Jily - Ignore The End escrita por Blank Space


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

OIEEE GENTEEEEE! Como vocês estão?? Espero que bem!! ❤
Matei todo mundo do coração no último capítulo né?? KKKKK Podem deixar que eu não vou me demorar ❤ Fiz esse capítulo porque vai ser muito importante vocês conhecerem mais sobre o passado do nosso amorzinho Remus ❤ Espero que gostem! ❤
Obrigada a todos pelos comentários, favoritos, acompanhamentos e recomendações! Vocês são incríveis! ❤
TESTE BUZZFED: https://t.co/JZN8qvYNgC?amp=1
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Só digo que aos poucos eu to adicionando mais músicas a playlist, espero que vocês gostem ❤
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Nos vemos lá embaixo!!



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Remus Lupin era um garoto assustado. Pela primeira vez em sete anos estava indo para longe de casa, longe de seus pais. Estava indo para Hogwarts, com seus onze anos para estudar e se tornar um verdadeiro bruxo, não poderia estar mais feliz.

Feliz em partes.

Sua mãe parecia prestes a explodir de ansiedade e preocupação, mas não por ele, pelos outros alunos, enquanto seu pai repetia pela décima vez que ele nunca, em hipótese alguma, deveria contar aos outros alunos sobre sua condição.

 Apesar de tudo, ele entendia os dois e os amava acima de tudo. Também estava com medo de que alguém descobrisse a verdade sobre ele, mas acima de tudo estava com medo de machucar um aluno e decepcionar Albus Dumbledore, o diretor que havia acreditado nele.

—Você pode ser um bruxo extraordinário, Remus. Vejo isso em você. –Ele lhe disse em uma das visitas que fez a sua casa.

Era a primeira pessoa a acreditar que ele podia fazer algo grande, como ir à escola e realmente aprender a usar magia. Seus pais haviam desistido deste sonho há muito tempo, na noite em que encontraram o pequeno menino de quatro anos chorando em seu quarto com uma mordida de lobisomem em seu braço.

Ele ainda carregava aquela cicatriz e com ela várias outras surgiram.

Lupin se sentou em um vagão sozinho e tirou seu livro favorito. Como sua mãe o impedia de se aproximar das outras crianças, ele sempre levava um livro consigo, assim nunca ficaria entediado. E também, de acordo com as instruções que recebera dos pais, seria mais fácil manter tudo em sigilo se ele não se apegasse a ninguém.

Fazer amigos seria um problema, eles disseram.

—Ei, você. –Uma menina loira disse na porta da cabine, chamando sua atenção. Ela estava acompanhada de uma outra garota de cabelos castanhos. –Podemos sentar aqui?

—C-claro. –Murmurou e as duas sorriram em agradecimento, sentando-se diante dele no outro banco.

—Meu nome é Marlene McKinnon, essa é a Dorcas Meadowes, somos alunas novas.

—Oi. –A outra disse, sorrindo timidamente.

—Eu sou o Remus Lupin.

A menina morena era mais quieta, ele percebeu, enquanto a loira falou durante todo o caminho, contando sobre o que esperava da escola e o quanto estava animada para saber em que casa estaria. Ele guardou seu livro e ouviu atentamente as histórias que ela tinha para contar.

Quando chegou a escola, foi selecionado para a Grifinória e depois do jantar foi levado até a sala do diretor. Dumbledore o tratava de maneira diferente do que ele estava acostumado, o que era estranho considerando que ele sabia o que ele era. O diretor parecia não ver nada além de uma criança e Remus nunca fora apenas isso, pelo menos não em muito tempo.

O professor explicou pacientemente como as coisas ocorreriam na lua cheia e o apresentou a enfermeira da escola, Madame Pomfrey. A mulher cuidaria dele após a transformação e também o ajudaria com o mal-estar que a antecedia. Ele não poderia ser mais grato.

Um pouco atrasado ele foi em direção aos dormitórios e não demorou a encontrar o seu. Ficou receoso ao ver os nomes de outros três alunos na porta, mas entrou mesmo assim. O que faria se eles percebessem?

