Christmas Week - Olicity Version escrita por Ciin Smoak, MylleC, Thaís Romes, Megan Queen, Natty Lightwood, Overwatch


Capítulo 4
In Pieces - Natty Lightwood


Notas iniciais do capítulo

Olá Babes, eu sou Natty Lightwood e venho lhes apresentar In Pieces, eu sei que faz muito tempo que eu não passo por aqui e posto nada, sinto muito mesmo, e mesmo que eu tente me explicar não posso compensar o tempo perdido, mas estou animada para continuar com minhas fics em breve. Eu agradeço o convite da Ciin para participar desse projeto maravilhoso, juntamente com as outras autoras maravilhosas que estão compartilhando uma parte do seu amor por Olicity. Quero agradecer também a minha Unnie Parabatai Ray Souza por betar essa One e ser uma amiga maravilhosa todos os dias, mesmo a distancia ela faz parte da minha vida. Bem, esse é meu conto simples de Natal, clichê e curtinho, espero que vocês gostem, eu posso estar um pouco enferrujada, então me perdoem qualquer falha. Sem mais delongas, aproveitem o que a Natty quis compartilhar com vocês nesse natal.



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Eu não quero muito neste natal

Só tem uma coisa que eu quero

Eu não me importo com os presentes

Embaixo da árvore de natal

Eu só te quero pra mim.

Fifth harmony - All i want for Christmas is you

 

Oliver Queen.

— Pai, eu vou morrer. – Ela ofega atrás de mim.

— Não, você não vai. – Eu sorrio.

— Eu estou sentindo meu coração parando. – Ela continua dramaticamente.

— É adrenalina, você vai sobreviver. – Eu afirmo.

— Eu não vou conseguir! – Ela começa a engasgar. Eu reviro os olhos e mantenho meu ritmo com ela ao meu lado.

— Você consegue, você é uma SmoakQueen. – Eu solto uma risada e acelero minha corrida.

— Mamãe não gosta de se exercitar! – Ela grita correndo atrás de mim. 

Felicity se exercita todas as manhãs, mas não é correndo querida. Eu bufo mentalmente e disparo dobrando pela a segundo trilha que nos leva para casa. Assim que eu entro pela a porta eu vejo minha linda esposa descendo as escadas lentamente.

— Eu já disse que você não pode olhar para seu tablet e descer as escadas com esses saltos! - Eu cantarolo esperando ela no final das escadas como um verdadeiro cavalheiro.

— Bom dia para você também, Senhor Queen. - Ela sorri alegremente e beija meus lábios suavemente, assim que fica a minha altura. Eu olho para minha esposa por um momento contemplando sua beleza, eu nunca canso de repetir que Felicity Smoak é linda, tanto por dentro como por fora, e que nunca existirá outra mulher no mundo igual a ela, porque sou estupidamente apaixonado por essa mulher e não tenho como negar isso, talvez esteja tatuado na minha testa em negrito.

Estamos casados a pelo menos dezoito anos, e desde então ela tem sido a minha vida, Felicity e meus filhos. Eu era um homem frio e calculista, nunca eu imaginaria chegar até aqui e ter uma família, aquele velho sonho de qualquer pessoa, trabalhar e voltar para casa em uma vida simples, os caminhos que percorri na máfia, poderia ter me levado até a morte ou a prisão, mas eu fiz uma escolha... Eu escolhi passar o resto da minha vida ao lado de uma mulher linda e amável, de cabelos loiros e olhos azuis. Deixar a máfia foi intenso, colocar outra pessoa no comando não foi uma tarefa fácil, depois que eu saísse, meus rastros teriam que ser apagados, como se aquele Oliver nunca tivesse existido. Olhando para minha esposa, às vezes eu acho que não mereço seu amor, mas sou egoísta demais para deixá-la ir e procurar alguém que não seja tão áspero nas bordas como eu.

— Bom dia. – Beijo seus lábios mais uma vez sentindo o gosto de cereja. – Senhora Queen. – Pisco sedutoramente para ela.

— Mããe... – Maya ofega e cai ruidosamente no tapete da nossa sala. – Não estou sentindo minhas pernas! 

— Maya! – Reviro os olhos. Felicity me dá uma tapinha no ombro indo em direção a Maya, elas trocas algumas palavras, e Felicity saio indo em direção ao seu escritório no final do corredor, eu me direciono até a cozinha e Maya me segue, ou melhor se arrasta atrás de mim.

— Água? – Pergunto escondo meu sorriso quando ela desaba ruidosamente na cadeira.

— Não, cerveja! – Ela retruca arrancando a garrafa das minhas mãos quando eu me aproximo.

Maya nasceu quando estávamos com um ano de casado, concebida na nossa lua de mel atrasada, ela nasceu com uma mistura de nós dois, cabelos loiros, minha altura e principalmente minha aspereza. Ela é muito bonita de uma aparência muito angelical, mas longe de ser dócil.

— Sabe... Eu não entendo você... – Eu começo sentando na cadeira ao lado dela. - Foi você quem decidiu correr comigo todas as manhãs, para ganhar a competição anual da cidade, e nas duas primeiras horas, você já está odiando nossa parceria.

— Será por que você simplesmente me fez correr uma hora sem parar? – Ela engole água e engasga. – Eu não conseguia nem respirar, pai! 

— Eu fiz? – Franzo as sobrancelhas. Eu corro todas as manhãs por tanto tempo, que não me lembro de quanto tempo passo nas trilhas atrás da nossa mansão. – Sinto muito, não foi minha intenção fazer você correr tanto.

— Está tudo bem. – Ela toma outro gole e sorrir ainda corada. – Você ainda é o melhor pai do mundo. – Com beijo suave no meu rosto ela sai em direção às escadas para tomar banho. 

— Pai! – Meu garotinho de cinco anos vem correndo e pula no meu colo.

— Bom dia, rapazinho. – Eu sorrio e abraço seu corpo pequeno. Ele solta uma risada engraçada e se afasta para me olhar. 

— Quero panquecas de chocolate! – Ele solicita sorrindo. Seu cabelo preto caindo de um lado, escondendo um de seus olhos azuis.

— Sim, sim. – Balanço a cabeça positivamente deixando-o sentado no meu lugar. – O chocolate será servido.

