Christmas Carol escrita por CrazyCullen


Capítulo 3
Alice & Jasper


Notas iniciais do capítulo

Sinopse: O que você faria se o destino lhe desse uma segunda chance para salvar o amor da sua vida?



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"- Às vezes sinto falta de mim.
— Eu também, menina.
— Sente falta de si?
— Não, de você. E dói.
[Silêncio]
— Me abraça?
— Sempre!"

Caio Fernando de Abreu.

Trilha: Memories in my eyes - Yiruma

youtube.com/watch?v=2aarRZwT7Gs

10 de outubro de 2008

"Jasper, você tem noção do que você está me pedindo? Se alguém descobre você pode perder sua licença, a clínica pode ser fechada."

"Eu sei Aro, mas eu prometo que serei discreto."

"Eu não sei. São muitos os riscos, meu rapaz."

"Eu pensei que entre todas as pessoas você seria aquele que me ajudaria sem nem pensar. Eu achei que você me entenderia. Ela é a única razão pela qual eu me especializei em psiquiatria, Aro. Assim como você."

Eu sabia que era golpe baixo trazer a memória de Gianna à tona, mas você poderia culpar um jovem desesperado? Eu seria capaz de qualquer coisa para continuar ali, para ajudar a garota que eu amava, como ele fizera um dia. Eu era o único que poderia ajudar Alice, e Aro sabia disso.

"Tudo bem." – ele disse por entre um suspiro. "Eu vou permitir que você seja o médico da Alice daqui pra frente e que suspenda o tratamento com eletroconvulsoterapia por um tempo, mas por favor, seja discreto quanto ao que você sente por ela e ao passado de vocês."

"Não se preocupe Aro, você tem a minha palavra."

Eu já me preparava para sair de seu escritório para começar a me preparar para os meus próximos passos, mas a voz de Aro me fez parar novamente.

"Sabe eu sei exatamente o que você está sentindo nesse momento, os planos que está fazendo em sua cabeça. Mas já que você citou Gianna, eu me sinto no direito de te dizer algumas coisas também. Não se permita criar falsas esperanças, Jasper. Você é novo e ainda tem muito o que viver. Ainda pode se apaixonar inúmeras vezes e, na sua idade, todas serão a mulher da sua vida, pelo menos enquanto durar. Não se sinta obrigado a estar em uma relação como essa. Pense se realmente vale a pena perder os melhores anos da sua vida em algo que pode ser uma causa perdida."

"Obrigado Aro, mas Alice é minha vida e eu já a fiz esperar demais."

20 de março de 2000

"Não aguento mais essa cidade, Jazz. Não aguento mais as pessoas me olhando como se eu fosse uma maluca. Nem meus pais conseguem esconder que se sentem desconfortáveis ao meu lado."

Estávamos como sempre sentados nos balanços no fundo da casa dos meus pais. Aquele era o nosso lugar preferido, desde quando éramos crianças. Naquela época podíamos ficar ali, balançando por horas, olhando para as montanhas que despontavam no horizonte e imaginando como seria nossa vida no futuro. Futuro que estava agora bem diante de nós, batendo à nossa porta, esperando apenas que nos jogássemos de cabeça.

"Calma, Ali. Em menos de uma semana estaremos na Califórnia, juntos, começando uma vida nova."

"Não sei, eu..."

Seu silêncio incomum no meio da frase me fez encará-la imediatamente e seu olhar perdido, fixo encarando o nada não deveria mais me surpreender, mas mesmo não querendo confessar, aquilo sempre me assustava.

"Ali, o que foi? O que você está vendo?"

Ela continuou em silêncio mais um tempo até que, de repente, como se nada tivesse acontecido voltou a me olhar, embora eu pudesse notar que seus olhos evitavam os meus enquanto ela se punha de pé, ajeitando a saia.

"Eu... eu tenho que ir."

"Alice espere, o que foi, o que aconteceu?"

"Eu tenho que ir. Mas nunca se esqueça Jazz, eu te amo."

22 de março de 2000

Algo não estava certo. Alice nunca ficava mais de algumas horas sem me ligar ou me mandar mensagem, e eu já estava há quase dois dias sem nenhuma notícia. E, pra piorar ainda mais, seu celular só dava caixa postal. Eu não conseguia tirar a imagem dos seus olhos na última noite em que estivemos juntos, quando ela se despediu. Eles pareciam conter uma dor sufocante e aquilo era o que mais doía em mim. O que será que ela vira que causara aquilo? Eu precisava descobrir.

Sem querer perder mais tempo peguei minha moto e em poucos minutos estava estacionando na frente da casa dos seus pais. Como já me acostumara a fazer, peguei a chave reserva que ficava perto da porta dos fundos e entrei, chamando por alguém.

