O Encanto da Serpente escrita por prongslet


Capítulo 3
Bellatrix, o ombro direito do caçador.


Notas iniciais do capítulo

[28/12/2019 - ESTE CAPÍTULO É A JUNÇÃO DO ANTIGO CAPÍTULO 3 E 4] sE JÁ TINHA LIDO O ÚLTIMO CAPÍTULO 3, LEIA A PARTIR DO SEGUNDO "&"

alooo, como estão? Bem, regressei à ativa *depois de mil anos sem atualizar* espero que gostem deste capítulo (mesmo que seja um capítulo meio meh, mas necessário). Prometo que o próximo irá ser mais interessante, apesar da minha falta de inspiração.
Espero, apesar de tudo, que gostem ♥

*um obrigada gigante à Fallon que me incentivou várias vezes a continuar a postar a fanfic!
Beijos ♥



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A casa estava acordada com sombras e monstros. Os corredores ecoavam e rangiam. Eu estava sentada sozinha na cama até a manhã. Eles estão vindo atrás de mim. Tentei segurar estes segredos dentro de mim, mas a minha mente é como uma doença mortal."

— Halsey, Control.

III. 

Aparatou rapidamente e não conseguiu conter o suspiro de alívio quando os seus olhos brilhantes encararam um beco escuro e sem vida onde se encontrava. Suspirou pesadamente e riu alto sem acreditar que estava ali e acima de tudo: que estava viva. O seu coração ainda batia apressadamente e a mão direita tremia levemente, enquanto segurava a varinha com uma força excessiva. Permitiu-se observar a varinha por breves segundos, parando depois nos seus dedos finos que tremiam como à muito não acontecia. Normalmente, sentir-se-ia fraca por tremer daquela forma, mas o facto de estar ali, viva, era a prova que ela não era fraca, de todo.

Bellatrix Black era uma guerreira, assim como a sua estrela.

Não, ela era mais que isso. Era a primeira pessoa a enganar o Lorde das Trevas e a sobreviver para contar a história.

As imagens daquela noite ainda estavam frescas na sua mente, mas cedo se focou na tarefa que tinha em mãos, colocando a pesada capa negra sobre o seu rosto. Tinha mais do que tempo para pensar no assunto Lord assim que terminasse a primeira parte do seu plano.

Mancou para fora do beco e arfou quando os seus dedos finos repousaram sobre a zona do abdómen, sentindo um líquido quente por dentro da capa.

Tinha de admitir, os bastardos da Ordem da Fênix não olharam a meios para a atingir.

O plano inicial não era percorrer o restante caminho a pé, mas a outra opção não era viável naquele estado. Inspirou pesadamente antes de começar a andar lentamente pelas ruas e não se surpreendeu quando meia dúzia de muggles passaram por ela, encarando-a com desdém pela aparência esfarrapada das suas roupas. Suspirou pesadamente, focando-se em algo que não fosse a imensa vontade de dar mais uso à sua varinha, mas conteve-se. Não podia chamar a atenção. Não agora que estava tão perto. Andou durante mais algum tempo, incapaz de acreditar que estava de volta aquele maldito lugar cheio de memórias e de uma vida que ela jurou nunca mais recordar.

Suspirou pesadamente quando encontrou o número duzentos e trinta e três e encarou o edifício com um mistura de sentimentos que posteriormente ia descrever como desdém. Momentos depois retirou do bolso da capa uma chapa velha e com um toque de varinha transformou-a numa chave dourada. O seu corpo parecia que ia ceder a qualquer momento, impedindo-a de se focar em algo que não fossem os seus ferimentos. E talvez fosse melhor assim, pelo menos não perdia tempo com sentimentos e memórias inúteis ao voltar aquele maldito lugar.

Fechou a porta atrás de si com alguma dificuldade e foi engolida por uma escuridão imensa. Andou a passos lentos até sentir o frio a parede e não demorou muito a encontrar o que queria. Pressionou o interruptor e em menos de nada as luzes, apesar de velhas, deram sinais de vida.

A casa iluminou-se rapidamente e ela encontrou-se rodeada de um cheiro intenso a mofo e um enorme loft cheio de panos brancos que cobriam a mobília.

Mancou até um deles e puxou o pano sem cerimónia alguma, para depois se largar no sofá de couro negro. Retirou a capa negra com alguma dificuldade e analisou pela primeira vez a gravidade dos estragos.

Os cortes e as escoriações eram mais do que visíveis, mesmo que parte deles ainda estivesse tapada pelas roupas que usava naquela noite. Puxou a camisola negra para cima e admirou o belo serviço que um dos lacaios do Dumbledore lhe oferecera naquela mesma noite, depois de uma emboscada à casa do seu adorado cunhado.