Connor tanto por dentro como por fora se parece com sua mãe, até os cabelos negros que ela tanto esconde debaixo daquela tinta loira, ele herdou. Amoroso e carismático, não sei se sou um pai bobão, mas eu nunca achei um defeito nele. Felicity não quer mais filhos e eu entendo, eles dois já nos basta, minha mente diz isso, porém, meu coração não diz o mesmo. Ele começa a tagarelar como todas as manhãs, quando termino as panquecas, Connor começa a comer sem tirar os olhos da TV ao lado, Maya volta e senta ao lado dele se servindo. Desvio o olhar dos dois até que encontro alguém me encarando intensamente.

Nossos olhos travam por um momento, e um sorriso malicioso puxa no canto dos seus lábios vermelhos, os mesmos lábios que me fez delirar essa manhã, ela ergue um dedo e chama-me lentamente, eu olho para nossos filhos e eles estão distraído demais comendo para notar seus pais fugindo.

— Não saiam de casa sem avisar! – Eu ordeno saindo da cozinha, os mesmos respondem com acenos. 


— Chuveiro! - Felicity sorri quando passo os braços pela a sua cintura. Entro no nosso quarto e fecho a porta com um chute, eu sigo suas ordens indo em direção ao banheiro, onde uma ducha quente e muito sensual nos guarda. Já falei que minha mulher gosta de me ter despido e suado quase todas as manhãs?

— Você não consegue me ver suado um dia, sem se aproveitar de mim. - Eu brinco enquanto ela arranca suas roupas e vem em minha direção com determinação.

— Pode apostar que sim. - Ela me puxa e reivindica meus lábios em um beijo apaixonado.

Quando não tem mais nada entre nós, eu a ergo do chão, suas pernas circulam minha cintura, eu pressiono seu corpo suave na parede de azulejos, um arrepio passa por meu corpo me deixando mais alerta a cada toque, beijo a curva dos seus seios, saboreando o cheiro de lavanda e flores do campo. Ligo o chuveiro e começo a lavar cada parte do seu corpo perfeito com a água quente, o vapor torna-se nosso casulo do mundo, seus pequenos gemidos são minha perdição, e eu não posso ter o suficiente dela, nunca terei para ser honesto.

— Oliver Queen, eu te amo de todo coração, principalmente quando você está sendo um cavalheiro com sua esposa. - Ela sorri mordendo o lóbulo da minha orelha. Eu gemo baixinho, voltando meu olhar faminto para ela que me encara com fogo nos olhos. - Sou toda sua, o tempo está passando! Tic Tac - Sua ordem me deixa mais agitado e eu seria um louco se não cumprisse.

Com meus dedos sinto através das suas dobras que ela está totalmente pronta para mim, com movimento rápido eu entro no seu corpo molhado e apertado, nós gememos em êxtase, suas pequenas mãos seguem o ritmo dos nossos corpos molhados batendo um contra o outro como se estivessem dançando sensualmente, abafo seus gemidos beijando seus lábios com paixão. Nosso momento se constrói, com cada estocada sinto a suavidade do seu corpo me abraçar, ela geme mais alto e eu continuo nos levando para outro mundo, um mundo puramente e impertinente nosso.

— Oliver, Oliver! - Ela canta me apertando firme, sinto que está perto, eu aumento minhas investidas até que atingimos o clímax juntos, eu fecho os olhos com força e ela me aperta com tanta força que eu acho que poderia morrer ou está em pedaços, mas seria o momento mais feliz e louco da minha vida. - Meu Deus! - Seu pequeno corpo estremece por fim, sem me segurar eu deixo meu corpo seguir seu curso natural, até que não sobra nada além de um homem feliz e satisfeito.

— Será que somos maus pais? Por está fazendo amor aqui, enquanto nossos filhos estão lá embaixo? - Ela treme quando me abraça, deixo um beijo casto no seu pescoço.

— Eu te amo. - Eu fecho os olhos e seguro seu corpo contra mim, ainda conectados. - Eu sempre vou amar você, Felicity Smoak, e não... Não somos maus pais, um pouco pervertidos talvez. - Sorrio.

— Eu sei, e eu te amo muito mais. - Ela suspira. – Obrigado. - Ela inclina meu posto para cima e tudo que eu vejo em seus olhos é um amor sem fim. – Você é tudo que eu sonhei e muito mais, obrigado por estar aqui e nunca desistir de nós.

— Eu sempre estarei aqui para você e as crianças. - Eu afirmo. – Feliz aniversário de casamento, meu amor.

— Feliz aniversário de casamento, meu ex-mafioso.

Uma semana depois. 

— Pai, ainda faltam duas. – Maya estala balançando a caixa no ar. Reviro os olhos para o teto e ela continua. – Eu disse que faria isso, mas você insistiu em subir.

— Eu queria que o papai colocasse, você é lenta. – Connor se queixa balançando outra caixa no ar, e esse é o nosso espírito natalino.

— Crianças, o pai de vocês está em cima dessa escada faz quase duas horas. – Felicity gargalha vendo a minha desgraça em montar uma árvore de Natal. Todos os anos é a mesma coisa, eles montam até o meio e eu o topo da árvore, porém o gosto de cores e enfeites natalinos de Connor é completamente o oposto da Maya, e por Deus... Parece uma tortura. 

Quem diria que eu deixaria de ser um mafioso para me tornar um pai de família especialista em montar árvore de natal? Contando ninguém acredita. Termino de colocar os últimos enfeites e pulo no chão antes que um deles invente outra coisa. Connor corre e se agarra as minhas pernas, ele sorri brilhantemente, uma das coisas mais bonita que vejo quando ele me agradece silenciosamente. 

— Você é o melhor, papai. – Ele fala e corre em direção a sua mãe que o aguarda de braços abertos.

— Pai. – Maya chama e eu me viro em direção a ela.

— Sim?

— Posso trazer meu namorado para o Natal? – Ela solta naturalmente.

Um silêncio mortal cai em toda a casa, até o vento uivante se cala, acho que até a neve parou de cair lá fora, é como se toda a cidade ficasse em silêncio esperando minha resposta. Connor o falante está mais calado que o normal, o que ele quase nunca faz desde que nasceu. Namorado? Nunca em toda minha vida eu estava preparado para ouvir isso, eu prefiro entrar em uma luta sangrenta a ouvir minha filha contar que tem um garoto fazendo à corte para ela.

— Namorado? – Eu testo a palavra como se ela fosse venenosa o bastante para matar qualquer um a quilômetros de distância.

