The cute one escrita por TMfa


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

gvbrofuh A PALESTRA



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Kyouka sentia-se a maior mentirosa de todos. Fazia quatro dias que a banda havia decidido deixar ela e Katsuki sozinhos para comporem a música e fazia quatro dias que eles usavam a sala de música como local de pegação. Ela até se sentiu culpada por enganar seus amigos. Mas não durava muito.

Assim que os três saíam, o casal não esperava cinco minutos para se atracarem ferozmente um contra o outro. Bakugou tinha oficialmente colocado um alarme em seu celular para cinco minutos antes da aula vespertina com o título “Empata foda”. Não que ele tenha deixado Jirou ver o nome, mas pelo menos assim eles não se atrasariam de novo.

Kyouka, por outro lado, agora exercia a ironia descaradamente. Porque a garota passava quase dez minutos ajustando o uniforme antes de sair para a aula da manhã. Ela também apressava Momo e Kaminari para que almoçassem mais rápido, assim eles teriam mais tempo para “terminar a música”.

Eles até fizeram certo progresso. Quando o resto da banda ainda estava com eles, Jirou tinha uns rápidos surtos de inspiração e anotava tudo em um caderno. Quando voltava para o dormitório, ela avaliava e modificava algumas coisas. Contudo, a maior parte era do baixo ou da guitarra, os instrumentos que ela tinha livre em seu quarto, de resto, não evoluíram em nada.

Ainda assim, não havia arrependimentos quando eles ficavam sozinhos na sala de música. Talvez a mudança de ambiente tenha os excitado um pouco mais do que o normal. O perigo de serem pegos e as proibições também serviam de combustível para essa inquietação dos dois. Para infelicidade do casal, não durou muito tempo.

Enquanto os dois praticamente se fundiam um com o outro, Kaminari estava testando se a resistência elétrica do corpo de Kirishima aumentava quando ele ativava sua individualidade. Os dois fizeram disso um grande evento do Bakusquad. Então, quando Aizawa viu aquele grupo reunido, seu senso de perigo o instigou a intervir.

— O que vocês estão fazendo? – Ele perguntou assustadoramente imponente.

— Estamos testando a individualidade do Eijiro – Explicou Kaminari com um sorriso nervoso.

— Você não deveria estar ensaiam com a banda, Kaminari? – Ele indagou aproximando-se do loiro e o fazendo engolir.

— Eu estava! – Kaminari respondeu com a voz aguda, então limpou a garganta e recuperou a compostura – Eu estava, mas esse horário Bakugou e Jirou tiram para compor a música do festival.

— Então o resto da banda os deixa sozinhos? – Aizawa ergueu uma sobrancelha desconfiada. Denki confirmou com um aceno – Por quanto tempo?

— Eu não sei, uma hora, talvez?

Todos os alertas dispararam no cérebro de Aizawa e ele já sentiu a dor de cabeça voltando.

— Não façam nada estúpido, por favor – Ele suspirou antes de sair.

Os garotos se entreolharam e acharam melhor seguir o conselho de Aizawa sem saber que a mensagem não era para eles, e sim para um casal hormonal à 100 metros de distância. Aizawa apressou o passo depois de olhar no relógio e ver que ele devia ter cerca de 15 minutos até a próxima aula. Ele precisaria perguntar dos outros professores se Jirou e Bakugou haviam se atrasado para a aula da tarde nos últimos dias.

Como ele odiava adolescentes! Apertando os olhos com força para afastar a dor de cabeça, Aizawa pediu para qualquer entidade superior que Eri-chan nunca crescesse. Ele não teria saúde mental para aturar tudo isso com ela.

Jirou quebrou o beijo assustada ao ouvir os passos leves de Aizawa se aproximando da sala. Seu professor estava acostumado a ser silencioso, então Kyouka só realmente o percebeu quando estava a poucos passos de distância.

— Sai, sai, sai, sai – Ela sibilou empurrando Bakugou com força.

— Mas que porra?! – Bakugou ofegou surpreso.

