Guardiões e os Enigmas da Nova Era escrita por Minnie Colins


Capítulo 8
VII: |Rapunzel| Divergências.


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Como vão? Então, eu acabei me empogando um pouco com esse capítulo, geralmente escrevo em média com 2k e poucas palavras nos caps para não ficar muito grande e a leitura se tornar maçante.
Espero que gostem ♥



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~ ~

Rapunzel não pretendia mostrar a ninguém o poder de cura que tinha, pois queria evitar olhares curiosos exatamente como os que recebera agora a pouco. Ela queria deixar tudo o que lembrasse Góthel e sua vida passada o mais distante possível de suas memórias. Tudo o que lembrasse Eugene... Mas, ela sabia, não conseguiria desvincular-se assim tão rápido do cabelo mágico e algo tão importante que era o poder contido nele. Rapunzel tinha suas dúvidas sobre o poder de cura estar ligado aos motivos do Homem da Lua ter a escolhido como guardiã, ou talvez alguém que fosse muito próximo a ele. O fato foi que ela não pensou duas vezes para curar os ferimentos de Jack Frost. Ainda não sabia o porquê, mas sentira algo com relação ao garoto desde o momento em que o vira aparecer em seu quarto. Um sentimento de confiança, uma coisa forte que Rapunzel não sabia o que era e nem como explicar.

Quando todos voltaram para a oficina de North depois da batalha que tiveram contra os subdeuses, Rapunzel ainda estava meio zonza. Eles apareceram, com a ajuda do portal, na sala central onde ficava o globo e Rapunzel ainda não conseguira se acostumar com os duendes, yetis e milhares de brinquedos sendo fabricados.

— Estão todos bem? – North perguntou preocupado. Um dos yetis veio em sua direção logo em seguida. – Phill, vá buscar copos com água para eles. – bastou isso ser dito para o yeti, prontamente, sair para providenciar o pedido.

A garota não era a única que estava exausta. O menino e seu dragão recolheram-se em um canto novamente, com ele checando todos os pontos possíveis no animal para ver se não estava ferido. A ruiva tinha boa parte das flechas em sua aljava, quebradas, e a barra de seu vestido estava um pouco rasgada. Jack, apesar de não ter qualquer indício de ferimento ou cansaço depois da magia de Rapunzel, parecia atônito a tudo a sua volta e lançava olhares instigantes para a grande janela da Oficina, como se procurasse por respostas.

— Então, são eles que temos de enfrentar. – começou a garota ruiva depois de um tempinho, mas sem encarar ninguém especificamente. – Agora eu pergunto: como? Mal conseguimos sair vivos dessa, se não fosse por essa menina, ele nem estaria mais com a gente. – apontou para Jack que esfregou o rosto em frustração.

— Eu nem sabia que os Guardiões podiam morrer, quero dizer, todos nós... – Coelhão se expressou olhando de revesgueio para North.

— Espera. – Hiccup interveio ao captar o que Coelhão quis dizer. – Você quer dizer que estão mortos? Então nós vamos morrer para nos tornarmos guardiões? Temos de morrer se quisermos vencer os subdeuses? Que maravilha. – ironizou ao ver que todos o encaravam sem respostas aparentes.

— Não. – North respondeu rápido ao ver que a situação estava saindo do controle. – Nós achamos que pode haver outro jeito...

— Que jeito? – dessa vez foi Jack quem disse, também um pouco alterado. – Acabamos de descobrir que os subdeuses têm poderes o suficientes para encerrar o ciclo dos Guardiões e nenhuma das nossas habilidades serviu para impedir isso.

— Por que o Homem da Lua nos escolheu? – Rapunzel ouviu a própria voz, no meio do silêncio que pedia espaço para ser instalado. – Por que temos de lutar juntos? Nem ao menos nos conhecemos...