— Sim. N-a-m-o-r-a-d-o. – Maya a soletra dando de ombros e pisca como se tivesse falando de um parente próximo que frequenta nossa casa há muitos anos. – O nome dele é Billy, só para você saber.

— Billy? Isso nem parece nome de gente! – Eu estalo e Felicity se aproxima com Connor.

— Querido... - Minha esposa começa mais eu corto. Um dia nós falamos sobre isso, mas foi há muito tempo, quando Maya nasceu e eu jurei que nenhum garoto colocaria as mãos nela.

— Eu não quero nenhum estranho na minha casa, muito menos um com o nome do cachorro do vizinho. – Eu rosno para as duas. Ela só tem dezessete anos pelo o amor de Deus. Muitas coisas estão passando na minha cabeça e nada é positivo. – E como diabos você arranjou um namorado sem eu saber?

— Eca, Maya está beijando um cachorro! – Connor grita horrorizado.

— Cala boca Connor! – Maya rosna.

— Não, cale você! – Ele grita e tenta correr para ela com os punhos fechados.

— Não! – Eu seguro seus pequenos ombros quando ele tenta passar por mim. – Não pode bater nas pessoas, muito menos na sua irmã e Maya não está beijando nenhum cachorro. –Corrijo.

— Mãe! Eu preciso de alguma ajuda aqui! – Maya joga as mãos para cima e minha esposa olha para mim brevemente. Eu ergo uma sobrancelha para ela puxando um desafio apenas com meu olhar, ela é inteligente morde o lábio e volta-se para Maya.

— Querida, seu pai precisa de um tempo para processar o significado namorado. – Felicity sorri, mas ninguém faz o mesmo.

— Eu não sou nenhum retardado, Felicity, eu não quero saber  de nenhum "namorado" perto da minha única filha, e no dia que ela arranjar um, que seja de preferência quando estiver com trinta anos. – Eu bufo e olha para minha filha. – A resposta é não!

— Eu odeio você! – Ela grita e sai correndo em direção à escada chega até seu quarto e bate a porta fazendo a casa tremer. Eu suspiro e Connor gira para me olhar.

— Ela está namorando o cachorro do vizinho? - Ele pergunta confuso.

— Não. – Eu e Felicity respondemos suavemente.

— Okay! – Ele sorri e corre para seus brinquedos.

— Sabe que ela vai permanecer em silêncio pelas próximas vinte quatro horas, e não era assim que eu queria passar a semana de Natal. – Felicity sussurra ao meu lado sorrindo.

— Você é a mãe, está feliz com algum garoto cheio de espinhos beijando nossa filha? – Eu questiono cruzando os braços. Ela para de sorrir e arregala os olhos. 

— Cheio de espinhas? – Ela brinca. – Sério Oliver? Achei que ela teria um bom gosto como a mãe.

— Você prefere um tatuado cheio de piercing? – Bufo fazendo-a sorri mais alto. Eu não contenho meu sorriso e pisco para ela.

— Eu ouvi isso! – Maya grita do andar de cima. – Ele não tem espinhas, só um piercing na língua.

— Eca! – Connor grita. – Coitado do cachorro.

— Connor ele não é um cachorro! – Maya grita fazendo todos nós cairmos na risada.

Um dia antes do Natal

— Você vai passar o resto da semana me ignorando? – Questiono e tudo que ela faz é me olhar com desdém, antes de voltar para suas compras, que no caso são as nossas compras para o jantar natalino. – Estou pensando em fazer a lasanha que você tanto ama.

— Estou de dieta. – Ela retruca voltando a empurrar o carrinho.

— Tudo bem, provavelmente Connor não deixará nada na travessa mesmo. – Tiro um pelo imaginário do meu casaco e Maya para me fazendo tombar nela.

— Ele vai ficar gordo, e eu não vou carrega-lo quando suas pernas não aguentarem seu peso. – Ela rosna voltando a andar em direção ao caixa.

Desde que saímos de casa, não tocamos no assunto do seu possível pretende, e eu realmente não quero pensar em qualquer garoto perto da minha menina, eles nunca vão ser suficiente para ela, qualquer um que tentar roubar seu coração não será bom o bastante para compartilhar uma vida com ela, eu sei que ela não é mais um bebê, porém meus instintos dizem que eu nunca vou conseguir deixa-la ir muito longe. Depois de passar todos os produtos, seguimos para meu carro, um silêncio se instala entre nós outra vez e pela a primeira vez em anos eu não sei o que dizer a ela ou por onde começar. 

— Pai, você sabe que eu não vou ficar com vocês para sempre. – Ela me estuda por um momento e morde o lábio. – Em algum momento eu vou querer minha própria família, meu trabalho e minha vida, eu não posso ficar debaixo das asas de vocês para sempre, por mais que eu ame todos, eu terei que percorrer caminhos sozinha.

— Eu sei disso. – Eu suspiro e olho para ela com carinho. – Você só tem dezessete anos, talvez quando você completar trinta anos eu pense nisso.

— Pai! – Ela grita com olhar venenoso.

— O que eu posso fazer? Sou um pai protetor. – Encolho o ombro indiferente.

— Ótimo. - Bufa com sarcasmo. – Vamos para casa Alpha Man.

— Hein?

— Nada.

Assim que destravo a porta do carro, escuto um barulho alto e gritos no final do estacionamento, o que chama minha atenção de imediato é um homem alto robusto chutando alguém no chão, pela distância não consigo decifrar se é um homem ou mulher. Então resolvi averiguar.

— Pai...

— Maya fique no carro e chame a polícia. – Eu ordeno e fecho a porta do carro rapidamente. Eu me desloco até a briga e percebo que um garoto mais ou menos da idade da minha filha está gemendo de dor e sangrando. Olho para os indivíduos e analiso a situação.

— Cara ele não precisa de sua proteção. – O cara robusto vestido de motoqueiro sorri para mim com dentes amarelados. – Se afaste, não quero ter que machucar você também.

— Não. – Eu respondo sem emoção. Nunca eu deixaria alguém indefeso nas mãos de lixos como ele. Eu fui um cara mau no passado, alguém temido por muitos, mas eu nunca machuquei alguém que não me devesse ou fosse mulher e crianças, essa era uma das minhas regras mais rígidas, e mesmo que eu não esteja mais lá, eu ainda as sigo.