Os seus dedos passaram pela enorme ferida e arfou de dor quando teve de retirar o pedaço de tecido ensopado de sangue de cima dela. Os dedos finos estavam cheios de sangue e foi com dificuldade que ergueu a sua varinha, murmurando com uma voz fraca:

— Undantem Vulneribus. — Um feixe de luz azul bebé saiu da sua varinha e em poucos segundos a enorme ferida parou de sangrar, dando-lhe um pouco mais de tempo para analisar a sua situação. Inspirou pesadamente alguns segundos e chegou a conclusão que não ia sobreviver aquilo sozinha. Mas uma coisa era certa, não tinha chegado tão longe para morrer agora. Moveu a varinha com a maestria que lhe era tão característica e sem pensar duas vezes, sussurrou: — Expecto Patronum. — O feixe de luz branca propagou-se pelo loft e não tardou a que uma gata feita de fumaça estivesse ao seu lado, vinda da sua varinha. Bellatrix arfou com dores e apertou a varinha com mais força quando a ferida no seu abdómen cedeu ao feitiço, sangrando novamente. Respirou com muita dificuldade – muito provavelmente por culpa das costelas que tinha partido à pouco tempo antes - e sussurrou com uma voz arrastada, depois de indicar o nome da irmã mais velha. — “Preciso que venha ao loft, a emboscada não saiu exatamente como era planejado.”

O animal saltou várias vezes no ar e em menos de nada desapareceu do lugar, fazendo o seu trabalho. Bellatrix ajeitou-se no sofá, gemendo novamente de dor. Tentou repetir o feitiço que usara a alguns minutos atrás, mas era inútil para marcas como aquelas. Deitou a cabeça sobre o couro negro e encarou o teto branco por longos segundos, incapaz de ignorar as pequenas orbes azuis celestes e os cabelos negros do pequeno ser embrulhado num manto cor de rosa.

Não soube ao certo quanto tempo é que demorou até mergulhar no inconsciente, mas tinha a certeza que a sua mente não deu lugar a qualquer outro pensamento que não a memória responsável pelo seu patronus.

 &

Bellatrix abriu os olhos com dificuldade, sentindo um gosto amargo na sua boca. Os seus olhos azuis piscaram várias vezes antes de se acostumar a claridade do local, demorando alguns segundos para que conseguisse ver algo para além de borrões à sua volta. Reconheceu pouco depois a mobília escura do loft que para todos os efeitos ainda era seu e reparou que estava deitada na enorme cama de casal da habitação.

Encarou a parede branca que separava o quarto das restantes divisões e observou a silhueta que apareceu no batente da porta, carregando uma bandeja nas suas mãos. Andromeda sorriu levemente ao encarar a irmã mais nova e não tardou a entrar no quarto, colocando a bandeja em cima da cama. Bellatrix sentou-se com alguma dificuldade na cama e não conteve o resmungo quando a irmã se apressou para a ajudar com tal feito. Andromeda limitou-se a revirar os olhos e ajeitou os travesseiros nas costas dela, demasiado acostumada com o feitio difícil de Bellatrix.

— Este plano podia acabar com vocês dois mortos, sabia? — Ela murmurou antes de se sentar na poltrona negra que estava ao lado da cama, visivelmente irritada. Bellatrix encarou-a de lado antes de revirar os olhos, limitando-se a murmurar uma resposta enquanto comia o que a irmã lhe preparara.

— É esse o plano. — Explicou como se fosse óbvio, encerrando o assunto naquele exato momento. Andromeda suspirou pesadamente, visivelmente insatisfeita com a resposta, mas não comentou nada.

— O seu lord não perdeu tempo em ripostar a emboscada à mansão Malfoy. — Acrescentou depois de longos minutos em silêncio, enquanto encarava Bellatrix com os seus olhos negros. Bellatrix analisou a irmã com cuidado e arqueou a sobrancelha antes de passar as mãos pelos cabelos negros, visivelmente irritada.

— Ele não é mais o meu lord, ou já se esqueceu do nosso plano, querida irmã? — Cuspiu, antes de colocar o suco de abóbora no sítio, perdendo a fome.

Andromeda abriu a boca e fechou-a várias vezes antes de se levantar do assento. — Não, Bellatrix. Este plano não é nosso. Eu nunca colocaria a minha família em perigo desta forma por culpa de uma estúpida história de embalar que nos contavam todas as noites naquela maldita casa. E o seu plano acabou de resultar numa emboscada ao Ministério da Magia. — Fez uma pausa, antes de suspirar pesadamente, reduzindo o tom de voz. Respirou fundo várias vezes enquanto se acalmava. — Levaram o meu marido e mataram boa parte daqueles que os tentaram enfrentar.

