Sorriso Insano escrita por LoneGhost


Capítulo 28
Juntos para sempre


Notas iniciais do capítulo

capítulo fresquinho aqui lol
Boa leitura :)



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 Engoli em seco e coloquei as mãos na boca para não gritar. Jeff estava impaciente e arrastava o menino com força, cada vez mais para perto da casa, gritando com ele.

 

Me afastei de vagar da janela e corri até onde Jasper estava, tentando não pisar forte no chão. Meu coração estava acelerado.

Cheguei no quarto e Jasper estava dormindo de barriga para cima, com a cabeça virada. Ele parecia curado dos ferimentos da noite anterior. Coloquei as mãos em seus ombros e o sacudi desesperadamente.

—Jasper!- sussurrei.- Jasper, acorda! Acorda!

—Cala a boca.- ele resmungou e deitou de costas para mim.

—Jasper, é ele! Jeff está aqui!

Ele virou a cabeça lentamente para mim, com o olhar confuso.

—O que?

—Não temos tempo! Ele está vindo para cá! Eu o vi pela janela. Precisamos nos esconder!

Ele pareceu finalmente acordar e arregalou os olhos, assustado.

—Mas não era exatamente isso que queria?!- ele perguntou saindo da cama- Tê-lo aqui para matá-lo?!

—Sim, mas... não agora! Agora não dá!

Ele não me respondeu. Apenas olhou em volta do cômodo, e apontou para a cama.

—Se esconda debaixo da cama!- falou.

—Certo.- eu ia indo, então parei e me virei para ele.- Mas e você?!

—Rápido!- ele ordenou.

Sem insistir, me deitei e me arrastei para debaixo da cama.

Fiquei de bruços ali, e percebi que o lençol era grande e ajudaria a me esconder. Vi os pés de Jasper parados e pensei em alertá-lo para que fosse rápido, mas antes que eu fizesse isso, a porta do armário se abriu, e ele se abaixou tanto para caber lá que eu pude ver seu rosto.

 

Assim que ele fechou a porta do guarda-roupa, vi a porta da sala se abrir bruscamente, e ouvi um choro estridente. Também vi dois pares de sapatos: um deles era vermelho e azul, pequeno; e o outro era maior, preto com cadarços brancos. O menino não falava nada, apenas gritava, e os pés de Jeff estavam indo em direção ao quarto. Tapei a boca com as mãos.

Eles chegaram perto da cama e eu me encolhi.

—Cala a boca, peste!- Jeff gritou.

O menino parou de chorar e supus que ele tinha caído na cama, pois vi que o colchão em cima de minha cabeça pareceu se aproximar mais. Não sabia se Jeff tinha matado o garoto ou se apenas o desmaiou.

—Odeio crianças. Odeio você. EU ODEIO VOCÊ!- ele gritou.

Eu me estremeci. Ele estava tão bravo que, se me encontrasse, eu não teria chances.

—Eu queria tanto te matar.- vi seus pés indo para a lateral da cama.- Mas agora não. Hahahahah... agora não.

Provavelmente, ele arrumou o garoto na cama, pois senti que o colchão se mexeu mais.

Vi os pés de Jeff indo em direção à parede bem ao meu lado e ele parecia ter se sentado encostado, com as pernas encolhidas. É muito claro que teria sido meu fim se aquela cama não tivesse um lençol comprido, que cobria suas laterais quase inteiramente. Permaneci de bruços no chão e controlei até minha respiração, para que nada desse errado, mas eu estava tremendo muito. Jeff começou a gargalhar e a falar sozinho, respirando rapidamente.

—Liu... Eu preciso encontrar meu irmão... hahaha... shhh! Fica quieto... eles vão me matar... hahahah... eu vou morrer... hahahahahah... eu... eu preciso matá-los primeiro.- ele fez uma pausa.- Preciso matar aquela maldita... maldita...- engoli em seco.- Cala a boca... Cala a boca... Shhhhh. Hã...? O que...? Ela... está aqui...?

 

Do nada, ele se levantou rápido e começou a procurar por mim, o que fez meu corpo suar.

—Wendy...- falou insano.- Cadê você...?

Ele começou a dar passos lentos e saiu do cômodo. Percebi que seus pés seguiram para o banheiro ao lado do quarto.

Me desesperei porque imaginei que ele fosse começar a procurar na casa inteira, mas na verdade, ele foi para fora dela e desapareceu por um tempo.

Quando percebi que tinha passado tempo o suficiente, pensei que ele estivesse me procurando do lado de fora, então saí de debaixo da cama e olhei para cima dela, onde um garotinho de cabelos loiros dormia profundamente, de barriga para cima. Parecia ter uns 6 anos. Percebi que uma de suas mãos estava presa à cabeceira da cama por uma algema. Eu queria muito soltá-lo, mas sabia que não tinha como.

