Guardiões e os Enigmas da Nova Era escrita por Minnie Colins


Capítulo 2
I. |Jack| Uma outra realidade.


Notas iniciais do capítulo

Olá. Eu estou animada para escrever essa história! Nem acredito que estou me aventurando pelo The Big Four de novo haha. Espero que curtam o capítulo.



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~ ☾ ~

Exatamente hoje se completava um ano desde que tinha se tornado oficialmente um guardião e, Jack Frost, nada mais estaria fazendo a não ser exercer com êxito o seu cerne: garantir a diversão de todas as crianças do mundo. Era estranho pensar que não podia descansar e nem se ocupar com outra coisa, no entanto, isso era o que ele menos queria. Não tinha conhecimento de quanto tempo se passa e, tal como Sandman e Fada, trabalha todos os dias para que a diversão seja implantada na vida de todos. Nesse pequeno período como guardião já se tornou conhecido em muitos lugares faltava apenas alguns para ser notório mundialmente e Jack sentia que estava cada vez mais próximo dessa conquista. Contudo, às vezes, quando perpassava por alguns lugares antes da temporada de neve chegar, notava as crianças um pouco sérias demais. Tudo mudava quando elas o viam é claro, mas depois de Jack ir embora, um ar monótono ficava pairando no local. Jack não podia ficar no mesmo lugar para sempre, precisava levar a diversão e a neve para outros continentes, então só restava para ele torcer que nada de errado tivesse acontecendo. Que isso fosse apenas uma fase pela qual as crianças deveriam passar.

No primeiro ano de 2013, uma nevasca veio presentear Bedford mais uma vez. Jack foi visitar Jamie, seu melhor amigo, e saber das novidades do lugar (isso já se tornara rotina).  Saiu do lado oeste dos EUA e deixou o vento lhe guiar para a pequena cidadezinha no Leste. Por onde passava, pequenos flocos de neve caíam por sobre o solo até acumularem-se e formar uma camada fina de cor branca como um lençol a cobrir toda a extensão terrestre. Era o sinal, a criançada saía para as ruas para aproveitarem o dia em que a neve estaria calma, leve e fofa. Jamie, como sempre, foi um dos primeiros a sair de sua casa e ir até o parque central para brincar.

— Hey Jack! Achei que você não viria. – cumprimentou-o assim que o viu pousando no monumento que tinha ali perto.

— Você sabe que eu me atraso. – Jack respondeu sentando no ombro da estátua do fundador do parque. – O que vamos fazer hoje? – perguntou animado pronto para jorrar uma dose extra de divertimento.

Ao ouvi-lo, Jamie suspirou.

— Ah, nada muito aventureiro ou perigoso. – sentou-se no chão e começou a cavar na neve sem um aparente motivo.

Frost enrugou as sobrancelhas e desceu até ficar a altura de Jamie.

— Como assim? Você sempre gostou de aventura. – comentou, mas não reteve muito seu olhar nele, pois a irmãzinha de Jamie, Sophia, vinha correndo na direção de ambos.

— Jack Frost! – disse quando chegou mais perto e exibiu um enorme sorriso com os dentes moles.

— Hey, Soph! Está quase para receber a visita da Fada do Dente, não é? – abraçou-a e depois se postou a examinar a boca da menina.

Não deu tempo de entender bem o porquê, mas Sophia deu um berro e foi se esconder atrás de Jamie. Mais uma vez naquele começo de dia, Jack enrugou as sobrancelhas.

— Não fale da Fada perto dela. – o irmão mais velho pediu em um sussurro. – Sophie não quer perder os dentes.

— Do que está falando Jamie? Ela não quer ganhar os presentinhos da Fada? – olhou-a querendo incitar um sorriso, mas só recebeu um bico de volta.

— Ah eu não sei se vale muito a pena. – Jamie comentou dando de ombros. – Além do mais, aquelas moedinhas não servem para muita coisa mesmo.

Foi quando a mãe dos irmãos chamou-os para o café da manhã e eles se despediram sem muitas delongas. Jack os acompanhou com o olhar e manteve a boca fechada por vários minutos tentando compreender o que tinha acontecido. Jamie nunca falara assim, tão desanimado e sem motivação, e Sophia era louca pela Fada do Dente. Jack olhou ao redor para ver se encontrava mais algum sinal de esquisitice, mas aparentemente não achou. As pessoas continuavam com suas rotinas matinais e seus filhos, a maioria, se divertia com aparelhos eletrônicos nas mãos e nada mais. A neve já começava a se acumular no chão o que deixava o cenário perfeito.