— E o ministro? — Bellatrix perguntou curiosa depois de uma longa pausa de Andromeda.

— O Fudge? Está vivo, mas é incapaz de continuar a exercer o cargo. — Ela explicou antes de encarar a irmã tristemente. — O Ted, contudo, está em lugar incerto porque arriscou a vida para a ajudar com este plano ridículo. — Pegou na capa azul marinho que tinha e suspirou pesadamente antes de a colocar aos ombros. — O Lupin esteve esta tarde em minha casa e diz que volta a Grimmauld Place esta noite, para ver se existem alterações.

— Não deve tardar. — Bellatrix explicou, antes de fazer menção de se levantar. Andromeda fez sinal para que ela parasse imediatamente.

— Você ainda está demasiado fraca. — Disse antes de suspirar pesadamente. — Ainda vai demorar algum tempo para que as poções façam o seu efeito. Até que isso aconteça, fique na cama e não estrague o que eu demorei uma noite inteira a reparar.

Bellatrix revirou os olhos, mas acabou por se ajeitar na cama, mesmo que a contragosto. — E o que espera que eu faça até lá?

— Pense no que lhe vai dizer quando ele regressar. — Sugeriu como se fosse óbvio, arrancando um suspiro exagerado de Bellatrix. Andromeda apenas sorriu levemente e ajeitou a capa azul que usava nos seus ombros.

— Não vai ficar aqui? — Bellatrix perguntou, quando a irmã pegou na varinha e conjurou dois fracos de poções. Segundos depois, os frascos carregados de uma poção azulada apareceram a flutuar pelo quarto antes de pousarem em cima do criado mudo, ao lado da cama que Bellatrix ocupava.

— Não posso. A Adhara regressa hoje de Hogwarts. — Disse, antes de encarar a irmã com os seus olhos negros, esperando por uma reação de Bellatrix depois da menção do nome Adhara. Sorriu levemente quando notou um brilho nos olhos da irmã, mesmo que ela o escondesse segundos depois. — Volto esta noite e trago notícias do Lupin.

Bellatrix assentiu imediatamente e poucos segundos depois viu-se sozinha no quarto. Os seus olhos ainda estavam presos no lugar que Andromeda ocupava a segundos atrás antes de aparatar e não conteve o suspiro pesado quando os seus olhos repousaram na moldura negra que agora estava no seu campo de visão.

O casal sorria apaixonadamente e por breves segundos perdeu-se nos olhos azuis acinzentados dele. Abanou a cabeça momentos depois, antes de usar a varinha que repousava no criado mudo para atirar com o maldito objeto para um lugar longe do seu quarto.

Não podia perder tempo com memórias inúteis como aquela. 
&

O silêncio nunca fora amigo de Bellatrix, muito pelo contrário. Era como veneno para a os seus pensamentos insólitos. Durante boa parte da sua vida, aprendeu que só podia esperar o pior do silêncio. Era como um presságio de má sorte; a calmaria que antecedia uma bela de uma tempestade. Fechou os olhos, antes de rir amargamente. Ironicamente, todos os momentos mais importantes da sua vida eram marcados por um longo e doloroso silêncio.

Quem diria que, enquanto pequena, adorava o silêncio.

Talvez fosse porque durante a sua infância, o silêncio era apenas a ausência de som, mas agora era ausência de tudo. Era como cair num poço sem fim e ter a sua mente entorpecida por memórias dolorosas que insistiam em não cair no esquecimento.

Abriu os olhos novamente e encarou o teto branco do loft, incapaz de enxotar todos os demónios que insistiam em regressar desde que voltara aquele maldito lugar, repleto de memórias.

Encarou o por-do-sol lá fora e suspirou pesadamente, ao constatar que havia adormecido durante a tarde. Nem mesmo nos seus sonhos aquela maldita memória – relembrada vezes e vezes sem conta durante os anos que esteve em Azkaban – a havia deixado em paz.

Só quando colocou os pés no soalho frio é que se apercebeu que o seu corpo tremia levemente, como acontecia sempre que um dos guardas de Azkaban passava pela sua cela e relembrava aquele que era, sem sombra de dúvidas, o seu pior receio. Riu novamente, antes de ajeitar os cabelos negros.

Tinha a certeza que iria dar em louca naquela casa.

&

A lua minguante já brilhava, imponente, quando Andromeda regressou ao loft, acompanhada pelo lobisomem.  E Bellatrix soube, de imediato, que a presença de Lupin só poderia indicar que existiam novidades e, pelo semblante preocupado dos dois, não podiam ser boas.