—Este lugar é incrível! Já pensou em tudo o que podemos fazer nesses sete anos aqui? –Um menino de cabelos bagunçados e óculos disse, animado. Ele estava em pé em cima de uma das camas e falava olhando para os outros dois: um menino de cabelos longos que parecia preocupado e o outro gordinho bastante assustado.

—Você deve ser o menino que faltava. –O garoto de cabelos longos disse. O de óculos desceu da cama com um pulo e andou até estar na frente dele, sendo acompanhado pelos outros.

—Meu nome é James Potter, estes são Sirius Black e Peter Pettigrew. Seremos seus colegas de quarto.

—Remus Lupin. –Respondeu, apertando a mão que James estendia.

—E então, Lupin, o que está achando do castelo? –O de óculos perguntou.

—Enorme? –Ele murmurou, incerto do que dizer.

—É, é enorme mesmo. Devíamos explorar.

—Vamos! –Black falou, animado.

—Os professores ainda estão nos corredores, junto com os monitores. –Peter avisou e o os dois fizeram uma careta.

—Já sei, arrumamos nossas coisas hoje e amanhã à noite saímos. O que acham?

—Perigoso. –Pettigrew falou, fazendo-o revirar os olhos.

—Se quiser pode ficar, nós três vamos. –James deu de ombros.

—Nós três? –Remus arqueou as sobrancelhas.

—Ah, qual é, não quer descobrir as passagens secretas que tem aqui? Meu pai disse que encontrou uma que levava a Dedos de Mel!

—É, acho que vai ser legal. –O menino se deu por vencido. Ele realmente estava curioso a respeito das passagens e amava os doces da Dedos de Mel que sua mãe trazia. Ele nunca havia ido até a loja, seria uma boa oportunidade para conhecê-la.

Os meninos continuaram conversando enquanto escolhiam as camas e ele apenas observava, tentando manter-se afastado, embora fosse impossível se calar as vezes. Sua cama era próxima a janela, lhe dando uma boa visão da floresta e da lua que, ao mesmo tempo em que lhe despertava certo fascínio, também fazia um grande medo crescer dentro de si, mas Remus achou melhor não dizer nada aos outros.

—Ei, Remus? –Black chamou, tirando sua atenção da janela. –Que marcas são essas nos seus braços?

—Ahn... não é nada. –Respondeu rápido, descendo as mangas da blusa para cobrí-las.

—Seus pais te bateram? –Ele perguntou e por um momento ele sentiu que o menino não perguntava apenas por curiosidade. Era quase como se ele soubesse como era.

—Não, eu só... Um cachorro me mordeu quando eu tinha quatro anos. Eu quase morri.

—Legal. –Sirius disse. –Ei, sabia que a minha família faz parte dos “Sagrados vinte e oito”?

—Sagrados vinte e oito? –Peter perguntou.

—Também não sei o que significa, ouvi meu pai dizendo uma vez, mas se tem a palavra “sagrados” deve ser algo legal, não?

A primeira lua cheia na escola lhe rendeu novas cicatrizes e conforme elas foram acontecendo, os garotos com quem dividia o quarto ficavam mais curiosos. Você tem que sair de novo? Sua mãe está doente outra vez? Ele estava achando cada vez mais difícil mentir, mas não podia deixá-los saber a verdade. Pela primeira vez tinha amigos e não queria perdê-los porque uma vez por mês se transformava em um monstro.

Até que, em seu segundo ano, após voltar ao quarto depois de um passeio pela escola a noite sob a capa de Potter, eles finalmente receberam uma confirmação. O grupo entrou no quarto rindo de como Filch pulava para tentar pegar Madame Nor-r-ra depois que haviam usado na gata um feitiço que a fez andar pelo teto e ela decidiu dormir lá.

—Viu a cara dele? –Peter gargalhou alto.

—Por quanto tempo vocês acham que ele vai continuar pulando? –Sirius perguntou. 

—A noite toda. –Remus respondeu, secando as lágrimas dos olhos.

Os quatro se arrumaram para dormir e, quando as luzes se apagaram, Potter falou alguma coisa. Ele estava quieto desde antes de saírem e, Lupin, notou, ele andava um pouco estranho desde que mentira três dias antes sobre ir ver sua mãe mais uma vez.

—Ei, Remus, nós somos amigos, certo? –Perguntou.