Agora o único barulho que se podia ouvir era os passos de Phil trazendo os copos com água. Cada um pegou o seu, mas alguns nem chegaram a beber. Todos estavam envoltos em seus próprios pensamentos sem saber ao certo o que fazer dali em diante. Eram muitas perguntas que sequer possuíam alguma solução lógica. Todos levaram um grande susto com os subdeuses, se não fosse pela ‘piedade’ deles em não destruí-los em uma batalha somente, talvez os guardiões nem estivessem mais ali. Isso lhes causou insegurança, insegurança essa que roubou suas vozes.

No entanto, pequenos sons de ‘tilintar’ puderam ser ouvidos e surgiram da cabeça de Sandman, esse fazia sinais apontando para os quatro ali e depois fez aparecer mãos se cumprimentando com também areia dourada.  

— Sand teve uma ótima ideia. – sorriu Fada ao interpretar os sinais. – Podemos nos apresentar. Assim teremos uma incógnita a menos no meio de tantas outras. – o comentário foi recebido de bom grado por todos, que riram um pouco.

Rapunzel trocou olhares com Jack e os outros, pareciam estar de acordo.

— Certo, eu começo! – animou-se North fazendo Coelhão revirar os olhos. – Bem, meu nome verdadeiro é Norácio, mas todos me chamam de North, para as crianças sou o Papai Noel.

— Quantos nomes. – brincou Fada novamente e conseguiu arrancar um pouco mais de risadas.

North continuou como se não tivesse sido interrompido:

— Sou o Guardião das Visões. – disse com orgulho. – Tenho olhos grandes para ver e acreditar naquilo que há de melhor no futuro das crianças.

Rapunzel sorriu se sentindo um pouco mais confortável. O grande coelho então pigarreou demonstrando que seria o próximo a se apresentar.

— Eu sou o Coelhão, o coelho da Páscoa, a maior celebração que já existiu. – completou arrancando murmúrios de desdém por parte de North e Jack. – Sou o Guardião da Esperança.

— Muito bem. – disse Fada voando um pouco mais alto. – Eu sou Toothiana, mais conhecida simplesmente como Fada do Dente ou só Fada – deu uns risinhos nervosos. – E sou a Guardiã das Lembranças.

— Consegue ter acesso às lembranças de todos? – quis saber a ruiva, interessada.

— Sim, desde que eu tenha acesso aos dentinhos de leite na infância. – explicou com afinco. – Mais importante até do que os dentes, obter as memórias é algo crucial em meu trabalho. Não faço tudo sozinha é claro, recolher tudo nos sete continentes, impossível, conto com a ajuda das minhas milhares de fadinhas, podem conhecê-las se quiserem, no meu palácio...

— Fada. – North a chamou com um sorrisinho. – Tem mais pessoas a se apresentar.

— Opa, desculpe. – disse, nervosa, e voltou a sua posição inicial.

Depois foi Sandman que deu um passo a frente, milhões de formas começaram a surgir no topo de sua cabeça, algo que Rapunzel se esforçou para acompanhar e entender. Identificou figuras como um monte de letras ‘z’, um céu estrelado e travesseiros.

— Sand diz que seu nome é Sandman, mas que podem o chamar pelo apelido. – prontificou-se North. – Ele é o Guardião dos Sonhos, faz todo o seu trabalho com areia dourada. – finalizou e Sand sorriu como se concordasse com o que acabara de ouvir.

Rapunzel tinha gostado dele também, achou magnífica a maneira como ele manuseava toda aquela magia com areia dourada e sentiu não poder apreciar mais isso durante a batalha com os subdeuses. Sempre lera em seus livros sobre a existência de uma pessoa ou algo responsável pelos sonhos e Rapunzel se perguntou se Sandman alguma vez soube, mesmo que em outra época, sobre o seu sonho de ver as lanternas flutuantes.

— Bem – a voz de Jack Frost a despertou de seus devaneios. – Meu nome é Jack Frost, sou o espírito do inverno e o Guardião da Diversão. – isso explicava os cabelos prateados e a pele pálida, ela pensou.

— Como assim espírito do inverno? – indagou Hiccup com as sobrancelhas erguidas.

