Guardiões e os Enigmas da Nova Era escrita por Minnie Colins


Capítulo 7
VI: |Hiccup| A face do(s) inimigo(s).


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!!!! Como vão? Eu to praticamente morrendo com esse calor aqui na cidade. Frio cade vc?
Bem, esse capítulo deu MUITO trabalho pra escrever, talvez porque eu não seja boa em descrever cenas de ação, talvez porque faltava muitos pontos para fechar na história que minha mente paranóica não conseguia costurar, ou talvez porque a preguiça estava reinando aqui no meu corpo... Enfim, eu consegui, depois de quase uma semana enrolando, e acabo de escrever o cap ~saindo do forno~
Espero que gostem!



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~ ~

Não era preciso ser nenhum experiente em lutar contra demônios ou algo do tipo para saber que o mal acabara de chegar. Hiccup pôde perceber, no instante em que a mulher-beija-flor veio voando na direção deles, falando algo sobre os subdeuses, que logo eles iram enfrentá-los. Contudo, ele não tinha ideia de como fazê-lo.

Em menos de um cinco segundos, North e o tal Jack saíram na frente prontos para enfrentar o que viesse.

— Ei, esperem! – Hiccup se prontificou visto que as duas outras garotas ficaram também sem reação. – O que vamos fazer?

— Lutar. – North resumiu em poucas palavras. – Sugiro que pegue o seu dragão. – e dizendo isso, duas espadas afiadíssimas surgiram nas mãos do velho que as manuseava com praticidade.

Pouco tempo depois, um monstro peludo apareceu carregando uma pequena esfera brilhante, a mesma que North usara para teletransportar ele e Hiccup para o século atual, então o garoto deduziu que em breve partiriam. North murmurou um “obrigado Phill” e olhou ao redor esperando que todos estivessem prontos. Hiccup assoviou para Banguela que no instante seguinte já apareceu pairando ao seu lado e subiu em sua cela, ficando a postos sem saber exatamente o que o aguardava.

Olhou para as meninas atrás. A loira tinha os olhos mais arregalados do que nunca e Hiccup podia jurar que estava tão pálida quanto à pele natural de Jack. Já a ruiva segurava com força o arco transversal ao seu corpo e tinha o cenho enrugado em expectativa. Ela percebeu que ele a encarava e os dois cruzaram olhares por um breve momento. Merida desviou primeiro.

— Vamos para... – North balançou um pouco o globo. – A Toca do Coelhão.

A já conhecida deformação no espaço surgiu sugando todos ali para outro lugar. Hiccup segurou firme em Banguela e sentiu um solavanco perene para frente, como se alguma corda o tivesse puxando pela cintura.

De repente se deparou em um lugar extremamente verde com várias aberturas tipo túneis. Parecia ser um imenso campo limitado por paredes altas de pedra e muros e adornado com pequenos lagos coloridos. Hiccup nunca vira nada igual, de toca aquilo não tinha nada. Atrás de si, os outros apareceram um pouco zonzos.

Ele esperava que já tivesse algum alvoroço, sinais de batalha e demais lutas, mas não foi isso que encontrou. Banguela pousou, com cuidado, e aguçou seu olfato. Hiccup retornou ao chão se aproximando de North.

— O que há de errado? – a ruiva quem perguntou, também procurando indícios suspeitos. Estava tudo muito quieto.

— Eu não sei. – North avançou um pouco mais, na espreita. – Fada disse que...

Não pôde terminar sua fala, pois de dentro de um dos túneis, Coelhão fora arremessado para fora e caiu com um baque surdo.

— Coelhão! – Jack suspendeu o corpo no ar e voou em direção à ele. Hiccup achou ainda mais esquisito a capacidade sob-humana dele em poder voar.

Não houve tempo para demais explicações. Sem aviso prévio, quatro figuras saíram das sombras dos túneis em seguida. Hiccup os fitou com muita atenção. Pareciam ser espíritos, mas ao mesmo tempo, tinham uma forma física definida. Assemelhavam-se aos humanos, exceto pelas peles um pouco translúcidas. 

Não faziam o uso dos pés, já que pairavam sobre o solo. Hiccup percebeu que se tratava de dois homens e duas mulheres. Tinham uma espécie de sorriso no rosto e pareciam não ter percebido a presença dos outros. Até que um deles, levantou o olhar.

— Olhem só quem temos aqui. – Hiccup sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ouvi-lo. – Os Guardiões. – eles se aproximaram um pouco mais, passando por Coelhão e Jack e Hiccup pôde ver com mais detalhes.

