Imortal 2: Abandonada escrita por CM Winchester


Capítulo 3
Capitulo 2 (PRESSENTIMENTO RUIM)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772491/chapter/3

— Emmett, Calleb e Rose, tirem Jasper daqui. - Carlisle mandou.
Ele era o unico calmo.
Emmett estava serio o que me deixou surpresa. Eu nunca tinha visto ele serio.
— Vamos lá, Jasper.
Jasper lutou contra Emmett e Will mostrando os dentes.
Edward se curvou defendendo Bella e Calleb rapidamente parou do meu lado na defensiva tambem. Os dois rugiram. Rosalie ficou na frente de Jasper e Calleb ocupou o lugar de Will.
Eles levaram Jasper para fora enquanto Esme abria a porta. Ela estava tapando a boca e o nariz com a mão.
— Eu sinto muito, Bella. - Esme falou antes de sair com os outros.
— Me deixe passar, Edward. - Carlisle murmurou.
Edward balançou a cabeça. Carlisle se ajoelhou perto de Bella.
— Aqui, Carlisle. - Alice falou entregando a ele uma toalha.
Ele balançou a cabeça.
— Tem muito vidro na ferida. - Carlisle arrancou uma tira da toalha da mesa e fez um torniquete.
— Fecha o nariz, Bella. - Pedi me ajoelhando ao lado dela.
— Bella. - Carlisle falou. - Você quer que eu te leve até o hospital ou você prefere que eu cuide disso aqui?
— Aqui por favor. - Ela sussurrou.
— Eu vou pegar sua maleta. - Alice falou.
— Vamos levá-la para a mesa da cozinha. - Carlisle falou.
Edward pegou Bella no colo ainda com a respiração trancada e Carlisle ficou fazendo pressão no braço dela.
— Como você está, Bella? - Carlisle perguntou.
— Eu estou bem.
Alice voltou com a maleta a colocando em cima da mesa enquanto Edward colocava Bella em uma cadeira e sentava em outra. Camille foi rapida em ajudar Carlisle com as coisas que ele precisaria.
Lancei um olhar para Will. Ele estava afastado e segurando a respiração. Seus olhos azuis encontraram os meus. Vi a cor mudar para o preto. Acenei com a cabeça para a porta e ele assentiu antes de sair.
— Vai, Edward. - Bella falou.
— Eu aguento.
— Você não precisa ser um herói. Carlisle pode cuidar de mim sem sua ajuda. Vá tomar um ar fresco. - Ela gemeu quando Carlisle mexeu no braço dela.
— Eu fico.
— Porque você é tão masoquista?
— Edward, você deve encontrar Jasper antes que ele vá longe demais e eu duvido que ele vá ouvir alguém que não seja você agora. - Carlisle falou.
— Sim. - Bella falou. - Vá encontrar Jasper.
— Você deve fazer alguma coisa útil. - Alice falou.
Edward estreitou os olhos, mas balançou a cabeça depois saiu. Alice saiu logo depois ficando so nós humanas e Carlisle.
— Bom já foram todos. - Bella falou. - Eu posso limpar uma sala pelo menos.
— De vampiros, sim. - Comentei de braços cruzados observando Carlisle cuidar do braço de Bella.
Eu nunca serviria para ser uma medica.
— Não é culpa sua. - Carlisle deu uma risadinha. - Poderia acontecer com qualquer um.
— Poderia. - Bella repetiu. - Mas geralmente só acontece comigo.  - Carlisle riu de novo.
— Acredite ja aconteceu comigo. - Sarah comentou.
— Mas eu garanto que Jasper não ficou daquele jeito. - Ela murmurou.
— O pessoal daqui ja esta acostumado com o nosso cheiro. E nosso sangue. - Camille comentou. - Nós sempre fomos crianças imperativas.
— Você mais que eu. - Sarah comentou. - O que Camille esta querendo dizer que nós viviamos nos cortando. Ela mesmo tem um braço quebrado. É claro que no começo Jasper ficava meio descontrolado, mas acabou que ele ficava o mais longe possivel e sem respirar. E assim todos foram se acostumando.
— Você so tem um sangue mais forte. - Carlisle explicou.
— Logo todos se acostumam. - Camille falou sorrindo.
Ficamos um tempo em silencio.
— Como é que você consegue fazer isso? - Bella perguntou quebrando o silencio. - Até Alice e Esme... - Ela se calou balançando a cabeça.
— Anos e anos de prática. Eu quase não sinto mais o cheiro.
