The cute one escrita por TMfa


Capítulo 3
Capítulo 3




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No dia seguinte, Midoriya estava voltando de sua corrida matinal para o café da manhã. Ele entrou na cozinha, cumprimentou a turma presente, lavou as mãos e foi se servir. Assim que o garoto de cabelos verdes sentou-se à mesa, Kirishima entrou e checou o refeitório com a testa franzida.

— Alguém viu o Bakugou? – o ruivo perguntou com a cabeça inclinada. Todos negaram – Midoriya, ele correu com você hoje?

— Não, Kirishima-san, e nem vi ele pelo campus também, pensei que ele estivesse treinando com você na academia.

— O que você quer, cabelo de merda? – Bakugou surgiu com o rosto cansado e irritado, as mãos enfiadas nos bolsos e o cabelo ainda mais desgrenhado que o normal. Jirou estava atrás dele, parecendo ainda pior, os olhos um pouco inchados e as roupas desalinhadas.

— Hey, aí está você! – cumprimentou Kirishima tentando um abraço, o qual Bakugou parou com a mão e afastou-o para buscar café – Onde você estava? Eu passei no seu quarto bem cedo e você já tinha levantado e arrumado tudo.

— Não é da sua conta – foi a resposta de Bakugou antes de pegar seu café da manhã e sentar-se na mesa, ao lado de Kirishima.

Os anos de fã boy de Midoriya lhe renderam uma grande habilidade de observação, e o rubor de Jirou quando Kirishima perguntou onde Bakugou estava não passou despercebido.

Ainda que Kirishima insistisse, Bakugou apenas ignorou suas perguntas, quanto à Jirou, Midoriya ouviu Yaoyorozu perguntar se a garota punk estava bem uma ou duas vezes antes de chegarem à sala de aula.

As aulas ocorreram bem, Katsuki não mencionou o assunto e não demorou para Jirou retomar sua atitude irônica do dia a dia. A pequena pirralha sabia como fingir estar bem, se Bakugou não a tivesse visto chorando nem passado a noite em seu quarto querendo matar um idiota covarde, ele não saberia que os olhos inchados da manhã não eram de sono.

Katsuki não fez disso grande coisa, ele não perguntou se ela estava bem nem nada, porém, o loiro espiou a garota uma ou duas vezes quando ela demorou para sair da sala ou quando decidiu subir para o quarto antes das aulas da tarde ao invés de ficar com sua melhor amiga na sala comum.

Antes de começar a segunda aula, o Bakusquad estava conversando sobre um jogo que Kaminari comprou pela internet e chegou na hora do almoço na UA. Os garotos estavam planejando jogar o mais depressa possível e, considerando que era uma quinta-feira, o fim de semana parecia ser a opção perfeita para jogarem todos juntos. Porém Katsuki recusou a oferta com um simples não.

— Qual é, Bakugou, se você não trouxer seu vídeo game, não vamos poder jogar nós quatro! – argumentou Kirishima.

— Não – repetiu ele sem ao menos se importar em ser incisivo.

— Por que nãaao? – chorou Kaminari – Esse é o melhor jogo de todos os tempos! Os gráficos... os gráficos, Bakugou!

— Eu disse Não, porra – Katsuki rosnou impaciente.

— Então ao menos empresta seu vídeo game – sugeriu Sero – então nós podemos juntar com o do Kaminari e jogar todos de uma vez.

— Eu vou usar no fim de semana.

— Como assim? – perguntaram os três ao mesmo tempo. Bakugou estava se recusando a jogar vídeo game... para jogar vídeo game?

— A orelha vai jogar – respondeu Bakugou apontando com o polegar para a Jirou.

Os garotos olharam para Kyouka, que estava com os fones plugados no celular, e voltaram para Bakugou.

— Só chamar ela para jogar com a gente – sugeriu Kaminari como se fosse óbvio.

Bakugou bufou. Ele queria jogar com os caras (ele não admitiria, mas era verdade), contudo, ele havia prometido para Kyouka que eles teriam uma competição em todos os jogos no fim de semana, promessas são dívidas. Não é como se fosse simples apenas chamar Jirou para jogar com todos os caras, ele a chamou algumas vezes, todas recusadas, então Katsuki supôs que ela não fica confortável com os outros garotos, já que ela não era tão intima de Kirishima e Sero como de Kaminari ou mesmo Katsuki. Além do mais, havia um motivo específico para ele a ter chamado para jogar no sábado, um que não deveria ser compartilhado com mais ninguém.