—É claro que somos. –Ele respondeu. –Vocês são os meus melhores amigos.

—Então quando vai nos contar que é um lobisomem? –Potter cruzou os braços.

—Nós prometemos fingir surpresa. –Black acrescentou.

—O quê? –Lupin arregalou os olhos.

—Nós sabemos a verdade, Remus. –Pettigrew murmurou.

—C-como...?

—Você é um péssimo mentiroso e nós seguimos você na última lua cheia. Por que não nos contou?

—E-eu sinto muito... James, por favor, eu não queria que vocês... –Os olhos dele foram se enchendo de lágrimas. –Eu não queria assustá-los! Droga, é a primeira vez que eu tenho amigos e... –O menino de doze anos secou os olhos inutilmente e respirou fundo, sentindo um aperto no peito. –Eu entendo como vocês estão se sentindo. Vou falar com Dumbledore amanhã.

—Vai falar o quê?

—O que vocês quiserem, Sirius. Mudar de quarto ou sair da escola, vocês escolhem.

—Mas nós não queremos nada disso.

—Não? –Ele olhou para Peter com surpresa.

—Não. De onde tirou essa ideia?

—Eu sou um monstro.

—Não exagere.

—Eu não estou exagerando, James, estou dizendo exatamente o que eu sou.

—Está sendo dramático. –Peter murmurou.

—O que estão dizendo? Que não vão me expulsar?

—Claro que não vamos te expulsar. Por que faríamos isso?

—Porque eu sou perigoso. –Remus olhou para Sirius como se fosse óbvio.

—Remus, você passa as suas gravatas. –James disse. Ele e os outros se levantaram e se sentaram na cama do amigo. –Me desculpe se não estou tremendo por sua causa.

—Então vocês não estão com medo? –Perguntou, confuso.

—Você realmente passa as suas gravatas. –Black falou.

—O que minhas gravatas têm a ver com isso?

—O que não teriam? –Peter questionou.

—Mas todo mundo odeia lobisomens. Quero dizer, eu poderia machucar vocês! Transformar vocês!

—Minha mãe sempre disse que eu não sou todo mundo.

E depois do que James disse tudo o que Remus conseguiu fazer foi arregalar os olhos. Como aquilo estava acontecendo? Em sua mente sempre teve medo de que eles descobrissem a verdade e o expulsassem de lá. Ele não queria perder seus melhores e únicos amigos por ser um monstro e sabia que perderia se eles soubessem a verdade. Ou pelo menos foi para o que sempre se preparou caso acontecesse.

Eles permaneceram ao seu lado e aquela amizade se tornou ainda mais firme. Havia se livrado do fardo que era mentir para eles e na lua cheia seguinte, contou aonde realmente estava indo e explicou sobre a casa dos gritos. Eles acharam incrível.

Ao acordar na enfermaria, pela primeira vez não havia apenas Madame Pomfrey esperando por ele. Os três grifinórios estavam lá com vários doces que, embora ninguém conseguisse explicar como eles haviam conseguido, Remus sabia que eles haviam pegado na Dedos de Mel.

—Bom dia, princesa. –Black disse, com um sorriso.

—Como você está se sentindo? –Pettigrew perguntou.

—Nós trouxemos chocolate. –Potter falou.

—Vocês...?

—Não se acostume, nós só estamos te dando isso pra você dividir com a gente.

—Peter está certo. –Sirius sorriu.

—Madame Pomfrey disse que você se machucou um pouco na noite passada. Ela vai trocar os curativos e vai te liberar. –James avisou e ele balançou a cabeça assentindo.

—Obrigado. –Remus sorriu, olhando para eles.

—Ei, vocês não deviam estar na aula? –Uma menina ruiva disse ao ver os três ali, mas quando viu o menino que estava na cama, sua expressão rapidamente mudou. –Está tudo bem, Remus?

—Nós estávamos tentando colocar a mão no salgueiro. Ele não teve sorte. –Sirius mentiu rápido e ela revirou os olhos.

—Vocês não têm jeito mesmo.

—Mas e você, Evans, o que está fazendo aqui? –James disse se aproximando dela com um sorriso no rosto. –Da última vez que chequei você não matava aulas.

—Não estou matando aula. Vim buscar a Madame Pomfrey, Marlene se machucou.

