I'm sorry escrita por Lyhshi


Capítulo 13
Refúgios


Notas iniciais do capítulo

Eu precisava muito colocar essa frase em algum lugar, e como não encontrei uma situação boa o suficiente, deixo ela aqui pra vocês: "Não é algo rápido, mas evolução é sempre evolução. Mesmo que seja pequena ou pareça insignificante, é válida. "

Boa leitura!
(e desculpa pelo pequeno atraso)



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ᨖ Asuna ᨖ

 

E quarta-feira chegou.

E com ela trouxe o medo e o nervosismo.

 

Passei a semana toda me planejando para quando o dia chegasse: como falar com os meus pais?

Durante a infância fui várias e várias vezes a casa dos meus amigos, algumas vezes dormia por lá, mas depois da pré-adolescência isso não chegou nem perto de voltar a acontecer. Espero que pelo menos eles vejam como algo positivo: depois de anos sem ter vontade de sequer passear, estou tentando sair. Não é tão ruim. No máximo eu posso levar um não, certo?

 

Errado.

 

Almoçando comigo, por um milagre, estavam minha mãe e meu pai. A batata frita a minha frente esfriava à medida que eu enrolava para falar. Por eu ser uma pessoa que come pouco, não sei se eles perceberam que havia uma razão por trás disso ou não, mas só de pensar o apetite diminuía ainda mais.

Meu estômago se embrulhava em uma ansiedade péssima.

 

— Gente — Chamei, e os olhares se dirigiram a mim. Tentei manter a calma — Hoje preciso fazer um trabalho da escola na casa de um amigo — Se eu falasse que era apenas conhecido, ou um garoto que me odeia, aí mesmo que eu não iria — vale a maior parte da nota do semestre e vamos fazer um terrário. Acho que tem chance de ganharmos a feira até.

 

Eles se entreolharam em silêncio, sem mudar a expressão. Mas percebi que pararam de comer, enquanto eu comecei.

 

— De qual matéria é o trabalho?

— Geografia.

— Ah. É aqui perto?

— Não exatamente... Mas é só chamar um carro pelo aplicativo ou um taxi que chego lá a tempo. Marcamos para às 14:30, ainda tenho uns quinze minutos para chegar.

— Uhum. As suas amigas vão também?

 

“Que amigas?” Pensei. E então considerei se valeria mais a pena falar a verdade ou inventar mais alguma coisa. Então decidi misturar os dois.

 

— Não. Foi a professora que decidiu as duplas, então caí com dois garotos que falo pouco, mas eles sempre pareceram ser bem tranquilos.

— Filha, vocês sabem como os homens são... — Minha mãe falou, enquanto tentava focar novamente em seu prato.

 

Ah, não. Começou. Olhei nervosa para o relógio, já sabendo que ficaria mais uma meia hora ouvindo.

 

— Você tem visto os dados de mulheres assassinadas na televisão? Até mesmo jovens fazem isso... Ir na casa de um estranho assim é um perigo. Os tempos não são os mesmos e...

— Eu sei, eu sei. Sempre ando com o spray de pimenta que vocês me deram na bolsa, lembra?  E—

— Mas mesmo assim você pode não ter tempo para pegar o spray — Meu pai interrompeu, e então minha mãe continuou:

— E você também não tem força se um homem resolver fazer algo, quem dirá contra dois.

— Eles são alunos normais como eu. Já vi eles fazerem trabalho em dupla com várias garotas e nenhuma delas reclamou — Mentira, nunca vi eles fazerem trabalho com ninguém.

— Elas podem ter gostado. As garotas de hoje em dia são muito oferecidas... Em falar nisso, você vai ir vestindo isso? — Meu pai voltou a falar.

— ...Eu nem tinha reparado. Depois não quero ouvir reclamação de qualquer coisa que façam contra você... Olha a altura dessa saia. Olha esse decote. Não te criamos pra ser assim.

 

Ouvir estas frases me deixou com tão confusa que até procurei se havia algo tão errado com o que eu estava vestindo, mas quando olhei para baixo só vi uma saia vinho e uma blusa creme que deixava meus ombros expostos. E a saia nem era tão curta assim: um palmo acima do joelho.

 

— Que coisa mais idiota, isso é — Me interrompi ao perceber que já havia perdido tempo demais nessa discussão e que fazer com que ela durasse mais não mudaria nada.

