A família Olimpiano e suas nações - Parte 1 escrita por Anne Claksa


Capítulo 9
Um novo começo para Demeter: Rússia - parte 2




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No dia seguinte, Demeter recebeu uma notícia maravilhosa, sua filha Perséfone iria com ela, queria também começar uma vida nova, mas com o seu antigo nome, Core. Ela e a mãe se arrumavam as malas e conversavam sobre a nova vida que iam ter.

Enquanto isso, Zeus andava pelo Olimpo, pensando na saudade que iria sentir de Hera, ele chegou até a varanda, o local em que tantas vezes esteve com ela, namorando, trocando beijos. Zeus fechava os olhos e pensava: “Como eu queria que ela estivesse aqui”. E seus pensamentos se tornaram realidade, pois, Hera apareceu na varanda.

— Oi, Zeus! — Disse Hera.

— Hera...oi! — Disse Zeus. — Pensei que estivesse arrumando as malas.

— Estava, mas já acabei e decidi dar uma volta pelo Olimpo e por coincidência, eu vim parar aqui.

— Você vai embora hoje mesmo, não é?

— Sim, a China precisa de mim.

“Eu preciso de você”, pensou Zeus. Os dois conversavam, riam, relembraram alguns momentos, Zeus parecia encantado com o sorriso de Hera, guardará a imagem daquele sorriso para sempre.

— Bom, já estou indo, mas antes, eu quero te dar um presente. — Disse Hera.

— Que presente? — Perguntou Zeus confuso.

— Um conselho. Aproveite seu casamento com a Têmis, ela te ama de verdade.

...

Enquanto isso, Khayna procurava por Ares, bateu na porta de seu quarto, quando ele abriu a porta e a irmã se deparou com a cena, Ares e Afrodite enrolados no lençol, com os cabelos desgrenhados.

— Não precisam dizer nada...Ares vista-se, arrume-se, pegue suas coisas e vá para a sala, ordens da mamãe. — Disse Khayna.

Na sala, quem iria embora já se organizava. Demeter e Hera apareceram na sala sorridentes, Khayna foi até elas.

— Mamãe, tia Demeter, o colar irá a avisar quando os portais chegarem, fiquem atentas. — Disse Khayna.

Enquanto isso, Ilítia e Core conversavam.

— Então, Perséfone, está ansiosa para sua nova vida? — Perguntou Ilítia.

— Estou muito empolgada e para comemorar, voltei a usar o meu antigo nome, pode me chamar de Core.

— Que ótimo prima, fico muito feliz por você.

Hera deu o aviso:

— Peguem as suas coisas e comecem a se despedir, os portais chegaram.

A seção de despedidas não durou muito e logo Hera, seus familiares, Demeter e Core saíram do Olimpo. Perto do jardim chinês, Iasião se juntou a eles.

— Então, é isso. — Disse Demeter. — Estou indo para Rossía. Até breve sobrinhos, Ixião, adeus e... adeus e muito obrigada Hera.

As irmãs se abraçaram.

— Adeus Demeter, seja feliz minha irmã. — Disse Hera um pouco emocionada. — Iasião, cuide da minha irmã e a faça feliz, senão, se verá comigo.

— Pode deixar Hera, vou cuidar de Demeter com todo o amor. — Disse Iasião.

De longe, Poseidon observava e dizia:

— Adeus Demeter, adeus meu amor.

Hera e seus familiares foram embora. Demeter, Iasião e Core andaram um pouco até chegarem ao portal para Rossía. Ao chegar perto do portal, Demeter respirou fundo, Core percebeu que a mãe estava nervosa, segurou sua mão e disse:

— Fique calma, vai dar tudo certo.

Demeter sorriu e junto com a filha e Iasião, passou através do portal e foi para Rossía. Demeter observou bem a paisagem. Era diferente que havia imaginado, com muitas planícies, arvores como pinheiros, salgueiros e nogueiras. Percebeu também que a paisagem era bem bonita e o tipo de solo, não dava para se cultivar muitos alimentos. Mas para Demeter isso era bom, queria se aventurar em uma nova atividade, mas nada que uns bons toques não resolvam. Andaram mais um pouco e viram um pequeno vilarejo, mas antes que pudessem se aproximar do lugar, um grupo de camponeses avistou o grupo e decidiram ver o queriam. Os camponeses falaram algumas palavras, Demeter não as entendia, mas foram suficientes para assustar Core, que se escondeu atrás da mãe.

