Exílio do Amor escrita por Funny Hathaway


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Olááá! Capítulo novo para vocês!

Não esqueçam de comentar o que vocês estão achando da história. O feedback de vocês é muito importante pra mim ♥


Espero que gostem!



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Quando Harry anunciou que Natália estava na porta da mansão Clark, esperando impacientemente pela presença de Elizabeth, a moça começou a arrumar-se apressadamente. Havia despertado não fazia nem 30 minutos, já que havia tido dificuldades em dormir aquela noite. A bebê de June havia acordado no meio da madrugada, com uma crise repentina de choro, despertando a casa inteira basicamente. Não fazia nem uma semana que a bebê havia chegado e Elizabeth conseguia notar a exaustão de sua irmã e seu cunhado. 

Ao mesmo tempo, no entanto, conseguia ver a felicidade de ver a criança e mãe mais fortes a cada dia. Apesar das noites mal dormidas, Elizabeth conseguia sentir um certo vigor nas feições da irmã. Uma certa determinação em recuperar-se logo, a fim de cuidar da filha. Era muito bonito de se assistir, a mais velha deveria admitir. Claro, se fosse desconsiderado as partes negativas de se ter um filho, que Elizabeth estava vivendo na pele, sem ao mesmo ter desfrutado das partes de um casamento. Esse era de fato o maior incômodo de estar hospedada na mansão Clark enquanto planejava o casamento. 

Casamento. Só de pensar nessa palavra, Elizabeth já sentia um leve arrepio na espinha. Só de lembrar do seu baile de noivado, seu primeiro instinto era levar as mãos ao rosto em sinal de constrangimento. A festa havia durado o que? 1 hora no máximo. O tempo de dançar uma valsa, ter uma discussão acalorada na biblioteca de sua casa e correr para o quarto de June desesperada. Nem um pouco como ela havia imaginado que seria sua festa de noivado. 

Sentia-se culpada também por ter deixado Gregory sozinho quando foi anunciado que o baile havia sido interrompido por motivos de saúde da irmã mais nova da noiva. Ele ficou sozinho com os pais quando a notícia foi recebida e conhecendo os dois brevemente, Elizabeth sabia que as reações não foram em nada positivas. Do pai e da mãe por motivos diferentes, mas o resumo da ópera era o mesmo: indignação. 

Elizabeth, no entanto, não conseguia deixar de notar o sumiço de Gregory após a primeira valsa. Agora que pensava bem sobre o assunto, enquanto arrumava seu penteado de maneira rápida e desajeitada, Os dois noivos haviam sumido da festa bem rapidamente, pode-se dizer assim. Aquilo era deveras inusitado, uma festa de noivado em que os noivos foram os primeiros a se ausentar. Material de boa qualidade para conspiração e fofoca da aristocracia inglesa. Mas a única coisa que ficava realmente em aberto para as pessoas de fora era se os noivos havia saído para ter um encontro clandestino entre os dois, ou com outras pessoas. 

Isso, ela poderia atestar de sua parte, a segunda opção era a verdadeira. No entanto, não qualificaria toda a epopeia com Duque naquela noite como um encontro clandestino. Ela até gostaria, pensando no fundo de sua mente, mas na realidade os dois havia discutindo (de novo) e depois fizeram as pazes (de novo). Elizabeth realmente nunca conseguiria entender como uma pessoa só conseguia evocar tantos sentimentos nela em um período tão curto de tempo. Esse era um mistério que somente os poetas conseguiriam desvendar. E ela ainda duvidava que eles soubessem o que estavam fazendo quando escreviam sonetos. 

 A dama, no entanto, sentia que aquele momento entre os dois havia sido diferente. Aquela relação sempre havia sido repleta de altos e baixos, afetos e desafetos. Mas Duque e ela havia deixado todas as picuinhas e mágoas de lado quando uma situação série se apresentou na frente deles. Duque a havia acolhido em seus braços e acalmado o coração inquieto dela. Elizabeth sentia que aquela reação era mais do que uma simples paixão mal resolvida do passado, só não conseguia definir ainda onde colocar aquele homem enlouquecedor e belo na sua vida. O que era exatamente aquele sentimento?

Ela sacudiu a cabeça e obrigou-se a voltar à realidade. Parecer minimamente apresentável para receber uma velha amiga em sua casa. Isso tiraria um pouco da sua cabeça de Duque. Não que Elizabeth não fosse contar para Natália todos os ocorridos de uma semana atrás. A ruiva despertava uma vontade grande nela em falar tudo que acontecia, principalmente se fosse algo chocante. Porque Elizabeth sabia que não seria desencorajada pela amiga, pelo contrário, seria aplaudida em pé. 

