A Garota da Casa ao Lado escrita por Supernova


Capítulo 2
Capitulo 1- Eles Quem?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772745/chapter/2

6 ANOS DEPOIS

Acordei com a campainha tocando no andar de baixo. Ouvi minha mãe gritar “Já estou indo”. Olhei no meu relógio já eram 10:45. Eu realmente tinha problema pra acordar cedo nos fins de semana. Calcei meus chinelos e fui escovar os dentes. Assim que sai do banheiro minha mãe entrou no meu quarto.

—Filho tem visita pra você!

—Quem é mãe?

—É o seu amiguinho Federico.

            Odeio quando a minha mãe fala as palavras no diminutivo. Amiguinho? Quantos anos ela acha que eu tenho oito?

—Tá bom mãe! Fala pra ele esperar que eu já vou me arrumar!

—Tudo bem! - Ela disse e saio do quarto.

           Me troquei, depois desci e encontrei Fede sentado no sofá da sala assistindo a reprise do jogo de ontem. Estava tão distraído que nem notou eu me aproximando.

—Ei cara! - Eu disse ele tomou um susto caiu do sofá.

—Não me assusta desse jeito!

—Eu não tenho culpa de você ser tão sensível! - Falei brincando.

            Federico e eu éramos amigos desde que eu me entendo por gente.

— E aí – Eu disse sentando no braço só sofá – Em que encrenca você vai me meter hoje?

—Quem foi que falou em encrenca, hein?

—Tá! Então o que vamos fazer?

—É o seguiiinte...

            Droga! Quando ele fala “seguiiinte” esticando o “i” é porque é encrenca na certa.

—Aquela gata da rua de baixo chamou todas as meninas da vizinhança pra ir na casa dela! Você topa dar uma passadinha lá comigo?

            Desde que a Violetta chegou muito mais garotas começaram a aparecer no nosso bairro. Como a Francesca da casa ao lado de Diego. A Naty da rua de cima. A Camila da nossa rua só que mais pro final. A Ludmila que sempre morou na rua de baixo e a vizinha dela Lara. Nossa essa sim era gatinha! É claro que tem muito mais, mas estou listando apenas as que eu conheço e já falei.

—Eu não sei não hein cara.

—Por que?

—É que...

            Eu sabia que ela não iria e se ela não fosse não teria graça. Mas ela nunca vai e se eu continuar pensando assim eu nunca vou aproveitar nada.

—É por causa da Violetta? - Perguntou Federico.

            Ele e o Diego eram os únicos que sabiam sobre ela. E sobre meus dez segundos.

—Ela não vai estar lá!

—Para Leon! Você tem que desapegar! Essa garota não quer nada com você!

—Eu sei tá! Mas é que...

—Mas é que nada! Você vai comigo e pronto!

—Tá bom! - Falei no mesmo tom quando a minha mãe me pedia pra lavar a louça.

—Beleza então vamos!

            Passamos na casa de Diego para convida-lo também. Ele agora tinha uma irmã de seis anos que berrou e chorou para que Diego não fosse embora. Ainda bem que Alicia já passou dessa fase. Mas quando ela era menor nem a cozinha eu podia ir sem leva-la junto.

            Andamos até a casa de Ludmila. Ela era bem rica então a casa era bem grande. Tocamos a campainha e esperamos alguém vir abrir. Francesca quem abriu:

—Luh! - Ela gritou.

—O que foi? - Ela gritou e apareceu do lado dela.

—Parece que temos penetras na nossa festa.

—Oi meninas! - Falamos eu o Diego e o Federico juntos.

—Oi meninos! - Disseram Ludmila e Francesca juntas.

—Podem entrar! - Falou Ludmila dando espaço para nos passarmos.

            Todos entramos na sala Camila, Lara e uma outra garota que eu não conhecia estavam lá.

—Oi gente! - Eu falei.

—Oi – Disseram todas as meninas.

—Cadê a Naty?

—Está na cozinha preparando bolinhos pra nós.

—Deixaram a Naty tomar conta da comida?

—Não tivemos muita escolha! Por isso não repare se estiverem um pouquinho queimados.

—Tudo bem.

            Notei que aquela garota que eu não sabia quem era estava lá olhando pra mim sem parar.

—Eu conheço você? - Eu perguntei.

—Ah! Não, eu sou a Gery acabei de me mudar pro bairro!

—Seja bem-vinda Gery!

—Obrigado.

            Neste momento Naty entrou na sala trazendo os bolinhos. Não levamos nem dez minutos para acabarmos com tudo. Naty tinha se superado não tinha nenhum bolinho queimado.

