A Garota da Casa ao Lado escrita por Supernova


Capítulo 1
Epilogo- A Chegada a Vizinhança




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Acordei as 9:50 da manhã, olhei pela janela. O dia estava pálido sem nenhum raio de sol. Calcei meus chinelos e desci para tomar café. Toda a minha família já estava lá, minha mãe, meu pai e minha irmã de três anos Alicia. Meu pai lia o jornal como fazia todas as manhas, minha mãe levava o café para Alicia que assistia desenhos infantis na televisão. Me sentei na mesa, peguei a caixa de cereais, leite e comecei a me servir.

—Bom dia filhão! - Disse meu pai saindo de trás do jornal e passando a mão nos meus cabelos bagunçando-os.

—Bom dia pai. - Eu disse despejando leite na tigela de cereais.

—Bom dia meu filhinho! - Disse minha mãe apertando as minhas bochechas.

            Sempre carinhosa!

—Bom dia mãe! - Falei esfregando minhas bochechas doloridas.

—Bô dia Eon! - Disse minha irmãzinha.

—Bom dia princesa! - Eu disse.

—Querida – Falou meu pai para minha mãe – Já ficou sabendo dos Castillo?

—Já sim! A vizinhança toda já está sabendo!

—Sabendo do que mamãe? - Eu perguntei.

            Castillo eram nossos vizinhos da casa ao lado. Era um casal de meia idade sem filhos.

—Eles vão adotar uma criança!

—Legal! Mais um garoto pra jogar no nosso time!

—Isso é se for um garoto!

—Nem fala isso pai! Já pensou a nossa vila com meninas?

            Na nossa rua só tinha meninos (E, é claro a Alicia, mas ela era muito pequena), nós tínhamos um time de futebol só nosso, mas faltava um jogador se os Castillo adotassem um menino esse problema estaria resolvido! Por outro lado, se fosse uma menina seria bem capas que um dos meninos se apaixonasse. Imagina só que horror seria!

—Bom, mas eu acho que nosso bairro está mesmo precisando de mais meninas! Na nossa rua não tem nenhuma e nas outras só tem aquela filha daquela mulher a Priscila! Qual era mesmo o nome dela?

—Ludmila se eu não me engano!

—Ah mãe! Não basta ter que aturar as meninas na escola! Vou ter que atura-las na rua também?

—É o que veremos!

            Neste momento a campainha tocou. Bem quando eu tinha acabado de dar a última colherada no cereal. Ouvi uma voz do hall.

—Bom dia senhora Vargas! O Leon está?

            Eu reconheceria essa voz até de Marte! Era meu melhor amigo Diego.

—Esta sim! - Falou minha mãe.

            Diego apareceu na cozinha com a bola de futebol debaixo do braço.

—E ai Leon? Bora jogar?

—Bora cara! Só me deixa trocar de roupa! - Falei.

            Ainda estava de pijama. Então subi e fui me arrumar. Troquei de roupa e calcei minha chuteira depois desci e Diego estava me esperando no sofá.

—Vamos? - Perguntei.

—Vamos! - Ele respondeu então saímos.

            Juntamos mais alguns meninos então fomos jogar. Depois de um tempo, um carro preto veio passando pela rua fazendo todos nós corrermos para calçada. Era o carro dos Castillo. Será que eles já estavam trazendo a tal criança? O carro parou na frente da casa que era do lado da minha, todos nós estávamos curiosos. Então Senhor German saiu do carro e abriu a porta do banco na frente para Angie sua esposa sair. Angie entrou diretamente na casa e German se dirigiu até o banco de traz para abrir a porta. Todos nós travamos a respiração. Um novo membro no nosso time ou uma garota chata? Ele abriu a porta e esticou a mão de lá de dentro saiu uma menina. “Ahhh” resmungaram todos e voltaram a jogar. Mas eu não conseguia tirar os olhos dela. Ela era a menina mais bonita que eu já vi na vida. Ela tinha os cabelos e os olhos castanhos. Usava um vestido branco rodado e uma sapatilha. Ela marchou para dentro da casa, mas eu continuei a encarar a porta. Só me dei conta disso quando do nada acertaram uma bolada bem na minha cara.