Na sua pressa de escolher um acessório simples e fácil de combinar com o vestido lavanda que havia escolhido, acabou derrubando sua caixa de jóias, espalhando tudo no chão:

— Boa, Elizabeth- ela repreendeu a si mesma, enquanto recolhia as peças. Esperava que tudo estivesse na caixa de volta porque não teria tempo de olhar debaixo dos móveis procurando por algum anel rebelde que teimava em escapar. Foi quando sua mão roçou em um pingente simples e frio ao toque. 

Ela não conseguia acreditar no que estava vendo. O colar que Duque havia lhe dado naquele dia em que os cinco conseguiram derrotar o barão. Ele havia lhe dado aquela jóia em gratidão. Mesmo que não fosse um colar com algum tipo de pedra rara, a dama segurava aquele objeto com um cuidado maior do que qualquer joalheiro. As flores estavam mais envelhecidas desde a última vez que havia guardado o colar na caixa. 

Olhou-se no espelho e decidiu pendurar o colar em seu pescoço. Não sairia de casa naquele dia e gostava de sentir o pingente frio contra sua pele quente. Como ela queria que pudesse voltar para o exato momento em que recebeu o colar. Não sabia ainda se teria feito as coisas diferentes, mas gostava da ideia de ser aquela versão mais ingênua de si. O amor e a paixão pareciam mais fáceis de ser vividos naquele momento. 

Desceu as escadas apressadamente e abriu as portas da sala de visita, pronta para passar as próximas duas horas contando absolutamente cada detalhe de sua vida para a amiga e escutando tudo que ela tinha a dizer. Ficou feliz de receber a visita da amiga, já que a vida parecia tentar enlouquecê-la a cada segundo que passava. Fazer algo de antigamente parecia uma boa maneira de desligar a mente. 

No entanto, ao abrir a porta, a visão que Elizabeth teve foi o suficiente para lhe fazer dar um grito horrorizada. Ela preferia muito mais ter lido um conto de terror ou vagando pelas ruas de Londres à noite completamente desprotegida. Porque aquela imagem ficaria em sua mente por um bom tempo. Natália nos braços de sua irmão mais velho, em uma posição deveras comprometedora:

—AAAAAAAAAAH- seu grito foi ouvido pela casa inteira, sobressaltando Mayfair inteira se fosse possível. 

Os dois apaixonados deram um salto, afastando-se com o berro de Elizabeth e olharam para a fonte do barulho. Os dois estavam com as roupas meio abertas, os cabelos desgrenhados e as bocas vermelhas pela fricção do beijo. A dama não conseguia absorver todos os detalhes de uma só vez. A única coisa que saltava a sua mente era: o flerte misterioso de Thomas era sua melhor amiga. Jesus amado, era só o que faltava para completar sua semana. 

Ela virou-se de costas e comentou: 

— Eu não vi nada. Fiquem despreocupados! Pelo bem de nós três e da minha sanidade mental, vamos simplesmente ignorar o ocorrido. Eu vou me encolher na parede daqui do lado e esperar que vocês saiam para evitar contato visual. Depois irei para meu quarto e esperarei que vocês tenham saído dessa rua para que eu não possa nem correr o risco de espiá-los pela rua.  

Elizabeth já estava se movendo para a parede do lado quando deu uma topada numa cadeira que estava claramente no lugar errado porque ela tinha certeza que aquele caminho estava livre de móveis. Exclamou um “Ai” por seu mindinho dolorido mas continuou com a missão de andar com as mãos nos olhos. Era só dar dois passos à direita e estaria na parede. Mas acabou sendo surpreendida pelo comentário do irmão: 

— Não vamos deixar de lado coisa alguma. Eu insisto que você ateste que nos encontrou em uma posição constrangedora, Beth.. 

— O QUÊ?- Elizabeth e Natália responderam ao mesmo tempo, completamente surpresas. A morena virou-se para encarar o irmão, enquanto a ruiva franzia o cenho confusa com a declaração direta e franca de Thomas. 

— Isso mesmo que vocês duas escutaram. Caso Beth exija um compromisso de minha parte, melhor ainda- Thomas cruzou os braços, empinou o nariz e deu um sorriso tipicamente masculino. 

O queixo de Elizabeth caiu naquele momento. Ela não tinha palavras para descrever seus sentimentos, só conseguiu reagir afirmando:

— Não seja ridículo, Thommy. Não vou obrigar nenhum dos dois a fazer algo que não queira. De todas as pessoas do mundo, você realmente espera que EU seja a pessoa a obrigá-los a seguir a velha moral inglesa? Eu não sei quem está mais enlouquecido, você ou eu, Thommy. 