Cozinha, sala de estar, copa, biblioteca... não havia ninguém em lugar algum. Ainda esperando encontrar algo, fui subindo as escadas rumo ao quarto de Alice, e ao abrir a porta estanquei. A maioria de suas coisas estava quebrada no chão, gavetas reviradas, cama totalmente desfeita. Eu podia imaginar minha pequena tendo uma síncope se visse seu quarto naquele estado. O que teria ocasionado aquilo? Estava prestes a tirar meu celular do bolso e chamar o Chefe Swan, quando um envelope caído perto da porta chamou minha atenção. Havia meu nome nele. Era fácil reconhecer a caligrafia de Alice, embora as letras estivessem um pouco tremidas, como se ela tivesse escrito com pressa ou sob uma carga emocional muito grande. Talvez, ambas as coisas. Sem esperar mais um segundo sequer, me abaixei, abrindo o envelope.

Meu querido,

por favor, não me odeie por não ter te contado mais cedo, quando eu vi a decisão que meus pais haviam tomado. Eu sabia que você não aceitaria e apenas quis protegê-lo, afinal, ainda somos menores de idade e nada poderíamos fazer para lutar contra a decisão deles.

O que me conforta é saber que pelo menos você sempre acreditou e confiou em mim e, diferente dos outros – até mesmo dos meus próprios pais – nunca me achou louca ou demonstrou ter medo das minhas visões. Eu sou muito grata por tudo o que você me ensinou, por todos os momentos que passamos juntos e por, pelo menos ao seu lado, ter podido me sentir normal.

Nossos planos e sonhos conjuntos terminam por aqui, mas eu te imploro que não abra mão dos seus por mim. Tenho certeza que você ainda vai ser um cardiologista pediátrico famoso, revolucionando a medicina. Você sempre foi o mais inteligente entre nós. Por favor, continue sua vida como se nada nunca tivesse acontecido e, com o passar dos anos, eu me tornarei apenas uma lembrança daquelas que já estão tão borradas pelo tempo que não sabemos ao certo se são reais ou apenas frutos da nossa imaginação.

Enquanto isso, seu sorriso e seu olhar compassivo seguem comigo e eu sei que será deles que eu tirarei forças para aguentar o que me espera. Você sempre teve o dom de me acalmar mesmo de longe, e é nessa certeza que eu me agarro.

Amo você acima de qualquer coisa, e estarei sempre mais perto do que você imagina.

Sempre.

Com amor, Alice.

09 de outubro de 2008

"Dr. Whitlock?"

"Sim Victoria."

"O Dr. Biers teve um imprevisto e não vai poder vir hoje. Ele pediu para ver se você poderia dar uma olhada nos pacientes dele."

"Claro. Eu vou fazer a ronda dos meus pacientes agora. Por favor, coloque as fichas dos pacientes do Dr. Biers na minha mesa e eu cuidarei deles em seguida."

"Obrigada. Dr."

:-:-:

Eu estava feliz ali, no UCLA Medical Center. Aro fora meu professor durante a residência, junto com a doutora Shapiro, e quando ele me chamou para integrar a equipe da clínica eu não pensei duas vezes. Apesar de nunca ter pensado em fazer psiquiatria antes de tudo aquilo acontecer, eu me sentia realizado. Nada poderia valer mais do que ver o progresso no quadro dos meus pacientes. Eu sabia como eles se sentiam, eu podia ver a tristeza em seus olhares e tentava, ao máximo, passar tranquilidade ao me aproximar deles. Era disso que eles precisavam, de alguém que olhasse para eles como pessoas, e não como aberrações. A maioria ali era considerada louca pela família e pela sociedade e acabavam largados quando, na verdade, boa parte deles passava apenas por algum tipo de distúrbio tratável. A indiferença e o abandono é que acabavam agravando o quadro em alguns casos.

Depois de passar na cozinha para pegar uma xícara de café fumegante, me encaminhei para a minha sala onde Victoria já havia deixado as fichas dos pacientes do Dr. Biers, como eu pedira. Eu não tinha muito contato com Riley, apenas aquela coisa normal de trabalho. Ele já era bem mais velho e, até onde eu sabia, bem mais conservador do que eu no quesito tratamento.

Eram apenas três pacientes. O primeiro, Eliezer Denali, sofria de Síndrome de Borderline sob controle com o uso dos medicamentos, mas ele se recusava terminantemente a falar durante as sessões de psicoterapia.

Elizabeth Masen sofria de Síndrome de Cotard, felizmente ainda em estágio não muito grave, tendo apenas crises de desespero. Aquela era uma das doenças mais tristes que eu já vira, quando o paciente começa a acreditar que está morto e que tudo o que vê não passa de ilusão, chegando muitas vezes a sentir o cheiro de sua própria carne apodrecendo. Seu tratamento consistia em antidepressivos e eletroconvulsoterapia. Eu era absolutamente contra o tratamento com choque, mas como não era seu médico, então não havia nada que eu pudesse fazer.

