A família Olimpiano e suas nações - Parte 1 escrita por Anne Claksa
Notas iniciais do capítulo
Olá
Mais um deus vai embora do Olimpo, desta vez é Demeter quem deixa a morada dos deuses, mas não apenas isso, ela dá uma virada radical na sua vida e vai para um lugar totalmente urbano e funda uma nação, a Rússia.
Um recadinho esse capítulo será divido em dois,pois, ficou muito grande para um capítulo só. A continuação virá na outra parte, ok?
Agora desejo a vocês uma boa leitura!!!
Zeus acordou em seu quarto no Olimpo, estava confuso, sua cabeça girava e não entendia como foi parar lá. Só se lembra de se despedir de Têmis e mais nada, tudo em sua mente é um borrão branco.
Zeus saiu do quarto ainda meio confuso, quando chegou na sala, foi recepcionado por Hades e Poseidon.
— Boa tarde, Zeus. — Disse Hades.
— Boa tarde, meus irmãos. — Disse Zeus.
— Nossa que cara amassada, Zeus. Dormiu uma eternidade e só acordou agora. — Notou Poseidon.
— Foi quase isso. A Têmis foi para a casa da mãe dela, nos despedimos e não me lembro de mais nada do que aconteceu depois. — Disse Zeus.
— Está brincado não é, Zeus? Como assim, não se lembra do que aconteceu? — Perguntou Hades.
— Não estou brincando, Hades. Me despedi da Têmis, eu apaguei e não lembro de mais nada.
— Isso é estranho, Zeus. Você sempre se lembrou muito bem de tudo que fazia e ainda se gabava do que tinha feito. — Disse Poseidon.
Hera chega ao Olimpo, Demeter, ao ver a irmã, sorrir e vai até ela.
— Hera, agora podemos falar daquele assunto? — Perguntou Demeter.
— Claro Demeter, estou louca para contar-lhe as novidades. — Disse Hera. — Ixião, Khayna, venham também.
E assim as duas irmãs seguiram para o quarto de Hera. Elas sorriam, brincavam, tanto que Hera nem percebeu que tinha passado por Zeus, ele achou estranho e se perguntou: “Estou usando o capacete de Hades e fiquei invisível? ”.
...
No quarto, Hera invocou o feitiço do silêncio para que tivesse mais privacidade para conversar com a sua irmã.
— Então Hera, me conte tudo, estou ansiosa para saber. — Disse Demeter empolgada.
Hera pegou o seu colar e abriu um mapa.
— Está vendo este território acima da China? É conhecido como Rossía, a parte que fica na Ásia, não serve muito para plantio ou cultivo, é pouco habitada, mas seria ótimo para futuros projetos. — Disse Hera. — Já a parte que fica na Europa, possuí vilarejos, há grupos de agricultores, mas muito pequenos, pois, o solo de Rossía não é próprio para cultivo e o clima também não ajuda, é muito frio. Os habitantes têm uma vida praticamente urbana. O que acha?
Demeter ficou encantada.
— Isso é maravilhoso, Hera. Vou para Rossía.
— Mesmo sabendo que a vida lá é quase urbana?
— Mesmo assim. — Demeter sorria. — Quero desafios, quero saber como é trabalhar em uma nação e ir para Rossía será uma experiência incrível para mim.
— Demeter, uma pergunta, depois de tanto tempo, por que decidiu mudar de vida? — Perguntou Ixião.
— Há anos sou a deusa da agricultura, eu gosto de prover o alimento, de ajudar durante a colheita. Mas fazendo isso durante um longo período, me cansou. Quero algo novo, sentir a adrenalina. E vamos combinar, ultimamente, o Olimpo anda meio chato.
— Você vai adorar tia Demeter, ter uma nação é um máximo. — Disse Khayna.
— Quando pretende ir para lá Demeter? — Perguntou Hera.
— O mais rápido possível, penso em ir quando vocês forem embora. Aliás, que dia vocês vão embora? — Perguntou Demeter.
— Amanhã, estamos aqui há tempo demais. — Respondeu Ixião.
— Então está certo, amanhã você irá conosco. — Disse Hera. — Quer ver o portal para Rossía?
— Claro que sim! — Disse Demeter com um grande sorriso no rosto.
— Vou te levar no palácio de Atlas. Mas tem uma condição Demeter, por enquanto, não conte a ninguém onde estamos indo, está bem, é segredo.
— Está bem, mas antes de irmos, eu quero saber, posso levar alguém comigo para Rossía?
— Pode, você pode levar quem você quiser. Agora vamos?