Pelo menos, não para os dois. A saúde de Sirius não era algo com que ela se preocupasse. Na verdade, ela desejava que tivesse, realmente, desaparecido naquele maldito véu de uma vez por todas, ficando preso por toda a eternidade. Era pouco para o que ele merecia.

— Está morto? — Perguntou de uma vez por todas, com um tom um tanto quanto esperançoso, fazendo Andromeda revirar os olhos, antes de largar a capa azul num canto da sala, visivelmente irritada. O sorriso de Bellatrix, porém, pareceu aumentar cada vez mais, ciente do que estaria para ouvir.

— Porque é que não me disseste que aquele maldito véu pertencia aos Rosier? — A mais velha acusou, visivelmente irritada, antes de cruzar os braços sobre o peito.

— Guarda esses discursos moralistas para alguém que os queira ouvir, Andromeda. — Bellatrix resmungou, antes de se largar no sofá. Pelo canto do olho, observou a silhueta de Lupin afastar-se das duas, partindo até à cozinha. — O que eu faço com a minha herança só a mim me diz respeito, irmã.

— Engraçado, irmã. Se bem me recordo diz-me respeito, sim. Não vá eu terminar com um segundo embrulho à minha porta, como aconteceu há quinze anos atrás. — Andromeda ripostou, fazendo Bellatrix ofegar várias vezes, visivelmente alterada.

— Acho que não vamos adiantar nada dessa forma. — Lupin disse, cautelosamente, enquanto regressava novamente à sala. Trazia consigo uma bandeja cheia de comida e um novo frasco de poção. Bellatrix fuzilou-o com o olhar várias vezes e, pela respiração pesada de Andromeda, também ela não tinha gostado que ele interrompesse a conversa que estavam a ter. O lobisomem, porém, parecia mais do que habituado ao típico humor dos Black e, sem pensar duas vezes, decidiu que era mudar de assunto e resolver o que os trouxera ali no primeiro lugar.

Todos os segundos eram essenciais para eles. E para Sirius, principalmente.

— Regressei esta noite a Grimmauld Place, como havia prometido. — Disse, antes de fazer uma pausa, ponderando todas as palavras que iria utilizar perto daquela mulher. — Correu como havíamos planejado, o véu expulsou o Sirius.

— Mas não sem antes o torturar. — Andromeda disse, piscando os olhos negros várias vezes, incapaz de deixar aquele assunto de lado. — Pelo amor de Merlin, Bellatrix! Que merda foi aquela? Tortura-lo até ficar insano naquele maldito véu? Era esse o plano? Você sabia, ao menos, se ele poderia sair de lá com vida? Estamos a lidar com coisas importantes, Bellatrix! Estamos a lidar com a vida da minha família.

— Eu sei exatamente com o que estamos a lidar, irmã. — Bellatrix disse alterada, antes de se levantar do sofá de couro. — Eu mesma arrisquei a minha vida para trazer aquela bebé ao mundo. Apodreci numa cela durante quinze anos para a proteger. Nós duas sabíamos o que o destino nos reservava. Não percebo o porquê de tanto apego a algo que nem é seu.

— Nunca, no resto da tua vida, te atrevas a repetir algo assim. A Adhara é parte da minha vida, morreria por ela. — Andromeda sussurrou, já fora de si, antes de pegar na sua capa com uma força excessiva. — Não contem mais com a minha ajuda neste plano suicida. Eu iriei proteger a minha família com os meus próprios meios. — Acrescentou, dando de costas para os dois habitantes do loft.

— Andromeda, por favor. — Remus pediu, educadamente, segurando o braço dela com uma delicadeza fora do comum. — Não podemos desistir justamente agora. Estamos numa batalha contra o tempo e todos os segundos são essenciais. O Sirius precisa de nós. — Acrescentou, arrancando um suspiro pesado de Bellatrix ao ouvir a menção do nome do primo. Andromeda, porém, não pareceu ficar mais calma com a irmã. As palavras continuavam gravadas na sua mente e pareciam querer perfurar o pouco autocontrole que ainda lhe restava para lidar com toda aquela situação.

Mas, mesmo assim, sentou-se.

