IONIA - Uma guerra de dois mundos escrita por Yataghan
Notas iniciais do capítulo
(Personagem Chave: Jhin)
"Uma luz se acendeu na existência
Sua luminescência indicando o olhar de tudo
Vagamente flutuando no vento
Transformando-se em uma borboleta, as asas atingiu o voo
Voar através da névoa de fumaça
Mas quando tudo foi resolvido e calma
Ela, que tocou as cordas de nossos corações ... deixe-nos para nunca mais voltar ..."
A palavras soavam lentamente, uma após a outra, como um coro angelical. Não se sabia de onde, mas uma melodia soava sempre que ele falava, como se um violino o seguisse.
E provavelmente seguia.
- Outra bebida! - disse ele sentando-se em uma das mesas do bar.
Os ombros largos e o corpo esguio eram impossíveis de não ser notados na multidão. O manto branco estava empoeirado, assim como as botas de couro e o cinto. A única parte de seu corpo visível era o braço esquerdo mesmo depois de anos viajando por toda Valoran. Entretanto, sua mascara continuava intacta, afinal, o que seria de um artista sem a sua mascara.
- Aqui está senhor Khada - disse a jovem garçonete - deseja mais alguma coisa?
- Vocês não teriam por aqui alguém pra entreter esta pocilga? - perguntou ele, fitando os finos olhos na jovem - Teriam?
A jovem estremeceu.
Não costumava receber pessoas interessadas em outras coisas alem de beber no bar de seu pai.
- Infelizmente não senhor - respondeu ela se escondendo atrás da bandeja que tinha nas mãos - a maior parte dos cantores e atores que se apresentaram no festival hoje a tarde já viajaram de volta a suas províncias e os que restaram.
- Se é o que você diz.
Do outro lado do bar um idoso o observava. Os olhos cansados do velho eram penetrantes e brilhantes como laminas demacianas. Os cabelos negros estavam bagunçados e a julgar pela roupa, não tinha sequer dinheiro para pagar uma pousada.
- Quer ouvir uma história criança? - perguntou o velho debruçado sobre uma das mesas, mas Khada não teve tempo de responder - Não faz muito tempo... - continuou o velho - No despertar da nova era, quando as guerras por poder e gloria não enchiam mais os campos com sangue e corpos, Runeterra teve paz pela primeira vez, mas isso não durou muito. Os grandes magos perceberam os desastres que sucediam a guerra e decidiram impedir que uma terceira guerra rúnica trouxesse o caos outra vez.
- Não de atenção a este velho bêbado senhor Khada - disse a jovem.
- Afinal, tem arte aqui! - sussurrou Khada - prossiga.
- Os magos criaram a Liga, - prosseguiu o velho - um local onde os mais valentes guerreiros lutariam por seus superiores poupando milhares de vidas inocentes.
Todos no bar estavam parados ouvindo o velho. Histórias da criação da Liga não eram fáceis de serem encontradas em Ionia.
- A guerra cessou imediatamente, pelo menos entre duas das grandes nações de Valoran, Noxus e Demacia. Entretanto, Ionia não aceitou as implicações da Liga, alegando não precisar de seus recursos, uma vez que não existiam guerras na ilha dos monges e que seus habitantes preferiam buscar a iluminação pessoal ao invés de travar batalhas constantes.
FLOOT
O som foi seguido por um estalo nas janelas do bar.
- Deve ser só um pássaro - disse um homem gordo de barba ruiva que estava em outra mesa - continue a história seu tolo.
Khada fitou o homem com os olhos como se procurasse por um grão de areia em sua face, não tinha feições amigáveis para o homem ruivo e então se voltou novamente para o velho.
- A noticia se espalhou e o capitão do exercito noxiano, sempre em busca de novos lugares para tomar e expandir o território de Noxus viu isso como uma oportunidade. Em pouco tempo a ilha estava repleta de espiões noxianos estudando as terras e os habitantes, assim como identificando seus alvos críticos. Foi uma questão de meses até que as tropas noxianas desembarcassem em Navori na calada da noite. Navori é um dos pontos de comercio da Ilha, um dos vilarejos mais ricos e bem frequentados. E eles não vieram sozinhos. Os noxianos trouxeram consigo mercenários de Zaun, um grupo de adolescentes desordeiros com números gravados em seus corpos.
- Ei menina - disse outro homem com as botas sobre a mesa - meche esse rabo e traz outra cerveja pra mim.
O homem olhou para Khada no mesmo instante em que fora fitado pelo mesmo. Ao seu lado estava outro homem, com uma faca nas mãos limpando as unhas.
- Perdeu alguma coisa grandão? - perguntou o outro homem enfiando a faca na mesa como se fosse um bolo macio.
Khada apenas sorriu e voltou novamente sua atenção para o velho.
- Noxus era forte, mas seu capitão era burro. As tropas noxianas não encontravam nenhuma oposição ao seu ataque, eles chegavam, saqueavam, matavam e destruíam tudo em seu caminho. Um dos terríveis feitos do exercito noxiano foi libertar o Demônio Dourado - ele fez uma pausa como se lamentasse por isso - de sua prisão. Você se parece um pouco com ele.
- Não acredito ter tal honra - respondeu Khada.
- Então o capitão deixou apenas os subordinados na ilha e partiu com seus guerreiros para novas conquistas. O que ele não contava era que a Duquesa Iluminada trouxe todos os guerreiros do Placidium e forçou os remanescentes noxianos a recuar e ceder as terras. Uma a uma todas as vilas destruídas foram abandonadas, mas o preço foi alto. A Duquesa enfim conseguiu exterminar as tropas noxianas da ilha de Ionia, declarando assim que os ionianos começariam a se defender a partir daquele dia.
- Magnifico.
- Era isso? - disse um adolescente com tatuagens pelo corpo semi nu - esse velho nos fez perder nosso tempo... devíamos...
TOUFF...
- Um... - a palavra pronunciada por Khada interrompeu o jovem.
Então ele tirou uma belíssima pistola de cano longo debaixo do manto e atirou no garoto arremessando seu corpo ao chão.
TOUFF...
- ... dois... - disse ele atirando no homem com a faca na mão, que caiu por cima da mesma - ... três... - seguindo para seu comparsa que estava se levantando.
TOUFF...
Já quase chegando a porta do bar estava correndo o gordo de barba ruiva. Seus olhos estavam arregalados e por alguma razão não conseguia abrir a porta.
TOUFF...
- Quatro! - os olhos de Khada foram as ultimas coisas que ele viu.
Cada um dos tiros foi certeiro. E a cada acerto era como se uma rosa fosse formada pela fumaça da arma saindo do corpo daqueles homens.
Uma cena sublime.
- Está meio empoeirada - disse ele guardando a arma no manto outra vez - prefiro quando meu equipamento faz Bang!
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