Guardiões e os Enigmas da Nova Era escrita por Minnie Colins


Capítulo 9
VIII: |Merida| A profecia revelada.


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaaaar! Como vão? Acabo de tirar do forno esse capítulo e como eu sou muito ansiosa pra postar não revisei, então, peço desculpas se encontrar errinhos ortográficos e que me avisem nos comentários.
Aqui temos um pouco mais de revelação e eu espero que apreciem a leitura ♥



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Era difícil pegar no sono naquele lugar, mesmo que em um palácio encantado. Merida passara a noite toda alerta para qualquer mísero ruído. Deitou de costas para Rapunzel e deixou seu arco a postos debaixo daquela cama improvisada feita por aqueles serzinhos que Fada insistiu em denominar “fadinhas”. Temia que a qualquer hora algum subdeus aparecesse ou aquele garoto viking viesse, na espreita. Merida tinha repensado bastante o ocorrido na Oficina do North durante a madrugada. Hiccup não parecia ser o tipo de pessoa que ela ouvia nas histórias sobre o seu reino ser atacado pelos nórdicos. Se Merida não escutasse da própria boca dele dizer ser viking, ela jamais acreditaria. Mas agora já sabia e não podia desconsiderar milênios de histórias e acontecimentos marcantes envolvendo os dois povos por causa de uma causa tão incerta a lutar. Enfrentá-lo seria o certo a fazer e tinha certeza de que ele pensava a mesma coisa... Ou pelo menos deveria pensar já que pareceu tão convicto em fazer seu dragão sair de cima dela para não machucá-la. Se fosse ao contrário, Merida não interviria. A questão é que ela não sentira simpatia por quase ninguém, além do garoto viking, Jack Frost pareceu ser alguém frio demais para ela e tinha quase certeza que divergia em muitos aspectos com Rapunzel. Como queriam que ela lutasse ao lado deles? Na presença de Coelhão, Fada, North e Sand tudo bem, mas como seria assim que Merida se visse sozinha com os outros três? Tais pensamentos, além dos ruídos estranhos que escutara durante a noite, não a deixaram dormir. Por isso, assim que percebeu os primeiros indícios do alvorecer, Merida levantou-se.

Rapunzel também estava virada de costas e, o pequeno camaleão verde que ela trouxera com si, dormia em seu ombro. Seu longo e loiro cabelo caía por sobre a cama e amontoava-se no chão. Merida quis saber o porquê de Rapunzel, provavelmente, nunca o ter cortado. Ela era cheia de segredos. Merida sentia que todos que conhecera até então tinham segredos. A ruiva caminhou até a enorme janela do recinto que lhe oferecia uma bela vista da cordilheira mais adiante. O nascer do sol naquela região era lindo. Merida lembrou-se de que sempre costuma agradecê-lo por tudo ter ocorrido bem com ela e sua mãe. Não sabia se era o segundo nascer do sol de uma estação definida naquela dimensão, mas mesmo assim ela agradeceu. Fechou os olhos e lembrou-se da família... Sua mãe e seu pai... Seus irmãozinhos a correr aprontando pelo castelo... Sua antiga vida antes dessa loucura toda acontecer... Deixou os olhos marejarem por um breve momento.

— Já acordada? – a voz de Rapunzel a fez sobressaltar-se e distrair o pensamento. Merida esfregou os olhos e virou-se para encará-la. A loira estava sentada na cama com as pernas dobradas em ‘x’ e sorria amigavelmente para Merida.

— Na verdade não consegui dormir. – respondeu um pouco sem jeito. Não ter intimidade a fez parar de fitá-la e encarar a vista às suas costas.

— Eu também não, tive um sonho esquisito. – ouviu a garota dizer. – Mas pareceu ser bem real até. – isso despertou-lhe o interesse.

Merida voltou a mirar sua face e comprimiu os lábios na busca de algo para dizer. Colocou um cachinho ruivo para atrás da orelha e apoiou-se na batente da janela.

— Se me permite perguntar, sobre o que era?

— Ah – Rapunzel passou as mãos no cabelo. – Vi uma mulher em meu sonho, uma espécie de dama só que dourada por inteiro. Ela não disse uma palavra, apenas tocou em meu peito. Muito doido, sim? – deu um risinho nervoso depois de um tempo.

Merida balançou a cabeça e também sorriu.

— Olha, levando em conta tudo o que tem acontecido até que seu sonho não está fora do normal.