Inspirou pesadamente e, durante o resto da noite, foi incapaz de encarar os olhos azuis celestes da irmã mais nova. Sabia que iria explodir por, eventualmente, constatar que a irmã estava certa, apesar de tudo. E o mais irónico era que ela sabia exatamente no que se estava a meter, há quinze anos atrás, quando pegou no pequeno embrulho cor-de-rosa que a irmã carregava nos braços naquela noite de Inverno. Foi, ciente do destino que era traçado aquela pequena criança, que concordou em nunca contar a verdade a Adhara, até que fosse estreitamente necessário. E, depois de tanta dor e sofrimento, ali estava ela, ao lado da irmã, para selar o destino que as duas haviam traçado todos aqueles anos antes, naquele mesmo lugar.

— Mas onde é que ele está, afinal? — Bellatrix perguntou, sem paciência, antes de se ajeitar no sofá de couro negro. Encarava o lobisomem com desprezo e os seus olhos azuis pareciam ter escurecido levemente depois do discurso de Remus.

—  Ele não está em condições de aparatar. Pelo menos, até melhorar um pouco. — Fez uma pausa, ponderando as palavras que iria utilizar. — A casa está desabitada e posso assegurar que nenhuma visita… inoportuna irá aparecer no número doze durante algumas semanas. — Levantou-se da cadeira, antes de encarar Bellatrix. — Eu mesmo vou assegurar as vigias que serão feitas à casa, estarão seguros durante esse tempo. Será o suficiente para ele recuperar e conseguir aparatar até aqui.

— O que é que você quer dizer com isso? — Bellatrix perguntou, mas não obteve resposta.

Apenas um longo e duro silêncio, indicando o seu maior receio. Estaria de volta aquela odiada casa. 

— Nenhum de nós poderá parar as vidas para cuidar de Sirius nesse período, chamaríamos demasiado à atenção. — Andromeda disse, finalmente, encarando as orbes azuis de Bellatrix. — Por isso, sugiro que o mantenha vivo durante esse tempo. — Fez uma longa pausa. O seu coração ainda batia descompassadamente no seu peito e as palavras de Bellatrix estavam mais que frescas na sua memória. Por isso, inspirou pesadamente e sorriu amarguradamente, ciente do dano que a sua próxima fala poderia causar.  — E até lá considere a melhor forma de lhe contar que ele foi pai, à dezasseis anos atrás. 

 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Bem, sei que ainda existem muitas coisas que podem parecer confusas na fanfic mas ao longo da história vão perceber que não podia ser de outra forma. A partir do próximo capítulo vamos começar a responder a algumas questões e "a ligar os acontecimentos" mas até lá peço que não desistam da fanfic ♥ Como sei de tudo posso não perceber quando algo está muito confuso por isso podem perguntar, respondo a qualquer questão!

(1*) - Undantem Vulneribus: vem do latim e significa "estancar ferida". Não encontrei muitos feitiços curativos mas o Snape usa um parecido a este para curar as feridas do Draco depois do Sectumsempra que o Harry lhe lança. Por isso vamos fingir que o Snape não inventou totalmente o feitiço, apenas o adaptou para o feitiço que criou.

(2*) - Como perceberam, existe um ataque da ordem à casa dos Malfoy. A emboscada faz parte do plano da Bellatrix, mesmo que boa parte da Ordem não saiba que foi ela quem deu a "dica" para o ataque. Já sabemos que a Andromeda, Remus e o Ted estão mais que envolvidos neste plano maluco que envolve histórias de embalar (e a nossa querida Adhara) mas o que é ao certo? Vou demorar um pouco a responder a esta questão mas vou deixar pistas ao longo dos capítulos.

(3*) - A Bellatrix e o Sirius tem um loft ♥ E a nossa Bella é capaz de produzir um Patronus... e reparam qual era a memória dela? A bebé Adhara ♥

(4*) - O próximo capítulo tem a participação do Remus e será a continuação do capítulo dois. Posso dizer que a primeira parte do capítulo será o "fim" deste e a razão que leva a Bella a casa da Andromeda a meio da noite. (Como perceberam este capítulo é uma ponte. Pode não fazer muito sentido neste momento mas no próximo vão entender o porquê dele existir!)

(5*) - Nos próximos capítulos vamos perceber o que é que a Bella fez para enganar o Lord das Trevas (e tomem nota que eu disse ENGANAR e não desertar, ela não é burra a esse ponto ahahah) - já deixei uma pista neste capítulo mas prometo explicar direitinho nos próximos!

(6*) - No enredo original o Fudge cai no Verão de 1996 e o Rufus torna-se Ministro da Magia. Na fanfic esta mudança acontece um pouco mais cedo do que o esperado!

(7*) - Considerem este ponto um bónus. Sobre a Artémis, ainda não revelei o animal que ela é de propósito porque nem o animal de estimação da Adhara é normal ahahah Posso dizer que ela é um bichinho muito... mágico ♥

É isso, até ♥



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