Assim que abri a pasta contendo a ficha da última paciente do dia, senti tudo à minha volta girar e demorei alguns instantes para perceber que o choro compulsivo que eu ouvia vinha de mim mesmo. Depois de alguns segundos repetindo internamente que eu precisava me acalmar, peguei a ficha e comecei a ler.

A paciente Mary Alice Brandon deu entrada neste hospital na madrugada do dia 21 de março do ano 2000, tendo então 17 anos, trazida por seus pais que relatavam que a menina dizia ter visões. A paciente se mostrava agressiva e à beira da histeria, sendo então medicada com um sedativo e levada para o quarto de número 205.

Nos três primeiros dias que se seguiram à sua internação a paciente se recusou a ingerir qualquer tipo de alimento, tendo que ser, por fim, colocada no soro, para não sofrer de desidratação.

Aos poucos a paciente foi se adaptando à rotina da clínica, mas sempre se mantendo isolada em seu quarto e se recusando a falar durante as sessões de terapia ou a participar de qualquer atividade que envolvesse mais pessoas. Às vezes passava horas com o olhar fixo, como se estivesse em algum outro lugar, mas sempre se recusava a falar sobre o assunto. Claramente apresentando sinais de depressão, a paciente passou a ser medicada com antidepressivos, além de continuar com a sessão de terapia três vezes por semana, embora ela se recusasse a falar qualquer coisa.

Mesmo medicada, seu quadro não parecia regredir nem avançar, com exceção das vezes em que seus pais vinham visitá-la, o que sempre parecia deixar a paciente em um nível extremo de ansiedade.

Em março de 2005 a paciente acordou gritando muito e se debatendo. Quando as enfermeiras chegaram ao seu quarto, ela tinha os olhos fixos e chorava compulsivamente enquanto gritava coisas desconexas: "não, não faça isso, Jazz. Eu te pedi que não mudasse sua vida por mim. Não faça isso." Não restando mais dúvidas de que a paciente sofre de esquizofrenia, seu tratamento foi alterado, passando a ser consistido de antipsicóticos, eletroconvulsoterapia, terapia ocupacional e a manutenção da psicoterapia. E este vem dando resultados.

Mary Alice Brandon ainda se recusa a falar durante as sessões de psicoterapia, mas nestes últimos três anos não apresentou mais nenhum surto alucinógeno e vem mostrando progressos na terapia ocupacional onde se mostra habilidosa com os trabalhos manuais, principalmente a costura.

Eletroconvulsoterapia? Antipsicóticos? O que estavam fazendo com a minha pequena? Sem querer perder mais nem um segundo sequer corri em direção ao quarto 205, parando apenas quando já estava com a mão na maçaneta, respirando fundo antes de girá-la. Eu estava preparado para o que encontraria ali dentro?

Não, eu não estava. Alice estava sentada próxima à janela, seu olhar perdido encarando o horizonte enquanto penteava os cabelos de uma boneca de pano e cantarolava uma canção. Senti meu coração batendo mais forte ao me dar conta de qual era a melodia, Memories in my eyes, do Yiruma. Eu sempre tocava aquela música para ela. Mas toda e qualquer esperança se esvaiu quando ela se virou e tudo o que eu vi foi medo.

"Alice?" – chamei enquanto fechava a porta atrás de mim.

Seus olhos repousaram sobre mim, mas ao invés de me responder ou abrir o sorriso com que sempre me recebera no passado, a pequena mulher à minha frente apenas se encolheu ainda mais, apertando a boneca com força em seus braços enquanto alterava a voz, cantarolando ainda mais alto.

"Alice, está tudo bem, eu não vou te fazer mal."

Por favor, acredite em mim, eu nunca poderia te fazer mal.

"Eu te conheço?" – ela perguntou de repente, encarando-me intensamente, a boneca ainda presa com força em seus braços.

Tentando conter a dor que aquela pergunta e o estado atual dela me causavam, apenas me abaixei, me sentando à sua frente, mantendo uma distância em que ela pudesse se sentir confortável entre nós.

"Eu sou o Dr. Whitlock e estou substituindo o Dr. Biers."

"Whitlock... Whitlock..." – ela repetia enquanto eu implorava silenciosamente para que ela pudesse se lembrar.

"Sim, mas você tem o direito de me chamar de Jasper. Será nosso pequeno segredo, combinado?" – perguntei piscando para ela.

Um pequeno sorriso ameaçou se abrir, mas ela logo o engoliu, me encarando novamente, parecendo desconfiada.

"Você não vai me dar choque, não é?"

"Não, claro que não."

