Exílio do Amor escrita por Funny Hathaway


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Oláááá, fiquei empolgada e postei dois capítulos de uma vez hahaha

Espero que gostem



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Duque não fazia a menor ideia do que estava acontecendo na mansão Clark na tarde daquela quinta-feira. Quando pisou no saguão de entrada, começou a escutar algumas vozes falando alto, mas nada definido e o som parecia longe. No momento em que o mordomo começou a se encaminhar justamente para o lugar em que o barulho estava vindo, o moreno não conseguiu segurar sua vontade de seguir o serviçal. 

Havia seguido o conselho dos amigos e acabou caindo no meio de um furacão acontecendo no meio da casa de Elizabeth. Estava tranquilamente descansando em seu escritório no Royale quando Ethan abriu a porta dramaticamente e anunciou com James em seu encalço: 

— Olha só quem veio nos visitar! O novo papai de Londres!- James deu uma pequena risada com a afirmação do amigo. Duque não conseguia deixar de perceber que as olheiras de James estavam profundas e seu cabelo desgrenhado. Com certeza fruto dele ter um bebê de apenas uma semana em sua casa. 

— O que está fazendo aqui, James? Pensei que eu e Ethan havíamos dito que nem pensasse em pisar no Royale pelo próximo mês, caso contrário iríamos lhe chutar daqui a ponta pés- Duque comentou, levantando-se e indo abraçar seu amigo. Mal tiveram tempo de conversar durante o baile de noivado de Elizabeth. 

 - Na realidade, eu vim fazer uma visita rápida a vocês. Só quero saber como estão, se precisam de alguma ajuda para o Pandemônio. Imagino que deva estar consumindo bastante tempo dos dois. 

Duque conhecia o amigo suficientemente bem para saber que aquela visita não era exatamente fruto de uma preocupação com o Pandemônio. Mas sim, um momento de distração para a cabeça de James. O moreno imaginava que a situação dele não deveria ser nada fácil. A esposa se recuperando de um parto difícil e a filha recém nascida. Não o julgava por querer sair de casa por alguns instantes, respirar o ar não tão limpo de Londres. 

— Estamos nos virando bem. Pode ficar tranquilo com toda a situação. A festa sairá perfeita, tenho certeza que metade dos nosso convidados sairão do Royale sem nem saber qual é a direção de suas casas. Mal posso esperar!- Ethna exclamou ansioso, com um sorriso bobo no rosto. Pandemônios eram seu momento favorito do ano. 

— Sim. Ethan está certo, James. Nós estamos dando conta de tudo- Duque confirmou com a cabeça. 

— Mas já que você está aqui. Poderíamos aproveitar a situação e conversar sobre um assunto que estou ameaçando de conversar com Duque faz uma semana. Mas ele está sendo reticente e fugindo das minhas inquisições. Talvez com você aqui, conseguimos convencê-lo a falar- Ethan comentou despretensiosamente, tomando a liberdade de ir ao armário de Duque e pegar um de seus conhaques mais caros e servindo em três copos. 

— Ah! Eu até consigo imaginar qual seja o assunto. Uma moça talvez? Devo conhecê-la. Tenho quase certeza que seu nome começa com “E” mas meu cérebro parece não fazer a conexão devidamente- James comentou sorrindo enquanto aceitava o copo de Ethan. Sentou em um dos sofás do escritório de Duque e olhou para o amigo. 

— Por Deus, Ethan! O que tanto você quer saber de Elizabeth? Tenho certeza que ela pode lhe dizer onde mandou fazer o vestido de noivado dela. Tenho certeza que a modista faria um colete no mesmo tom para valorizar os seus olhos. 

— Não é exatamente isso que eu estava pensando neste momento, Duque. Apesar de que um novo colete não seria nem um pouco uma má ideia. Mas a minha pergunta é sobre a sua pequena conversa com a dama no baile. Conseguiu descobrir se o boato que eu lhe contei era verdadeiro?- Ethan cruzou as pernas na sua escrivaninha e assumiu uma postura despreocupada. 

— Espere um segundo. Você não tinha certeza da informação sobre Gregory? 

— Que informação?- James comentou completamente perdido de todo o drama com o noivo de Elizabeth. 