— Tudo bem, você que pediu por isso. – O mesmo cara cospe no chão enquanto o outro cara mais magro, segura o garoto no chão com a bota suja em seu rosto, ele tem um olho fechado pelo o inchaço, ele tenta me dizer algo mais eu não consigo ouvir. 

— Pai! – Maya grita assustada, eu tento não vacilar ao saber que ela não seguiu minha ordem em ficar no carro segura, mas não posso deixar de gritar.

— Na porra do carro Maya! 

O motoqueiro robusto tenta me acertar com um soco, mas eu desvio por reflexo e soco suas costelas com toda minha força de volta, ele por outro lado não se mexe, maldito homem tanque. Nós começamos uma luta quase justa, eu consigo desviar dos seus golpes, mas ele aceita todos os meus golpes sem sentir um pingo de dor, na verdade ele nem pisca como eu o atinjo. Que grande maneira de começar a noite. Eu levarei um maldito dia para derrubar esse Hulk dos infernos.

— Nas bolas, pai! – Maya grita e nós dois paramos a briga para encara-la. – O quê? – Ela pisca.

— Você não joga justo, não é boneca? – O motoqueiro bufa para ela.

Eu tento um mata leão, mas ele se desprende e chuta nas minhas costelas, com isso ele consegue me ergue do chão com a mão fechada no meu pescoço, eu sinto o ar fugindo dos meus pulmões, a queimação me faz balançar e chuta-lo no peito.

— Desculpa grandão, mas você pediu por isso. – Minha filha rosna. Meu corpo é lançando para longe quando o mesmo me joga para frente, ele grita e cai no chão gemendo de dor e desmaiando por fim. Eu respiro e por um momento minha vista embaça. – Se você chegar perto de mim, eu frito suas bolas também.

Eu me levanto desajeitadamente quando o outro motoqueiro que segurava o garoto tenta atacar Maya com uma faca. Eu corro e balanço meu punho com tudo que tenho, com um soco no queixo ele cai com um estrondo, antes que eu possa conte-lo Maya já está com seu teaser pressionado nas costelas do homem que para de se mexer.

— No chão. – Ela grita furiosa.

— Ei. Já chega por hoje. – Eu ordeno puxando-a para longe do indivíduo. – Você leva a coisa de autodefesa mesmo a sério, fico feliz.

— Eu aprendi com o melhor. – Ela sorri para mim afastando os cabelos loiros do rosto. 

— Você está bem? – Eu questiono.

— Sim. Ele não chegou perto. – Ela responde olhando para os dois caídos no chão. – Bundões.

— Maya. – O garoto sussurra chamando nossa atenção. Eu olho para ele confuso e de volta para minha filha que parece está vendo um fantasma.

— Billy? – Ela indaga surpresa.

— Billy? – Eu repito voltando o olhar para ele.

— Nunca pensei que conheceria meu sogro assim. – o garoto fica de pé e tenta sorrir com os dentes sujos de sangue. Eu analiso cada centímetro dele e suspiro. Merda. E o Natal só melhora.

— Seu sogro nada, não temos essa intimidade. – Eu ergo uma sobrancelha para ele. – Kid.

— Billy por que diabos você estava sendo espancado pelo o Hulk ali? – Minha filha grita e põe às mãos na cintura, por um momento eu vejo Felicity no lugar dela, quando eu me recuso a cortar a grama.

— Querida...

— Maya, o nome dela é Maya. – Eu corto e cruzo os braços sobre o peito. – Kid.

— Maya, eu posso explicar. – Ele me olha receoso e tenta se aproximar, eu não me mexo, ele é apenas um garoto quebrado e Maya sabe se defender, principalmente com o teaser do inferno na mão.

— Mais um passo menino bonito e eu frito suas bolas também. – Ela rosna e balança sua arma não letal para dá ênfase aos meus pensamentos. – Você não respondeu.

— Ele é o meu pai. - o garoto acena com tristeza para o cara robusto caído no chão. É então que percebo as semelhanças nos dois; cabelos negros, olhos verdes e pele cor de oliva. Seu sotaque também tem um pouco de italiano.

— Eu não quero vender as drogas, mas ele sempre tenta me obrigar, eu sempre fujo, minha mãe morreu assim, ela vendia drogas para que eu e meu irmão não morrêssemos de fome. - Ele geme e deixa uma lágrima cair. – Eu não sou o cara perfeito, mas também não sou ruim, quando você me conheceu na escola, eu queria ser apenas um garoto normal para você, sem todas essas merdas que me cerca.

— Por que você não me contou antes? - Maya funga e olha para ele por um momento. – Eu teria apoiado você, e conseguido te tirar dessa, sempre fomos uma equipe, lembra?

— Sim, mas as pessoas sempre se afastam de mim quando descobrem a verdade de onde eu venho. –Ele responde com pesar. Eu me mantenho calado para que eles continuem, de alguma forma eu me sinto um intruso nesse momento. – Eu trabalhei duas noites sem parar, para comprar esse colar que você está usando, eu não roubei ou vendi as drogas para comprar isso, eu tentei de todas as maneiras ser honesto, mas ele não me deixa viver em paz, e o que mais dói é saber que tudo o que resta é ele. – Billy aponta com um dedo sujo para o lixo que chama de pai. – Eu faria qualquer coisa para não ter essa vida e ser o cara perfeito para você.

Maya morde o lábio trêmulo e abaixa o olhar para o chão. Eu sei que ela está sofrendo, mesmo que não queira demonstrar.

— Você deveria ter me contado. – Ela repete com pesar. –Já parou para pensar que eu não gosto do perfeito, e que eu não sou como as outras pessoas?

— Sinto muito, Maya.

— Suas desculpas não vão mudar nada agora. - Ela olha para mim. – Vamos buscar a mamãe.

Agora que estamos no meio de uma briga de relacionamento, eu sinto o passado pesar nos meus ombros, eu era um jovem homem como ele, que temia mostrar a vida que eu tinha para a mulher que eu encontrasse e roubasse meu coração. Eu tentei assim como ele está tentando, de qualquer maneira eu não consigo sentir raiva por minha filha se apaixonar por um garoto complicado e perdido, eu sinto tristeza por ele ser submetido a uma vida suja e sem amor.

— Maya. - Eu limpo a garganta. – Eu....

— Pai, não era você que afastava todos os garotos de mim? Essa é sua chance. - Ela me corta e segue para o carro sem olha para trás, o silêncio recai sobre todo o lugar, eu olho para o garoto e ele parece mais ferido por dentro do que por fora. Eu já estive no lugar dele, não era fácil.