O que acabara de falar não possuía cabelo algum, usava uma espécie de manto verde a cobrir-lhe o corpo e seus olhos ostentavam pupilas verticais a adornarem sua córnea amarelada. Hiccup não podia crer no que seus olhos insistiam em lhe mostrar. De fato aquelas ameaças existiam realmente e estavam bem a sua frente como fumaça: algo que ele não podia tocar, mas podia sentir.

— O que vocês querem aqui? – foi Fada quem se pronunciou, a voz carregada de determinação. – O que fizeram com Coelhão?

— Acalme-se Toothiana. – Hiccup analisou o outro subdeus. Era uma mulher, ou ao menos parecia uma. Tinha os lábios finos e cabelos marrons escorridos, sem vida, que lhe tampavam boa parte do rosto.  Muito magra, apenas um manto com capuz branco vestia seu corpo. – Isso não é jeito de se dirigir a nós depois de tantos anos, onde está a recepção calorosa? 

— Vocês acabaram com a recepção calorosa quando atacaram o Coelhão sem motivo. – a voz de Jack soou pela Toca quase tão destemida quanto a de Fada. Ele segurava o cajado com força e apontava, ameaçadoramente, para a direção dos subdeuses.

— Jack Frost. O mais novo guardião. – dessa vez outro deles se manifestou. Outro homem, cabelos compridos e pretos, porém postos só de um lado da cabeça, a outra metade era raspada e com enorme cicatriz a lhe adornar. Tal deformação em forma de ‘risco’ finalizava no limiar dos lábios, ressecados e finos, o que chamava muita atenção. – Se não fosse por você e seu cajado inútil, talvez Breu tivesse conseguido finalizar a tarefa que o incubemos. Mas não há de ser uma grande perda...

Jack ajudou Coelhão a se reerguer e depois ambos se juntaram aos outros Guardiões. Hiccup estava pronto para atacar, tinha chegado mais perto de Banguela, que também estava arisco, preparados para revidar qualquer movimento brusco ou suspeito por parte dos subdeuses. Mas, pelo que percebeu, eles não pareciam dispostos a lutar. Encavam os guardiões com certo deleite no rosto e estavam prestes a começar uma espécie de monólogo.

— Antes que perguntem, nós não fizemos nada com o Guardião da Esperança. – o calvo com pupilas verticais começou a falar. – Na verdade estávamos curiosos para saber como Coelhão iria se preparar para a próxima Páscoa, sabe, com o comportamento das crianças atualmente eu tinha minhas dúvidas sobre o êxito do evento esse ano. Viemos avisar Coelhão, mas acho que ele não gostou muito da nossa visita.

— Elas ainda acreditam em mim! – defendeu-se com veemência, porém Hiccup percebeu uma pontada de insegurança no seu semblante.

— É claro que acreditam, meu amigo. Mas eu diria que não estão tão... um... como posso dizer? – o subdeus olhou para os outros tentando achar a palavra correta.

— Dispostas a vivenciar novas caças aos ovos. – a mulher de antes completou para ele.

— O que vocês tem feito com as crianças de nosso mundo? – North quis saber, um pouco alterado. – Nas noites de Natal elas estão monótonas. Nas manhãs, quando acordam depois de terem os sonhos que Sandman induz, pensam que não são capazes de realizá-los e a maioria tem medo de brincar e perder seus dentes de leite, o que faz com que o trabalho de Fada seja mínimo!

— Vamos retomar os trabalhos de Breu e acabar com qualquer chance de Boas Eras, e acredite, Papai Noel, não precisamos fazer muito esforço. O próprio Homem colabora conosco ao perder sua humanidade a cada dia que passa. Os tempos de glória de vocês, guardiões, está se acabando. Mesmo que tentem nos impedir, Coelhão tentou e se deu bastante mal...  – era difícil acompanhar aquele diálogo cheio de ressentimento e fúria e, apesar de já ter entendido as intenções dos subdeuses, Hiccup não conseguia compreender o real motivo que os estavam incentivando a destruir o futuro das crianças. Parecia ter algo por trás, algo que ele desconfiava que nem North, Coelhão, Fada e Sandman sabiam.

— Vocês acham mesmo? – Coelhão debochou ao pegar seu bumerangue e preparar-se para arremessá-lo a qualquer instante. Ele tinha alguns machucados no peito mas isso não o impediu de falar. – O Homem da Lua já contava com essa estratégia ridícula de ascensão do mal e recrutou novos guardiões.