— Claro que não! Como que eu ia ter certeza? Não o flagrei em alguma situação comprometedora nem nada. A alta sociedade sempre é capaz de inventar os piores boatos. Nunca se sabe o que é verdade ou não.

Duque sentiu uma vontade de estrangular o amigo naquele momento. Afinal, Elizabeth estava certa em ter duvidado da fala dele. Nem o próprio Ethan tinha certeza do que estava falando: 

— Meu Deus, Ethan! Você simplesmente me deixou ir falar com Elizabeth sobre esse assunto sem ter nenhum tipo de segurança? Eu poderia estrangulá-lo neste exato momento- Duque trincou os dentes. 

— Mas não vai porque aparentemente a conversa com Elizabeth foi proveitosa- Ethan comentou sorrindo. Como se ele soubesse desde o princípio que as coisas dariam certo. Impressionante a cara de pau dele. 

— Por acaso você está certo. Mas isso não me tira o direito de querer arrancar esse sorriso presunçoso do seu rosto- Duque respondeu acidamente. Se havia uma coisa no mundo inteiro que aumentava a vaidade de Ethan eram essas simples palavras “Você está certo”. 

— Pelo amor de Deus! Alguém pode, por favor, me dizer o que está acontecendo. Só acompanhei metade dessa história entre Duque e Elizabeth, parece que está faltando algumas peças do meu quebra-cabeça. 

— Bom, veja bem. Desde que Elizabeth pisou no Royale, Duque ficou obcecado por ela. Os dois se envolveram durante aquele tempo. Eles terminaram porque ela ia para Paris e nosso querido amigo fez a burrice de não pedi-la em casamento naquele momento. Agora ela voltou noiva de outro homem, mas há boatos ruins sobre ele digamos assim e Duque foi tentar avisá-la, mas na realidade estava tentando fazer com que a dama terminasse o noivado para ficar com ele. É isso, não é? Consegui resumir bem a história? - Ethan comentou dando de ombros, completamente ignorando o olhar fulminante de Duque para ele. 

— Eu não colocaria exatamente dessa maneira, Ethan- Duque disse e explicou um pouco o seu ponto de vista da história para James. Sobre a ida para Paris de Elizabeth, sobre a conversa que os dois tiveram. A confirmação do boato de Gregory e como estava se sentindo naquele momento. 

— Realmente, vocês dois se encontraram e desencontraram nesses dois últimos anos mais do que muitas pessoas fariam numa vida inteira- James comentou impressionado. Duque suspirou, como ele sabia que aquela frase era verdadeira. 

— Agora, o que você precisa saber é: você deixar essas picuinhas de lado e ficar realmente com Elizabeth?- James continuou sua fala, inclinando seu tronco para frente. Até Ethan naquele momento parecia interessado no que o amigo estava prestes a dizer, desencostando os pés da mesa e olhando atentamente para James. Duque acenou com a cabeça. 

— Então, como minha experiência própria com uma Clark, meu conselho para você é deixar que Elizabeth tome a decisão por si só- Duque franziu o cenho com a fala do amigo. Que tipo de conselho era aquele?- Se você ficar o tempo inteiro tentando impôr alguma coisa a uma Clark, pode ter certeza que as coisas não darão nem um pouco certo. Inferno na Terra eu diria. 

— Mas então o que eu devo fazer?- Duque perguntou confuso- Deixar ela simplesmente casar com Gregory? Os dois já aceitaram um casamento de fachada, Elizabeth merece muito mais do que isso. 

— Eu sei, meu amigo e no fundo ela também sabe. Mas ela está no meio de uma encruzilhada, por algum motivo ela aceitou se casar com Gregory e isso a está segurando. Se eu fosse você, seria direto com ela, diria o que sente e deixaria espaço para que ela decidisse. É o que dizem, o que é seu, sempre volta. 

Ethan assobiou e comentou com um sorriso travesso: 

— Quem diria que o casamento transformaria o nosso querido James em um expert em assuntos do coração?

James gargalhou com a fala do loiro. 

— Depois de alguns tropeços, você acaba aprendendo a caminhar, meu querido Ethan. 