—O que aconteceu? –Black perguntou, preocupado.

—Ela tentou colocar a mão no salgueiro e um galho acertou a cara dela. –Admitiu a contragosto. –Ela está bem, foi só um corte na bochecha, mas ainda sim acho melhor dar uma olhada.

—Acho que alguém não pode nos julgar, então.

—Na verdade eu posso, Potter. Eu sei que é uma brincadeira idiota e era disso que eu estava tentando convencê-la, mas ela não me ouviu. –Evans cruzou os braços. – Melhor eu ir procurar a Madame Pomfrey em outro lugar. Melhoras pra você, Lupin.

—Se ela voltar eu digo a ela para ir encontrar vocês.

—Obrigada, Black. -Ela saiu, deixando os meninos sozinhos.

—Ela é um pesadelo. –James bufou.

Eles se sentaram na cama com o amigo e abriram alguns doces enquanto conversavam. Não faziam ideia de onde Madame Pomfrey estava, mas se ela não estava ali para proibir os doces então não havia motivos para esperar para comê-los.

—Ei, Remus, eu queria perguntar uma coisa.

—O que foi, James?

—Eu sei que lobisomens atacam pessoas. Estava curioso para saber se atacam animais também.

—Não. Muitos animais pequenos entram na casa dos gritos e eu nunca ataquei nenhum deles. –Ele explicou, dando um sorriso para o amigo. –E na minha primeira lua cheia a professora McGonagall ficou comigo para ter certeza de que eu não conseguiria sair de lá. Nada aconteceu.

—Interessante.

Depois daquilo, Remus reparou que os outros seguiram seu conselho e resolveram se dedicar mais aos estudos. Era quase impossível encontrar James sem um livro. Ele não entendeu o motivo daquela mudança e estava começando a ficar preocupado, principalmente porque as vezes, quando acordava no meio da noite, não encontrava nenhum dos outros na cama.

Até que um dia, os únicos livros que passaram a ficar naquele quarto eram os de Remus e a obsessão daqueles três pela biblioteca simplesmente desapareceu. Ele não perguntou, principalmente porque desconfiava de que, conforme os garotos ficavam mais velhos, eles finalmente estavam entendendo a gravidade de ter um lobisomem na escola e talvez esse fosse o motivo para estarem o excluindo.

Estavam no quinto ano e em uma noite de lua cheia. Ele se sentia fraco, mas como sempre James o havia lhe dado chocolate e os outros estavam fazendo de tudo para tornar seu dia melhor. Eles pareciam animados e escondendo alguma coisa, mas ele não perguntou. Não sabia se eles responderiam.

—Como você está se sentindo, Moony? –Sirius perguntou.

—Moony? –Ele sorriu, franzindo o cenho com o apelido.

—James inventou. –Contou, olhando para o amigo.

—E então, o que achou? –Potter perguntou.

—Eu gostei. –Remus riu. –Quero dizer, não poderia ter pensado em algo melhor.

—E eu pensei em outros, um apelido para cada um de nós.

—Se me chamar de cílios preto vai ser estuporado.

—Seria um ótimo apelido. –James falou e eles riram. –Mas não, tenho ideias melhores. Ele estavam jogados em suas camas no dormitório e Potter rapidamente atraiu a atenção de todos os amigos quando se levantou, colocando o capuz de sua capa e pegando sua varinha. -Remus Lupin, venha até aqui, por favor. –Pediu, fazendo os garotos rirem. O lobisomem obedeceu, curioso para saber o que ele estava fazendo. –Ajoelhe-se, meu jovem.

—Eu sou mais velho do que você. –Falou, obedecendo o amigo e se ajoelhando diante dele.

—Não estraga. –Resmungou. James Potter tocou com sua varinha o ombro direito do amigo, depois a levantou lentamente, pousando-a em seu ombro esquerdo. –Com todo o poder investido em mim, eu o nomeio Moony.

O garoto balançou a cabeça assentindo e se levantou, se sentando em sua cama feliz com o seu novo nome. Os garotos observavam Potter se comportando feito um rei da Idade Média, nomeando os melhores bruxos para lhe servir. A única diferença era que antigamente os nomeados defendiam com toda a vida aqueles que o haviam nomeado, mas não ali. Naquela especial ocasião, não importava quem havia executado qual papel, eles estavam ali para lutar uns pelos outros.