Olhei cautelosamente em volta da sala e não vi ninguém, então fui até o armário, abri as portas e encontrei Jasper em uma posição nada confortável. Ele pareceu se assustar quando me viu.

—Você quer me matar?!- perguntou.

—Rápido! Ele saiu. Precisamos nos preparar.

Com muito esforço, ele saiu dali e olhou para a cama, onde estava o garotinho.

—Vamos.- falei, indo em direção à porta.

—Espera.- ele disse, pegando minha mão e me fazendo parar.

Me virei e percebi que ele estava muito confuso quanto aquele garoto na cama. Estava o encarando e uma maneira assustadora.

—Não pode ser.- falou.

Ele correu para mais perto da cama e se abaixou. Colocou a mão no rosto do menino, parecendo querer senti-lo, e logo em seguida, colocou o ouvido em seu peito, como se quisesse checar se ele estava mesmo vivo.

—O que foi?- perguntei, ansiosa.

Ele hesitou por um momento.

 

—Acho... que é meu irmão.- respondeu nervoso.

 

Me arrepiei. "Ah não..." foi a primeira coisa que pensei. Não sabia quando Jeff retornaria, e não imaginei o que pudesse acontecer. E eu queria ajudar Jasper e aquele garotinho, mas não sabia como, e tudo o que pude fazer naquele momento, foi ser egoísta e querer salvar minha própria pele.

—Jasper, precisamos ir... e rápido.

Aquilo saiu automaticamente da minha boca, mas me senti horrível depois daquilo. Não devia nem ter passado pela minha cabeça em abandonar uma criança, muito menos sendo uma criança tão importante.

Jasper me olhou como se eu fosse escória.

—Você é louca?! É meu irmão! Eu não posso deixá-lo aqui! Provavelmente esse demônio quer usá-lo como refém! Você não o escutou falando?! Ele vai matá-lo depois!

Me envergonhei e fiquei nervosa ao mesmo tempo. Sentia meu rosto contraído. Então, tentei me acalmar e organizar meus pensamentos.

—Tudo bem... eu sei...- falei, fazendo pausas para respirar.- Precisamos encontrar a chave. A chave da algema.

Olhei bem para o garoto e percebi que o braço preso estava um pouco machucado por conta da algema. Mas percebi algo mais. Notei algum tipo de desenho estranho em seu pulso, então o peguei para analisar. E lá estava ela. A marca em forma de círculo com um X no meio. A marca dos proxies.

—Jasper... olha.- falei.

Virei o braço da criança para ele. Ele se espantou e me lembrei de que ele tinha dito que se tornara um proxy para salvar o irmão, para que este não carregasse esse destino.

—Não, não pode ser... não pode ser!

E então o garotinho começou a se mexer e eu soltei seu braço. Seu semblante estava tenso, como se ele estivesse em um pesadelo. Ele murmurou algumas palavras e começou a abrir os olhos, e quando finalmente nos viu, os arregalou, grandes e espantados olhos verdes. Jasper percebeu que ele gritaria, então correu para perto do garoto e tapou a boca dele com sua mão. Com um movimento rápido, fechei a porta do quarto, que infelizmente, não possuía chave.

—Shhhh...- falou Jasper suavemente.- Não vamos te machucar. Você precisa ficar quietinho.

Percebi que começaram a cair lágrimas dos olhos do garotinho e ele parecia muito assustado para reagir. Além disso, acho que percebeu que estava com uma mão presa. Estava com a respiração pesada e olhava com muito medo para Jasper, que começou a falar com ele mantendo um tom protetor, parecendo calmo.

—Nós vamos te ajudar. Eu vou tirar a mão da sua boca, mas você precisa prometer que não vai gritar, tudo bem? Você não pode gritar.

O garotinho concordou com a cabeça e, devagar, Jasper tirou a mão de sua boca. Ele não gritou, mas ainda soluçava e respirava pesadamente.

—Eu preciso que você me diga o seu nome.- Jasper disse.

O garotinho hesitou um pouco, mas logo respondeu.

—Ch-Charlie...

Jasper suspirou.

—Sim...

—Sua mãe se chama Isabel?

Charlie fez que sim com a cabeça. Jasper olhou para mim ansioso e depois olhou para seu irmão de novo. Seus olhos correram para seu pulso, onde estava a marca, e ele pareceu triste, mas também pareceu querer abraçar aquele garoto e protegê-lo do mundo, e eu pude sentir a energia tensa no local. Ele se levantou e veio em minha direção.

—Eu não vou fugir.- falou áspero.- Se você quiser, pode ir, mas eu vou ficar, e se não conseguir tirar meu irmão daqui antes de Jeff chegar, vou acabar com ele sozinho.