—Ei Luh será que ela vai vir? - Perguntou Naty dando a mordida que acabou com o seu bolinho.

            Ela quem?

—Não sei! - Disse Ludmila – Eu a convidei.

—Ela quem? - Eu perguntei.

—Aquela sua vizinha estranha! Qual era o nome? Violetta não?

—É esse mesmo! - Eu disse.

            Então comecei a ficar aflito. Será que ela viria? Eu estava apresentável? Neste momento a campainha era ela! Ludmila foi atender eu fiquei espiando para ver quem era. Ela abriu a porta revelando um homem. Um homem! Não era minha Violetta. E sim um homem!

—Foi aqui que pediram uma pizza? - Ele perguntou.

—Não, não foi aqui não! - Disse Ludmila.

—Tudo bem – Disse o homem – Acabei de me mudar para a cidade.

            Ludmila fechou a porta e veio se sentar com a gente mais mal tinha se agachado quando alguém bateu na porta. Esse entregador de pizza de novo? Ludmila foi abrir, mas não era o entregador de pizza. Era ela! Com um vestido quase igual ao de quando nos conhecemos.

—Violetta! - Disse Ludmila a deixando entrar. - Que bom que veio!

—Eles me disseram pra vir! - Ela disse.

            Continuava com o mesmo tom sombrio. Mas... Eles quem?

—Eles quem? - Perguntou Ludmila.

—Ninguém! - Ela respondeu e se sentou com a gente.

—Nós estávamos comendo bolinhos! Você quer um?

            Ela pegou o ultimo bolinho que tinha sobrado e deu uma mordida logo em seguida olhou pra mim e sorrio. Não um sorriso qualquer. Não o sorriso que ela me dava todo dia de manhã. Aquele sorriso era mais sedutor esse era como se ela estivesse feliz em me ver. Sorri e volta não pude evitar.

—Gente o que acha de brincarmos de verdade ou desafio? - Perguntou Ludmila.

            Nesse momento o sorriso de Violetta desapareceu e no lugar veio uma expressão de puro medo.

—Não vai dar! - Ela disse – Eu tenho que ir ao banheiro!

            Ela se levantou e saio correndo.

—Que garota estranha! - disse Gery.

            A segui com os olhos ela subiu as escadas. Me levantei para segui-la.

—Leon aonde você vai? - Perguntou Ludmila.

—Ao banheiro – Falei.

            Mas espera o que eu falei?

—Aqui tem mais de um, né? - Perguntei para desfasar.

            Ludmila fez que sim com a cabeça. Eu subi e fui atrás dela ela não estava no banheiro e sim em um dos quartos. Ia entrar, mas ouvi ela falar com alguém.

—Eu sei que eu não deveria ter feito isso... -  Ela disse.

            Despois de um tempo não houve resposta, mas ela falou de novo. Estava falando sozinha?

—Mas ele é uma boa pessoa! Eu sinto isso... Por que quiseram que eu vieses se não queriam que eu o vise? Vocês são muito confusos! Vão embora agora! - Ela gritou.

            Senti algo gélido passar pelo meu corpo. Depois de uns trinta segundos ali imóvel decidi tomar coragem e entrar. A encontrei sentada na cama com a mão no rosto soluçando.

—Você está bem? - Eu perguntei.

—Eu pareço bem? - Ela perguntou. Pela primeira vez na vida sua voz não era sombria. Não sei se era por causa do choro.

            Me sentei ao seu lado na cama e coloquei a mão do seu ombro. Ela era gelada e pareceu estremecer com meu toque.

—Estava falando sozinha?

            Nesse momento ela se recompôs. Parou de chorar e tirou a minha mão do ombro dela.

—Só os loucos falam sozinhos! - Ela disse.

            Tá... E você é o que?

—Então com quem estava falando? Eu te escutei.

—Com os meus amigos.

            Ela estremeceu na palavra amigos. Só queria saber onde ela fez tantos amigos já que ela não saia de casa. E se ela estava falando com eles para onde eles foram despois que eu entrei?

—Que amigos?

—Eles me perseguem desde a infância e eu não sei o que eles querem comigo!

            Tá bom... Eles quem?  Olha ser estranha tudo bem, mas agora bizarra!

—O-ok... Eu... Eu acho que ouvi o pessoal me chamando!

—Você vai embora? - Ela perguntou.

—Não eu vou... jogar verdade e desafio com os meninos. Você vem?

            Ela fez que sim com a cabeça e nós dois descemos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Garota da Casa ao Lado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.