Katsuki estava alheio à situação, então ele não sabia porquê sua namorada estava andando pela sala com o rosto pálido e abotoando rapidamente seu colete.

— Sensei! – Ela explicou correndo até ele e ajustando o uniforme de Bakugou o mais rápido que pôde. – Ajeita isso! – Ela ordenou em um sussurro. Suas mãos tremiam de nervoso e ela correu para o instrumento mais perto quando ouviu a maçaneta girando.

Quando Aizawa entrou na sala, Bakugou o encarou com surpresa. Já Jirou ficou olhando para os seus pés enquanto tentava fazer seus dedos pararem de tremer e formar alguma nota coerente na guitarra que tinha em mãos.

— Há quanto tempo vocês estão aqui? – Aizawa perguntou entrando e fechando a porta.

— Ahn... eu não sei. – Bakugou remexeu-se para recobrar a compostura – Rabo de Cavalo, Pikachu e Cérebro de Passarinho acabaram de sair.

— Não acabaram não. Saíram faz tempo – Aizawa contrariou aproximando-se dos dois intimidadoramente.

— Tch. Se sabe, então não precisava perguntar – Bakugou enfiou as mãos no bolso e virou o rosto emburrado.

— Vocês sabem que aula já está para começar? – Shota indagou imperiosamente. Seus olhos transbordando ameaça - O que vocês estavam fazendo exatamente?

Merda, no segundo que ele entrou ele soube o que esses dois estavam fazendo. Não foi difícil perceber os botões trocados e senhor do céu, o que eles fizeram para esses uniformes ficarem amassados desse jeito?! Todo o trabalho que Aizawa estava tendo aqui era para garantir que eles não fizessem isso de novo.

— Música – Bakugou rosnou.

— Chega de música por hoje, saiam – Aizawa ordenou indicando a porta.

Jirou levantou-se, deixou a guitarra de lado e caminhou atrás de Katsuki. Puta merda, Bakugou nem sequer contrariou. E Jirou mal respirou desde que Aizawa entrou na sala. Era pior do que ele imaginava.

— Vocês dois – Ele os chamou da porta – Ao menos arrumem essas roupas antes de voltarem para a sala.

— N-nós... nós... – Jirou começou com a voz esganiçada.

— Eu não sou estúpido. – Aizawa cortou, Kyouka engoliu em seco e Bakugou estava pálido - Eu avisei para não fazerem eu me arrepender. Eu vou pensar em uma punição adequada para os dois. Agora saiam.

Eles estavam tão ferrados, mas tão ferrados... Bakugou sentiu falta de ar e percebeu que havia prendido a respiração. Kyouka estava tão envergonhada que suas pernas tremiam de nervoso. Eles caminharam automaticamente lado a lado. Tentando processar a informação. Isso foi tão vergonhoso, e eles nem sequer sabiam qual seria a punição ainda. Bakugou tentou pensar no pior cenário e começou a imaginar a expulsão.

— Porra – Ele exclamou baixinho já imaginando toda a merda que viria.

— Isso é culpa sua! – Jirou bateu no braço dele com força.

— Mas que porra? Minha?! – Bakugou a olhou incrédulo.

— Eu disse que era uma péssima ideia!

— Eu não vi você reclamando lá dentro! – Ele gritou irritado.

— Como eu ia conseguir reclamar com a sua língua na minha boca, imbecil?!

— Você conseguiu se livrar bem rápido quando ouviu o sensei – Ele debochou.

— Oh, cala a porcaria da boca! – Ela espetou seus fones nele com força e ativou seu som.

Bakugou engasgou um grito por causa da dor e da surpresa. Jirou percebeu o que fez e se arrependeu imediatamente.

— Me desculpa, desculpa, desculpa – Ela pediu aproximando-se dele e segurando-o pelos ombros. – Argh, eu não queria, me desculpa – Ela encostou o nariz na bochecha dele.

— Você tem sorte que é gostosa, orelha – Ele resmungou antes de beijá-la rapidamente.