— Ela é como a mãe, se você usa mentiras ela não vai te perdoar tão facilmente. - Eu falo por fim. –Você não seria meu genro dos sonhos, mas ninguém nunca será o suficiente para ela, vindo de baixo ou de classe alta. - Ele assente olhando para onde ela se foi. – Feliz Natal, Billy. 

Eu queria que fosse diferente, que eu pudesse inferniza-lo como os outros pais fariam no início de qualquer namoro, mas eu só sinto pena dele, e pela as circunstâncias em que nos encontramos Billy concorda e volta a se sentar no chão. Logo a polícia chega para levar os dois indivíduos, Billy olha uma última vez para Maya, que tem os fones no ouvido e se recusa a ergue a cabeça. Eu sei que ela está mais chateada do que magoada. Ela sabe que no passado eu não fui um homem bom, e que sua mãe me transformou em uma nova pessoa, eu não queria que ela descobrisse  sozinha quem eu fui um dia, deixei minhas mentiras para trás e apenas segui com o que eu tinha, meu coração. Ela nunca me julgou e eu sou grato por isso.

— Em pedaços. - Eu escuto Billy dizer.

— Como?

— Seu Natal será melhor que o meu. - Ele fala pela a janela da viatura. - O meu está em pedaços, minha mãe não está aqui porque morreu, meu irmão mora com uma família adotiva em outro estado, e meu pai agora será condenado para prisão, e a garota que eu amo me odeia.

Eu fico lá olhando a viatura ir embora e pensando em suas palavras, porquê um dia eu estive quebrado, e só o amor da minha vida conseguiu juntar os pedaços

Felicity Smoak.

— Mãe! Estou com fome. – Connor se queixa subindo no meu colo desajeitadamente. – Quero o papai, ele sempre me alimenta quando eu peço.

Eu tento não revirar os olhos para seu lamento, afinal ele não é nenhum cachorro e Oliver constantemente dá comida para ele o que só piora as coisas.

— Você já comeu pizza, guarde uma vaga para o jantar. – Eu falo para ele, alisando seus cabelos escuros para o lado. Connor sorrir para mim e beija meu rosto, eu retribuo o carinho e o encho de beijinhos suaves, eu olho para meu relógio de pulso, onde ainda marca 5hs da tarde, faz mais de uma hora que Maya me ligou e estaria vindo com seu pai, até agora nada dos dois e o telefone só vai para caixa postal. – Você está ficando um menino grande, hum?! – Sussurro no ouvido do meu bebê.

— Olá. – Uma sarcástica voz me saúda e eu olho rapidamente para quem ousa quebrar nossa bolha.

— GRINCH! – Connor grita animadamente pulando do meu colo para o indivíduo verde em pé a nossa frente.

— Criança, eu não quero abraço se você não tem nada para me alimentar. – A criatura verde debocha, mas Connor está ocupado demais abraçando sua barriga avantajada para escutar suas críticas maliciosas.

— Você já está gordo o bastante para comer mais do que sua barriga pode suportar. – Eu bufo puxando meu filho de volta, Connor sorrir mais uma vez e cutuca com seus dedos minúsculos a barriga do mesmo para da ênfase às minhas palavras.

— Mulher, você não pode criticar aparência de um homem. – Ele rosna mostrando os dentes brancos. Bem pelo menos não são amarelos, ou ele ficaria mais feio do que já é com essa fantasia ridícula.

— O que você quer? – Eu indago sarcasticamente encarando seus olhos azuis. – Você não tem nenhuma alma para atormentar no Natal?

— As crianças estão se reunindo para o passeio no carrossel do Grinch, e você é a única sentada aqui parecendo meio alienada, com o garoto sem mostrar nenhuma diversão. – Ele fala apontando o dedo peludo para a fila que se acumulou no carrossel no meio do shopping. Eu coro quando vejo todas as pessoas nos olhando e esperando impacientes. – Eu não tenho o dia todo esperando você, ícone.

— Tudo bem. – Eu resmungo ficando de pé. Já não gostei dele. Grinch revira os olhos e sai em direção às pessoas com rebolados exagerados.

— Exibido! – Eu chio olhando sua grande bunda verde balançando de um lado para o outro.

Papai Noel foi fazer caridade em outra cidade e deixou um maluco verde que todos gostam em seu lugar. Ele é louco e todos sabem disso, mas tem mais fãs que o prefeito nessa cidade, vai entender.

— Vamos, mãe! - Connor me puxa em direção ao carrossel, onde Grinch já pulou e está levando as crianças consigo. Depois que Connor está em segurança naquela coisa, eu monitoro seus movimentos como uma águia e espero meu marido e filha enquanto meu garotinho se diverte ao lado da criatura verde.

(...)

— GRINCH! MEU FILHO ESTÁ VERDE COMO VOCÊ! - Eu grito querendo estrangula-lo mais ele desvia rapidamente das minhas garras. – COMO DIABOS VOCÊ DEIXOU MEU FILHO VERDE, CRIATURA DAS TREVAS!

— Mãe! - Connor pula alegremente com a fantasia verde cobrindo seu corpo, até o cabelo do meu filho está arrepiado e verde. Eu só posso ver os olhos dele sob todo aquele verde aveludado. MALDIÇÃO! – Estou como o Grinch, é tão legal.

— Estou vendo isso. - Eu sufoco um xingamento. – Como você foi parar aí dentro, querido?

— Mulher, pare de reclamar, é Natal e ele é meu maior fã! – O próprio capiroto verde debocha tirando um fiapo imaginário do seu casaco Noel vermelho. Eu bato com a minha bolsa na sua pança fazendo-o recuar. – Ai, mulher selvagem.

— Você é louco e uma má influência para todas as crianças nesse lugar, ou se esqueceu que assisti seu filme querendo acabar com o Natal? - Eu rosno apontando um dedo para ele.

— Calma ícone, eu já superei isso e simpatizei com os humanos comedores de panetones, não lembra? - Ele guincha mostrando os dentes apontando o dedo para mim.

Esse homem entra no personagem como se fosse o próprio Grinch, eu hein.

— Certo! - Eu bufo empurrando-o para o lado. – Agora me diga como diabos meu filho foi parar nessa roupa horrorosa?