— Consigo manipular os ventos e o gelo, levo neve e frio para os lugares aonde vou. – disse com um sorriso. Rapunzel mirou sua boca: como era possível ter os dentes tão brancos?

— E só sabe congelar minha caça aos ovos. – dedurou Coelhão quando bufou. – Irresponsável, egoísta...

— Coelhão, assim eles vão começar a achar que você gosta de mim. – disse com sarcasmo e mais algumas risadas puderam ser ouvidas.

A garota ruiva estava rindo um pouco, embora fosse a que menos sorria, mas bastou aquilo para ela se sentir a vontade para começar sua apresentação.

— Meu nome é Merida Dunbroch, sou princesa do clã escocês Dunbroch nas terras altas e não tenho poderes ao contrário de vocês, mas me considero muito boa com arco e flecha. – contou e passou a mão pelos cabelos rebeldes em uma forma de contê-los.

— Muito boa? – Rapunzel questionou retoricamente. – Você foi fantástica, tem um talento em tanto. – elogiou e seu comentário foi aprovado por todos ali. Merida sorriu um pouco mais e agradeceu. Depois indicou Rapunzel com um aceno de cabeça e ela então começou a dizer quem era:

— Rapunzel – hesitou. Era a hora de dizer seu sobrenome. A vida inteira nunca soube quem fora, mas depois descobrira também ser princesa, ser filha do rei e rainha Corona. Rapunzel só não tinha certeza se queria se apresentar daquele jeito, sendo que nem teve a chance de conhecer os pais, e muito menos de contar sua verdadeira e triste história para aquelas pessoas. Ela preferiu omitir suas raízes e tudo o que passara. – Apenas uma garota simples.

— Desculpe, mas preciso discordar. – Fada quem disse com sua voz aveludada. – Permita-me perguntar, mas... Seu cabelo e aquele dom...?

A garota sorriu, não podia culpá-los por quererem saber de algo tão exótico quanto o dom que ela possuía com si.

— Eu nasci com isso, por um motivo que ainda não sei. Tenho o dom de curar ferimentos e coisas até mais profundas, como a velhice, apenas com o brilho dourado de meus cabelos. – explicou não muito a vontade. – Embora seja um dom bastante raro, não é algo que eu goste de usufruir e me gabar. – disse com sinceridade.

— Você pode curar? – Coelhão aproximou-se, com interesse.

— Pode. Eu fui ferido no peito por um dos subdeuses e foi Rapunzel quem salvou minha vida. – Jack a encarou e ambos trocaram olhares por um breve momento.

 Jack queria agradecê-la pelo o que fez, sentia que não descansaria enquanto não o fizesse, mas Rapunzel não demonstrou ser muito receptiva a isso. Para ela, fora um ato simples, então apenas desviou o olhar e deu um sorriso fraco.

— Agora você. – voltou-se para Hiccup para que ele se apresentasse. O garoto sorriu um pouco constrangido e umedeceu os lábios com a língua.

— Bom, eu... – olhou para seu dragão de revesgueio. – Eu sou Hiccup Haddock, líder de meu povo vinking, nossa morada é concentrada na região nórdica e temos o costume de conviver com dragões por toda a Ilha de Berk, por sinal, onde eu nasci. – ele finalizou um pouco mais seguro de si do que quando começou.

Aparentemente todos ficaram satisfeitos com as histórias contadas e um clima mais harmonioso estava prestes a surgir se não fosse pela reação abrupta de Merida Dunbroch. Ela deixou escapar um som de sua garganta tal como se tenta engolir algo com dificuldade. Rapunzel a encarou e Merida mirava Hiccup com um semblante firme e sério.

— Espere – pediu chamando a atenção para si. – Você é... Um viking? – a pergunta parecia óbvia dado a história relatada por Hiccup, mas Merida o mirava com tanta incredulidade que ele não se sentiu nem um pouco forçado a repetir.