Então ambos lembraram o porquê de estarem brigando e se separaram olhando para os lados imaginando de onde Aizawa os estaria observando. Rapidamente os dois retesaram a coluna e seguiram seu caminho. Eles decidiram esperar pela punição com a maior dignidade que conseguissem. Por isso esperaram até o final da aula.

Quando todos já haviam saído, apenas Jirou e Bakugou estavam sentados em suas carteiras, esperando por uma resposta. Ambos haviam dispensados seus amigos explicando que precisavam falar com o professor a sós, o que não parecia ser a intenção de Aizawa.

— O que vocês ainda estão fazendo aqui? – O sensei perguntou com uma sobrancelha erguida.

— Bem, ahn... esperando – Jirou desviou o olhar e juntou a ponta dos fones – Sabe, nossa punição.

Aizawa suspirou e fechou os olhos por alguns instantes. Então juntou alguns papéis em cima da mesa e caminhou até a frente dos dois.

— Francamente, eu esperava mais de vocês dois – Ele começou desapontado – Não era o suficiente vocês ao menos terem permissão para continuar com isso? – Shota de repente teve uma péssima revelação e esfregou os olhos com as pontas dos dedos – Oh, senhor, se vocês ficaram nesse estado na sala de música eu não quero nem pensar o que vocês fazem no dormitório.

— Nós não!

— Quieto! – Shota interrompeu Bakugou bruscamente, ele estava com muita dor de cabeça para ter o garoto gritando no seu ouvido – E eu achei que vocês fossem inteligentes. Vocês não pensam na estupidez que estão fazendo?

— Sensei! – Jirou exclamou com a voz aguda – N-não foi tanto assim – Ela balbuciou envergonhada.

Ok, eles realmente exageraram em um ou dois momentos. Mas do jeito que Aizawa estava falando parecia que eles já tinham passado da terceira base há muito tempo. Bakugou também não estava muito contente com seu professor. Contudo, o loiro realmente queria continuar estudando na escola e ele sabia que esse era um momento tênue onde uma resposta errada o tiraria dali.

— E eu quero garantir que não piore – Aizawa ergueu a voz fazendo os dois se retesarem – Eu estou muito decepcionado com os dois.

— Só diga logo, você vai nos expulsar ou não? – Bakugou resmungou, contendo seu nervosismo o máximo que pôde.

— Ainda não. – Aizawa respondeu e os dois deslizaram aliviados na cadeira – O que não quer dizer que os dois não vão ser punidos. Agora saiam, ainda não decidi o que vou fazer com vocês.

Nenhum dos dois esperou por um segundo aviso. Eles simplesmente pularam para fora de suas cadeiras e correram para o dormitório. Aizawa deixou uma impressão. Eles permaneceram constrangidos pelo resto da noite. Ambos se recolheram cedo e esperaram com ansiedade pela decisão final de Aizawa. Jirou já podia sentir os músculos doloridos da punição do sensei.

No dia seguinte os dois foram os primeiros a chegarem à sala. Eles ficaram impacientes com o relógio e realmente precisavam de espaço, porque ambos estavam ariscos e violentos. Para a surpresa de ambos, não foi Aizawa sensei que entrou na sala. Bem, pelo menos não sozinho. Recovery Girl e o Diretor Nezu estavam com eles. E também um projetor de imagens. Enquanto Nezu rapidamente montava o aparelho apoiando-se nas costas de Aizawa, Recovery Girl explicou que eles teriam uma palestra sobre sexualidade.

Metade da turma corou de vergonha, a outra metade riu e teve Kaminari e Minetta que dispenderam toda a sua atenção no segundo que ouviram o tema da palestra. O Diretor desceu dos ombros do sensei e apertou o controle do projetor.

— Bom, caros alunos, como estão? – Ele cumprimentou animado – Hoje nós vamos ter uma breve conversa sobre proteção, atividade sexual e gravidez na adolescência. Normalmente nós damos essa palestra no começo do terceiro ano, mas adiantamos um pouco porque recentemente muitos casais estavam se formando no segundo ano e o Aizawa pediu especificamente para a turma A ser realizada o mais breve possível.