— Você estava ocupada demais babando no computador novo da loja vizinha enquanto seu filho vomitava as tripas coração no meu carrossel, então minha assistente trocou ele e eu só tinha fantasia Grinch Jr. - Ele analisa as unhas peludas. – Mulher desatenta.

— Foi só dois minutos! Não sei qual foi sua magia negra, mas ninguém pode pintar uma criança de verde em dois minutos. - Eu grito querendo soca-lo. – Eu já ia pegar meu filho longe daquele brinquedo infernal.

— Você é doida ou o quê? Calma ícone. - Ele gargalha na minha cara.

Mais olha que audácia desse filho da mãe, como no Natal eu posso aguentar o capiroto verde? Não dá. Eu respiro fundo, e volta minha atenção para Connor que me encara confuso.

— Está tudo bem. - Eu sorrio e ajeito meus cabelos. – Vamos esperar seu pai na lanchonete.

— Por que já vai correndo?

— Não é da sua conta, por quê você não procura uma masmorra para passar o Natal? - Eu chio levando Connor para longe.

Assim que eu e meu pequeno verdinho estamos na lanchonete, o capiroto volta e senta na cadeira vazia a nossa frente, eu ergo o olhar para ele e o mesmo pisca para mim sedutoramente. Argh. Espero que meu marido chegue e chute sua bunda gorda para longe.

— Felicity. - Eu escuto a voz de Oliver e me animo. Eu olho para ele parado ao meu lado, meu sorriso se desfaz quando vejo seu rosto um pouco machucado.

— Oliver. - Eu sussurro ficando de pé. Eu toco seu rosto com as pontas dos dedos. Ele fecha os olhos por um momento degustando do meu toque e sorri levemente.  – Amor o que aconteceu com você? - Questiono preocupada.

— Longa história. - Maya responde chamando minha atenção. Ela também não parece nada bem, mesmo sem ferimentos aparentemente.  – Mãe! - Ela chora me agarrando apertado, meu coração acelera quando eu sinto seu corpo tremer ao meu.

— Meu Deus! O que aconteceu? - Eu indago passando as mãos pelo o rosto e cabelos da minha filha sem saber o que fazer.

— Oi. - Oliver murmura quando se agacha e pega Connor para seus braços. – Meu bebê está um pouco verde.

— Oi. Pai. - Nosso filho cumprimenta animadamente quando se aninha no peito do meu marido. –Eu pareço com o Grinch.

— Uhuuuuuu. - A coisa verde alerta ou se apresenta atrás de mim.

— Se você não parar de alarmar perto de mim eu vou te matar. - Eu rosno para ele em aviso.  Maya me puxa de volta e eu olho para ela. - O que aconteceu bebê? Por que você se parece com um gato destroçado?

— Foi horrível mãe! - Ela lamenta e começa toda história.

(......)

— O QUÊ? - eu grito ficando de pé.

— Mulher você grita mais que uma cacatua. - Grinch guincha ao meu lado. Eu lanço um olhar furioso para ele, e me controlo para não mata-lo.

— Minha filha está com o coração partido, amanhã é véspera de Natal e você não cala a maldita boca, e o que diabos você ainda faz aqui? - Eu indago furiosa.

— Fazendo sala, ícone. - Ele joga uma batata frita na minha cara e sorri maldosamente.

— Capiroto verde, você vai morrer! - Eu tento chegar nele mais Oliver me puxa para seu colo e prende os braços ao meu redor me deixando presa. Eu mostro os dentes para o capiroto safado e lhe prometo retaliação.

— Felicity, esse não é o momento. - Oliver sussurra e olha para Grinch. - E você quieto, eu disse para proteger minha família e não deixar minha mulher louca.

Eu olho para Grinch e ele me encara, nós batalhamos pelo o olhar por um longo momento até que ele suspira. 

— Meu salário é uma merreca para aguentar essa mulher selvagem. - Ele relata para Oliver e se inclina no ombro do mesmo. Eu dou um tapa nele para afasta-lo e ele rosna. – Já tive trabalhos piores.

— Oliver, olha audácia desse....

— Mulher já falamos sobre sua língua ousada. - Ele estala e olha para minha filha. – Você cresceu menina bonita.

— Eu conheço você? - Maya pisca.

— Eu troquei sua fraldas mijadas, e olha você era uma menina chorona. - Ele revira os olhos e Maya fecha a cara, voltando sua atenção para Oliver.

— Pai, de onde você tirou essa coisa? - Ela questiona irritada.

— Thomas você já pode sair do personagem. - Meu marido solta uma risada.

— Thomas....

— Mulher eu pensei que você me amasse, eu sou o padrinho dos seus filhos! - Ele Bufa e retira a máscara. Meu queixo cai no chão quando Tommy olha para mim e sorri maliciosamente.

— Tommy. - Eu grito saindo do colo do meu marido e mergulhando no nosso velho amigo. Maya solta um gritinho animado e pula sob nós, Connor faz o mesmo para não ficar de fora. –Eu senti sua falta. - Eu realmente choro.

— Você vão me matar. - Ele respira quando não aguenta nosso peso. – Oliver você alimenta essa família com o que diabos?

— Você vai sobreviver. - Meu marido canta.

Eu me afasto levando as crianças comigo, eu olho para meu velho amigo e ele sorri de olhos marejados para mim, faz mais de cinco anos que eu não o via, Tommy é um agente secreto do governo, assim ele se tornou quando saiu da máfia juntamente com Oliver, eu apaguei todo seu passado e criei uma nova identidade para ele, com sorte ele se tornou um bom homem e conseguiu com muito esforço tornar-se um homem da lei, eu desejei isso para Oliver e também o fiz, nós construimos uma família linda e meu marido resolveu criar raízes aqui em Star City como pai, marido e detetive de uma agência secreta governamental na qual não precisa sair da cidade. Eu abri minha empresa de tecnologia, e assim temos vivido todo esse tempo.

— Você continua o mesmo. - Eu sorrio e Maya balança a cabeça concordando comigo.

— Só alguns fios brancos. - Ele dá de ombros. – Você ainda continua muito bonita.

— Minha beleza é eterna. - Eu dou de ombros também.

— Claro que sim. - Ele gargalha.

— Eu sou o Grinch! - Connor grita com a máscara que Tommy usava no rosto. Nós todos sorrimos, e eu não posso deixar de me sentir feliz ao saber que todos que eu amo estão comigo no Natal.

Feliz Natal família Queen.