Elas se encararam com empatia sem saber muito o que dizer. Mesmo de longe, se podia escutar o farfalhar de asas das fadinhas do dente, algumas tinham ficado no palácio para garantir que nada desse errado e outras, junto com Fada, partiram noite a fora pelos continentes para fazerem as colheitas. Merida observou Rapunzel se levantar e também ir em direção a grande janela para admirar a paisagem. Enquanto caminhava, seu longo cabelo arrastava no chão e a loira parecia estar tão acostumada que não demonstrava sentir o peso das madeixas.

— Desculpe, mas, não pude deixar de prestar atenção no que disse... Lá na Oficina. – tateou Merida, tentando não parecer intrometida.

Rapunzel suspirou, deu uma ultima olhada pela janela e virou-se para Merida.

— É uma história delicada para mim, da qual não gosto de me lembrar. – mas mesmo assim Merida ficou sabendo de tudo naquele breve intervalo de tempo. Soube de sua prisão em uma torre por 18 anos, da maldosa mulher, Góthel, que dizia ser sua mãe, sobre seu posto de princesa jamais ocupado e sobre Eugene...

Ouvi-la desabafar fez Merida sentir-se solidária por ela e um pouco culpada também de saber que a briga que tivera com a própria mãe há um ano por achá-la injusta com Merida, não era nada comparado ao que Góthel era para Rapunzel.

— Sinto muito. – ouviu a própria voz depois de um breve silêncio.

— Vir com Jack para cá foi minha única chance de escapar, eu prefiro lutar contra subdeuses a viver o resto da minha vida junto daquela mulher usufruindo de meu cabelo. – ela abraçou-se em uma tentativa de proteger a si mesmo de um perigo iminente a sua volta. – Imagino que para você não foi uma escolha fácil. – redirecionou-se a ruiva, também em busca de respostas. Merida se sentiu a vontade para contar sua história também.

— Confesso que eu preferia não ter vindo. – deu um impulso com os pés e sentou-se na batente da janela, gostando de sentira brisa de seus cabelos e a adrenalina de ter um precipício as suas costas. Ao vê-la ali, Rapunzel arregalou os olhos no que Merida fez um sinal com a cabeça que dizia “não se preocupe”. – Eu preferiria ter ficado junto de minha família, junto de minha mãe, para recuperar o tempo em que fui injusta com eles. – tal como Rapunzel fizera antes, a ruiva detalhou a experiência pela qual passara e descobriu que, mesmo depois de um tempo, tudo aquilo ainda a afetava... Só de pensar que poderia ter perdido a rainha Elinor apenas por seu egoísmo fez seus olhos marejarem no que Rapunzel não percebeu, pois escutava Merida enquanto tinha seu olhar fixo em um ponto distante. – Então quando Fada mencionou que queria uma chance de mudar o destino das crianças dessa realidade, bem, isso me tocou profundamente e... Me senti parte disso. – terminou com um breve suspiro. – Mas agora com esse garoto viking por aí, me faz questionar tudo sabe? Eu não sei o que fazer.

Merida não queria transparecer insegurança, sempre, em sua vida, fora ensinada a enfrentar tudo o que estivesse em seu caminho, ser valente o bastante para tomar decisões e lidar com suas consequências, mas desde que ficara frente a frente com os subdeuses alguma coisa dentro de si titubeou.

— Olha – disse Rapunzel depois de um tempo. – sei que a história entre vikings e escoceses não é uma das mais amistosas, mas, pense que quanto mais cedo desvendarmos todos esses enigmas e vencermos, mais breve poderemos voltar para casa. – e ao dizer isso a loira hesitou, lembrou da prisão de Góthel e deixou um suspiro escapar por entre seus lábios. Enquanto Merida daria tudo para voltar a estar junto de sua família, Rapunzel queria a maior distância possível de sua antiga realidade.

Dunbroch ia proferir alguma palavra de conforto quando foi interrompida por uma dezena de fadinhas que vieram voando, frenéticas, na direção de ambas. Atrás das criaturinhas, Fada também vinha, com um semblante exausto, mas ao mesmo tempo, em alerta. Rapunzel chegou mais perto de Merida e colocou seu camaleão no ombro. As duas se encararam, confusas, e depois presenciaram Fada exclamar:

— Precisamos ir até a Oficina do North. – disse com rapidez. – Ele diz que há algo errado com o Globo.

— A-agora? – questionou Rapunzel. – Os subdeuses... Eles...