Puta merda, Jirou queria morrer. Não foi preciso nada além de um olhar de Aizawa para ela e Bakugou entenderem que isso era para eles. Bakugou não estava reagindo melhor, ele remexeu-se na cadeira e olhou para qualquer lugar menos para Kyouka e Aizawa.

Felizmente a reação desconcertada dos dois passou despercebida, visto que boa parte da turma não estava diferente. Midoriya cobriu o rosto com as mãos para esconder as bochechas vermelhas, e Uraraka só não estava flutuando no teto porque Tsui a segurou na cadeira com a língua. Até mesmo Momo começou a circular a madeira de sua mesa com os dedos. E a roupa do Todoroki estava fumegando? Mal fazia uma semana que eles se ajustaram como um casal. Isso pode ter sido realmente embaraçoso para eles.

Essa não foi como uma aula, simplesmente. Eles estavam no ensino médio afinal, eles tinham biologia e já tiveram algumas aulas sobre sistema reprodutor, sempre bem desconcertantes, por sinal. Não, isso foi pior. Era exclusivamente sobre métodos contraceptivos e todas, repito, TODAS, as doenças sexualmente transmissíveis. Com imagens ilustrativas e tudo mais.

Kyouka devia estar perto de desmaiar, porque seu rosto variava entre a palidez profunda e o rubor violento em uma velocidade que não podia ser saudável. Bakugou engoliu em seco tantas vezes que não parecia estar em melhor estado que a namorada. Em alguns momentos da palestra, Aizawa fez questão de caminhar pela sala, ou melhor, entre Katsuki e Jirou. O olhar altivo, claramente deixando uma mensagem.

Aizawa ainda não sabia muito o bem com o quê puni-los quando a palestra começou. Ele realmente pediu ao diretor que fosse até sua sala o mais rápido possível, ele não estava tendo netos postiços antes do fim do ensino médio, não senhor. Mas honestamente? Talvez a palestra tenha sido castigo suficiente. Seja como for, ele ainda precisava terminar o trabalho aqui, e deu o que seria o golpe de misericórdia ao terminar a palestra.

— Bem, se ninguém tiver mais nada a dizer, nós terminamos! – comemorou Nezu esfregando as patas.

— Eu tenho um aviso – Aizawa levantou-se e pôs-se à frente da turma inteira. – as regras da escola proíbem terminantemente qualquer tipo de “intercursos” nas dependências da UA. – Ele começou com um tom monótono - Então se eu souber de alguém com excessivas demonstrações de carinho no campus, na sala de música, nos dormitórios e especialmente em armários de limpeza não vou pensar duas vezes em expulsá-los, entenderam? – Ele alertou assustadoramente.

Todos concordaram prontamente. Exceto por Jirou e Bakugou. Os dois estavam brancos como papel. Katsuki precisou apertar suas mãos na mesa para se firmar e Kyouka deslizou na cadeira com uma expressão catatônica. Aquilo foi mais do que um aviso. Foi uma ameaça direta para os dois. Ele realmente precisava listar todos os lugares em que os dois já haviam se pegado?

Todoroki que se dane, hoje Jirou iria alugar Momo pelo resto da noite. Ela realmente precisava do colo de sua amiga. Kyouka tinha certeza que ouviria um sermão de Yaoyorozu sobre seu... comportamento inadequado. Não é como se Jirou não estivesse se culpando mentalmente o dia inteiro. Desde que Momo a confortasse depois, Jirou aceitaria as reprimendas de bom grado.


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Notas finais do capítulo

Huehuehueueh Eu trabalho com educação em saúde, então eu já tive que dar muitas palestras assim em escolas. Mano, minha alegria é ver as diversas reações dos adolescentes. Sempre tem os mais para frente que querem se mostrar, e aqueles que. se pudessem. se enterravam no chão. Eu gosto de sacanear com os dois huheueuhe



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