Foi só então que os subdeuses direcionaram sua atenção para os demais ali presentes. Esse tempo todo estavam concentrados em debater arduamente o motivo de sua vinda que não notaram presenças estranhas ou, de fato, Hiccup, Merida e Rapunzel eram tão insignificantes que não apresentaram uma real ameaça a eles. Hiccup considerava mais provável a segunda opção.

— Novos guardiões? – riu a única que não havia falado ainda. Outra subdeusa de pele um tanto azulada e seus dedos pontiagudos eram tão compridos que Hiccup tinha certeza de que ela os usava como arma. – Oh sim... Fortes o suficiente para nos enfrentar... Vejam só... – e foi então que uma espécie de fluído denso o suficiente para ser visto a olho nu se encaminhou dela e veio na direção de Rapunzel.

A garota viu o próprio corpo pairar no ar e um som saiu de sua garganta, algo que Hiccup interpretou como sôfrego e apavorado. Os Guardiões se sobressaltaram e Fada ergueu um dos braços para tentar puxá-la de volta ao chão, mas Rapunzel se afastou ainda mais ao encontro dos subdeuses.

— Essa deve ser uma dos escolhidos. – o que tinha uma grande cicatriz proferiu, com desdém. – Vamos ver o quanto é poderosa. – ele se preparou para realizar um movimento de ataque, mas foi quando um jato de luz azul interrompeu seu golpe.

Hiccup, com o coração acelerado, acompanhou de onde o jato tinha vindo e se deparou com Jack segurando com firmeza seu cajado, e com o cenho unido em fúria.

— Deixem de ser covardes. – insultou sem desviar o olhar.

— Quatro contra um não me parece muito justo. – para a surpresa de Hiccup, foi a ruiva ao seu lado quem se manifestou, dando um passo a frente.

— Nós também fomos escolhidos. – disse com um meio sorriso. – Não nos deixem de fora da festinha.

E foi nesse instante que Rapunzel deu um chute no abdômen da subdeusa que a segurava, assim lançando-a alguns metros para longe e libertando-se do fluido. Ela correu para perto de Hiccup e os outros.

— North! Tire Coelhão daqui! Eu e Sand vamos ficar para ajudar. – Fada gritou e desviou de um jato de luz roxa, partindo dos subdeuses. North foi até o guardião e quebrou um globo de neve para abrir o portal que os tiraria dali. Em seguida partiram.

— Quem não está sendo justo agora? – a mulher das unhas compridas ironizou lançando outro fluido na direção deles que desta vez foi bloqueado por uma flecha.

Hiccup viu a ruiva segurando seu arco com agilidade e preparou-se para atirar mais uma flecha. Ele não ficou para ver o destino desta, levantou voo com Banguela e foi na direção dos subdeuses para atacar. Manuseou sua espada de fogo e bloqueou a nuvem de poeira negra que recebera de um deles.

— Atrás de você! – ouviu a voz de Merida e virou-se a tempo de defender-se do ataque de uma das subdeusas. Voltou sua atenção para ela, mas a arqueira estava no chão bloqueando com dificuldade os jatos de luz.

Hiccup voou até aonde estava localizada e desmontou do dragão para ajudá-la.

— Não precisa... – tentou recusar a ajuda e Hiccup sorriu de lado ao notar que ela era um pouco durona.

— Só estou retribuindo o seu aviso. – disse sem parar de manusear a espada de fogo. Um urro de dor despertou a atenção de ambos que olharam na direção de onde o grito viera e Hiccup presenciou Jack caído com um corte profundo no peito e Rapunzel acabara de ser lançada para longe.

Fada e Sandman estavam com dificuldades também de conseguir dar conta de todos os golpes que recebiam. Hiccup sabia que eles estavam perdendo por uma vantagem muito grande com relação aos subdeuses. Todos os quatro pareciam estar se divertindo e sem nem uma gota de suor em seus corpos.

Mais um golpe que Hiccup não conseguiu distinguir de onde viera, atingiu ele e Merida por trás e ambos caíram, afetados. Banguela veio até ele para tentar protegê-lo e tentou lançar seu fogo contra os subdeuses, mas o que tinha os olhos com pupilas verticais impediu apenas com um aceno de sua mão e fez o dragão começar a agonizar.

— Deixe ele em paz! – implorou Hiccup ao ver Banguela resistir a uma dor lacerante que dava indícios de se espalhar por seu corpo.

— O Homem da Lua só pode estar de brincadeira. – o subdeus com a cicatriz debochou ao olhar para seus oponentes fracos e abatidos. – Vocês não são páreos para nós e eu detesto vencer uma luta sem esforço algum. – fez um sinal para o outro que enfim deixou o dragão descansar.