— Ei, Jirou! – Kirishima chamou acenando com a mão na frente da garota.

Kyouka desplugou os fones do celular e olhou para ele.

— Kaminari tem um jogo novo que chegou hoje e já que você e Bakugou vão jogar no fim de semana, por que não vamos todos? – sugeriu o ruivo com um sorriso acalorado. – Vai ser divertido.

— Eu? Ahn... não,  obrigado – Ela enrolou o fone no indicador com indiferença – Mas divirtam-se.

— Ei, orelha, o que eu disse para você ontem à noite? – Bakugou interrompeu altivo – Esse final de semana, melhor de três, todos os malditos jogos. – Ele pontuou quase ameaçadoramente.

— Qual é Bakugou, vai ser mais legal se todos jogarem ao mesmo tempo, podemos ser um time online! – Kaminari sorriu confiante e ergueu um punho no ar.

— O que você diz, orelha? Quer jogar com esses idiotas?

— Eu não quero atrapalhar o time – ela respondeu sorrindo travessa – Vai em frente, eu tenho uns livros que quero ler na minha estante, sem ressentimentos.

— Porra nenhuma – resmungou Bakugou torcendo o nariz – Você vai jogar, agora, se vai ser no meu quarto ou no do Pikachu, é você que escolhe. Eu disse que a porcaria do sábado era seu.

Jirou gemeu baixinho e se encolheu. Bakugou não era muito bom nessa coisa de ajudar as pessoas. Agora ela tinha todo o Bakusquad a encarando por uma resposta que ela não queria dar.

— Ok, no Kaminari, então – ela respondeu com indiferença.

Os três comemoraram enquanto Jirou voltava a por seus fones no celular. Não demorou muito para a aula começar, Ectoplasma sensei usou cada segundo da aula para explicar o assunto. Mesmo depois de o sinal sonoro indicar o fim da aula, todos concordaram com continuar por mais cinco minutos para terminar uma explicação particularmente complicada.

Bakugou demorou para arrumar suas coisas e mandou Kirishima ir na frente, coisa que o ruiva não fez. Ele queria checar Jirou, claro, sem alertar ninguém sobre o que estava acontecendo. Primeiro por que não era da conta de ninguém, segundo que ninguém precisava saber que ele estava preocupado.

Ele saiu da sala acompanhado de um Kirishima falador, Katsuki andou devagar até Jirou e Yaoyorozu estarem perto da porta, então ele esbarrou em Kyouka de propósito deixando a garota um pouco confusa e irritada.

— Ei! – Jirou protestou antes de perceber quem era.

— Você está ok? – ele perguntou com sua rispidez natural.

— Sim, eu vou ficar legal – Jirou murmurou sabendo exatamente sobre o que Bakugou estava perguntando.

Jirou havia pedido para Katsuki não comentar com ninguém, embora ela já imaginasse que ele não faria isso, ainda assim, ela desviou os olhos para o chão e corou um pouco antes de seguir ao lado de Yaomomo.

No jantar todos comeram tranquilos, exceto por um momento em que Kaminari e Kirishima disputaram a sobremesa um do outro, contudo, Bakugou resolveu tudo com uma ameaça verbal e não verbal (de suas mãos fumegando).

— Kachan, posso falar com você? – pediu Midoriya em sigilo.

Bakugou ergueu uma sobrancelha, enfiou as mãos no bolso da calça e seguiu para longe dos outros colegas. Midoriya sabia muito bem que isso significava que deveria segui-lo.

— Desembucha, Deku – Comandou Bakugou quando ambos estavam sozinhos.

— Está tudo bem com Jirou-chan? – perguntou Midoriya esfregando a cabeça.

Bakugou arregalou os olhos e olhou ao redor, ele sabia que não tinha ninguém, mas checar não custa nada, certo?

— Seu nerd intrometido – ele suspirou – Não é da sua conta, a orelha sabe se virar.

— E-e-eu sei, é que eu pensei que, talvez, não sei, fosse algo sério – gaguejou Midoriya sacudindo os braços - você parecia preocupado, e-então...

— Eu não estou preocupado! – protestou Bakugou avançando um passo e fazendo Midoriya se encolher.

— Eu só queria ajudar. – ele chiou nervoso – Eu queria ter feito mais quando Iida se perdeu contra o Stain, eu... quero salvar meus amigos... – Midoriya explicou em um sussurro.

— Tch. Ela está bem – Bakugou começou a andar de volta para o salão – Não subestime aquela coisa curta, ela pode se salvar sozinha.


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