— Do que você nos chamou? Eu ouvi certo?

— ...

— Repete! Não tem coragem para terminar de falar? — Minha mãe continuava colocando lenha na fogueira. Deixando mais uma refeição de lado, me levantei e falei com firmeza.

— Eu não chamei ninguém de idiota. Eu disse que as atitudes de vocês são idiotas! Se tentarem me agarrar a força ou qualquer outra merda, estar com uma saia não vai mudar nada. E, com licença porque eu já estou mais do que atrasada. — E tentei sair o mais rápido possível. Eu pensei em tantas e tantas respostas melhores, mas o respeito e o atraso me impediam de falar.

 

 

Senti meu pulso ser agarrado com firmeza por uma mão feminina.

 

Era óbvio que não iria terminar tão fácil assim. Nunca terminava.

 

 

— Você não vai a lugar nenhum até terminar de nos ouvir. Nos dedicamos anos e anos de cuidado e carinho... Pra quê? É uma ingrata mesmo. E ainda é mal educada.

— Age de forma rebelde e irresponsável e quer que a gente aceite como se fosse certo.

 

Permaneci parada, em dúvida se me mantinha quieta ou não. E eu posso jurar por tudo — até pela minha plantinha de estimação — que tentei ser sensata e manter a calma. Continuei tentando dar um fim a discussão antes que piorasse.

 

— Todo amor e carinho que ganhei nesta vida veio da Maria. Não sei como vocês tem a cara de pau de fingir uma coisa dessas. Agora, como eu disse, tenho um compromisso com os meus amigos e já estou atrasada.

 

Felizmente ou infelizmente, hoje era o dia de folga da Maria. Sorte a dela, que passaria o dia rodeada dos seus netos e não em meio ao caos que eu, inocentemente, havia acabado de começar.

Mas, no momento em que senti aquela mão tão delicada soltar meu pulso e afundar na minha bochecha, Maria foi a última pessoa que eu pensei.

Instintivamente, a fiz dar um passo para trás a empurrando pelos ombros — não como forma de revidar ou de desrespeito, tampouco usando força, mas foi a minha primeira reação. Foi um movimento que nem fez sentido, mas não pensei na hora. Isso nunca tinha acontecido antes. Não desse jeito.

Quase na mesma hora que reagi, meu pai se levantou e reproduziu o mesmo gesto que eu acabei de fazer, mas com uma diferença: tamanha foi a força que me empurrou que, despreparada, só não perdi o equilíbrio porque encontrei apoio em uma das cadeiras próximas.

 

 

— Você tá doida? — Admito que um pedaço do meu coração se partiu quando eu percebi que o único motivo dele ter levantado foi para defender ela. Quando ela me acertou, ninguém esboçou nenhuma reação. — O que se passa na sua cabeça pra agredir sua mãe assim?

 

Eu me recuso a acreditar.

 

— Quê? — Minha voz que se manteve calma por tanto tempo, finalmente começou a se alterar — Você viu o mesmo que eu? Você viu que ela me deu um tapa na cara sem motivo nenhum?

— Claro que ela deu. Olha as coisas que você fala!

— Mesmo que não fosse, isso não é desculpa para bater na sua mãe! A mulher que te deu a vida!

— Agora a culpada sou eu? Eu não bati em ninguém! Eu mal encostei em você!

— Mas estava prestes! Deu de ver no seu olhar.

— Meu Deus, onde erramos? Criamos uma psicopata...

— Vocês estão distorcendo tudo! Eu mereci um tapa por ter falado a verdade? Psicopata? Diferente de vocês, eu — Fui cortada.

— Você que está distorcendo! Agora quer ficar se fazendo de coitada. Olha como você deixou sua mãe! — A qual, estava aos prantos — E depois vem falar que não merece! Se soubéssemos que você iria revelar quem você realmente é, teria a apoiado a lhe dar mais um.

— Eu... — Olhei o relógio e vi que estava muito mais atrasada do que eu pensava. Tentei pensar com calma da melhor forma que pude, e achei melhor não falar nada. Não adianta falar com quem não quer entender. — Eu já cansei de dizer que estou atrasada, e minha nota depende disso. Depois continuamos.

