Winter Blues escrita por Any Sciuto
Um silencio caiu no SUV que levava a equipe BAU para o hospital. Tommy havia desaparecido logo depois de largar Penelope no lago.
Reid e Luke procuraram por todos os lugares, por todas as entradas e saídas, mas ele havia escapado.
Hotch estava apoiado em Emily, enquanto JJ dirigia o SUV. Spencer foi com Dave e Luke no outro carro. Ele ficou em seu próprio mundinho relembrando o dia em que ela foi baleada.
Foi outro daqueles dias horríveis. Ele estava lendo um livro e tomando uma xícara de café quando a ligação de JJ chegou.
— Spence? — Sua memória viajou para aquele dia. – Sou eu. Eu preciso que você vá até o hospital. Aconteceu algo.
— O que aconteceu? – Spencer pulou do sofá. – Quem está lá?
— Penelope. – JJ havia começado a chorar. – Ela foi baleada em frente ao seu prédio. Eles não sabem se ela vai sobreviver.
— Estarei lá. – Reid se preparou com pressa.
Isso só podia ser um sonho ruim.
— Spencer? – A voz de Dave soou. – Você está bem?
— Já desejou fazer outra coisa? – Spencer perguntou. – Ou talvez ter uma memória que não lembrasse cada uma das coisas más e ruins que já aconteceram na sua vida?
— Eu já desejei esquecer tudo o que houve. – David suspirou. – Especialmente quando Garcia foi baleada.
— Eu sei sobre isso. – Luke o olhou. – Eu acho que um de vocês, uh, deveria ligar para os irmãos dela antes que eles incendeiem aquela delegacia.
— Podemos fazer isso do hospital. – Dave resmungou. – Deixe-os chafurdar em piedade por algum tempo. Eles saíram da vida dela e agora querem voltar.
— Sério, Dave. – Luke não sabia a história do ponto de vista de Garcia. – Eu acho que eles precisam saber sobre isso e antes que eles incendeiem aquilo. Carlos parece ser durão todo metido a ”não quero falar com minha irmã”, mas por dentro ele sente a falta dela.
— Só não os deixe ficar no meu caminho. – Rossi discou. – Carlos. É o agente Rossi. Estamos a caminho do hospital. Sua irmã está lá. Tchau.
Rossi desligou o celular e suspirou.
— Muito profissional. – Reid brincou. – Esperemos que não seja um caminhão de bombeiros.
— Eles já estão no hospital de qualquer jeito. – Rossi tentou aliviar o clima. – Eles poderão ser tratados lá se eu ter que bater neles.
Carlos desligou com Rossi e sua expressão ficou em branco. Ele não podia acreditar. Rossi não lhe disse nada mais, mas ele suspeitava que a coisa era grave.
— Vamos até o hospital. – Carlos conseguiu falar. – Penelope está lá agora.
Entrando no carro, Eddie, Manny e Rafe temeram pela irmã. A expressão de Carlos era uma incógnita e eles não sabiam o que o irmão pensava.
O helicóptero pousou no telhado do hospital, onde a equipe médica esperava por Garcia. Como era de se esperar, Derek não foi permitido na sala de urgências.
— Mulher aproximadamente 35 anos. – A enfermeira começou. – Foi agredida fisicamente e jogada em um lago. Codificou no transporte.
— Levem-na para a cirurgia. – O cirurgião disse. – Estarei lá em um segundo.
O vestido dela foi cortado ao meio quando chegou a sala e uma coberta foi colocada sobre as partes mais intimas dela.
— Preciso de sucção aqui. – O cirurgião gritou. – Mais gaze.
— Ela vai ter uma boa briga daqui para frente. – O médico auxiliar gritou. – São três costelas quebradas.
— Certo. – O cirurgião suspirou. – Vamos consertar essa garota e devolver ela para seus amigos.
— Há um homem negro lá fora. – A enfermeira disse. – Parece realmente ansioso e tivemos que afastar ele daqui.
— Ele não iria ajudar ficando aqui. – O médico suspirou. – Ela foi agredida. E muito.