E era isso que Duque estava fazendo naquele momento. Tentando aprender a caminhar, enquanto encaminhava-se para a sala de visitas da mansão Clark. Mas foi surpreendido pela aquela cena de Thomas e Elizabeth segurando Natália pelos braços, cada um tentando levá-la para uma direção. Teve que se segurar para não ter um ataque de riso naquele exato momento, sentia que não seria muito bem recebido humor entre os três. Ainda mais quando Thomas saiu junto com Natália, falando algo que Duque intuiu que seria um pedido de casamento, não tinha certeza absoluta. 

Elizabeth virou se olhar para ele e pareceu surpresa com a aparição dele. Seus cabelos estavam completamente soltos e ela estava com as faces rosadas. Duque não conseguia deixar de pensar o quão linda ela estava, mesmo sem nenhum tipo de produção, era somente ela ao natural.

— Posso voltar em outro momento se esse for um momento ruim?- Duque perguntou levantando as sobrancelhas. Não gostaria de ter que reunir coragem novamente para visitá-la, mas não seria cavalheiresco da parte dele oferecer-se para se retirar. 

— Não, Duque. Claro que não. Os dois já foram embora de qualquer forma, não há muito que possa ser feito. 

— Não deixo de ficar intrigado pela situação? Devo perguntar o que está acontecendo ou estou correndo risco de entrar em um território perigoso?

Elizabeth sorriu com a pergunta dele. 

— Com a família Clark, receio que sempre se está entrando em território perigoso. E nesse caso, eu nem se conseguiria explicar direito o que aconteceu. Mas me diga, o que trouxe a sua visita até Mayfair?

Ele não conseguiu deixar de notar que o clima entre os dois estava bem mais amigável desde o baile de noivado. Mesmo que tivessem discutido, aquele último abraço havia de alguma forma feito com que os ânimos se acalmassem. 

— Eu vim me desculpar pelo meu comportamento no baile de noivado. Acredito que me intrometi num assunto que não me dizia respeito. Mesmo que as intenções tenham sido boas, foi inaceitável de minha parte- Duque sentou-se em frente a moça, olhando-a diretamente tentando passar toda a sinceridade na sua fala. 

Elizabeth empertigou-se na cadeira, obviamente não esperando por um pedido de desculpas. Os dois conseguiam ser bastante orgulhosos e algo daquela natureza era sempre uma surpresa.

— Ah, eu entendo o lado do senhor. Estava preocupada por uma amiga, a nora de seu amigo. Imagino que uma notícia daquelas pode soar deveras chocante aos seus ouvidos. Não lhe culpo também- Elizabeth afirmou enquanto mexia seu chá agitadamente. Não queria lembrar a última frase que havia dito a Duque sobre a sua felicidade e um pedido de casamento há dois anos. Definitivamente não estava pensando nisso. 

— Bem. Sobre essa questão eu também vim deixar bem claro uma coisinha- Duque afirmou, sentindo seu coração acelerar. Não conseguia acreditar que realmente estava fazendo aquilo- Não fui falar com a senhorita porque estava preocupado como amigo. Mas sim como alguém que tem sentimentos mais profundos.

Elizabeth estava levando a xícara até a boca quando escutou o que Duque havia dito. Aquela tarde realmente já havia saído do controle faz tempo porque a moça com o comentário repentino, acabou engolindo o chá rapidamente, engasgou e não conseguiu evitar a tosse violenta que tomou conta dela. Meu Deus, ela não parava de passar vergonha na frente de Duque. O que estava acontecendo?

O moreno demonstrou preocupação pela moça e sentou-se ao lado de Elizabeth no sofá, dando tapinhas carinhosos nas costas dela. Essa era a última reação que ele esperava ao dizer aquela frase. Nem havia terminado de se justificar, de explicar o que sentia. Quando a tosse parecia ter parado, Elizabeth levou a mão ao peito e exclamou: 

— Estou melhor. Obrigada!- ela comentou com a voz ainda rouca. Mas Duque não prestou muita atenção no que a moça estava dizendo já que seu olhar estava preso no colo dela. Especificamente no colar que estava em seu pescoço. Ele conhecia muito bem aquela peça, lembrava-se muito bem de quando a havia presenteado com o colar, esperando que aquele pequeno gesto transbordasse todos os sentimentos que estava sentindo ali. O quanto a achava maravilhosa e queria tê-la para si. 