— Iasião, não entendo o que falam, como vou me comunicar aqui, melhor voltarmos para a Grécia. — Disse Demeter um pouco assustada.

— Não desista Demeter, eu vou te ajudar, sei falar um pouco a língua deles. — Disse Iasião. — Diga a eles que não veio causar problemas, que veio ajuda-los a construir uma nação, eu traduzirei tudo a eles.

Demeter ficou com um pouco de medo, mas concordou com a ideia de Iasião.

— Me chamo Demeter, venho de muito longe, da Grécia. Durante muitos anos eu era a deusa da agricultura e era muito venerada por prover o alimento. Mas, realizando esta função durante muito tempo, me entediou e queria muito experimentar novos ares. — Disse Demeter. — A minha irmã Hera, é deusa fundadora da China e foi ela quem me apresentou Rossía. Desde então eu me desafiei a fundar uma nação, a buscar novas experiências de vida. E por isso que eu estou aqui. Junto com a minha filha, Core, e meu amado Iasião, prometo transformar Rossía em uma nação próspera, isso se vocês aceitarem a nossa presença por aqui.

Demeter nem acreditou no que tinha acabado de fazer, Iasião sorria para ela.

Um camponês fez uma pergunta, que Iasião traduziu:

— Ele quer saber porque uma venerada deusa da agricultura, quer fazer de Rossía uma nação, sendo que ela não possui um solo próprio para cultivo?

Demeter respondeu:

— Como eu disse, eu era a deusa da agricultura e meu maior orgulho era prover o alimento, umedecer a terra, ajudando no plantio, ver alegria na hora da colheita, isso me fazia sorrir. Mas fazendo isso durante muito tempo, me deixou um pouco angustiada e comecei a me questionar “Será que farei isso para sempre? ”. E decidi buscar algo novo, fundar uma nação é um ótimo desafio, trabalhar para o bem de um povo, ajudar a construir uma morada. Sei que Rossía não tem um solo muito fértil, mas podemos encontrar uma outra atividade para desenvolver, e também posso ensinar algumas técnicas de agricultura, se for da vontade de vocês. Faremos isso juntos. Vamos fazer de Rossía uma nação!

— Estou orgulhoso de você. — Disse Iasião dando um beijo no rosto de Demeter.

Os camponeses se reuniram para discutir, Demeter estava aflita, ficava imaginado se a aceitariam. Minutos depois, o líder dos camponeses falou a decisão para Iasião.

— O que ele disse? — Perguntou Demeter aflita.

— Ele disse: “Seja bem-vinda a Rossía, Demeter, você e sua família. Vamos fazer de Rossía uma nação, juntos. ”

Demeter sorriu e agradeceu, os camponeses comemoravam. Os dias passavam. Com a ajuda de Iasião, Demeter se comunicava com os camponeses. Traçava projetos, ajudava nas atividades e em pouco tempo outros vilarejos ficaram sabendo dos feitos de Demeter e decidiram se juntar para formar um só país. E ela fez mais. Tornou algo que seria impossível, tornou férteis algumas terras e assim a agricultura foi desenvolvida.

Demeter já sabe falar algumas palavras em russo, mas ainda encontra certa dificuldade em algumas. Core está feliz com a sua nova vida, depois de anos sendo a rainha do mundo inferior, ela se sente livre, adora bordar e costurar, colher flores, tudo o que antes não podia fazer. Iasião ajuda Demeter a se comunicar e se orgulha ao vê-la falando com os russos, os dois são um casal apaixonado e ele faz de tudo para ver um sorriso em seu rosto.

Uma noite, para comemorar o sucesso de uns dos projetos de Demeter, os camponeses preparam uma festa no vilarejo, havia música, brincadeiras e uma carne assada como banquete. Core vestiu um lindo vestido floral, com uma guirlanda de flores que adornavam seus cabelos loiros, um visual que combinava perfeitamente com ela. Iasião curtia a festa quando de repente se sentiu paralisado. Demeter apareceu com um vestido rosa claro, com flores pintadas na barra do vestido e usava também uma tiara de rosas, mas o que se destacava mesmo era o seu sorriso. Os camponeses a saudaram e ela agradeceu. Iasião chegou perto de sua amada.