Olho pela janela enquanto Oliver conversar com o garoto, eu não deixo de sorrir quando levo aos meus lábios o chocolate quente, meu marido por fora parece grosso e fechado para o mundo, mas por dentro ele tem um coração derretido. Quando sentamos e conversamos sobre Billy, ele realmente me surpreendeu, mas eu sabia no fundo que ele não deixaria essa história passar, afinal nosso amor foi construído no meio da guerra, eu era uma hacker e ele um mafioso, nós vivíamos em mundos diferentes, até nos apaixonamos loucamente, ele lutou por mim e eu por ele. Quando nossa filha sentou e chorou por Billy eu senti meu coração quebrar, porque o pai dela também mentiu para mim várias vezes, até que eu lhei uma escolha eu ou a solidão. Ele não pensou duas vezes, homem inteligente.

— Ele é um bom garoto. - Tommy sussurra olhando pela a janela assim como eu. –Verifiquei seu passado, tudo limpo.

— Também fiz o mesmo. - Eu suspiro. –Ele deixou o próprio irmão de dois anos no conselho tutelar para que o pai não batesse mais nele, hoje o menino está com seis anos em uma família muito amorosa e feliz, mesmo que agora ele esteja em uma situação difícil e triste.

— O pai dele será julgado por tráfico de drogas, homicídio e violência doméstica. - Tommy se encosta no parapeito da janela e me estuda por um momento. – Ele tem dezoito anos, pode viver sozinho, mas me pergunto quanto tempo ele irá durar nas ruas sem o auxílio de alguém limpo de toda essa merda que ele já passou.

— Ele vai sobreviver. - Eu sorrio e Tommy ergue a sobrancelha  questionadora  para mim. – Ele tem um sogro fodão. - Admito.

— Acha que Oliver vai ajudar?

— Quem pagou a fiança do garoto e me fez limpar o nome dele do sistema? - Eu sorrio.  –Isto deve ser um começo.

—Não acredito que meu bebê realmente cresceu. - Tommy gargalha voltando o olhar para meu marido. – Acho que ele está ficando mole com a idade.

—Eu se fosse você não diria isso na frente dele, Oliver pode chutar sua bunda. - Eu bufo.

—  Padrinhooooo. - Connor vem correndo e se joga em Tommy. – Quero meu presente, você me prometeu.

— O que falamos sobre abrir só na hora? - Tommy resmunga levando Connor para longe. Eu giro quando escuto Maya descer as escadas lentamente.

— Você está linda. - Eu elogio quando ela se aproxima de mim vestida com um vestido vermelho, saltos e cabelos enrolados. Ela está se tornando uma mulher muito bonita. Eu não deixo de sorrir, quando lembro que eu na sua idade gostava apenas de preto e invadir o sistema do governo.

— Obrigado, mãe! - Ela sussurra me abraçando. – O que Billy está fazendo lá fora?

— Acho que ele veio deixar seu presente de Natal.

— Eu não quero nada dele.

— Você ama ele, não sei quando você cresceu, mas estou orgulhosa de você. - Eu afirmo. – Ele é um bom garoto, você deve ser sincera consigo mesma e deixá-lo se explicar.

— Papai irá chutar a bunda dele para fora. - Ela tenta me contornar.

— Eu acho que não. - Eu sorrio.

— Como você tem certeza? - Ela questiona confusa.

— É Natal querida. - Eu pisco e começo a puxa-la para sala. – Milagres acontecem.

Oliver Queen.

Você não vai me dá aquele velho sermão de que se eu magoar ela, você vai me matar? - Ele questiona receoso. Gostei de sua coragem ao vim até aqui, mesmo sem saber o que fiz por ele.

— Não, Maya faria isso primeiro antes que eu pudesse pegar você. - Eu sorrio.

— Ela me odeia.

— Ela odeia, mas no momento ela está apaixonada por você, e não tem nada que eu possa fazer a respeito. - Eu suspiro e aqueço minha mãos nas luvas, olho para janela onde Felicity está bebericando alguma coisa e acena para mim.

— Você pode entregar isso a ela? - Ele me questiona nervoso. Olho para caixinha nas suas mãos e de volta para ele.

— Por que você mesmo não faz isso?

— Talvez não seja o momento.

— Você consegue. - Eu pisco e saio em direção a minha casa. Olho por cima do ombro quando vejo ele parado no mesmo lugar, batalhando consigo mesmo. – Eu não tenho a noite toda aqui fora, kid. Se Maya perdoar você, tudo bem, se não, acho que você pode lutar por isso.

Ele respira fundo e vem atras de mim, assim que eu entro na casa, todos ficam em silêncio, eu tiro minhas luvas e minha toca, eu vou até a bandeja das minhas bebidas e me sirvo de um copo bem cheio de vodka russa.

— Olá. - Connor é o primeiro que fala indo até Billy. – Eu sou Connor David Queen.

— Prazer conhece-lo, eu sou Bruce Ferragni, mas você pode me chamar de Billy. - O rapaz sorri sem jeito.

Connor fica encarando-o por um momento, eu até posso ouvir as engrenagens na sua cabeça girando.

— Como o cachorro? - Ele solta.

— Exatamente como o cachorro. - Billy gargalha e todos nós sorrimos.

— Seja bem vindo, Billy. - Minha esposa acena convidativa para que ele retire o casaco e o resto dos seus pertences. – o jantar está quase pronto, você pode se sentar ali. - Ela aponta para o lugar ao lado da Maya no sofá. Minha filha finge desdém e continua olhando para sua unhas vermelhas.

— Obrigado, senhora Queen. - Billy agradece e se encaminha para junto da minha filha.

— Senhora não. - Minha esposa chia nervosa. – Essa era a mãe do Oliver, que Deus a tenha, me chame de Felicity.

— Mulher, você está beirando os quarenta, senhorita é que não. - Tommy retruca voltando do andar de cima. Eu mordo o lábio para não soltar uma risada dele vestido de Grinch novamente.

— Não. De. Novo. Não. - Felicity joga as mãos para cima. – Esse capiroto verde, não.

— Ícone, seu filho pediu o Grinch de presente o que posso fazer? - Ele sorri maldosamente e rebolando exageradamente.

— Grinch. - Connor correr e tomba na barriga falsa de Tommy.

— Viu? - Ele aponta um dedo peludo para Connor. - Você terá até meia noite para me aguentar.

— Talvez eu me mate até lá. - Felicity rosna passando por ele.