— Não os subdeuses, mas com as crianças que são representadas no Globo Terrestre. – explicou e olhou na direção onde mais fadinhas se aproximavam, trazendo em mãos esferas transparentes que Merida identificou como sendo os portais que as levariam até os outros.

Ela teria de encarar o garoto viking mais uma vez. Mesmo depois de trocaram injúrias, mesmo depois daquele dragão quase matá-la enforcada. Merida foi até os pés da cama onde dormira e pegou seu arco e flecha.

— Vocês podem ir com o Globo. – instruiu Fada preparando suas asas com batidas sincronizadas. – Eu chego lá em dois minutos.

O cristal se quebrou em seguida e Merida já pôde identificar, lá dentro, o formato já conhecido da sala principal com vários duendes a perpassá-la. A ruiva esfregou o rosto em uma tentativa de eliminar qualquer indisposição e sentiu a mão de Rapunzel repousar em seu ombro. Elas se fitaram e depois atravessaram.

A incômoda sensação de rodopios instalou-se no corpo dela que fechou os olhos para não enjoar tão rápido. Sentiu seu corpo colidir com o chão duro da oficina e não demorou muito para se reerguer. Rapunzel surgiu ao seu lado, logo em seguida e Merida a ajudou.

A típica cena outra vez: os guardiões reunidos (Fada conseguira chegar primeiro que elas), os yetis ao dispor de North e ele um pouco mais afastado. Hiccup estava com Banguela perto do elevador e Merida notou que ele havia retirado a parte de cima da armadura que usava. Agora uma camisa de tecido fino e verde o vestia ali. Hiccup percebeu que Merida o encarava e retribuiu o olhar, mas, mais uma vez, ela desviou.

— O que aconteceu? – Merida perguntou, séria e compenetrada, limitando seu interesse em North.

— As luzes. – revelou e caminhou em direção ao Globo. – Estão esquisitas.

E então todos olharam para elas. As pequenas e milhares luzes amarelas espalhadas pelos continentes e que antes piscavam, normalmente, agora brilhavam de modo intenso e contínuo para depois apagarem-se por completo. Dado alguns segundos, reacendiam e emitiam o brilho perene e em seguida: o escuro.

— O que isso significa? – foi Jack quem perguntou depois de dar impulso com os pés e planar bem perto do Globo, observando as luzes de outro ângulo.

— Problemas. – Coelhão disse sério e sem o tom sarcástico que sempre usava quando dirigia-se a Jack. – Elas continuam acreditando em nós, mas parece que...

— Perderam o encanto da infância. – Fada completou por ele e os dois se encaram, preocupados. – É como se a crença em nós fosse meramente casual. Algo sem muita relevância. – O que faremos, North? Eu trabalhei dobrado essa noite e não obtive muitos resultados. O que faremos?

North não conseguiu encontrar as palavras certas para proferir. Não sabia quando os subdeuses iam atacar novamente e nem quando os quatro escolhidos iriam resolver trabalhar em equipe. Tudo parecia perdido, não tinham nenhuma pista a seguir para conseguir derrotar a ameaça que os rodeava inteiramente.

Ficaram todos em silêncio por vários minutos, pensando, buscando alguma forma de amenizar a preocupante situação. Merida tinha se recostado em uma das paredes e encarava seu arco e flecha sem saber muito que fazer. Aquilo tudo era uma perda de tempo. Quanto mais teriam de esperar até serem massacrados de vez pelos subdeuses?

E então, tão rápido e de repente, uma luz prateada iluminou toda a sala. Merida sobressaltou-se junto com os outros. Olhou para a janela central e deparou-se com a Lua em sua suntuosa estrutura cheia e brilhante. Mesmo de dia, ela emanava raios luminosos prata-azulados que fez Merida se esquecer de tudo e todos e apenas admirar sua beleza.

A luz da Lua se concentrou em um ponto específico do chão e, em seguida, o céu escureceu brevemente. A luminosidade presente se uniu em uma só figura. Uma silhueta humana surgiu feita do que parecia ser reflexos translúcidos para depois clarear ainda mais e quase parecer concreta.

Um homem foi identificado por Merida. Parecia ser um cavaleiro medieval, tinha cabelos enegrecidos como o céu a noite, o rosto fino e olhos tão prateados que até davam a impressão de não serem reais. Merida tinha quase certeza de que era...

— O Homem da Lua. – ouviu North sussurrar, tão espantado e maravilhado quanto todos ali. – Pelas bengalas açucaradas...

O grande homem deu uma breve olhada em todos, mas focou principalmente em Merida, Jack, Hiccup e Rapunzel.

