IONIA - Uma guerra de dois mundos escrita por Yataghan


Capítulo 2
CH1 - Encantador


Notas iniciais do capítulo

(Personagem Chave: Rakan)



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    - Onde estará a jovem que roubou teu coração humano? - perguntou o belo Vastayes de cima do palco

     Estavam em um tipo de festival de rua onde artistas de toda parte de Runeterra se apresentavam procurando por alguns trocados.

     - Ninguém roubou meu coração - respondeu o jovem da plateia.

     - Pois deveriam - disse dando uma piscadela para o jovem.

     Aplausos surgiram assim que ele se curvou. O rapaz Vastayes tinha pele  clara como uma perola e cabelos platinados que refletiam o sol em seu mais puro brilho, os olhos azuis custavam a aparecer por entre os olhos semicerrados sempre encantadores, seu topete, como algumas de suas penas era como sangue assim como sua manta. Exibia músculos o suficiente para conquistar qualquer donzela que aparecesse em seu caminho e até mesmo parte dos cavalheiros, entretanto seu carro chefe eram as grandes e macias penas douradas que usava como uma grande capa.

     - Eu sou Rakan! - disse ele curvando-se outra vez - O dançarino-lutador da tribo Lhotlan. Sou a...

     Tsc!

     O som que o interrompeu era inconfundível aos seus tímpanos. A única coisa que amava mais do que a si mesmo. Ali, parada num beco do outro lado da rua estava ela.

     Xayah.

     Ela não era tão alta quanto Rakan, mas compartilhava da mesma pele perolada que ele. Os cabelos purpura escondidos em sua maioria pelo capuz de linho azul que usava, eram longos e sedosos. Não era possível ver sua silhueta devido ao vestido de penas roxas que usava, roxas como as grandes asas de penas enquanto no chão usava como uma magnifica capa. Seus grandes olhos dourados penetravam quem quer que fosse, e o mais importante.

     Eles sempre o encontravam.

     Ela fez sinal com a cabeça para que a seguisse e adentrou no beco.

     - Obrigado a todos, - disse ele se despedindo da plateia, boa parte da cidade estava lá - só vim pra causar mesmo!

     Entre os risos da plateia ele correu escada a baixo e passou pela multidão chamando a atenção de todos e então correu beco adentro ao encontro de sua amada.

     - Amor? - disse ele - Você viu isso? - dessa vez super empolgado, sua voz era rouca, mas alegre em todo o tempo - Ha! Ha! Foi incrível!

     - Bom trabalho amor - Xayah demonstrava a serenidade de sempre em sua voz - atraiu mais gente do que eu esperava.

     - Viu? Sempre tem uma alternativa do que matar toda a cidade.

     - É eu sei.

     - Conseguiu pegar... er... - ele fez uma pausa coçando a cabeça - o que a gente veio pegar mesmo?

     - Demorou, mas eu consegui - disse ela puxando um rolo de pergaminho da bolsa que levava - acredito que nesse pergaminho tenha alguma coisa sobre a localização do templo da Faca Dentada.

     - Templo da Faca Dentada? Não é lá que a...

     - Rakan, - disse ela guardando o pergaminho - é a primeira pista que temos em meses de um outro templo. Se quisermos mesmo reerguer o império Vastayes não podemos deixar que os templos humanos continuem sugando a magia de nossas terras.

     Rakan nunca sabia o que dizer nessas horas. Tinha se unido a Xayah para reerguer o império Vastayes das cinzas que as guerras haviam deixado. Os humanos de Ionia construíram templos para adorar seus falsos Deuses, mas seu verdadeiro objetivo era tirar a magia das terras da ilha para fortalecerem suas gerações.

     - Vai dar certo - foi tudo que ele conseguir dizer.

     - Obrigada amor. Só precisamos sair da cidade agora.

     Tuula não era uma cidade tão grande, mas um lugar de anciãos, localizada ao sul da montanhosa provincia de Zhyun. As casas eram simples, em sua maioria de pedra e madeira, com telhas alaranjadas sobre suas vigas curvadas. As arvores balançavam com a leve brisa que cortava os céus Ionianos, macacos-lemores voadores ocupavam seus galhos e vez ou outra vinham pedir comida, a seu modo, para os cidadãos. Tuula era um lugar de paz, Xayah e Rakan sabiam disso, foi uma das razões que impediu que ela matasse todos na cidade para pegar o pergaminho.

     Então foram eles rumo ao portão principal da cidade até que de repente alguém puxou Rakan pra dentro de um beco.

     Era Xayah.

     - Por que estamos escondidos? - questionou ele. - Não é hora pra isso. É?

     - Não é isso Rakan - disse ela espreitando pela borda da parede - não agora.

     - Então o que?

     - Guardas!

     - Guardas? - perguntou ele questionando ao olhar pela mesma borda - porque sempre tem guardas?

     - Eu tenho um plano.

 

     Esperaram até o anoitecer naquele mesmo beco. A lua brilhava crescente no céu Ioniano, era uma das unicas fontes puras de magia que havia restado. E quando a primeira nuvem surgiu sobre ela Xayah se levantou.

     - A barra ta limpa - sussurrou ela - vamos.

     Então correram os dois pela praça. As penas das capas flutuavam como se tivessem vida própria. Estavam quase chegando ao portão quando ele se desceu abruptamente,  se fechando na cara deles.

     - Parados - eles ouviram, eram guardas Ionianos. As armaduras prateadas com tons de azul e verde eram inconfundíveis, assim como o estandarte de Ionia flamulando sobre o capitão do pelotão.

     - Em nome da filha das estrelas vocês estão presos.

     - Essa eu não esperava - disse Xayah pegando suas adagas purpuras.

     - Não Xayah - sussurrou Rakan - você não vai matar ninguém, prometa.

     - É Xayah, a Rebelde! - bradou  dos guardas - peguem-na! Viva ou morta.

     - Não! - Gritou Rakan paralizando os guardas que ja começavam a correr em direção a eles - nós só queremos sair da cidade galera, qual é?

     - Prendam o macho - disse o guarda mais forte - ela nao vai atacar se tivermos ele.

     - Então - perguntou Rakan coçando a cabeça - qual é o plano?

     - Vamos ter que matar a todos - sorriu Xayah.

     Logo depois pegou novamente suas adagas e ficou em posição de batalha. Tinha a melhor mira que ja havia visto em toda sua vida. Atirava suas proprias penas que eram tão afiadas como um punhal de diamante.

     TOUFF...

     Ouviu-se um som forte. Outra vez, e outra, e mais uma.

     - Bestatubo - murmurou Rakan.

     - Não se preocupe - disse ela correndo em direção aos guardas - estamos juntos.

     - Amor - gritou Rakan enquanto apertava as botas - me da um beijo?

     - Agora? - respondeu Xayah sem entnder - Porque?

     - Pra eles verem uma coisa bonita antes de morrer.

     Ambos riram.

     E se beijaram. O amor dos dois era lindo. A luta contra os guardas foi travada em menor número. Ionia era uma terra pacífica apesar de tudo, por isso os soldados quase nunca tinham que lutar, seria a sua ultima batalha naquela noite. Ela lutava pela causa, ele lutava por ela.


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