— Sou, mas – não terminou sua fala. No instante seguinte, a ruiva apontava, com destreza, uma flecha em seu arco que estava destinada a acertar o peito de Hiccup. Isso causou um sobressalto nos guardiões que tentaram impedi-la e, tão rápido quanto um raio, Banguela saiu de onde estava e atacou Merida, prensando-lhe o corpo no chão da Oficina de North com seu grande peso draconiano.

Rapunzel caiu de onde estava sentada devido ao ataque ímpeto de Banguela, com suas asas enormes e eriçadas em fúria, que afastaram todos ali de perto para poder defender seu melhor amigo.

O ato fora tão intenso que Merida perdeu o controle de sua arma e ficou imóvel por debaixo do grande dragão que, com a pata, tentava sufocá-la. Hiccup tratou de intervir naquilo o mais rápido que pôde.

— Não, Banguela! – aproximou-se, afoito. – Pare com isso, solte-a! Solte-a! – pediu com veemência. O dragão hesitou, pressionou o pescoço de Merida por mais alguns segundos e depois largou, deixando-a livre.

Merida tossiu, desesperadamente, tentando se recuperar e recebeu apoio de Fada e Rapunzel para se reerguer. Todos se encaravam assustados sem sequer entender o que tinha acabado de acontecer ali. Em um minuto estavam bem e depois alguém quase morreu. Hiccup chegou mais perto de Banguela e tentou acalmá-lo, e esse, embora estivesse longe de Merida, a mirava com desconfiança para qualquer movimento brusco de sua parte ele pudesse atacá-la de novo.

— Mas o que aconteceu? – quis saber Coelhão. – Merida... Você...

— Não vou aceitar isso. – respondeu depois de se recuperar. Tinha o pescoço tão vermelho quanto a cor de seus cabelos. – Não vou me unir a ele para enfrentar seja lá o que for! Fada, por que você não me avisou sobre isso? – instigou com o cenho unido em frustração e raiva.

— Desculpe, eu não sei do que está falando... Eu... Nós... – tentou buscar ajuda com North e os outros, mas eles sabiam tampouco quanto ela o que estava havendo.

— Nossos povos não compartilham a paz. – foi Hiccup quem explicou, encarando o chão. – Vikings e escoceses tem uma rixa antiga por território, faz parte de nossa cultura. Mas, Merida eu...

— Não diga mais nada! – pediu cerrando os punhos. – Por causa de seu povo enfrentamos guerras por anos seguidos! Mulheres e crianças foram raptadas e violentadas e vocês tomaram várias terras nossas, nossas terras por direito! E agora ainda se aliaram a dragões! Sabe-se lá o que não estão planejando! – agora todo o seu rosto estava rubro devido à raiva que Merida emanava pelos poros de sua pele em brasa.

Hiccup quis contra-argumentar, mas as palavras foram roubadas de sua boca naqueles próximos instantes. Ele não tinha como negar aquilo, na época em que tinham rixas com dragões também, por causa da comida que os animais roubavam, eles eram obrigados a saquear outras terras para a própria sobrevivência.

 Hiccup nunca teve de lembrar e importar-se com isso até conhecer uma verdadeira garota escocesa que, nesse instante, o fitava com puro desprezo. Esse era um dos motivos pelo qual a aliança com os dragões fora feita, um dos motivos primordiais para Hiccup e ele queria explicar tal fato a Merida, explicar que queria enfim a paz. Contudo, não encontrou meios para fazê-lo e preferiu não procurar por agora.

— Mas, isso... Isso não pode ser verdade... Digo... Vocês precisam lutar juntos e... – embolou-se North com as palavras e sem saber ao certo o que dizer. O Homem da Lua, com certeza, não havia mencionado nada de controvérsias entre os escolhidos. Seria muito mais difícil vencer com Merida e Hiccup sem apreciarem a companhia um do outro, com certeza os subdeuses, se caso descobrissem, usariam isso a seu favor.

— Não vou me unir a ele. – repetiu Merida.