 

 

Não sei se eles não esperavam que eu fosse cortar o assunto dessa maneira, ou simplesmente haviam esquecido como tudo isso começou, porque ficaram em silêncio e, finalmente, pude pegar a sacola que eu havia deixado previamente separada e ir.

 

 

...

 

 

Dentro do carro, a minha cabeça atormentada comemorou que não haveria um “depois” para discutir o assunto. Eles nunca discutiam depois. Apenas fingiam que nada havia acontecido, e viviam suas vidas normalmente, enquanto eu passava dias me lamentando por algo que nem era minha culpa.

 

Kirigaya morava em um bairro que eu não conhecia, então eu não tinha noção de quão perto ou longe estava — mas me assustei ao olhar no GPS do aplicativo e como os dez minutos até o destino já estavam chegando ao fim. Não que tenha sido uma surpresa tão grande assim. Todo esse tempo minha mente esteve distraída revivendo cada momento que havia acontecido, e esses minutos que passaram tão rápido foram tempo suficiente para que eu passasse por uma montanha russa de emoções: me lamentei, pensei em mil respostas melhores, me senti culpada e cheguei até a me arrepender.

 

A pior parte foi sentir a culpa sabendo que eu nem estava errada.

Mas quando você passa anos e anos ouvindo que o problema é você, você passa a se sentir assim. Não é uma discussão ou outra, é sempre — e isto marca você por inteiro.

Levei muitos e muitos anos para desconstruir parte do que eu pensava de mim, mas as cicatrizes sempre estão ali para te lembrar: a insegurança, a culpa, a hesitação e, muito maior do que tudo isso, a vontade de desistir de tudo. Não é fácil, e nunca vai ser.

Não é atoa que sou uma pessoa tão complicada.

Mesmo assim, não é a primeira nem a última que eu vou enfrentar problemas assim.

 

É, erguer a cabeça e seguir em frente.

 

— Chegamos, senhora. — O motorista do aplicativo estacionou quase em frente ao meu destino. Tudo que precisei fazer foi descer, já que o pagamento havia sido feito por débito online.

 

Não que eu tenha outra opção.

 

— Senhora? Poxa, eu pareço tão velha assim? — Falei com a voz embargada, enquanto limpava algumas lágrimas silenciosamente escaparam. — Obrigada. Prontinho. — Fora do carro, virei a tela para ele mostrando a avaliação com cinco estrelas, enquanto forçava um sorriso.

 

Ele acenou com a cabeça, então virei de costas para ir até a casa branca, amarelada pelo tempo. A porta e as duas janelas marrons contrastavam com o tom desbotado, e admito que estranhei um pouco não ter pátio. Sempre achei raro encontrar casas sem uma área com pelo menos um pouco de grama, mas, ao olhar em volta, percebi que a maioria era assim.

Por insegurança, conferi o número da casa e era realmente esta. Sem grandes cerimônias, bati na porta.

Não precisei esperar muito até que um garoto de cabelos negros aparecesse a minha frente. Não olhei em seus olhos, mas não sei dizer se era por estar distraída ou se apenas queria evitar contato humano por um tempo. Fiquei educadamente esperando ser convidada a entrar e me perguntando quando ele pararia de olhar para minha cara como um idiota.

 

— Você... Está tudo bem?

— Hm? Por quê? — Direcionei o olhar para o seu queixo, na tentativa de transparecer uma imagem mais firme e confiante.

— O seu rosto está um pouco inchado. Quer que eu carregue isso? — Entreguei a sacola a ele sem pensar duas vezes. Sabe quando você está distraído e faz as coisas no automático? Foi o que aconteceu. E eu nem sei como consegui não perceber que sai do carro com ela na mão, já que a sacola estava tão pesada que quase arrastava no chão.

— Ah, isso? — Olhei em seus olhos, como sempre, usando minhas “ótimas” habilidades de atriz — Nem tem com o que se preocupar. Eu tenho rinite e sinusite, então é mais comum do que parece... E isso explica porque o motorista estava me olhando pelo espelho. — Fingi ter me esquecido de como estava, e ele fingiu acreditar. Tudo acontecendo conforme o esperado — Desculpe o atraso.

— Acontece. Mas vamos, entre. O Pedro já chegou faz uma meia hora.