—Sirius Black? –Chamou e o amigo prontamente ajoelhou-se diante dele. –Eu o nomeio Padfoot. –Sirius balançou a cabeça e sentou-se ao lado de Remus. –Peter Pettigrew? –Ele se aproximou, fazendo o mesmo que os outros. –Eu o nomeio Wormtail. -O último dos garotos se levantou, sentando-se ao lado dos outros. James então subiu em sua cama, com toda a atenção voltada para si. Ele fez uma reverência e se levantou sorrindo. -E eu, serei chamado de Prongs. Ao seu dispor.

—Escuta James, eu entendo que meu apelido seja pelo fato de que eu sou um lobisomem, mas e o de vocês?

—Você vai descobrir logo. –Falou. –E para finalizar, nós, juntos, seremos chamados os Marotos.

Quando a noite chegou, ele se despediu dos amigos e entrou na casa dos gritos. Os momentos antes da lua cheia finalmente aparecer eram os mais difíceis e dolorosos. Ele se encontrava jogado no sofá velho que havia ali, respirando fundo em uma tentativa falha de afastar a dor.

Lupin ouviu um barulho, mas não deu muita atenção. Muitos animais entravam e saíam daquela casa, ele estava acostumado. Gemeu, olhando para o céu e vendo que faltava pouco tempo para finalmente acontecer, ele se transformar totalmente em um monstro desalmado capaz de qualquer coisa por sangue.

—Por Merlin, você está horrível. –Ouvir a voz de James lá o fez pular.

—O que vocês estão fazendo aqui? –Perguntou desesperado, olhando para seus amigos. –Estão malucos?! Eu posso matar vocês!

—Sem dramas, Moony. –Sirius disse se jogando na cama.

—Saiam! Saiam logo, eu não tenho muito tempo! –Mandou mais uma vez, tentando empurrá-los para fora, embora estivesse claro que eles não iriam se mexer.

—Nossa, que mal-educado. –James riu.

—É assim que recebe suas visitas? –Peter questionou.

—Nós temos uma novidade.

—E não podiam esperar até amanhã, Black?

—Padfoot, por favor. –Corrigiu.

—Vocês não podem ficar aqui! –Gritou.

—Na verdade nós podemos. –Potter disse, se jogando no sofá. –E vamos.

—Por favor, sabem que eu não quero machucar vocês.

—Como Padfoot disse, nós temos novidades. –Peter falou. –Viemos explicar os apelidos.

—E dizer que você nós fizemos um pacto essa noite e por isso não iremos mais deixar você passar por tudo isso sozinho.

Remus mordeu o lábio para conter o grito, mordeu tão forte que sentiu o gosto do sangue. A dor estava ficando mais intensa, embora ainda faltasse alguns minutos para a transformação começar.

—James, por favor...

—Prongs. –Corrigiu.

—Eu sou perigoso!

—E nós somos animagos. –Sirius contou.

—O quê?

—Depois que você nos contou sobre a Minerva, nós conversamos muito. Somos seus amigos, Remus e você não tem que passar por isso sozinho. Por isso nós pesquisamos bastante e conseguimos nos transformar.

—Não tem graça, Potter.

—Que bom, porque não era piada.

—Eu realmente preciso que vocês vão embora.

—Já que ele não acredita, vamos mostrar a ele. –Black sorriu, se levantando e andando até os outros, ficando diante de Lupin.

E então eles se transformaram bem diante dele. Sirius se tornou um grande cão negro, James se transformou em um cervo com chifres majestosos e Peter em um rato pequeno e gordinho. Remus arregalou os olhos, chocado que eles realmente estavam falando a verdade. Os três garotos voltaram a sua forma humana e se aproximaram do outro.

—Não contamos nada porque queríamos ter certeza de que iria funcionar. –Pettigrew disse.

—Demorou um pouco, mas finalmente conseguimos. –Potter falou.

—Você nunca mais vai precisar ficar sozinho na lua cheia. –Black sorriu.