— Você está linda, meu amor. — Disse Iasião dando um beijo em Demeter.

Demeter sorriu tímida. A festa foi bem animada, Demeter nunca havia se divertido tanto, dançou, brincou, riu, ela estava amando sua nova vida. Já era tarde da noite quando a festa acabou, Core já dormia em seu quarto no palácio, Iasião e Demeter conversavam um pouco no outro quarto.

— Foi uma linda festa. — Disse Demeter. — Eu nunca me senti tão feliz assim.

— Fico feliz em ver a sua felicidade Demeter. — Disse Iasião.

— Eu nem acredito que estou fundando uma nação, está tudo dando certo, minha filha está feliz.

— E você tem melhorado o seu russo. Vejo você conversando, falando com eles, isso me deixa muito contente.

Spacibo. Obrigada. — Respondeu Demeter.

— Olha só, já está falando perfeitamente.

— Sim, graças a sua dedicação em me ensinar.

Demeter e Iasião se beijaram e naquela noite, eles se amaram. Dias se passaram, Demeter corria pelos campos em busca de Iasião, ela estava sorridente e ansiosa para dar a notícia.

— IASIÃO! — Gritou Demeter.

Ele ouviu seu nome e viu que Demeter o chamava, ela continuava a correr até ele.

— Oi Demeter, o que houve? — Disse Iasião.

— Estou muito contente. — Demeter fez uma pausa. — Iasião, meu amor, nós vamos ter um filho, eu estou grávida. Rossía terá o seu deus protetor.

Iasião abriu um largo sorriso, beijou a barriga de Demeter, a beijou e depois saiu gritando pelo campo como o homem mais feliz do mundo. Meses se passaram e o bebê de Demeter nasceu, uma linda menina loirinha, como ela, de olhos azuis brilhantes, Demeter estava feliz com a filha nos braços. Iasião entrou no quarto e ficou emocionado ao vê-la segurar sua filha.

— Veja Iasião, é uma menina. — Disse Demeter.

— Sim, uma linda menina que se chamará Raicca Rosie.

...

No palácio de Atlas, foi preparada uma grande festa para a fundação da Rússia. Todos do Olimpo compareceram e também seria uma chance de rever Demeter.

— Que decoração brega e sem graça. — Disse Têmis.

— Brega é você. — Sussurrou Afrodite.

Atlas anunciou:

— Senhoras e senhores, é com grande honra que anuncio a deusa fundadora da Rússia, a futura deusa protetora e toda a família divina.

Demeter entrou sorrindo segurando Raicca nos braços. Ela vestia um vestido vermelho de veludo com pequenas pelugens de mesma cor, seus cabelos estavam presos por um coque com alguns fios soltos.

— Demeter, como é bom revê-la minha amiga. Você está com um brilho, está feliz, isso me alegra. — Disse Atlas.

— Estou muito feliz em revê-lo também, Atlas. A minha vida na Rússia é que fez isso comigo e esse brilho aumentou ainda mais com o nascimento da minha Raicca. — Disse Demeter.

— Meus parabéns Demeter. Meus parabéns, Iasião. Que vocês sejam muito felizes.

Demeter colocava Raicca no berço, enquanto Hera e Hestia se aproximavam.

— Demeter! — Disseram as duas.

Demeter se virou e foi abraçar as irmãs.

— Minhas irmãs. Estou tão contente em vê-las, devo lhes agradecer por me incentivarem a fundar uma nação. — Disse Demeter.

— Não precisa nos agradecer, o seu sorriso é o que importa para nós. — Disse Héstia.

— E não vou cansar de agradecer a você, Hera, foi você que me mostrou Rossía e me incentivou a ir para lá quando eu estava com medo. Muito obrigada.

— Como a Hestia disse, não precisa agradecer, a sua felicidade é o mais importante. — Disse Hera.