Demeter e Hera saíram do quarto contentes, elas conversavam e riam. Iam saindo do Olimpo, quando passaram por Poseidon, Hades e Zeus.
— Oi meninas, aonde vão tão sorridentes assim? — Perguntou Poseidon.
Demeter ficou aflita, não saberia o que responder, não podia contar, ela olhou para Hera, que ajudou a irmã.
— Demeter vai me levar para ver os campos de arroz, posso implantar esse sistema de plantio de arroz da Grécia na China. — Disse Hera.
— É isso mesmo, vou levar a Hera nos campos de arroz. — Demeter falou aliviada.
— Então, bom passeio meninas. — Disse Poseidon.
— Obrigada. — Hera e Demeter agradeceram.
— Oi Hera. Não está me vendo aqui? — Disse Zeus impaciente.
— Oh! Oi Zeus, perdão, não tinha o visto aí. — Disse Hera. — Vamos, Demeter.
Demeter e Hera saíram do Olimpo, Zeus ficou abismado com o modo com que Hera falou com ele, Poseidon bateu nas costas do irmão e disse:
— É mano, a Hera está mudada.
...
No palácio de Atlas, Demeter estava ansiosa para ver o portal para Rossía e iniciar sua nova vida. Atlas se irritou ao ver Hera novamente.
— O que faz aqui de novo, Hera? O portal vai ser restaurado e vai demorar, o que mais você quer aqui? — Disse Atlas impaciente.
— Que portal, Hera? — Perguntou Demeter.
— É um assunto meu e do Atlas, não se preocupe irmã. — Disse Hera. — Isso é jeito de receber as visitas, Atlas? Calma, eu sei que o portal vai demorar para se restaurar, mas não vim aqui por causa disso. Eu vim com Demeter para ver o portal para Rossía.
— Eu irei para lá amanhã. — Disse Demeter.
— Como assim Demeter? — Disse Atlas. — Já sei, você que fez a cabeça dela, não é Hera? Acha que só porque você foi embora, tem o direito de convencer os outros a irem também.
Hera queria revidar, mas Demeter fez questão de defender a irmã:
— Não fale assim com a minha irmã, Atlas. Ela não fez a minha cabeça, aliás, ninguém fez a minha cabeça. Sou que quero ir embora, entendeu Atlas, eu.
— Mas por que quer ir embora Demeter, não gosta mais daqui?
— Gosto muito daqui, mas, é que a minha vida no Olimpo se tornou entediante. Todos os dias tenho a mesma rotina. Saio do Olimpo e vou para o campo. Saio do campo e vou para o Olimpo. Cansei disso. Quero fundar uma nação, pois, pela primeira vez farei algo que não será por obrigação, quero me sentir livre. E também Perséfone se separou de Hades, não quero correr o risco de ter a minha filha sequestrada de novo.
Atlas respirou fundo, viu os olhos de Demeter brilhando de felicidade e percebeu que esse era o desejo dela.
— Está bem, já que é isso que quer, vou buscar o portal. — Disse Atlas.
Atlas foi até aos fundos buscar o portal e retorna com um feito em bronze escrito Rossía no meio, Demeter ficou encantada, pois, ali estava o início de sua nova vida.
Atlas retira um objeto de uma pequena sacola e entrega para Demeter.
— Aqui está Demeter, este colar irá avisar quando o portal chegar. — Disse Atlas entregando um colar de estrela e abraçando Demeter. — Te desejo boa viajem e boa sorte na sua jornada.
— Obrigada Atlas, agradeço pelos votos. — Disse Demeter.
As duas saíram do palácio de Atlas, antes de voltarem para casa, Demeter quis conversar um pouco.
— Hera, estou muito empolgada em fundar uma nação, mas preciso confessar, estou com medo. — Disse Demeter.
— Medo de quê? — Perguntou Hera.
— Medo de não dar certo e se eu chegar lá e não for o que eu esperava, vou acabar decepcionando os cidadãos e a mim. Estou aqui a tanto tempo, fazendo sempre o mesmo trabalho, que o medo de tentar algo novo, se abateu sobre mim.
Hera segurou a mão da irmã e disse:
— Não precisa ter medo, vai dar certo, te conheço Demeter você é forte e determinada, não descansa enquanto não conseguir o que quer. Lembra daquela vez que você brigou com o Hades para liberar a Perséfone e você só parou quando ele cedeu? Você é forte Demeter e pode conseguir o que quiser.
Demeter sorriu, abraçou Hera e disse:
— Obrigada Hera, suas palavras sempre me animam.