Lupin não disse nada, apenas sorriu. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele abraçou os três amigos. E aquela foi a primeira de muitas noites de lua cheia em que ele se sentiu totalmente bem com a transformação. Estava completamente feliz por ter encontrado amizades tão verdadeiras quanto aquelas.

E eles estavam falando a verdade quando disseram que não o deixariam sozinho outra vez. Quando as férias chegaram e com ela a lua cheia longe da casa dos gritos, o garoto foi até o celeiro de sua casa, encantado para conter suas transformações e impedí-lo de machucar os vizinhos.

—Boa noite, querido. –A mãe de Remus murmurou, dando um beijo na bochecha do filho e em seguida fechando a porta.

Ela pensava que ele não ouvia, mas a verdade é que sua audição tornava possível que ele a ouvisse chorar durante toda a noite quando ele precisava se transformar. Sua mãe nunca havia perdoado seu pai por ter transformado o garotinho dela em um monstro, e seu pai lutava internamente contra o que foi criado para acreditar. Ele não queria acreditar que um menino tão doce quanto seu filho era uma criatura sem alma e cruel, embora soubesse exatamente do que ele era capaz.

Lupin se jogou no sofá que havia lá - completamente arranhado pelas transformações anteriores - e fechou os olhos. Embora tivesse passado a maior parte de sua vida se transformando sozinho, fazer aquilo sem os seus amigos agora simplesmente parecia errado.

—Você pretende ficar com o sofá todo ou vai nos dar um espaço? –A voz de Sirius encheu o lugar, fazendo-o pular assustado. Os três garotos que estavam escondidos atrás dos móveis velhos riram.

—O que vocês estão fazendo aqui? –Remus perguntou, surpreso.

—Não vamos abandonar nosso ritual só porque estamos de férias, Moony. –James disse.

—Mas eu pensei que... Como chegaram aqui?

—Prongs e eu dissemos que íamos passar a noite na sua casa e Padfoot fugiu.

—Vocês...!

—Incríveis, nós sabemos.

—Seus pais não vão ficar preocupados se não te encontrarem no quarto?

—Ela provavelmente está torcendo para eu não voltar. –Black deu de ombros.

Pettigrew e Black começaram a vasculhar os móveis velhos e Potter se sentou ao lado de Lupin. O último ainda parecia surpreso com a visita e, apesar das dores, tinha um sorriso nos lábios.

—Sabe uma coisa chamada consciência, que geralmente diz quando você não deve fazer algo porque pode dar muito errado? –Remus perguntou para o amigo e ele balançou a cabeça assentindo. –Vocês três não tem uma.

—Lógico que temos, ela só é incompreendida. –James respondeu e os dois riram.

—Eu nunca realmente agradeci pelo que fizeram.

—Você não precisa.

—Se alguém descobrir, vocês vão presos.

—Então é só ninguém descobrir. –Potter deu de ombros.

—Simples assim?

—Simples assim.

E sufocado em todas aquelas lembranças, Remus Lupin agora se encontrava encolhido no chão de seu dormitório, chorando enquanto encarava o sangue de seu melhor amigo em suas mãos. Suas lágrimas se misturavam com o seu próprio sangue, queimando as feridas que os chifres do cervo causaram em seu rosto.

“Um lobisomem mataria seu melhor amigo se cruzasse com ele em uma noite de lua cheia”, as pessoas repetiam sempre. Ele sabia que era verdade, mas torcia para que James pudesse viver nem que seja para odiá-lo por ter tentado machucar Lily Evans, que também era sua amiga.

Ele ouviu uma batida na porta, mas não respondeu. Remus apenas se encolheu ainda mais e esperou que, quem quer que estivesse lá, fosse embora. Seu desejo não foi atendido, porém. A porta se abriu e ele ouviu alguém se aproximar cautelosamente.


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Notas finais do capítulo

Provavelmente tá todo mundo querendo me matar por causa da falta de respostas sobre o James KKKK NÃO ME MATEM, NÃO VOU DEMORAR, PROMETO ❤
TESTE BUZZFED: https://t.co/JZN8qvYNgC?amp=1
PERSONAGENS: https://ibb.co/album/h08QFa
PLAYLIST: https://open.spotify.com/playlist/4pRrtAUZwZbPepbKaI0i7X?si=cTjvf0AaSgSM9TVBlM62yg
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