— Você acha que seria mais difícil se você tirasse umas longas férias do hospital e não houvesse nenhum sangue por perto?
— Talvez. Eu nunca senti necessidade de longas férias. - Ele sorriu. - Eu gosto muito do meu trabalho.
— Do que é que você gosta?
— Hmm. O que eu gosto mais é quando minhas... Habilidades adquiridas me deixam salvar uma pessoa que poderia estar perdida. É bom saber que graças ao que eu faço a vida de algumas pessoas é melhor porque eu existo. Até o cheiro do sangue é uma ferramenta que me ajuda às vezes. - Ele deu um meio sorriso.
Camille foi rapida em entregar a Carlisle a agulha e a linha.
— Você dá muito duro pra tentar se redimir de uma coisa que nunca foi culpa sua. - Bella falou. - O que eu quero dizer é você não pediu por isso. Você não escolheu esse tipo de vida e mesmo assim você tem que trabalhar tão duro pra ser bom.
— Eu não acho que esteja me redimindo por nada. Como tudo na vida, eu só tive que escolher o que fazer com o que me foi dado.
— Isso faz tudo parecer fácil.
— Pronto. - Carlisle falou cortando a linha. - Está terminado. - Ele passou uma gaze com um tipo de xarope colorido no braço de Bella.
— No começo, porém... - Bella falou. - Porque é que você sequer pensou em viver de outra maneira que não da maneira mais óbvia? - Carlisle deu um pequeno sorriso.
— Edward já não te contou essa história?
— Sim. Mas eu estou tentando entender o que você estava pensando...
— Você sabe que meu pai era um clérigo. - Enquanto ele contava as meninas começaram a limpar a mesa usando alcool. - Ele tinha uma visão muito dura do mundo que eu já estava começando a questionar quando eu fui mudado. - Elas colocaram as coisas em um vaso de cristal vazio.
Sarah acendeu um fosforo e pos fogo em tudo. Bella pulou com a explosão.
— Desculpe. - Carlisle falou. - Isso vai dar conta... Então eu não concordava com o ponto de visto do meu pai sobre fé particularmente. Mas nunca nesses quase quatrocentos anos desde que eu nasci eu vi alguma coisa que me fizesse duvidar da existência de Deus de uma forma ou de outra. Nem mesmo a reflexão do espelho. Eu sei que tudo isso parece bizarro especialmente vindo de um vampiro. - Ele sorriu. - Mas eu espero que haja um sentido nessa vida mesmo pra nós. É um longo período eu admito... De todas as formas estamos decididamente amaldiçoados. Mas eu espero talvez como um tolo que nós ganhemos alguma espécie de crédito por tentar.
— Eu não acho que isso é tolice. - Bella murmurou. - Eu não acho que as outras pessoas achariam também.
— Na verdade você é a primeira a concordar comigo.
— Os outros não acham o mesmo?
— Edward concorda comigo em um ponto. Deus e o paraíso existem... E o inferno também. Mas ele não acredita em outra vida pra o nosso tipo. - Ele falou observando a escuridão pela janela. - Imagine ele acha que somos almas perdidas.
— Esse é o problema real não é? É por isso que ele está sendo tão difícil em relação a mim.
— Eu olho para o meu... Filho. Sua força, sua bondade, seu brilho que esplandece por fora dele e isso só enche aquela esperança aquela fé mais do que nunca. Como poderia não haver algo mais para alguém como Edward? - Bella assentiu.
— Mas se eu acreditasse no que ele acredita... Se você acreditasse no que ele acredita. Você poderia tirar a alma dele? - Bella torceu os labios. - Você vê o problema. - Ela assentiu.
— É minha escolha. - Bella falou.
— E dele também. - Ela ergueu a mão impedindo ela de discutir. - Ele será responsável por fazer isso com você.
— Ele não é o único que pode fazer isso. - Carlisle riu.
— Oh, não! Você vai ter que acertar isso com ele. - Ele suspirou. - É dessa parte que eu nunca tenho certeza. Eu acho na maioria das maneiras que eu fiz o melhor com o que eu tinha. Mas será que foi certo impor os outros a esse tipo de vida? Eu não consigo decidir.
— Pai, eles iriam morrer. - Sarah falou abraçando ele por tras. - Assim como nós. Iriamos morrer se você não tivesse nos achado.
— E você não teve essa ideia sozinho. Então em parte não é sua culpa. - Camille falou sorrindo.
— Como assim? - Perguntei interessada.
Sera que foi Lucille?
— Foi a mãe de Edward que fez minha cabeça. - Carlisle comentou.
— A mãe dele? - Bella perguntou.
