ficou cego, aquela piscina era certamente maior do que a sua casa. Quando recuperou totalmente a visão percebeu que um rapaz magro e pálido, que vestia um terno slim da Armani, se aproximava dele. Como ele havia descoberto que ele estava ali?

— Então aí está você — Jason exibia um largo sorriso nos lábios, ele parecia animado — Você estava incrível no desfile, eu ia te encontrar logo depois, mas estava com o conselheiro da faculdade.

— Bom, você está incrível agora — Enri disse tímido. Ele havia feito certo em dizer aquilo? Deve ter feito, caso contrário Jason também não teria ficado tímido.

— Então, sobre segunda… — Todd já estava mudando de assunto — Quero conversar sobre aquilo — E se possível, repetir, ele pensou.

— Precisávamos conversar sobre aquilo em um local particular — Ele mal podia esperar para sair daquela festa, mas se pudesse ler a mente de Jason saberia que isso nem passava por seus pensamentos.

— Bom, tem a casa da piscina e ela fica vazia — Jason estendeu a mão para Enricco que a agarrou e levantou-se. — Alexis já deu umas festas bem legais por lá e ela deixa a chave embaixo do capacho.

 

— Onde está a Melinda? — A estilista loira já estava irritada de tanto esperar.

A música que marcava o final do desfile, Make Me Wanna Die, da banda The Pretty Reckless, já havia começado e nenhum sinal da outra garota que iria fechar o desfile. Arabella estava pronta, vestia um vestido curto e volumoso em camadas, se sentia uma água-viva faustosa, calçava botas de cano alto e estava se sentindo a garota mais sortuda do mundo com a maquiagem que ostentava em seu belo rosto. Ao ver todo o desespero de Alexis não se sentiu comovida o bastante para revelar onde estava a modelo desaparecida.

— Você precisa entrar no palco por mim, Alissa — A morena não conseguia acreditar que a amiga estava lhe pedindo isso, como ela podia dizer “por mim”?! — Você precisa me salvar.

— Você sabe o que aconteceu na época em que eu era modelo, você sabe o que essas pessoas vão falar de mim no momento em que eu subir naquela passarela! — A expressão no rosto da jovem Cavallari era séria, ela não parecia nem um pouco estar brincando. — Você sabe, passamos por aquilo juntas e eu não quero repetir a dose.

— Você é incrível e maravilhosa! Não deveria se diminuir porque as pessoas tem inveja de você — Alexis se afastou um pouco da amiga — E agora eu vou buscar o seu vestido, você vai entrar lá e ser maravilhoso.

Alexis se afastou e sumiu entre algumas araras de roupas. O que havia acontecido com as garotas que haviam feito que perdessem a vontade de desfilar? O óbvio era que ambas eram baixas demais para o mundo das passarelas, mas querendo ou não naquele evento não se tratava do “mundo das passarelas”, aquele era o mundo delas. Arabella sabia muito bem que tanto Alexis quanto Alissa poderiam organizar desfiles para elas mesmas que todos iriam achar incrível. Apesar da discussão na festa, Arabella caminhou até a Alissa, de alguma forma ela sentia que precisava retribuir pelo o que ela havia informado horas antes.

— Alissa, olha, como você disse: não somos amigas — Ela havia escolhido um excelente jeito de começar uma conversa motivadora — Mas é o seguinte: você é bonita, você praticamente já anda desfilando e com certeza você vai ficar bem mais bonita naquele vestido do que a Melinda ficaria — Arabella agarrou uma taça de champanhe e deu um gole na bebida, sentia a garganta seca e para ser bem sincera, ela não sabia bem quais palavras iria usar para chegar onde queria chegar. — Então, é melhor você colocar o vestido, ajudar a sua melhor amiga e mandar todos os idiotas irem à merda.

Alguma coisa que ela disse deve ter funcionado porque quando o vestido chegou, Alissa se empolgou, o que para a situação em que ela se encontrava anteriormente era quase nada. O importante era que o desfile iria ser fechado com chave de ouro.

 

Melinda já havia desistido de tanto gritar e bater na porta, ela implorava para que alguém abrisse. Foi quando um rosto conhecido entrou segurando a mão de outro rosto conhecido, eles pareciam estar tão surpresos quanto ela. Enricco rapidamente soltou a mão de Jason, seu rosto estava pálido e não conseguia acreditar que alguém além do tal Pedro havia visto ele e Jason juntos. Mãos dadas podiam ser tão ruins quanto beijos. Todd nem reparou que Enri havia soltado a sua mão, Melinda parecia tão abatida, a maquiagem estava borrada, o que será que havia ocorrido por ali? As festas que Alexis dava na casa da piscina eram quase que particulares, poucas pessoas sabiam onde ela escondia a chave, por que alguém trancaria Melinda ali e depois jogaria a chave perto dos arbustos? Inicialmente pensou que a dona estava bêbada demais para esconder alguma coisa, então simplesmente jogou a chave por aí, mas parecia que o buraco era mais fundo.

— Caralho, Melinda! — Jason exclamou e correu até ela. — O que diabos aconteceu por aqui? — Ele perguntou enquanto ajudava a morena a se levantar.

— O desfile já começou? — Ela estava agitada e parecia não estar nem um pouco afim de explicar o que havia acontecido por ali — Arabella já subiu na passarela?

— O desfile já está acabando — Enricco informou, como ela não se lembrava de que iriam fechar o desfile juntos?

Mel pegou os sapatos de salto alto que estavam no chão e correu em direção a porta. Ela precisava chegar até a passarela a tempo de desfilar para Alexis, mas aquela música que ela ouvia era a música do encerramento do desfile, era preciso correr!

— Bom, ela se foi, então agora estamos sozinhos — Jason olhou para Enricco com um sorriso malicioso.

— É, bem melhor — Enri se aproximou do rapaz pálido, levando os seus lábios quentes até o pescoço do mesmo, a pele dele era incrivelmente macia e tão boa de ser beijada que era como se quando beijasse ele esquecesse do resto do mundo.

 

Melinda não conseguiu. Havia chegado e o desfile já estava chegando ao fim, mas é claro, antes dois modelos iriam caminhar juntos exibindo as roupas sensacionais que Alexis havia feito especialmente para o evento. Queria furar os seus olhos quando, ao som da voz da Taylor Momsen, Arabella Miranda Wright e Alissa Cavallari começaram a desfilar juntas. Elas pareciam quase que seres celestiais em cima daquela passarela. Já Melinda parecia mais uma sobrevivente de filme de terror, com o cinto de seu roupão meio frouxo, mostrando o seu ombro e o seu sutiã, sua maquiagem provavelmente também estava horrível de tanto chorar. Era como se ela estivesse hipnotizada ao olhar para as duas jovens na passarela. Por que tinham que colocar a Alissa no meu lugar?, a inveja e a amargura estavam estampadas no rosto de Mel. Ela estava usando todo o seu auto-controle para não ir até as garotas e arrancar aqueles sorrisinhos idiotas.


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Notas finais do capítulo

DÚVIDAS??? EXPECTATIVAS??? Bom, o evento ainda NÃO ACABOU! O capítulo ia ficar muito longo, então eu vou dividir o evento em dois capítulos para não ficar tão maçante ♥
Beijossssss, não esqueçam de marcar o capítulo como lido e de comentarem. Papai ama vocês ♥



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