O Enterro do Lince escrita por Nathália Paixão


Capítulo 3
Falhas do Coração


Notas iniciais do capítulo

Olá mais uma vez e desculpa a demora!
Acabei ficando um pouco atarefada, mas tamos aí.
Esperei dar meio dia só para poder postar!

Bem, eu disse anteriormente nas notas que este projeto ficaria dividido em três capítulos, entretanto conforme fui desenvolvendo notei que para ficar organizado do jeitinho que gosto será melhor partir em quatro partes, com isso, já modifiquei na sinopse e aproveitarei para acrescentar mais conteúdo!

Haja coraçãozinho, hein? (kkk)

Espero que a leitura seja maravilhosa!



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O aeroporto internacional de Tokyo, situado em Ota, perpetuava-se em um tráfego bastante intenso de pessoas fazendo-se jus a alta população que aquele país da Ásia Oriental possuía. Eram luzes para todos os lados, placas escritas no idioma nativo, em inglês e algumas em espanhol que serviam como auxilio para recém chegados cujo situavam-se de maneira mais fácil naquele ambiente tão movimentado em todas as direções. Crianças corriam de um lado para o outro felizes. Atendentes discutiam com certos clientes encrenqueiros, já outros davam informações somente. O barulho de passos e rodas de malas fora algo constante.

Era de noite quando um dos voos que vinha de Nova Iorque pousou na pista sinalizada. Voou este que Eiji Okumura e Shunichi Ibe estavam embarcados.

━ Ei, acorde. Já pousamos.

━ Hm? Ibe?

━ Você parece que dormiu bem. Vamos! Retornamos pra casa.

Os olhos do moreno estavam semi abertos, ainda acordando do sono pós-refeição que havia tido durante o voo e cochilando sem querer mais uma vez. Ambos os homens pegaram suas malas de mão e já iam recolher suas bagagens maiores no desembarque das mesmas caminhando pelo trajeto apressadamente.

Era engraçado estar de novo na cidade natal após ter ficado mais tempo do que pretendiam em outro país isso porque tinham ido com a intenção prioritária de entrevistar gangues para uma revista, mas que o assunto acabou estendendo-se para situações mais perigosas ainda, todavia que fizeram com que o rapaz mais novo se sentisse completo mesmo tendo convicção de que a pessoa que ele mais queria que estivesse ali junto à eles pegando as malas não se encontrava.

━ Tão teimoso...

━ O que foi, Ei? ━ Perguntou Ibe, olhando o menino por sobre os ombros enquanto caminhava até a estação de táxi.

━ Nada! ━ Falou sem graça. ━ É só eu pensando alto. ━ Riu envergonhado.

━ Ainda está pensando no Ash? Não se preocupe. Um dia ele pára de birrar e vem visitar você. ━ Comentou o homem, rindo e dando uns tapinhas no ombro do outro. ━ Ixi, não acredito que começou a chover logo agora. TÁXI!

A chuva havia começado de forma repentina, mas era mais do que premeditada devido ao calor que fazia durante aqueles dias no Japão. Eiji já estava agasalhado assim como Ibe que ficou ao lado do motorista enquanto o mais novo estava no banco detrás, observando a paisagem tempestuosa. O trânsito não favorecia o caminho para o hotel um pouco mais afastado dali, mas que por outro lado era próximo da empresa que Ibe relataria alguns acontecimentos registrados além de fazer a impressão das fotos que Eiji havia tirado ao trabalhar como seu assistente e estagiário da faculdade de fotografia.

━ É bom te ver novamente por aqui, senhor Shunichi. Retornando dos States?

━ Oh, Sousuke! Nem te reconheci. Já faz um tempo, né não? Sim, fizemos umas entrevistas lá que nos renderam bastante conteúdo. Então, pelo que estou vendo você ainda está trabalhando como taxista.

━ Sim, tanto como taxista quanto como motorista particular, meu caro.

━ Ehhh...? Depois me passa seu contato, vai ser de grande ajuda. Ah, Ei! Seu celular está com bateria? O meu parece que descarregou.

━ Hm? ━ Respondeu o garoto, avoado. ━ Ah! Espera um segundo, vou ver aqui. ━ Ele procurou o aparelho rápido e pôde notar que o mesmo ainda estava em modo avião, mas quando foi desabilitar acabou a bateria ocasionando uma careta no rapaz. ━ Des-Desculpa, Ibe. Acho que também esqueci de carregá-lo.

━ Não tem problema, Ei. Fique tranquilo!

━ Eu tenho cartão com o número, Shunichi. Está dentro deste porta itens do carro na sua frente, é só abrir. ━ Proferiu o motorista, achando graça daquela situação toda que o outro fazia.

━ Por quê você não disse isso antes, Sousuke? ━ Os dois homens riram.

O hotel era simples, mas espaçoso. Ele possuía no hall um espaço que dava para acessar um computador dependendo da quantia que pagasse por minutos. Enquanto Ibe terminava de pagar a estadia Eiji pediu para outro secretário a permissão de usar o computador, pagando a taxa.

━ Hm? Vai separar as fotos, Ei? Achei que já tivesse feito isso. ━ Perguntou Ibe, ficando por trás do menino em pé.

━ Tiveram umas recentes que não deram para separar, vou só organizá-las aqui.

━ Tem bastante foto do Ash aí, hein? Olha só. ━ Ibe aproximou-se um pouco mais tocando no ombro de Eiji e se admirando com a foto que via de Ash dormindo sentado em uma janela. ━ Essa foto ficou mesmo bonita. Bom trabalho, Eiji! Ash é bem fotogênico também. Vocês fazem uma ótima dupla.