— Mais alguns instantes e Jack Frost não estará mais entre nós. – riu a mulher ao seu lado. – Sabe, e não demorará muito para aniquilarmos todos vocês. Mas eu também prefiro ter uma diversão de cada vez.

Hiccup chegou mais perto de Banguela e fez carinho em seu focinho. Foi ali que algo surgiu dentro dele que o motivou, como nunca antes, a derrotar aquelas quatro figuras presunçosas à sua frente.

— Não vão ficar impunes! – Fada se reergueu, com dificuldade e Sandman a ajudou.

— Nós já estamos, querida. E não há nada que possam fazer. – a subdeusa de garras compridas proferiu e então uma névoa branca começou a envolvê-los com seus corpos, translúcidos, misturando-se à neblina que surgira. – Mas foi bom conhecê-los, de qualquer forma. – foi a última coisa que disse antes de desaparecer, junto com os outros, deixando para trás apenas um sentimento de angústia e desprazer em todos ali.

Hiccup pôde sentir os batimentos de seu coração que colidiam contra seu peito como socos sem fim. Olhou para Banguela e o dragão parecia melhor, mas ainda tinha a respiração defeituosa.

Fada e Sandman correram na direção de Jack, que ainda estava caído, e o corte em seu peito ficava cada vez pior. Podia ver marcas de garras ali e Hiccup desconfiou que fosse a subdeusa dos dedos compridos que fizera o estrago.

— Jack, acalme-se, respire! – pedia Fada, com preocupação. – Sand, pode fazer algo? Alguma magia? – ela encarou o guardião dos sonhos que apenas negou e formou vários pontos de exclamação no topo da cabeça. – Óh céus... Chamem North... Talvez ele...

— Eu posso ajudá-lo. – todos ouviram Rapunzel se aproximar. Ela veio rápida até Jack e ajoelhou-se ao seu lado. Tinha nos olhos uma expressão triste, como se estivesse lembrando algo que não estava disposta a reviver. Deu um longo suspiro ao pegar uma parte de seu longo cabelo loiro.

Hiccup se esforçou para entender o que a garota faria com suas madeixas, mas nenhuma resposta coerente veio em sua mente. Foi então que uma canção começou a ser proferida por seus lábios e logo o inacreditável aconteceu.

Os cabelos dela começaram a emitir uma luz dourada, tão linda, que Hiccup não conseguiu desviar o olhar. O brilho começou pela raiz dos cabelos e espalhou-se, vagarosamente, pela extensão dos fios loiros conforme a garota cantava.

Todos ali olharam espantados para o que ela fazia, inclusive Jack, que parecia não mais sentir dor. Quando aquilo não podia ficar mais surreal, o brilho cessou com o findar da canção e Rapunzel abriu os olhos e deu meio sorriso para Jack. Ela retirou seu cabelo e Hiccup sentiu o queixo cair ao ver que o ferimento havia sumido por completo.

Um silêncio prévio instalou-se no local. Ninguém ali sabia como reagir a tamanha magia. Hiccup começou a refletir pelo real motivo da garota ter sido escolhida para ser guardiã e se perguntou se os outros também possuíam habilidades especiais, algo que ele não tinha.

Antes que pudesse expressar suas dúvidas, assim como os outros, a deformação causada pelos portais de North surgiu, trazendo o próprio e Coelhão já também curado.

— O que aconteceu? Cadê os subdeuses? – Coelhão perguntou olhando para o redor de sua Toca. Tudo parecia estar inteiro sem sinais de muita destruição.

— Vocês estão bem? – quis saber North ao ver todos ali com cara de espanto e respirações aceleradas.

— É melhor irmos para a Oficina, North. – disse Fada, mirando o papai Noel, ainda surpresa pelo ocorrido de agora pouco. – Temos muito que lhe contar.


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Notas finais do capítulo

Mericcup e Jackunzel já dando as caras hein.... aaaaaa eu amo esses quatro ♥
Agora as coisas vão ficar mais interessantes... o TB4 vai precisar descobrir mais coisas se quiser derrotar os subdeuses (já que eles não fizeram nem cócegas neles), e no próximo cap finalmente vão ter as apresentações, pq isso ainda não aconteceu Hiccup não sabe que Merida se chama Merida nem de onde veio e vice-versa, nem Punzie e nem Jack... Como a narração é feita em terceira pessoa eu tomei a liberdade de escrever os nomes, mas eles ainda não se "conhecem"... Agora os subdeuses, também tem nomes, mas isso só será dito mais para frente :D
Enfim, estou falando demais... Obrigada por acompanharem!
BJUS♥
Ps: perdão qualquer erro de ortografia, eu não revisei.



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