"Eu não gosto dos choques. Eles me deixam confusa e minha cabeça sempre dói depois deles."

"Não se preocupe, eu não irei te dar choque. E irei conversar com o dono daqui para ver se paramos de vez com esse tratamento. Existem outras formas de tratar você."

Ela voltou a encarar o horizonte, em silêncio enquanto eu tentava absorver cada detalhe que eu via. Ela não havia mudado muito em termos físicos, mas era visível o quanto seu emocional estava em frangalhos.

"Você quer conhecer meus amigos?" – ela perguntou de repente, me olhando com expectativa.

"Claro."

"Esta é a Bella." – ela disse apontando para a boneca. "E aquele urso em cima da minha cama é o Jazz. É ele quem me protege toda noite e impede que os pesadelos venham."

Se antes eu estava sentindo vontade de chorar, agora eu precisei fechar meus olhos com força e respirar fundo para não desmoronar na sua frente. Bella havia sido sua melhor amiga na escola – para não dizer a única amiga -, e Jazz era a forma como ela sempre me chamara. De certa forma, mesmo sem saber direito, ela nos mantivera por perto, como dissera que faria.

31 de dezembro de 2012

"Como ela está?" – perguntei assim que cheguei ao posto de enfermagem no segundo andar.

"Ansiosa." – Carmen respondeu enquanto me dava um sorriso quase maternal. "Não muito diferente de você, pelo o que eu posso ver."

Desde que Aro me permitira assumir o caso de Alice, eu interrompi imediatamente a terapia com choque e fui aos poucos tirando também os antipsicóticos, substituindo seu tratamento pela EMDR*, o que apresentara ótimos resultados para sua amnésia seletiva. De alguma forma, Alice resolvera bloquear tudo o que lhe trazia sofrimento; assim, ela se recusava a falar com os pais e apagou o passado que vivera e do qual eles lhe privaram ao prenderem-na naquela clínica.

Não foi fácil, e se foi doloroso para mim vê-la se lembrar aos poucos e sofrer com cada lembrança, a dor foi muito maior nela. A partir do momento em que sua memória foi voltando, eu a encaminhei para a psicoterapia com a Dra. Shapiro. Eu sabia que ela se sentiria melhor falando com uma médica mulher e eu já estava quebrando muitas regras éticas para ainda continuar sendo o seu terapeuta.

Na primeira vez em que se lembrou de mim e do passado que havíamos compartilhado, ela se atirou em meus braços chorando e me agradecendo por não ter desistido dela. Como se fosse humanamente possível desistir da minha própria vida. Permanecemos assim por algumas horas até que Carmen entrou no quarto para lhe dar seu ansiolítico e acabou se tornando cúmplice do nosso segredo.

E hoje, 12 anos após ela ter sido levada de mim, era a minha vez de levá-la embora – para a nossa vida juntos, longe de tratamentos abusivos e memórias dolorosas. Finalmente havia chegado o dia em que o amor da minha vida fora autorizado a partir comigo, livre para compartilharmos a vida que nos havia sido ávamos simplesmente voltando para casa, juntos. Não seria fácil voltar para nossa cidade, rever pessoas e lugares que causaram tanta dor, mas a própria Alice me pedira isso. Segundo ela, ela precisava voltar e encarar os seus medos e, principalmente, mostrar para todos que ela não era maluca como eles pensavam e sim que ela era alguém forte, capaz de passar por todo aquele sofrimento e vencer. E eu estaria ao seu lado, pronto para ser o porto seguro quando ela precisasse, e para nunca mais sair do seu lado, como havíamos planejado inúmeras vezes antes.

Ao entrar no quarto, Alice estava exatamente como eu a vira no primeiro dia em que entrara ali. Sentada perto da janela, encarando o nada com a boneca apertada em seus braços. Mas quando seus olhos se prenderam nos meus ao invés de medo e vazio, tudo o que eu encontrei foi expectativa.

"E então?" – perguntou apertando ainda mais a boneca.

"Pronta pra ir?" – perguntei, respondendo sua pergunta com outra indagação enquanto abria meu maior sorriso em anos.

Sem qualquer palavra e sem se preocupar em esconder sua emoção, Alice se jogou em meus braços, me envolvendo com força.

"Eu senti tanta saudade, Jazz. Sempre senti que faltava algo, mesmo quando eu não conseguia me dar conta do quê."

"Eu nunca fiquei um único dia sem pensar em você, Ali. Me perdoe por ter demorado tanto para te encontrar e por ter permitido que você tivesse que passar por tudo isso."

"Shhh, vai ficar tudo bem." – ela disse me dando um selinho rápido.

"Eu sei que vai. Estamos juntos agora e isso é tudo o que importa."

"Me abraça forte, Jazz."

"Sempre."

FIM


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