— Espera! – pediu Jack ao perceber que ela estava virando as costas para ir embora dali. – Você vai deixar todo o futuro das crianças acabar por causa disso? Vai prejudicar a todos nós por causa de uma briguinha de Idade Antiga? – indignou-se quando Merida o encarou.

— Eu não tenho culpa se o Homem da Lua resolveu simplesmente não dar a mínima para a história sofrida de meu povo só para usufruir do poder místico que ele acha que eu tenho já que não conseguiu derrotar os subdeuses sozinho! – ela revidou e seu rosto voltou a ficar vermelho à medida que se irritava.

— História sofrida? – dessa vez foi Hiccup quem se ofendeu. – Você fala como se fossem vítimas da história. Os vikings não atacavam os clãs escoceses simplesmente por que tinham vontade, mas porque precisavam! Precisavam de comida e lugar para ficar!

— Ah claro e você então espera que eu compreenda tudo o que fizeram, oh, sim, inclusive, devíamos ter sido um pouco mais hospitaleiros com vocês! – ironizou ácida e cruzou os braços.

— Não, só que você deixe suas diferenças de lado com Hiccup e esqueça o passado, não torne essa tarefa de derrotar os subdeuses mais difícil sendo egoísta. – Jack proferiu, um pouco atordoado.

— Não esquecer o passado não é sinal de egoísmo. – manifestou-se Rapunzel ao pensar em si própria. Se Jack soubesse que ela estava omitindo informações sobre si por não querer reviver o passado também a acharia egoísta? Às vezes, lidar com situações pelas quais passamos é mais difícil do que se pensa. – Não pode pedir isso a ela, não é tão simples.

— Você não entenderia Rapunzel, com seu cabelo mágico aposto que teve uma vida perfeita. – Hiccup revirou os olhos e recebeu da menina um olhar gélido.

— Não tem o mínimo direito de achar que minha vida foi perfeita, você não me conhece! – falou com certa indignação. – Nem um de vocês aqui ficou preso em uma torre por dezoito anos pela pessoa que dizia ser sua mãe e acabou perdendo boa parte da vida por isso e ainda está perdendo, então, eu sou a pessoa que mais tem propriedade em estar com raiva e querer não fazer parte dessa droga de aliança para lutar com subdeuses e ter mais uma droga de experiência ruim para acrescentar em minha vida! – o silêncio novamente. No momento em que disse aquilo quis voltar atrás. Não queria que soubessem daquilo, ainda mais em circunstâncias tão avessas como a que estavam presenciando agora.

North, Fada, Sandman e Coelhão, ainda não conseguiram encontrar suas vozes. Acabaram de presenciar os quatro escolhidos brigarem em uma completa desunião. Isso era quase como assistir ao apocalipse da Terra. Se não se juntassem em harmonia (o que era crucial que fizessem) poderiam considerar nula a chance de vencerem. North, tampouco os outros, sabia o que dizer para atenuar o clima tenso que se instalou. Nada funciona se você o faz de modo forçado e se Jack, Rapunzel, Merida e Hiccup não estavam prontos para uma possível batalha, ninguém poderia prepará-los além deles mesmos.

Já estava anoitecendo, Sandman e Fada precisavam trabalhar e os demais, descansar. Tal pensamento fez North soltar um longo suspiro antes de proferir:

— Está ficando tarde e nada será resolvido agora depois de tudo o que foi dito e revelado aqui. Sugiro que descansemos nossas mentes.

Ninguém se encarou.

— Tenho acomodações boas em meu palácio. – tentou Fada, um pouco tímida. – Merida e Rapunzel podem vir comigo, se quiserem.

— Hiccup, também se quiser, pode ficar aqui na Oficina. – sugeriu North, fitando o menino. Ele apenas fez um gesto com a cabeça em concordância.

Depois de alguns minutos, North emprestou um globo de Neve a Fada para que ela levasse Rapunzel e Merida para seu palácio. Elas partiram sem dizer mais coisas. Não havia mais sobre o que comentar, nem mesmo quando chegaram à morada de Fada.