— Não se esqueçam que os dois estão falando de uma pessoa que está presente no recinto e que tem total capacidade física e mental de tomar as decisões da própria vida. Obrigada!- Natália exclamou contrariada, olhando de um Clark para outro sem saber realmente o que fazer. 

— Sabe aparentemente o que quer fazer da vida, mas não consegue ter a capacidade de aceitar um bom pedido de casamento quando vê um- Thomas arqueou uma sobrancelha para a ruiva e colocou as mãos na cintura. Elizabeth não conseguia acreditar no que via. 

— Meu irmão, Thommy, um libertino assumido tentando de qualquer forma enlaçar uma dama. Isso realmente é uma novidade no meu mundo. Qual vai ser a próxima da semana? Gatos latindo? Um céu azul em Londres? 

Thomas semicerrou os olhos e deu um riso seco: 

— Ha ha ha. Muito engraçada, Beth. Deveria deixar de lado a carreira de jornalista e fazer comédia. Que talento genuíno, senhoras e senhores. 

— Talento genuíno eu tenho em flagrar meus irmãos fazendo coisas indevidas. Primeiro June e agora você. Não se pode nem considerar um talento, mas uma maldição. Essa imagem- Elizabeth mexeu as mãos indicando os dois- Eu nunca vou conseguir esquecer na minha vida. Aliás, desde quando isso está acontecendo? Como isso começou? Eu estou devidamente intrigada. 

— Ah por Deus! Vocês vão ficar discutindo neste exato momento e eu vou embora. Isso já passou dos limites que a minha sanidade consegue aguentar por somente um dia. Eu vim fazer uma visita a minha amiga e o que eu consigo é esse bate boca entre vocês- Natália comentou enfurecida enquanto arrumava seu chapéu e estava recolocando suas luvas, pronta para ir embora da mansão Clark sem ter um momento a sós com a amiga. 

— De maneira alguma a senhorita vai embora. Maldição, Beth. Se você não consegue ser a testemunha, eu posso arranjar outra pessoa- Thomas segurou a mão de Natália e começou a ir em direção a porta. Natália parecia estar tão surpresa com a reação de Thomas que simplesmente estava se deixando levar. 

Elizabeth arregalou os olhos e pegou na outra mão de Natália, parando os dois pombinhos apaixonados em sua saída à francesa. 

— Ei! Não é desse jeito que as coisas funcionam. E além disso, a Natália veio até aqui me visitar para conversarmos. Você não pode levá-la assim- Elizabeth afirmou, irritada com a atitude do irmão. 

— Me soltem os dois!- Natália berrou desvencilhando os dois braços. Olhando de um lado para o outro, enfurecida- Dois adultos se comportando como crianças. Eu que normalmente sou a louca do recinto. 

Elizabeth olhou contrariada para o irmão. Apesar de Natália estar certa, ela não conseguia deixar de ter vontade de exclamar “Mas foi ele que começou”, o que somente colaboraria com a fala da ruiva. Então, simplesmente ficou quieta, esperando que Thomas dissesse alguma coisa. 

— Perdão, senhores- o mordomo que estava logo atrás de Thomas anunciou sua presença oportunamente naquele momento de tensão- Mas a senhorita Clark tem uma outra visita hoje. 

— Há.Que feliz coincidência! Nós podemos seguir nosso caminho- Thomas virou-se para Natália e exclamou- Vamos que precisamos passar na sua casa para pedir permissão de seu pai.

A ruiva olhou para Thomas assustada e comentou: 

— Por Deus, que eu não me arrependa dessa decisão- a ruiva despediu-se rapidamente de Elizabeth que foi deixada sozinha com Harry a encarando. 

— Mande a visita entrar, Harry. Vamos arrancar o curativo de uma vez. Esse dia já está virado de cabeça para baixo- Elizabeth exclamou sentando-se no sofá e servindo um pouco do chá, que foi trazido originalmente para ela e Natália. 

— Na realidade, a visita no caso já está presente e devidamente intrigada com a cena que acabou de encontrar. 

Elizabeth virou-se para ver Duque encostado no batente da porta, com um sorriso no rosto e uma expressão divertida no olhar. A dama abriu a boca em um perfeito “o”. Ele havia testemunhado toda a discussão entre Thomas e ela ou somente a parte em que Natália era usada como instrumento de cabo de guerra entre os dois irmãos? De qualquer forma a situação não parecia muito favorável. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura!

Beijinhos até o próximo! Vou postar o próximo capítulo em seguida haha



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