As três se abraçaram. Enquanto elas estavam entretidas com Raicca, Poseidon as observava de longe, seus olhos pareciam marejar, Zeus se aproximou do irmão.

— Está tudo bem, Poseidon? — Perguntou Zeus.

— Está tudo ótimo, melhor do que nunca. Ainda bem que não fiquei com Demeter. Estou muito bem sem ela, que seja feliz com o panaca do Iasião, com a filha deles e com sua preciosa nação. — Disse Poseidon entre lagrimas.

— É irmão. É nosso destino sermos abandonados pelos amores de nossas vidas.

— Eu estou sozinho, mas você tem a Têmis.

— Mas eu não amo a Têmis como eu amo a Hera.

No altar, Demeter e Iasião deram um beijo, a cena fez Poseidon se enfurecer.

— Quer saber, eu vou lá falar umas verdades para a Demeter, direi tudo que está entalado aqui em minha garganta. — Disse Poseidon enfurecido.

— Vai com calma, Poseidon. — Disse Zeus tentando acalmar o irmão.

Zeus mal terminou de falar e Poseidon se encaminhava ao altar. Iasião percebeu que Poseidon se aproximava e afastou Demeter, como se estivesse a protegendo de um inimigo, mas ela não se importou e foi para frente.

— Demeter! — Disse Poseidon.

— Olá Poseidon, estou feliz em vê-lo meu irmão. Esta é sua sobrinha Raicca.

Poseidon olhou para a menina e toda a sua raiva desapareceu, ficou encantado com aquela menininha loirinha de olhos brilhantes e pensava “podia ser a minha filha”.

— Então Poseidon, tem algo para me dizer? — Perguntou Demeter.

— Eu só queria...desejar parabéns pela nação. Parabéns pela filha, ela é um encanto. — Disse Poseidon. — Ah! E parabéns para você também, Iasião.

— Obrigado pelos votos, Poseidon. — Disse Iasião.

Poseidon desceu do altar. No mesmo instante, Atlas avisou Demeter que estava na hora do anúncio. Demeter pegou Raicca e foi para frente, Atlas começou:

— Seu nome?

— Demeter Areta Wronskiano Olimpiano.

— Nome da criança?

— Raicca Rosie Wronskiano Olimpiano.

— Nome original da nação?

— Rossía.

— Nome real?

— RÚSSIA.

Todos no palácio aplaudiram a fundação da Rússia, agora Demeter tinha uma nação, para comemorar, ela beijou Iasião.

...

Seis anos se passaram desde a fundação da Rússia. O país se desenvolveu, ganhou cidades, tem uma boa economia, Demeter já fala russo fluentemente, Iasião a ajuda com alguns assuntos, mas ela já está bem independente. A pequena Raicca cresceu, é uma menina alegre, gosta de correr por entre as flores, é loira e tem os olhos azuis e brilhantes iguais aos de Demeter, mas é mais parecida com Iasião. Um dia ela colhia flores com Core.

— Core, que tal levarmos essas flores para a mamãe? — Perguntou Raicca.

— Que ótima ideia, Raicca. — Disse Core.

As duas foram para casa com um buquê de flores. Neste momento, Demeter se reunia com alguns comerciantes de São Petesburgo. Core bateu na porta.

— Com licença mãe, perdão por interromper a reunião, mas é que uma mocinha quer te entregar um presente. — Disse Core.

Raicca entrou na sala com um buquê de flores e o entregou para Demeter.

— São para você, mamãe. — Disse Raicca.

Demeter pegou o buquê, beijou a filha e a sentou em seu colo.

— Desculpe senhores, mas é que minha filha precisa de mim agora. Podemos continuar outro dia? — Perguntou Demeter.

— Claro que sim, é sempre uma alegria ver nossa futura deusa. — Disse um comerciante.

Demeter saiu para passear com Raicca, as duas se divertiam no campo. Demeter olhava a paisagem e sorria ao ver a Rússia se desenvolver, não poderia se sentir mais realizada.


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Notas finais do capítulo

Coloquei o nome da filha de Demeter de Raicca Rosie, pois, Raicca começa com a letra R de Rússia e Rosie para combinar com Rossía.
Um pequeno aviso, a partir de agora cada capítulo será protagonizado por um deus.
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