 

Sem deixar a educação de lado, limpei a sola do sapato no tapete deixado com este propósito. A maior parte da minha vida fui chamada de detalhista. Sempre neguei, até perceber que em menos de um minuto muitas coisas já haviam me chamado a atenção: a ruga formada na testa de Pedro entregava sua irritação, o sofá estava com pequenas manchas e uma parte da parede descascava. Não que eu me importasse com a forma que os outros deixavam sua casa — tenho o mínimo de consciência de classe, pelo amor de Deus. E mesmo que não tivesse, isso não é da minha conta — mas não consigo evitar reparar.

Sabe a sensação de estar atordoada? É assim que eu me sentia agora. Sempre acontece após eu ficar muito nervosa, ou quando algo negativo acontece de surpresa. Desta vez, foram os dois casos.

Pensar que quando acabássemos eu teria que voltar para casa me deixava ainda mais agitada. De repente, não me pareceu tão ruim a ideia de ficar algumas horas em um lugar com pessoas que só decidiram me tratar com o mínimo de educação porque precisam de nota.

 

A discussão pode não ter sido tão intensa (geralmente é muito pior), mas eu nunca esperava uma atitude dessas vindo da minha mãe. E nunca esperei que meu pai fosse observar em silêncio e, ainda, defende-la.

E, mais uma vez, minha cabeça está focada em uma coisa totalmente diferente. Do jeito que eu estou, não vou manter o foco em nada. Acho que Pedro percebeu, porque grosseiramente tossiu para chamar minha atenção.

 

— Se marcam comigo às 14, é este o horário que eu estarei lá. Não acha que poderia pelo menos avisado que iria se atrasar? Já estávamos pensando no que fazer se você não viesse. — Ah, claro. Porque não basta ter um dia péssimo, ganhar um tapa na cara ainda tenho que ouvir falarem merda por algo que eu nem tive culpa.

—  Eu já pedi desculpas e acho que você ouviu muito bem — Ele é uma pessoa explosiva, então me segurei para não falar mais do que tinha vontade. Eu preciso de um pouco de paz. Só isso — Kirigaya, sei que acabei de chegar, mas pode me mostrar aonde fica o banheiro? Se eu não assoar o nariz eu vou passar o resto do dia com ele escorrendo e eu garanto que essa não é a melhor visão do mundo.

— É bem nesta porta. — E apontando, indicou uma porta de madeira perto de mim. Pelo menos não tinha como errar a porta.

 

Sei que durante o curto trajeto o olhar do loiro estava fixado em mim. Pouco me importei, já que quando fechei a porta foi como se o peso do mundo despencasse em cima de mim. Finalmente pude me permitir sentar no chão e chorar em paz. E eu chorei tanto, a ponto de soluçar. Sabe quando você passou tanto tempo segurando as lágrimas que chega uma hora que simplesmente não dá mais?

 

Tenho certeza que fiquei quase cinco minutos ali, refletindo no chão gelado e tendo consciência de que, sim, estava sendo um pouco mais dramática do que deveria (prazer, drama queen de primeira). Mas só fui perceber que fazia tanto, quando eu me levantei em um pulo com uma batida na porta.

Em pé e limpando as lágrimas como se a porta fosse transparente, tossi para limpar a voz e falei um “Já vou” com a voz um pouco alterada. Definitivamente já estava mais do que na hora de sair desse banheiro. Respirei fundo algumas vezes, lavei o rosto e tentei pensar em coisas positivas até a minha imagem no espelho parecer com a de uma pessoa doente, e não chorosa. O nariz e os olhos permaneciam levemente avermelhados, mas sei que eles não iriam ficar reparando tanto assim.

Não demorei muito mais a sair, mas quando abri a porta Pedro estava parado, me olhando, e com a mão erguida, pronto para bater na porta. Olhei para ele da forma mais séria que pude. Bater uma vez, tudo bem. Mas duas? A pessoa não pode nem ter privacidade no banheiro?

Ele fez questão de me ignorar e assim como eu voltou para o sofá. Tratei de me sentar no sofá contrário ao que ele estava, ao mesmo tempo ficando o mais longe possível do outro garoto.

Kirigaya quebrando o silêncio e percebendo o clima tenso, buscou puxar um assunto.

 

— Er... Então, o que você trouxe aqui? — Sem o menor rodeio, pegou a sacola que eu trouxe e começou a retirar tudo que estava ali dentro.