—Ai! - Gritei todos deram risada – Trouxas! - Eu falei e me juntei a eles pra jogar.

            Depois de partida voltei pra casa suando, era hora do almoço e dava pra sentir o cheiro de macarrão lá da entrada. Fui até a cozinha para comer já estavam todos lá só me esperando.

—Oi filho! - Disse minha mãe enchendo meu prato de macarrão – Como foi a partida?

—Bem...

—Já descobriu sobre a crianças dos Castillo?

—Sim pai! É uma menina!

—Hum... que coisa não? Menos um membro pro seu time!

—Mas ela não é como as outras garotas pai.

—Não? É como ela é?

—Diferente... Bonita!

—Parece que nosso menino tá apaixonado!

—Credo mãe que nojo!

—E por que não vai lá se apresentar pra ela? Dar as boas-vindas?

—É uma ótima ideia pai! Vou fazer isso!

            Então depois do almoço fui até o meu quarto tomei uma ducha e me arrumei. Eu até penteei o cabelo. Então fui até a casa dos Castillo, depois de alguns minutos tomando coragem na entrada, bati na porta e esperei alguns segundos. Senhor German quem atendeu.

—Leon? - Ele falou – Que supressa!

            Senhor German era muito amigo dos meus pais por isso ele me conhecia.

—Olá senhor German! Posso entrar? - Perguntei já entrando.

—Pode, né? Já entrou!

—Queria saber se e verdade que vocês adotaram uma filha!

—É verdade! Espere aí que eu vou chama-la!

            Ele foi até a escada e gritou:

—Violetta!

            Ah! Então esse era o nome! Agora eu já sabia! E que nome bonito! Como nas princesas dos contos de fada! A garota veio descendo as escadas com o mesmo vestido que usava hoje cedo!

—O que foi pai? - Ela perguntou.

            Mas seu tom não era feliz, nem triste e sim sombrio.

—Violetta minha filha! Esse é o Leon nosso vizinho.

—Prazer em te conhecer! - Eu falei e estendi a minha mão para ela.

            Ela não correspondeu apenas olhou primeiro paras minhas mãos e depois para mim.

—O prazer é todo meu – Disse no mesmo tom sombrio e sem apertar minha mão.

—Bom... Eu queria dizer pra você ir jogar bola com a gente um dia desses... Se você quiser.

            Ela olhou para o pai.

—Agradeça o convite! - Ele sussurrou para ela.

—Obrigado! - Ela disse no mesmo tom.

            Tá isso já tá ficando sinistro... Sai de fininho Leon ninguém vai perceber!

—Tá ok! - Eu disse – Eu acho que... Ouvi alguém me chamar! Até mais! - Falei e sai.

            Que menina estranha! Não era nada do que eu imaginei. Melhor não lembrar dela se não vou ter pesadelos..., mas... não podia esquecer dela! Eu não podia! Na verdade, eu simplesmente não queria! Ela podia ser estranha, mas ainda era gatinha! Não podia tira-la da minha cabeça!

            O fim de semana passou e eu nem vi mais ela. Também não voltei a casa dos Castillo, mas ficava imaginando se ela estaria bem. Até que na segunda feira quando eu ia andando para a escola de bicicleta como fazia sempre passei em frente à casa dela. Ela estava lá na janela sorri ao vê-la novamente. E curiosamente ela me respondeu. Quase cai da bike de tanta felicidade. E assim passaram-se os dias. Todos os dias eu passava pela casa e ela sempre estava lá sorrindo para mim depois eu não a via o resto do dia e nem nos fins de semana. Somente daqueles dez segundos que eu levava pra atravessar a casa dos Castillo. Ela era misteriosa e ao mesmo tempo linda. Com o passar dos anos desenvolvi uma espécie de paixão platonica por ela. E eram aqueles dez segundos que tornavam minha vida mais feliz.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!! Deixem opiniões e comentários por favor!!!



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