— Você manteve o colar- ele exclamou baixinho, mas o suficiente para que ela pudesse ouvi-lo já que os dois estavam próximos. Elizabeth arregalou os olhos e pegou o pingente. Parecia que havia posto o colar, mas não tinha a intenção de exibi-lo para ele. 

— É, digamos que me faz lembrar de um tempo mais simples. De quando tudo parecia tão fácil, não sei. Não consigo me desvencilhar das memórias que esse colar traz. 

Elizabeth sabia que não deveria estar dizendo aquilo. Ela sabia que aquilo era um convite para que Duque se aproximasse, mas naquele momento ela gostaria justamente que isso acontecesse. Olhou bem fundo daqueles olhos castanhos e virou seu tronco em direção ao moreno. 

Com as palavras de Elizabeth, Duque sentiu ruir a sua decisão de simplesmente dizer seus sentimentos e se afastar. Deixar que ela decidisse o que fazer com a informação que ele lhe dava. Seu corpo parecia simplesmente entrar em ação e antes que ele pudesse se dar conta, estava colocando a mão atrás da cabeça de Elizabeth e a puxando para um beijo. 

As bocas simplesmente se encontraram sem nenhuma dificuldade, como duas velhas amigas que se reencontraram depois de um tempo afastadas. Elizabeth tinha gosto de camomila, por conta do chá. A mão dele que estava livre envolveu a cintura da moça e a trouxe para perto, praticamente sentada em seu colo. 

— Eu preciso de você agora- Duque exclamou sem fôlego, perdendo completamente a razão. 

Elizabeth reagiu colocando uma mão no peito dele sobre a camisa e a outra se entrelaçou em seu cabelo. O beijo foi se intensificando cada vez mais, Duque conseguia sentir as faces dela ficando ainda mais coradas e sua respiração entrecortada. Sentiu um leve arrepio percorrer sua coluna no momento em que ela roçou as unhas na sua nuca ao acariciar seu cabelo. Ele desceu os beijos pelo pescoço dela, explorando pontos sensíveis que a faziam suspirar. 

— Meu Deus, como eu senti falta disso- Elizabeth soltou aquilo ao mesmo tempo que suspirava. 

Duque abriu os olhos em choque. Afastou a moça ligeiramente e disse:

— Me desculpe. Eu vim até aqui para declarar meus sentimentos de uma maneira cavalheiresca e não para atacar a senhorita, como um homem sem controle sobre seus desejos. Não segui o conselho que James me deu. Estou fazendo tudo errado- ele colocou as mãos sobre a testa e suspirou pesadamente. 

Elizabeth arregalou os olhos e começou a falar, parecia atordoada com os últimos acontecimentos: 

— Duque, eu nem sei como lhe começar a explicar a confusão em que eu me meti… 

— Não precisa, Elizabeth. Eu não vim aqui cobrar nenhum tipo de resposta ou uma atitude. Eu vim aqui simplesmente ser sincero. Dizer a verdade sobre meus sentimentos e a verdade é que: eu quero você com todas as minhas forças. Desde o momento em que você entrou no meu escritório usando aquela máscara. 

Elizabeth sorriu com aquela fala. Como havia esperado para escutar aquelas palavras, ansiosamente. Sentiu seu coração palpitando e suas palmas ficando suadas. Nunca havia escutado aquelas palavras de alguém, muito menos com tanta intensidade. A dama pensou que talvez precisasse se beliscar para saber se realmente estava vivendo aquilo e ainda sua consciência lhe perguntava como iria resolver aquela situação toda com seu noivo. 

— Por isso, eu lhe faço um convite. Venha para o Pandemonium comigo. Vamos simplesmente esquecer todas as complicações. No dia seguinte, você decide o que será da sua vida. Só peço que não ponha a sua felicidade em cheque pelos outros. Somente isso. 

O olhar de Duque era tão sincero, suas emoções estavam tão aparentes que Elizabeth não conseguia deixar de dizer sim. Como poderia dizer que não a ele? Tudo que ela queria naquele momento era deixar de lado seus problemas e viver perigosamente. Jogar-se no abismo, sem saber se seria pega em sua queda. 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo apoio!

Até o próximo capítulo!



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