— Ela me ama. - Com isso Tommy/Grinch segue para o meio da sala e olha para Billy.  – Garoto bonito, parabéns Maya.

Maya lhe lança um olhar mortal, e ele levanta as mãos em rendição indo em direção a árvore de Natal com Connor em seus calcanhares.

(.....)

— Obrigado. - Felicity funga ao pegar as passagens de avião, que ganhou de presente de Tommy/Grinch.

— Segunda lua de mel em Aruba, hein ícone. – Grinch balança as sobrancelhas verdes para mim e eu reviro os olho para ele. – Maya foi feita lá, ainda dá tempo de fazer outro.

— Você é louco. - Felicity bate nele e sorri.

— Esse é o meu. - Billy sussurra entregando seu presente para Maya. Ao notar que ela não mexeu um músculo para pegá-lo ele continua. – Era da minha mãe, por favor aceite.

Com isso ela suaviza o olhar e morde o lábio, lentamente ela pega a caixinha e abre. Eu vejo uma pulseira com pedrinhas azuis, delicada e combina com os olhos da minha filha.

— Obrigado. - Ela sussurra feliz.

— Isso foi tão fofo. - Felicity deixa algumas lágrimas caírem e se inclina no ombro de Grinch.

— Mulher, não chore em cima mim. - Ele rosna. – Odeio uma mulher chorona.

— Você me ama, não tem como negar. - Ela retruca limpando o rosto nele. Ele guincha e pula para longe.

— Segure sua mulher, ela está ficando carente com a idade. - Ele bufa e vai até até Connor. - Aqui, criança.

Os olhos do meu garotinho brilham para o presente. Connor agradece e segura o presente como se fosse algum troféu, depois de um pequeno suspense, ele abre o embrulho e grita animado, nesse momento eu não aguento. A risada é mais forte do que eu possa segurar.

— EU NÃO POSSO CONVIVER COM ESSA COISA TODOS OS DIAS. - Felicity grita quando olha para o boneco Grinch rindo maliciosamente nas mãos de Connor.

— Mulher, sabe quantos dólares eu gastei para conseguir? - Ele grita e estala os dedos. - Dois salários!

— Eu amei, obrigado. - Meu garotinho da pulinhos em sua bolha de alegria e vai até os outros brinquedos.

— E para mim? - Maya indaga.

— Garota, seu crush já lhe deu, eu não sou nenhum rico. - Ele fala rabugento e me encara. – Seu pai, ainda não moveu um músculo para presentear ninguém aqui.

Eu ergo uma sobrancelha para ele, meu presente para ele está de plantão hoje, não posso fazer nada a respeito.

— Eu encontrei ela. - Eu falo e seus olhos brilham. – Cait está na cidade, o resto é com você.

— Obrigado. - Ele sai do personagem por um momento.

A muito tempo Cait foi embora quando Tommy aceitou o trabalho do governo, eles seguiram caminhos diferentes, e eu sei que meu velho amigo teve seu coração partido, mas hoje eu sei que ele pode concertar isso, afinal ele está pronto para ficar e recomeçar. Todos esses anos eu monitorei seu amor, ela não se casou ou teve filhos, acho que no fundo ela sempre esperou por ele. Para meus filhos o presente chega a manhã, um cachorro, eu demorei mais me rendi aos seus desejos de ambos em ter um peludo de quatro patas perambulando no meu terreiro.

— Para mim? - Felicity fala parando na minha frente. – O que você tem aí?

— Todo o meu amor. - Eu respondo me inclinando para beijar seus lábios. – E nossa viagem para Aruba.

— Ei, eu que dei. - Grinch reclama.

— Você só deu as passagens quem vai bancar o resto? - Eu questiono.

— Espertinho você. - Ele bufa.

Meu presente para Billy é ter lhe aceitado, como eu disse antes, ninguém será perfeito para minha garotinha, mas se ela o ama e ele está seguindo o caminho bom, eu tenho que respeitar. Eu também estarei lá, para que ele não pise na bola.

— Mãe! Você não comprou nada para nós. - Connor resmunga.

— Isso é verdade. - Maya ergue uma sobrancelha.

— Essas são suas boas vindas, Felicity? - Billy sorrir.

— Mulher, você tem dinheiro que eu sei, dona da Smoak Tech. - Grinch faz seu ponto.

— O que você tem para mim? - Eu sorrio e ela começa a chorar.  – Ei, estamos brincando.

— Não é isso. - Ela soluça.

— Mãe, estávamos brincando. - Connor começa a ficar nervoso, ele não gosta quando sua mãe tem os sentimentos feridos.

— Eu estou grávida. - Ela sussurra.

— O quê? - Todo mundo vem até nós dois.

— Você está na menopausa. - Grinch bufa.

— Eu estou com trinta e sete, seu capiroto verde. - Ela rosna e suaviza. – Feliz Natal família Queen, esse é meu presente para todos vocês. - Ela sorri animadamente.

Eu sinto meu peito quase explodir de emoção, porque no fundo eu sabia que ela me daria o melhor presente de todos, beijo ela com tudo que eu tenho e não posso deixar de chorar de felicidade nesse momento, não tem presente mais valioso que outro filho.

— Obrigado. - Eu beijo seus lábios com carinho e lhe abraço apertado. Todos vem nos abraçar também. Eu seguro Connor para que ele não sufoque no meio, e me sinto o homem mais feliz do mundo. – Feliz Natal família.

— Feliz Natal família. - Todos respondem.

Eu poderia dizer que o Natal é só uma data importante, mas é mais que isso, é onde os milagres acontecem, e tudo que estava em pedaços, pode sim ser novo outra vez, eu já tenho o que tanto amo para o natal, minha família.

— Ele pode ser chamar Tommy Grinch Jr? - Ele não pode deixar passar enquanto é essa lenda verde.

— Não! - Felicity grita.


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Notas finais do capítulo

Então? O que vocês me dizem? Eu sei que não foi perfeito, mas sim aquele clichê suave e divertido, eu tenho uma queda pelo o Grinch desde a primeira vez que eu assisti o filme, então ele tinha que se tornar alguém em Arrow, deixem seus comentários por favor, um Feliz Natal cheio de paz e amor para todos vocês e que Deus abençoe cada um. Obrigado por tirar um tempinho e acompanhar nossas ones. Aquele enorme beijo e abraço, até a próxima galerinha.