— Me agradeça sendo feliz, Demeter.
— Agora, tenho que me preparar para dar a notícia a todos.
...
Já estava quase anoitecendo quando Têmis retornou ao Olimpo.
— Mamãe, estou feliz em ver a senhora de volta. Como está a vovó? — Disse Irene abraçando a mãe.
— Oi filhinha, estava morrendo de saudades de você. — Disse Têmis dando vários beijos na filha. — Sua avó está bem, eu a ajudei com a venda, ela mandou um beijo para você. Mudando de assunto, onde está o seu pai?
— Está no quarto, tomando banho.
Enquanto se banhava, Zeus pensava no comportamento de Hera. Ela parecia tão fria e indiferente, nem parecia a que conheceu na juventude, ficava confuso e se perguntava “por que a Hera se comporta assim? ”. Seus pensamentos foram interrompidos ao ouvir a voz de Têmis.
— Zeusinho, onde está você meu amor?
— Estou tomando banho, já estou acabando. — Disse Zeus.
Depois de um tempo, Zeus saiu enrolado na toalha deixando Têmis mais encantada com o marido.
— Nossa, me sinto tão sortuda agora, ser recebida por meu marido só de toalha. — Disse Têmis.
— Oi querida, como está a sua mãe? — Perguntou Zeus.
— Está bem. — Têmis pulou no pescoço de Zeus. — Ai Zeusinho, eu senti tantas saudades de você. Vamos aproveitar esse momento e dar uma namorada?
— Não Tetê, já está quase na hora do jantar. Mas se quiser, podemos matar essa saudade mais tarde.
Ao ouvir essa frase, Têmis abriu um largo sorriso e deu mais um beijo no marido.
Depois de um tempo, o jantar foi servido, era um verdadeiro banquete. Mas antes do jantar se iniciar, houve um momento de tensão. Zeus sentiu uma tontura e quase desmaiou. Têmis e Irene ficaram preocupadas, Hera ficou aflita e pensou: “Será que roubei energia demais? ”.
— Papai, o senhor está bem? — Perguntou Irene.
— Estou filha, foi só uma tontura que já passou. — Disse Zeus acalmando a filha. — Vamos jantar?
O jantar se iniciou, Demeter estava um pouco nervosa, mas se lembrou das palavras de Hera, respirou fundo, tomou coragem e disse:
— Peço a atenção de todos vocês, eu tenho um comunicado importante. — Demeter se levantou da mesa. — Vocês sabem que gosto de cada um de vocês, que sinto um carinho especial por todos.
— Eu também tenho um carinho especial por você, Demeter. — Disse Poseidon dando uma piscadinha.
— Eu venho comunicar que estou indo embora do Olimpo.
Todos ficaram abismados com a notícia de Demeter, mas Poseidon achou que fosse brincadeira.
— Já sei, você vai passar uns dias na Terra e depois vai voltar para o Olimpo. Sempre faz isso. — Disse Poseidon.
— Não Poseidon, eu estou indo embora. Estou indo para fundar Rossía. — Disse Demeter.
— O que é Rossía?
— O nome da nação que eu irei fundar, a Hera me mostrou, eu gostei e vou fundá-la.
— Hera, como pôde fazer isso comigo, sabes muito bem que amo Demeter, porque mostrou esse lugar para ela? — Poseidon perguntou nervoso.
— Ama Demeter? Engraçado, eu achei que ela era só mais caso seu sem importância. Eu mostrei Rossía para Demeter porque percebo que está farta dessa vida e quero que ela busque a sua felicidade onde quer que seja. — Disse Hera.
— Zeus, você é o rei do Olimpo faça algo, a impeça de ir embora. — Poseidon estava desesperado.
— Desculpe irmão, mas vejo que Demeter quer ir mesmo embora, não posso ir contra a vontade dela, seria injusto. — Disse Zeus.
Poseidon ficou com raiva e foi embora.
— Então Demeter, quando pretende ir para Rossía? — Perguntou Zeus.
— Eu irei quando Hera voltar para a China. — Disse Demeter.
— E que quando irá voltar para a China, Hera?
— Amanhã, aproveitei bastante meus dias aqui, já está na hora de voltar. — Disse Hera.
Zeus se engasgou com a taça de ambrosia.
— Mas já? Eu pensei que ficaria mais tempo comigo, quer dizer, conosco.
Hera apenas deu de ombros. O jantar se encerrou e todos foram dormir, menos Demeter, ela está bem ansiosa, amanhã sua nova vida começa.
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