— Ela foi raptada por um serial Killer. – A enfermeira disse. – Aquele que matou as duas mulheres do centro de convenções. E a moça de Royal.
— Era irmão dela, não é? – O médico olhou para Penelope. – Meu deus, o que está havendo?
— O coração dela está parando. – O assistente gritou. – Precisamos de choque aqui.
Hotch chegou ao hospital sendo ajudado por Emily e JJ. Ele entrou e foi levado diretamente para um raio x. ele tinha possivelmente uma concussão e Emily se recusou a deixar Hotch sozinho.
Rossi se sentou ao lado de Derek. Olhando para o agente suas roupas tinha um pouco de lodo do lago e suas calças ainda estavam molhadas. Rossi tirou uma foto pequena de seu bolso direito e não percebeu que JJ o encarava.
— Isso é Penelope? – Ela disse em uma altura considerável. – Por que você tem isso?
— JJ, aqui não é o lugar. – Rossi suspirou. – Não é a hora de qualquer jeito.
— David Rossi. – JJ ficou chateada. – Eu sou mãe. Acredite em mim quando eu lhe digo que você olha para a foto como se estivesse olhando para sua filha.
— Certo. – David colocou a foto nas mãos de JJ. – Eu sou o pai verdadeiro dela. Eu não acho que ela saiba e de qualquer jeito não parece que ela adivinharia. Eu nunca disse a ela.
— Por que? – Derek perguntou. – Por que esconderia isso dela? Sabe quantos dias ela chora pelos pais?
— Sim. – JJ se sentou ao seu lado. – Ela sente falta do pai dela. Ela sabe que ele saiu quando ela tinha dois anos.
— Eu não sei o quanto ela sabe. – David suspirou. – Quando voltei para agência eu nem pude levantar e a abraçar. Isso só foi terrível. Quando ela foi baleada, eu nunca me senti tão perdido como naquele dia.
David fechou os olhos contra a lembrança daquele dia. Foi Aaron quem ligou. E ele não parecia bem.
— Não diga que temos outro caso. – Ele desligou o fogo. – Onde é?
— Dave. – Houve uma pausa. – É Garcia. Ela foi baleada.
— Eu vou estar ali em minutos. – David largou a taça de vinho.
Desligando o fogo completamente e largando o vinho, ele vestiu uma roupa e foi. Ele nunca se perdoaria se ela morresse.
— Foi difícil. – Ele repetiu quando JJ o abraçou. – E está sendo agora.
— Você não queria magoar Pen. – JJ constatou. – Eu vou ligar para Will e avisar que Pen e Hotch estão salvos. E que Pen está em cirurgia.
— Eu preciso de ar. – Derek se levantou e caminhou até a capela.
Sentado em um dos bancos ele juntou as mãos outra vez e chorou. Ele nunca poderia se perdoar se fosse tarde demais.
— Penelope. – Ele lembrou da conversa que teve com ela. — Eu nunca quis dizer que você não é boa para ele ou que você tem algo de errado.
— Você me teve antes, Derek. – Ela estava chateada e com razão. – Eu vou para esse encontro.
— Então saia comigo. - Ele tinha medo de algo que ele nunca saberia. – Venha comigo tomar umas bebidas.
— Vá para o inferno. – Ela bateu o telefone na cara de Derek e saiu.
Ele sabia o resultado. Ela havia levado um tiro e sangrava na frente de seu prédio, como um anjo ferido de morte.
Ele desabou em mais lágrimas na pequena capela quando seu coração parecia ser arrancado dele.
— Carregue para 300. – O médico bateu as pás. – Afastar!
Ele chocou Penelope outra vez. Mais uma vez nada dela voltar. Em um último esforço ele alcançou as pás outra vez e a chocou outra vez.
Finalmente os bips voltaram e ele se sentiu melhor. Ele não estava pronto para perder Penelope.
— Se ela sobreviver. – O médico olhou para ela. – O coma pode ser inevitável.
E nenhum deles duvidava disso.
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