— Sério que você não sabe? Isso é o bási— Pedro começou a se intrometer e o cortei.

— Só o necessário mesmo. Isso daí é... — Apontei para o carvão vegetal, adubo e terra preta e expliquei o que eram e faziam.

— Eu realmente fico surpreso em como vocês entendem dessas coisas... O máximo que eu já fiz foi regar algumas flores que tínhamos no pátio, mas até elas eu consegui matar.

 

            Então, finalmente conseguimos começar a fazer o maldito trabalho.

 

 

...

 

 

Quando eu abri a porta de madeira que deveria ser quase duas vezes a minha altura, me senti mais sozinha do que nunca.

 

— Cheguei! — Falei alto, mas não muito animada. Nenhuma resposta.

 

Mas eu já sabia que seria assim.

 

O sol recém havia se posto, e isto deixava tudo tão frio — tanto a casa quanto meus sentimentos. Nossa família é pequena e a casa é grande, então o silêncio não é tão incomum, mas dava de sentir no ar que era um silêncio diferente.

Meu estômago quase roncava, então antes de ir para o meu quarto, me obriguei a ignorar a presença de meu pai na cozinha para aquecer um cup noodles e sair dali o mais rápido que consegui. Não trocamos uma palavra, sequer um olhar.

 

Foi um alívio imediato sentir o gostinho da pimenta que sempre deixa um gostinho de “quero mais”. Degustando pouco a pouco o macarrão no copo, me encostei na cabeceira da cama, e se passou pela minha cabeça por quantas amizades já passei. Normalmente eu me sentiria sozinha como nunca, mas o prazer que eu sentia ao degustar o tempero forte era todo o consolo que eu precisava.

Não adiantava negar como sempre fazia, ou fingir que não era verdade — não, eu me recuso a começar a pensar em coisas ruins mais uma vez. Pelo menos por agora, aproveitar as últimas garfadas vai valer mais a pena do que perder o tempo pensando. Sempre pensei demais, e isso já me trouxe tantos problemas...

 

Mas agora meu cup noodles acabou, e eu me lamentei em não ter comprado outro durante a promoção... Mas não posso ficar parada. Preciso me distrair de alguma forma.

Olhei para a mesa-de-cabeceira ao meu lado.

Era óbvio como eu faria isso.

 

Coloquei o copinho no chão, e sem esforço algum peguei o NerveGear.

 

O único lado bom de lidar com crises existências através de um jogo, é que cada vez eu chego mais perto do meu objetivo. Não é tão inútil assim, afinal...

 

— Link start!

 

Enquanto o som estridente da tela de entrada parecia alcançar meu cérebro, os meus olhos eram preenchidos o turbilhão de cores e formas habituais. Eu já havia me acostumado com a introdução do jogo, de forma que todas as confirmações de som, olfato e qualquer outra coisa pareceram ter passado mais rápido do que nunca.

Finalmente, uma mensagem em negrito apareceu, ocupando toda a minha visão:

 

“Bem vindo a Sword Art Online”

 

Voltei para a mesma floresta de antes. Por sorte, o horário coincidiu com o da minha dupla: um garoto de cabelos pretos me olhava em postura de ataque, pronto para puxar a espada de suas costas.

 

— Calma, não sou sua inimiga, lembra? — Falei, com um bom humor que eu jamais imaginei encontrar em um dia destes. Era isso que SAO fazia com você: é como se você conseguisse escapar para outra realidade, longe de tudo que te machuca.

— Ah, desculpa... Instinto. Você me assustou, não esperava que fossemos entrar no mesmo horário. — E voltou ao normal, me olhando com um meio sorriso.

— Não desculpo. Me ofendeu. — Coloquei a mão no peito, fingindo ser atingida.

— Me perdoe, vossa majestade.

— Peça de joelhos.

— Aham, claro. Tá sonhando alto, hein?

— Mesmo com o deboche, sou misericordiosa e lhe concedo o perdão. Mas, me diz, pronto pra finalmente sair desta floresta desgraçada?

— Com certeza!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido!!
Eu vou ser sincera: esse capítulo me pareceu bem chato, e eu preciso muito da opinião pra vocês pra saber se: gostaram? o que falta? concordam que parece chato? se sim, por quê?
Quem puder me responder, eu agradeço.



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