O que ele falava era amedontrador. Eu entendia que queria ficar com o irmão, e eu o admirei muito por isso. Mas era óbvio que não podia enfrentar Jeff sozinho. Então, eu enfim tomei minha decisão.

—Eu sei, não quero te fazer deixar seu irmão de maneira alguma. Vamos enfrentá-lo juntos.

Algo nos olhos de Jasper me fez perceber que ele se aliviou.

—Obrigado.- falou.

 

Mas quando ele falou isso, ouvi um estrondo na porta do quarto, e ela se abriu bruscamente, revelando um monstro para nós.

—Achei...- disse Jeff sorrindo.

Ele nem me deixou raciocinar o que ele estava ali, já foi para cima de mim com a faca na mão. Como não tive tempo de me defender, levei uma facada no braço, mas por incrível que pareça, não doeu tanto quanto antes; mas de qualquer forma, meu braço pareceu queimar. Ele afundou a faca em minha carne e a girou dentro de mim. Dei um suspiro forte, porque ardeu bem mais do que na hora em que ele apenas a fincou no meu braço.

Ouvi Charlie gritar e voltar a chorar. Antes de Jeff tirar a faca de mim, percebi que algo se enrolou em seus pés e o fez cair de costas no chão. Olhei para Jasper e vi os tentáculos fora de suas costas, com um olhar sombrio, cheio de ódio. Ele foi para cima de Jeff ainda no chão e começou a bater a cabeça dele no chão, com pancadas fortes. Aproveitei para tirar a faca de meu braço e apertei o local, o que fez arder mais ainda.

Jasper tão estava furioso, que enrolou os tentáculos no pescoço de Jeff e começou a sufocá-lo, ainda em cima dele. Mas quando olhei bem, notei que Jeff estava com uma mão levemente estendida para a direção da cama, e quando olhei para esta, vi Charlie estendido no ar, flutuando um pouco acima da cama, de barriga para cima. Sua mão ainda estava presa e seu pescoço estava totalmente virado para trás, como se ele estivesse sendo exorcizado. Saía sangue de seus ouvidos, olhos e boca. Eu não sabia se Jasper devia matar logo Jeff para aquilo parar, ou se Jeff teria a chance de matar Charlie antes de ser morto; então apenas gritei desesperadamente.

—Jasper!!!

Jasper olhou rápido para trás e logo notou seu irmão, e acho que essa pequena guarda baixa fez com que Jeff se livrasse dele, não sei de que maneira, pois eu olhava para Charlie. Mas quando olhei para ambos novamente, Jeff já estava se livrando dos tentáculos em volta do pescoço, pronto para atacar Jasper. Então fui até a direção deles, com a faca na mão para acertar Jeff, mas ele estendeu a mão e me arremessou no ar, me fazendo bater contra a porta da sala, que estava fechada. Fez aquilo com aqueles poderes do inferno, e então, percebi que ele fez o mesmo com Jasper, que bateu de cara no armário onde se escondera. A pancada que dei com as costas, também não doeu tanto, mas percebi que Jasper parecia ferido, e até mesmo meio inconsciente.

Jeff correu para cima de Jasper, mas quando eu tentei me mover para impedir, não consegui. Eu conseguia me afastar um pouco da porta, mas ela me puxava de volta, como um ímã. Jasper ainda não tinha se levantado e Jeff começou a chutá-lo enquanto estava no chão, no rosto, nas costelas, na barriga... até que o pegou pelo braço e o arrastou até a sala, na minha frente. O largou em um canto qualquer, e veio violentamente em minha direção; se abaixou e começou a socar meu rosto. Esquerda, direita, esquerda, direita. Aquilo tambén não doía tanto quanto antes, mas ainda assim, senti que me engasgaria com meu próprio sangue e senti alguns dentes de trás se quebrarem. Minhas bochechas começaram a esquentar, e ficavam cada vez mais e mais quentes. Minha cabeça começou a doer. Jeff não parecia feliz como quando ficava quando torturava alguém. Ele parecia irado, tempestuoso, cheio de ódio. Seu pescoço, parecia um pouco roxo, talvez pelo fato de Jasper tê-lo apertado. Ele tinha sangue saindo da boca e seus olhos estavam com um brilho infernal. Seu semblante era demoníaco, muito pior do que quando ele ria praticando seus crimes. E eu podia ouvir os gritos de Charlie, gritos de desespero.

Quando Jeff parou de me bater, minha visão estava embaçada e meus ouvidos estavam zumbindo, mas eu conseguia me sentir consciente. Virei meu rosto e cuspi no chão, e realmente saiu um dente de trás e mais alguns pedaços de outros, além de sangue. Passei a língua onde deveria estar um molar, do lado esquerdo da boca, e só senti um buraco ali.