Jack voou até a casa de Jamie disposto a observar mais o garoto, mas jamais chegou a fazê-lo. Ao chegar ao telhado uma coloração chamativa atraiu sua atenção para o céu. Era o tão conhecido Chamado Dos Guardiões. North queria reuni-los por algum motivo. Jack não queria ir, embora fosse seu dever se juntar aos outros sempre que visse tal sinal, nunca gostava de deixar o lugar onde fora para implantar a diversão. Porém, mesmo a contragosto, deu um impulso com os pés e logo se juntou ao embalo do vento que o levaria direto ao Polo Norte.

Em poucos minutos chegou lá, já acostumado com o cenário tão desértico e coberto de gelo. A oficina do velho brilhava ao longe e ele pode ver Fada e Sandman lá perto. Assobiou e ambos pararam.

— O que aconteceu? – perguntou quando já estava perto o suficiente dos outros.

— Oi Jack. Então, não sabemos, mas parece ser importante. – Fada explicou não parando para conversar.

Jack olhou para Sandman que tinha um desenho em formato de ponto de exclamação no topo da cabeça. Geralmente Sand era um dos que, assim como Jack, também não entendia os chamados de North, mas dessa vez ele também parecia preocupado e disposto a ir até a oficina.

Quando pousaram todos na sala central onde ficava o Globo, incluindo Coelhão, encontraram North encarando a grande janela por onde o Homem da Lua costumava se comunicar com eles. Ele contemplava o nada com um semblante muito sério e pensativo.

— North, o que houve? – Coelhão aproximou-se, cauteloso.

Jack, Fada e Sandman repetiram o movimento e aguardaram a resposta, ansiosos. North demorou um pouco para sair do transe em que se encontrava. Piscou algumas vezes e virou-se para os outros.

— Temos problemas. – resumiu ainda sério.

— Ah, eu sabia! – Fada exclamou e de trás dela saíram três pequenas fadinhas para acalmá-la.

— Como assim, o que aconteceu? – Jack prontificou-se agora com pequenos sinais de preocupações a envolvê-lo. – O Breu... Ele... – tentou adivinhar já sentindo o coração palpitar.

— Não, o Breu não. – assegurou-lhe o papai Noel. – Algo pior. Na noite de Natal aconteceram coisas muito estranhas. Coisas estranhas com relação às crianças. – ele começou a andar de um lado para o outro enquanto dissertava. – Fui entregar os presentes, como sempre faço, mas havia algo de errado com elas, pois não se alegraram, nenhum pouco!

— Precisa de ajuda? – ofereceu Jack. Com seu poder poderia muito bem resolver o problema de diversão das crianças na Noite de Natal.

— Preciso, mas creio que não só eu. – North lamentou e olhou para Fada que também parecia abatida.

— Eu não queria falar nada, achei que logo se resolveria... – ela começou um pouco aflita. – Minhas fadinhas têm recolhido cada vez menos dentes das crianças. Parece que elas têm medo de se aventurar por aí e perderem os dentinhos. – Fada deixou a voz afinar, demonstrando insegurança. – E nesse caso eu não sei se a sua diversão pode ajudar Jack. – terminou o encarando com pesar.

Frost umedeceu os lábios sem saber o que dizer e lembrou-se da conversa que teve com Jamie mais cedo. Estava começando a entender...

Sandman prontificou-se também. Com símbolos bem definidos no topo de sua cabeça acabou por revelar que os sonhos que transmitia às crianças todas as noites pareciam não surtir mais efeito. Elas acordavam todos os dias sem esperanças de que um dia poderiam se realizar.

— Mas isso pode ser só uma infeliz coincidência. – tentou Coelhão. – A Páscoa ainda está por vir, vocês irão ver, o equilíbrio se restaurará. – assegurou-lhes com um pouco de otimismo.

— Dessa vez eu não queria mesmo contradizê-lo, velho amigo. – North foi até a porção do chão que sempre se levantava com a escolha de novos guardiões. – Mas o Homem da Lua veio justamente comunicar que o equilíbrio está quebrado em virtude disso. Não por Breu ou seus pesadelos, mas por aliados a ele muito antigos.

— North... Você não está se referindo aos... – Fada não conseguiu terminar de dizer assim que North confirmou sua suposição.