— Aproximem-se. – pediu para os quatro e sua voz simulava um eco melodioso acompanhado de pequenos sussurros distantes. Os quatro escolhidos não hesitaram em fazerem o que lhes foi incumbido. Assim que ficaram de frente para o Homem da Lua, ele prosseguiu: - Não temam uns aos outros e confiem em si próprios.

“Aqueles com a genuína chance de, às crianças da Terra, a salvação trazer terão um aliado a seu favor.

Para vencerem o mal gestor, meu artefato precisam obter. Quatro partes devem buscar para o seu poder revelar. Meramente se a crença, o reviver e a renúncia acontecer.

Quanto tudo se formar, o artefato supremo irá brilhar e essa será a hora de lutar.

Mas é necessário prevenir, se acaso algo falhar, o equilíbrio irá sucumbir.”

Cada palavra foi proferida com sabedoria e plenitude.

— Confiem em si próprios. – repetiu e, tão de repente quanto surgira, o Homem da Lua desapareceu, levando com si todo o brilho mágico do local. O céu, calmamente, voltou a clarear e a atmosfera local retornou a aparência de antes.

O coração de Merida parecia que ia saltar pela boca em batidas frenéticas e fortes contra seu peito. Ela fitou o chão e depois direcionou seus olhos para Rapunzel que estava ao seu lado, a loira, tão abismada quanto ela, fez menção de dizer algo, mas nada saiu de sua boca.

— Por Odin, isso foi uma profecia, não é? – Hiccup se manifestou antes de todos. – Teremos de seguir os passos que o Homem da Lua incluiu na profecia para vencermos.

— O Homem da Lua... – a voz de Jack foi ouvida em um timbre baixo. – Nunca apareceu para mim em trezentos anos. Eu apenas escutava sua voz.

— Assim como para nós. – revelou North que não fitava ninguém em específico. – Ele nunca havia feito uma comunicação tão sólida com a Terra em muitos anos. – aquilo era tão incomum e surpreendente para todos quanto era para Merida, ali, ainda sem encontrar a própria fala.

— De que artefato ele se referiu? – inquiriu Rapunzel, também procurando por respostas que fizessem sentido.

— Não faço a menor ideia. – disse Coelhão em frustração.

Foi quando Merida se irritou.

— Não é possível! – deixou a voz sair em frustração. – Estamos tão perto de descobrir como derrotar os subdeuses e ao mesmo tempo tão longe? Ninguém sabe ao que o Homem da Lua se referiu? Deve haver alguém que entenda as mensagens de...

— Isso! – Fada comemorou, aproximando-se de Merida que assustou-se e calou-se no mesmo instante. – É isso! North, devemos recorrer a ele, ou melhor, os quatro escolhidos devem. – cada palavra uma coisa a menos que a ruiva entendia.

— Recorrer a quem? – quis saber Hiccup, curioso.

— A Sir Erásmus, ele costuma entender as referências do Homem da Lua quando ninguém mais o faz e, a julgar pela comunicação com a Terra feita em muito tempo, eu diria que só Erásmus saberia responder. – North animou-se e em seguida fez um sinal para um dos yetis. – Aquele livro. – disse para o animal que foi providenciá-lo.

— Vocês querem dizer que esse tal de Erásmus é um intérprete das profecias do Homem da Lua? – adivinhou Jack e deu um sorriso irônico.

— Exatamente. – North confirmou assim que o yeti retornou com o livro pedido em mãos. Todos se aglomeraram para junto do papai Noel que depositou o livro em cima de uma mesa qualquer dali. Ele procurou por entre as grandes e extensas páginas do objeto, folheando e lendo rápido, até parar em uma em específico.

Ali tinha uma espécie de mapa, instruções que levavam a Erásmus.

Merida sentiu que em breve teria de entrar em algum outro portal.

North sorriu mais uma vez antes de passar os dedos pelos escritos antigos e proferir:

— É chegada a hora de dizer olá ao meu velho amigo.


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Notas finais do capítulo

Eu percebi que o Homem da Lua ainda não tinha uma aparência física em nenhuma das fics que já li e até no filme a Origem dos Guardiões então pensei: por que não criar uma para o bonitão?
Pois é, agora posso dar como, oficialmente, iniciada a jornada do The Big Four. Muita coisa ainda espera por eles e eu espero que vocês continuem comigo para acompanhar tudo isso.
Obrigada pela leitura, beijinhus ♥



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