━ Obrigado, Ibe. Sim, Ash não é só fotogênico como muito bonito. Acho que a beleza dele favoreceu bastante meu trabalho, sendo bem sincero.

O japonês jovem falou com tamanha inocência expressando um sorriso genuíno e sincero. Estava orgulhoso. Era uma sensação maravilhosa observar as fotos de seu melhor amigo, pois dava a sensação de que ele estava ali presente ao seu lado mesmo que o mar dividisse-os. Não demorou muito para esse sentimento de conforto ir embora após o moreno sentir um aperto no coração. Aperto este que o fez segurar com força a blusa e se curvar para frente sentindo uma certa falta de ar momentânea. O que estava acontecendo? Por quê do nada seu coração falhou daquele jeito?

━ Eiji! Espera, o que houve? Você está bem? Eiji! ━ Ibe segurava o menino pelas laterais dos braços sem entender o que era aquilo que aconteceu de um jeito tão súbito com o outro. Nenhum deles entendia.

Passou-se alguns meses após a volta deles para o Japão. Shunichi estava em seu apartamento arrumando algumas estantes de jornais e livros quando recebeu a ligação de Max Lobo que não só comentava sobre a nova pauta de entrevistas e seu novo trabalho como jornalista qualificado como também sobre a data marcada de seu segundo casamento com Jessica.

━ Então vocês vão se casar de novo mesmo, hein? Meus parabéns, Max.

━ Parece que a vida às vezes dá voltas impressionantes, né? Estou tão feliz, você não faz ideia, Ibe. Finalmente vou poder ficar mais perto do Michael!

━ Parece que você está mais querendo ficar perto de seu filho do que da sua mulher. ━ Falou Ibe divertidamente.

━ É-É óbvio que não! Claro que Jessica também é minha prioridade.

━ Estou só brincando.

━ Cof, cof... Mas então, você e Eiji estão convidados, sim? Vai demorar um pouco, mas acho que talvez Eiji já tenha terminado totalmente os estudos até o dia, então não terá problemas.

━ Sim, sim. Vou contar pra ele. Ele com certeza vai ficar muito feliz.

━ Mas então Ibe, como ele está? ━ Falou Max, mudando a voz de uma feliz para preocupada.

━ Ele agora está com os familiares dele. Parece que está sofrendo paradas cardíacas constantes.

━ Mudança de ambiente? Pode ter sido isso.

━ Não sei, aconteceu do nada. A primeira vez foi logo quando chegamos no hotel daqui.

━ Entendo. Ele... Já conversou com alguém daqui?

━ Acho que não. Como ele foi direto pro hospital acabou que só eu fui na empresa e desde então a família está cuidando dele. Ele não deve nem estar mexendo no celular.

━ Sing não deve ter falado com ele ainda... ━ Murmurou Max para si.

━ O quê?

━ Nada, não é nada, Ibe! Mas assim, fique ao lado do Eiji está bem?

━ Hm? Okay, até mais, Max.

A preocupação era notória, todavia Shunichi Ibe ficou por um tempo observando o telefone tentando entender o por quê Max estava agindo um pouco estranho, cauteloso. Quem sabe fosse coisa de sua cabeça e na verdade era sim somente o carinho e apego que o americano possuía pelo menino fotógrafo, porém ainda assim era uma sensação de que algo poderia estar errado. O homem sem sombra de duvidas não era inepto, entretanto preferiu deixar de lado essa pulga atrás da orelha e decidiu que naquela semana visitaria o menino incapacitado temporariamente. Será que Ash já havia o contactado?

Por sua vez, do outro lado, o jornalista desligara a chamada respirando fundo para logo digitar rapidamente alguns números. Dava para reparar em seu nervosismo. Ele engoliu a seco quando finalmente a chamada havia sido atendida escutando a voz jovial do chinês do outro lado da linha.

━ Oi, Max. O que você quer?

━ Eiji está tendo paradas cardíacas, Sing.

━ Como é? ━ Perguntou perplexo o menino.

━ Exatamente isso que você escutou.

Um silêncio percorreu a ligação cujo foi cortado pela voz séria do mais jovem.

━ Você contou pra ele?

━ Não. Parece que Eiji deve estar assim por ter se acostumado com o ambiente de Nova Iorque. Não sabemos. Agitação? Efeito colateral da separação?

━ Você acha melhor eu esperar pra contar? ━ Sua voz saiu receosa e com pesar.

━ Acho melhor. Não sabemos como ele vai reagir e, definitivamente, estou com receio do corpo dele não aguentar. Espera para termos notícias melhores da saúde dele.

━ Vocês por um acaso acham que o Eiji é burro? Pensam mesmo que ele não vai estranhar Ash não mandar uma mensagem ou ligação pra ele?

━ Eiji é forte. Ele vai aguentar esperar o tempo que for. ━ Suspirou. ━ Ele confiar no Ash.

Às vezes omitir é necessário por um bem maior. Dizem que os sábios muitas vezes são aqueles que mais procuram o conhecimento das coisas, porém isso não torna um monótono desculto, apenas erudito em enxergar aquilo que não possui o saber, mas sim o pressentimento em compreender a amplitude dos fatos.


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Notas finais do capítulo

Fim do Capítulo! ♥

Espero que estejam gostando.
O próximo será o último que já está quase finalizado.
Tentarei postar o mais rápido possível!



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