— Quem? Quem são? – quis saber Jack, o único que não conhecia essa nova ameaça.

— Os subdeuses das más crenças. – elucidou Coelhão com um olhar apavorado.

— Eles começaram a ganhar força depois da derrota de Breu. Na verdade deram ao bicho papão a tarefa de dominar o planeta com medo e escuridão, mas como ele falhara, agora decidiram por eles mesmos intervirem no equilíbrio. – North passou as mãos pelos cabelos brancos parecendo se lembrar das coisas que o Homem da Lua havia dito na Noite natalina.

— Subdeuses? – Jack não conseguia acreditar. Aquilo parecia a maior loucura que já havia. – São entidades do mal? Muitas delas? Como assim, isso não pode ser verdade! – irritou-se como forma de defesa.

— São quatro. Há muito não se manifestavam por causa da paz mundial. Mas agora, com o preconceito, as possíveis guerras, assassinatos e tantas coisas que assolam o século XXI, eles tomaram força e estão ainda mais determinados a vencer depois que Breu falhou. São chamados de subdeuses por não passarem da personificação de maus hábitos e crenças. – Fada explicou com os braços cruzados em aflição. – North o que iremos fazer? Enfrentá-los, mas e as crianças?

— O Homem da Lua não quer isso. – respondeu. – Ele... – não conseguiu terminar de dizer, pois no minuto seguinte todos foram surpreendidos com a presença do próprio que apareceu com sua grandeza e brilho iluminando o local.

Jack segurou seu cajado com força, em êxtase por estar na presença do Guardião Supremo novamente, aquele quem lhe dera a vida novamente e uma missão a cumprir. A luz lunar focalizou no centro do chão, onde vários símbolos estavam talhados. Com um estalo, a passagem ali se abriu e dela surgiu uma pedra vertical em forma de lança.

— Ele está escolhendo novos guardiões? – Coelhão sobressaltou-se.

— Não. – disse North já sabendo do que se tratava.

A pedra abriu-se um pequeno vácuo onde três silhuetas começavam a serem vistas.

Jack semicerrou os olhos tentando identificar quem seria, mas não obteve sucesso. Tudo aquilo era muito estranho e novo para ele. Depois de um tempo, as deformações cessaram e todos puderam muito bem ter uma definição das três silhuetas em azul.

Jack analisou-as.

A primeira que viu estava no centro, era um garoto, como ele, usava uma espécie de armadura junto às vestimentas e tinha uma perna faltando. Estava acompanhado de um dragão! Jack não percebeu quando deixou seu queixo cair. A próxima silhueta era de uma garota, parecia ter a mesma idade que ele. Tinha cabelos cacheados e rebeldes, usava um vestido que Jack ainda não vira igual entre as garotas de hoje. Possuía um arco e flecha apostos. E por último, outra garota, tinha imensos cabelos lisos que iam para além de seus pés. Não tinha um dragão e nem qualquer arma, mas havia algo em seus olhos que intrigou Jack profundamente.

— Eles foram escolhidos pelo Homem da Lua para se juntarem a você, Jack, e juntos derrotarem os subdeuses. – North revelou no que Frost o encarou com o semblante incrédulo.

— Mas eles... Eu, eu nem os conheço. Eles serão guardiões? Onde estão? Porque tenho de me juntar a eles? – eram muitas perguntas que pareciam não ter respostas.  

— O Homem da Lua deve acreditar que vocês têm as qualidades exatas para enfrentarem os subdeuses. – Coelhão opinou encaixando as peças. – Quis escolher guerreiros de outras Eras para que os subdeuses não suspeitassem. Eles com certeza acham que nós é quem vamos lutar.

— Isso tudo é loucura, o Homem da Lua pirou de vez! – Jack revoltou-se e saiu dali de perto. Recusava-se a se juntar com outras três figuras que sequer vira na vida. O que iriam fazer? Tinham poderes mágicos por acaso? Nem dessa dimensão eles eram.

— Jack, não há tempo para questionar os motivos do Homem da Lua, as crianças correm perigo. Jamie corre perigo! – Fada foi até ele. Jack deixou os pensamentos calmos. Tinha que se controlar, Jamie precisava dele, assim como todas as outras crianças. Sua cabeça ainda estava em um turbilhão quando proferiu: - Como os encontramos?


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Notas finais do capítulo

Desculpem por qualquer erro ortográfico, estou um pouco enferrujada nisso.
Até breve :)



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