Até agora, o plano de Emma cantava conforme a banda tocava, tudo dando certo, como se fosse um sonho, um daqueles três era seu pai, o seu verdadeiro pai, algo que durante toda sua infância e adolescência sonhava em ter, um pai.

Mas como nem tudo nessa vida são flores, bem naquele dia, Marinette decidiu ir ao depósito guardar uma caixa, algo que fazia um ou duas vezes por ano, já que Emma sempre guardava tudo para a mãe, mas o evento raro aconteceu e ela foi.

A ideia principal era erguer o alçapão que levava até o andar de cima e depois levar a caixa, para não ter perigo de deixa-la cair na escadinha que levava até o próximo andar.

Então, a azulada deixou a caixa no andar de baixo e subiu a pequena escadinha, ouviu alguns barulhos vindos daquele lugar. O primeiro pensamento foi: Ladrões, mas quem iria roubar em Kalokairi? O segundo pensamento foi e abrir apenas uma fresta da pequena porta e olhar quem ou o que estava no depósito.

Abriu lentamente o alçapão, tomando cuidado para não fazer barulho, percebendo que a portinhola estava mais pesada naquele dia. Colocou os olhos na fresta e olhou.

Que surpresa a mulher levou, a primeira coisa que viu foi um ruivo de olhos verde-água, mas de repente, parecia que a imagem que via tremeu e mostrou esse homem mais jovem, cm os cabelos um pouco bagunçados e uma jaqueta de couro no lugar da camisa social que vestia, Marinette sussurrou:

—Nathanael?

A segunda figura que viu foi um homem de mechas tingidas de azul e olhos de mesma cor, ao lado dele, uma garota que aparentava ser jovem também com mechas tingidas, porém com a cor roxa e olhos vermelhos.

A garota não reconheceu, mas quando olhos para a coxa do homem, reparou uma tatuagem em forma de âncora, reconheceu na hora, sabia a quem pertencia aquela determinada tatuagem. Olhou novamente para o rosto do homem e a imagem que via novamente pareceu tremer e mostra-lo como era mais novo, dessa vez o homem possuía cabelos mais compridos e as mechas azuis continuavam, mas usando uma camiseta listrada e não a blusa bege e o colete marrom, novamente a azulada sussurrou:

—Luka?

E olhou a última pessoa que estava naquele quartinho, um loiro de olhos verdes e estava usando uma camiseta de gola polo branca, mas logo a imagem tremeu, seus cabelos pareciam ter sido penteados um pouco mais para o lado e sua camiseta branca se transformou em uma preta com três listras, uma verde, outra amarela e por fim uma azul:

—Adrien? - Sussurrou abaixando o alçapão.

A mulher não sabia qual reação deveria ter, ela tinha que chorar? Tinho que gritar? Tinha que surtar? Nenhuma dessas opções era válida, ela deveria fazer o que a acalmava, como acalma muita gente hoje em dia, ela tinha que cantar (EEEE, momento musical!).

“I was cheated by you

and I think you know when.

So I made up my mind, it must come to an end”

Ela já havia saído daquele prédio, se encostava na parede para ver se conseguia descansar os pensamentos:

“Look at me now, will I ever learn?

I don't know how but I suddenly lose control”

Tinha dado um giro aleatoriamente para se descontrair, quase caiu em cima de um bode do vizinho que passava por ali:

“There's a fire within my soul.

Just one look and I can hear a bell ring

One more look and I forget everything”

Reparou uma escada ao lado que levava ao topo daquela mini-construção recordando-se de que lá havia uma portinhola que mostrava exatamente onde aqueles três estavam juntos, tinha que voltar a cantar para se acalmar:

“Oh, oh, oh

Mamma mia, here I go again

My my, how can I resist you?

Mamma mia, does it show again

My My, just how much I've missed you?”

Subia as escadas lentamente, tentando fazer o mínimo de som o possível, avistou uma janela tentou abrir, mas já havia sido tampada, então subiu até o teto da construção, quase caindo de cima, mas se conseguiu se equilibrar e ficar em pé:

“Yes, I've been broken-hearted

Blue since the day we parted

Why, why did I ever let you go?

Mamma mia, now I really know”

Enquanto isso, Emma tentava levar as amigas para elas a ajudarem a esconder melhor as quatro pessoas que havia colocado em um quarto com colchões no chão. Quando elas viram Marinette no topo do prédio, por impulso, cantaram:

“My my, I should not have let you go”

E saíram correndo de perto dali.

Marinette continuava a cantar, mas estava pendurada, olhando os três homens por uma janela de vidro , por muita sorte, eles estavam de costas:

“I was angry and sad when I knew we were through

I can't count all the times I have cried over you”

Voltou para cima do prédio, observando a portinhola:

“Look at me now, will I ever learn?

I don't know how but I suddenly loose control

There's a fire within my soul.”

Tentou abrir, mas se auto impediu, achando que aquilo era errado, andava para trás até topar com uma parede de pedras.

Toda vez que se aproximava, andava para trás, como se seu cérebro lhe falasse ‘’Não vá! Você não vai aguentar isso.” :

“Just one look and I can hear a bell ring

One more look and I forget everything”

Andava para trás, até que topou com a parede de pedras novamente, só que dessa vez, acabou caindo no chão, foi engatinhando até a portinha:

“Mamma mia, here I go again

My my, how can I resist you?

Mamma mia, does it show again

My, my, just how much I've missed you?

Yes, I've been brokenhearted

Blue since the day we parted

Why, why did I ever let you go?”

Quando foi abrir, ela parecia ter sido trancada por dentro, fez um pouco mai de força e abriu:

“Mamma mia, now I really know”

Fez o sinal da cruz e tentou novamente, só que dessa vez, a porta se abriu

“My my, I should not have let you go!”

Foi olhar para dentro em pé, como era desastrada, se desiquilibrou e caiu, certamente a sorte estava ao seu lado naquele dia, pois havia um colchão logo abaixo que amorteceu a queda:

—Sempre fazendo uma entrada triunfal, né, Marinette? – Diz Adrien dando um sorriso.