— Sim. O nome dela era Elizabeth. Elizabeth Masen. O pai dele, Edward pai, nunca recobrou a consciência no hospital. Ele morreu no primeiro ataque da Gripe. Mas Elizabeth estava alerta até quase o final. Edward se parece muito com ela o mesmo estranho tom de bronze do cabelo e os olhos eram exatamente do mesmo tom de verde.
— Os olhos dele eram verdes?
— Sim... Elizabeth estava obsessivamente preocupada com o filho. Ela acabou com as próprias chances que tinha de viver por ter ficado como enfermeira dele no leito. Eu esperava que ele morresse primeiro ele estava muito pior do que ela. Quando o fim chegou pra ela, foi muito rápido. Foi logo depois do pôr do sol e eu cheguei pra aliviar os médicos que haviam trabalhado o dia inteiro. Essa era uma péssima hora pra fingir havia tanto trabalho pra ser feito e eu não precisava de mais nada. Como eu odiava voltar pra minha casa, me esconder no escuro e fingir que estava dormindo quando havia tantas pessoas morrendo!
"Eu fui checar Elizabeth e seu filho primeiro. Eu acabei me apegando; sempre uma coisa perigosa a se fazer levando em conta a natureza frágil dos humanos. Eu podia ver que ela havia piorado. A febre estava fora de controle e o seu corpo estava fraco demais pra continuar lutando. Porém, ela não parecia fraca quando olhou pra mim na sua maca. “Salve ele!”, ela me comandou com uma voz rouca que era tudo o que a garganta dela conseguia. “Eu farei tudo em meu poder”, eu prometi, pegando a mão dela. A febre dela estava tão alta que eu acho que ela nem podia sentir o quanto a minha era sobrenaturalmente fria. Tudo era muito frio para a pele dela. “Deve fazer isso” , ela insistiu, apertando minha mão com tanta força que eu até cheguei a imaginar se ela não superaria a crise no final. Os olhos dela estavam duros como pedras como esmeraldas. “Você deve fazer qualquer coisa sobre o seu poder. O que os outros não podem fazer é isso que você deve fazer pelo meu Edward”. Isso me assustou. Ela me olhou com aqueles olhos penetrantes e por um instante eu tive certeza de que ela sabia o meu segredo. E então a febre tomou conta dela e ela nunca mais recobrou a consciência. Ela morreu uma hora depois de fazer o seu pedido. Eu havia passado décadas considerando a ideia de criar alguma companhia pra mim. Só outra criatura que me conhecesse de verdade, pra que eu não precisasse fingir ser o que não era. Mas eu não podia justificar isso pra mim mesmo fazer com alguém o que havia sido feito comigo. Lá estava Edward morrendo. Era claro que ele só tinha mais algumas horas. Ao lado dele a mãe, seu rosto de certa forma ainda não estava em paz, nem na morte.
"As palavras de Elizabeth ecoavam na minha mente. Como ela podia ter adivinhado o que eu fazia? Será que alguém realmente poderia querer isso pra um filho? Eu olhei pra Edward. Doente como estava, ele ainda era lindo. Havia algo puro e bom em seu rosto. O tipo de rosto que eu queria que meu filho tivesse. Depois de todos aqueles anos de indecisão eu simplesmente agi num impulso. Eu levei a sua mãe para o necrotério antes e depois voltei para pegá-lo. Ninguém percebeu que ele ainda estava respirando. Não havia mãos suficientes, olhos suficientes pra dar conta de metade do que os pacientes precisavam. O necrotério estava vazio- de vivos pelo menos. Eu o roubei pela porta traseira e o carreguei pelos telhados até a minha casa. Eu não tinha certeza do que precisava ser feito. Eu me preparei pra recriar as mesmas feridas que eu mesmo havia recebido, tantos séculos atrás em Londres. Eu me senti mal por isso depois. Foi mais doloroso e mais demorado do que precisava ter sido. Eu não estava arrependido, todavia. Eu nunca lamentei ter salvado Edward. - Ele balançou a cabeça depois sorriu. - Eu acho que devia te levar pra casa agora.
— Eu faço isso. - Edward falou.
— Carlisle pode me levar. - Bella falou olhando para a propria camiseta manchada de sangue. - Ou Will.
— Eu estou bem. - Edward falou. - Você vai precisar se trocar de qualquer jeito. Você vai fazer Charlie ter um ataque do coração desse jeito. Eu vou pedir pra Alice te dar alguma coisa. - Ele saiu pela porta da cozinha de novo.
— Ele está muito chateado. - Bella comentou.
