Tinta e Veneno escrita por Golden Boy


Capítulo 1
O Dom do Inferno


Notas iniciais do capítulo

Oi! Obrigado por dar uma chance à história ^-^

Betado pelo Gus, um amigo meu :3



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Shantour estalou os dedos e a cabana em sua frente explodiu em chamas e gritos desesperados. Ele se afastou, com a mão agora coberta de queimaduras superficiais, e a mergulhou dentro do bolso do casaco. O fogo começou na parede cinzenta, e logo se ergueu até o telhado de madeira e palha. O fogo ofuscou a visão de Shantour, que antes conseguia ver a Capital no horizonte.

Não tinha trazido a guarda real, nem mesmo um guarda costas. Confiava em sua habilidade, e também no Dom que possuía. Camponeses se reuniram junto a ele, amedrontados, para tentar apagar o fogo. Mas, a cada pequeno avanço que eles conseguiam, o Rei de Alitas estalava os dedos novamente por dentro do casaco e as chamas lambiam a grama. Não era uma cabana grande, tinha, no máximo, o tamanho de três bois de comprimento e três de largura. Shantour estava na periferia. As poucas cabanas dali eram construídas no terreno irregular, que despencava num terreno lamacento. Ali era o esgoto de Formae, e o metano tornava o ar da região bastante inflamável.

Então, quando se deu por satisfeito com o incêndio, Shantour olhou ao redor. O ladrão de sua espada devia estar ali, entre os agricultores assustados. Nenhum rosto se exaltava dentre a multidão, exceto o dele próprio, que estava parado encarando o incêndio.

Sua mão latejou com o calor, e logo a pele de seu rosto também ousou reclamar. Antes de se afastar mais, Shantour fez com que as roupas de um camponês também ficassem em chamas, com um simples aceno de cabeça. Ele sorriu, divertido, com os gritos do camponês que logo estaria carbonizado.

O vulto que o roubou reapareceu quando ele estava diante de um beco, e passou correndo ao seu lado. O Rei correu atrás dele, pegando uma tocha presa à parede com a mão já queimada e lançando sua luz bruxuleante contra a parede de tijolos. Sua mão estourou em dor, e ele fingiu não ligar. Precisava fazer com que o portador do Dom do Corvo se revelasse, e só a luz intensa poderia fazer isso.

A chama da tocha diminuiu, e então explodiu contra a parede de tijolos, deixando-a escura e fumegante. Shantour tossiu e viu que havia um homem encolhido num dos cantos, com um manto preto cobrindo todo o corpo. Jogou a tocha para trás e respirou aliviado por ter encontrado o ladrão, e também por sua mão agora longe do fogo.

Aquele coberto pela manta se levantou de supetão e desferiu um golpe rápido no peito do Rei para derrubá-lo, e um segundo para ter certeza de que ele não viria atrás dele. E correu. Correu com a espada mais cara de toda Alitas, e também com a certeza de que havia cometido regicidio.

O homem com o Dom do Corvo, chamado Ravi, estava errado. O Rei tivera algumas de suas costelas quebradas, e boa parte da carne do tórax rasgada, mas não estava morto. Uma patrulha de guardas tinha o encontrado e levado de volta para a capital, onde o Sumo-Sacerdote conseguiu curá-lo, mas não por completo.

Shantour, agora, devia tomar três poções por dia apenas para se manter vivo. Seu Dom do Inferno agora estava quase inutilizado, já que mal podia se mover para fugir das chamas caso fosse necessário.

Ainda assim, ele mandou queimarem Formae. Talvez por frustração, talvez em busca de vingança. E então, um exército de homens marchou até lá e ateou fogo no vilarejo onde o rei tinha sido ferido, e só retornaram à capital na manhã do dia seguinte. A pé, a distância entre as duas cidades era de poucos quilômetros.

 


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Notas finais do capítulo

Comentários me ajudam demais!
Espero que tenham gostado desse prólogo, semana que vem vai sair o primeiro capítulo, já focado na Arien.



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