E, pela segunda vez desde que fora para aquela dimensão, Rapunzel se encantou com o lugar para onde fora transportada. O palácio de Fada era magnífico, tinha cômodos e paredes flutuantes, adornadas com várias pinturas de crianças, fadinhas e dentes, o que fez Rapunzel lembrar-se do tempo em que pintava. Ela havia parado com o hobby há anos e, a pequena nostalgia que sentira, fez seu coração apertar.

 O castelo flutuava nas nuvens e ao seu redor, milhares de correntes verdes transitavam como laços a envolvê-lo que Rapunzel identificou como sendo as fadinhas que Toothiana mencionara mais cedo, eram parecidas com ela, só quem miniatura. Pequenos adornos em verdes requintavam as paredes, espécies de plantinhas que cobriam as estruturas.

— É lindo. – elogiou Merida tão admirada quanto Rapunzel.

— Obrigada. – sorriu Fada quando chegaram a um cômodo alto com uma enorme janela que dava para uma cordilheira mais ao fundo. Duas camas feitas de penas coloridas completavam o local e pequenos bidês estavam postos ao lado de cada leito. – Meninas, eu tenho de ir, sabem, recolher os dentinhos, mas algumas de minhas fadinhas ficarão a disposição de vocês. Se precisarem de algo é só chamá-las.

Rapunzel e Merida concordaram sem delongas. Assim que Fada deixou o aposento, elas se encararam brevemente sem saber o que dizer. Merida queria agradecê-la por ter a compreendido mais cedo, durante a discussão que tiveram, mas seu corpo doía de cansaço depois de ser atacado tantas vezes aquele dia. Rapunzel também se sentia exausta e o máximo que as duas conseguiram fazer em sinal de simpatia, foi sorrir uma para a outra antes de dormirem.

E, foi instantâneo para adormecerem. Conversariam pela manhã. Rapunzel não sabia se era aquele travesseiro que estava macio demais para lhe proporcionar um sono profundo ou se sua imaginação era fértil demais a ponto de fazê-la pensar em coisas que não existiam, ou pelo menos, ela achava que não existia.

Sentiu uma brisa leve a atingir, estava em um lugar calmo. Um ambiente vazio, apenas preenchido por uma luz de cor laranja bem clarinho, nada ao seu redor a não ser o barulho do vento que soprava em si.

Abriu os olhos. Uma voz melodiosa podia ser ouvida ao longe. Rapunzel concentrou sua atenção em uma figura formada ao longe. Parecia ser uma mulher, com um longo vestido esvoaçante. Ela estava de costas, mexia as mãos delicadamente ao redor de si, como se seguisse a melodia da própria voz.

Rapunzel hesitou. Algo dentro dela a instruía seguir para onde a mulher estava. Outra parte de si devia dizia que deveria acordar depressa. Ficou com a primeira opção, e, passo a passo, aproximou-se dela que logo percebeu sua presença.

Como era linda. A mulher mais bonita que Rapunzel já vira em toda a sua vida. Tinha olhos amendoados cor de mel e seus cabelos possuíam o mesmo brilho dos de Rapunzel quando cantava a canção da Flor Dourada.

Elas se encararam e a mulher não deixou nem um instante de sorrir.

— Quem é você? – Rapunzel perguntou, com um fio de voz, encantada demais com a beleza dela.

A outra não respondeu, apenas estendeu uma das mãos. Vagarosamente, a aproximou de Rapunzel e então, tocou em seu peito. Uma onda enérgica atingiu Rapunzel, algo forte e ao mesmo tempo, revigorante. Foi como se nada mais existisse, e então...

Acordou.  


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Notas finais do capítulo

Nesse capítulo eu quis mostrar mais a relação dos Guardiões e suas personalidades. Bem, na maioria das fics o The Big Four já se dá bem e eu acho isso bem difícil a julgar pelas personalidades bem distintas e as circunstâncias nem um pouco amigáveis em que se encontram kkkk
E é isso, obrigada por acompanharem ♥
BJUS♥



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