— Sim. - Carlisle falou. - Essa noite era exatamente o tipo de coisa que ele mais temia. Você ser colocada em risco devido ao que somos.
— Isso não é culpa dele.
— E nem sua.
— Lizzie? - Me virei para Will que tinha se aproximado. - Vamos?
— Eu posso dar uma palavrinha com Carlisle? - Ele assentiu. - E eu vou trocar de roupa.
— Sobre o que quer conversar? - Carlisle perguntou.
— No escritorio pode ser?
— É claro. - Ele falou.
Lancei um olhar para Bella depois segui Carlisle pelas escadas.
— Tudo bem? - Carlisle perguntou assim que entramos no escritorio.
— Me dei conta que você sabe mais sobre Will. Então eu poderia falar com você sobre ele? - Ele assentiu.
Me sentei e cruzei as pernas, passei a mão na mesa meio sem saber por onde começar.
— Foi Lucille que transformou ele?
— Sim.
— Por que sou igual a ela?
— Isso não sabemos. - Ele comentou. - Alice previu que você viria para a cidade. Willian não acreditou na semelhança. Então o choque foi grande quando vocês se encontraram na escola. É claro que em parte vocês são diferentes por que seu lado humano prevalece. Se Lucille fosse humana vocês seriam identicas. Ele ficou transtornado. Foi dificil convence-lo de que você não tinha nada a ver com o passado. Não acredito em reencarnações e você nem poderia ser uma. Lucille morreu ha muito tempo. E você tem 17 anos. Não sabemos qual a ligação ate por que Lucille era italiana. Nasceu, cresceu e "morreu" na Italia. Seu sobrenome era Salvatore.
— Salvação. - Murmurei e ele assentiu.
— Ela devia ter uns 5 seculos de vida ou mais. Nunca sabemos ao certo ate por que ela não gostava de falar sobre isso. Ela não comentava sobre as coisas que fez quando estava na guarda. Nem mesmo como Aro a encontrou. Talvez fosse da epoca da caça as bruxas. - Ele deu de ombros.
— Ele era feliz?
— Sim. - Carlisle respondeu sem pestanejar depois sorriu e se inclinou sobre a mesa para segurar a minha mão. - Mas eu não via o brilho que vejo no olhar dele agora.
— Isso não altera o fato dele ama-la.
— Você não devia se preocupar com isso.
— Eu sei, mas eu sempre serei a copia da vampira morta dele. É... Estranho. No começo eu achei que poderia lidar com isso. Mas quando entro no quarto dele e observo as fotos dos dois.... - Suspirei.
— Devia conversar sobre isso com ele.
— Conversar o que? Que eu tenho ciume? Que eu me sinto inferior? - Carlisle sorriu.
— É isso que ele mais ama em você. Sua humanidade. Você é tudo que ela nunca foi. Agora eu acho que você devia ir. Esta tarde. - Assenti.
— Obrigada. - Falei antes de sair do escritorio dele.
Fui ate o quarto de Will e troquei de roupa rapidamente, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo despojado e tirei a maquiagem antes de sair.
Will estava me esperando na porta, me despedi de Esme e das meninas e seguimos para a rua.
— É muito ruim? - Perguntei para Will enquanto ele dirigia me levando para a casa.
Seus labios apertaram em uma linha reta e seus olhos azuis ficaram olhando a estrada a frente.
— Muito ruim. - Murmurei.
Will estacionou na frente da casa e nós descemos do carro, antes que ele pudesse ir para o meu quarto eu o barrei abraçando a sua cintura.
— Tudo bem?
— Estou com um mau pressentimento.
— Esta tudo bem.
— Promete? - Perguntei encarando seus olhos e ele suspirou olhando para a janela do meu quarto. - Promete!
— Lizzie, esta tudo bem!
— Me diz que o que aconteceu hoje não vai alterar nada no nosso relacionamento!
— Não vai. - Ele murmurou. - Não seja boba.
— E você não seja chato. Sei que esta acontecendo alguma coisa. E é ruim!
— Lizzie, vai ficar tudo bem. Eu prometo. - Ele beijou minha testa antes de se afastar e sumir da minha frente.
Lancei um olhar para janela aberta a cortina balançando com o vento. Bella estava no quarto com Edward. E Charlie ainda estava assistindo ao jogo. Suspirei.
Agora mais do que nunca eu precisava ler a mentes dos vampiros.
Fechei os olhos e massageei as minhas temporas antes de entrar na casa.
Os dias que se seguiriam seriam longos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imortal 2: Abandonada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.