Jeff se levantou e foi até Jasper de novo, mas antes de fazer qualquer coisa, ele olhou para dentro do quarto onde Charlie continuava chorando e gritando.

—EU VOU ACABAR COM VOCÊ, GAROTO!- gritou para Charlie, que chorou mais.

—Não!- Jasper exclamou deitado no chão.- Você não pode fazer isso!

Ele não parecia ter força nenhuma para falar, e mesmo assim, continuava. Jeff o olhou com raiva, mas Jasper continuou.

—Ele é um protegido... de Slender.- gemeu de dor.- Você não pode tocá-lo.

Jeff encarou Jasper por um tempo e depois olhou para Charlie.

—É, tem razão. Eu não posso matar esse garoto.- falou calmo.

Pegou a faca do bolso do moletom e levantou Jasper puxando este pelos cabelos, o deixando de joelhos, e ele gritou de dor.

—...mas ouvi dizer que você não tem mais essa proteção toda.- riu Jeff.

E naquele momento eu tentei de tudo. Tentei me acalmar, tentei invocar os poderes de Ticci Toby, tentei pedir ajuda de Slender, tentei usar meus supostos poderes. Mas nada, absolutamente nada aconteceu. E eu não sabia o motivo. Eu não tinha me preparado para aquilo.

—Ei!- Jeff gritou para mim e eu olhei.- Eu quero que você veja isso. Eu quero que você sofra. Te matar agora vai ser muito rápido.

 

Ele sorriu para mim e com uma mão segurava Jasper, que estava quase sem consciência; e com a outra, que segurava a faca, gesticulava para mim.

—Então vou fazer o mais divertido...- ele continou.-... te matar por dentro; estragar seu psicológico; te esmagar aos poucos, bem profundamente. Eu prometo, não vai ter nada mais que você ame nesse mundo. Eu vou tirar tudo de você, as pessoas que você ama... sua sanidade... sua consciência... sua espiritualidade... sua saúde... e vou destruir sua vida inteira. E então, você vai entender como eu vivo, você poderá ver tão bem quanto eu o que é esse mundo. E vai pagar por essas traições malditas que fez comigo.- ele riu diabolicamente.- Não pense que não vai sentir na pele também. Aproveite enquanto ainda tem todos os membros do seu corpo, porque eles não vão durar por muito tempo. Você não vai mais escapar de mim... nunca mais. Seremos só nós dois agora, e isso nunca foi tão maravilhoso. Se eu queimar no fogo do inferno algum dia, eu vou fazer questão de te levar comigo. Sempre estaremos juntos, garota. Eu prometo.

Levantou o braço, e com um movimento rápido, enfiou a faca em um olho de Jasper, que gritou, e gritou, e gritou. E mais gritos ao fundo, de Charlie. E eu vi o sangue escorrer no rosto de Jasper, enquanto o outro olho se fechava com força, derramando lágrimas. Acho que ele estava na mesma condição que eu, pois não parecia conseguir mover um músculo, apenas gritava e continuava de joelhos enquanto Jeff já arrancava a faca de seu olho e a fincava na lateral de seu pescoço, batendo várias vezes ali e rindo enquanto o sangue esguichava em seu moletom, tornando-o vermelho.

Eu fechei os olhos porque meu coração estava quebrando e eu não queria ver aquilo. E ouvia Jasper gritando. E ouvia Charlie gritando mais ainda. E ouvia Jeff rindo.

—Olha pra cá, Wendy! Olha!- gritava Jeff.

E automaticamente, meus olhos se abriram e eu vi que a cabeça de Jasper já estava se desgrudando do corpo, mas ele ainda estava vivo, berrando e chorando, com um buraco vermelho e enorme no rosto, e eu pude ver o globo ocular estraçalhado dentro desse buraco. E então, Jeff puxou a cabeça de Jasper com tanta força, que eu ouvi o barulho da pele e dos músculos se separando. E enfim, o corpo dele caiu para frente, enquanto sua cabeça estava nas mãos de Jeff; cabelos ensanguentados, um buraco enorme no rosto, um pedaço da coluna vertebral quebrada saindo de trás da cabeça. O outro olho ainda estava aberto; verde, mas sem vida.

E Jeff ria, ria muito. E Charlie continuava chorando. E eu apenas fechei de novo os meus olhos e ouvi aqueles sons perturbadores no ar. Eu não sabia se tinha me acostumado, mas eu me sentia vazia. Se eu disser que não esperava por isso, estaria mentindo. Eu só sentia muito pelo fato de que mais alguém tinha morrido. E eu era a culpada. E eu não pude salvá-lo. E meu coração parecia cada vez mais querer parar de bater completamente, porque absolutamente nada daquilo fazia sentido. Nunca tinha feito. E eu não sabia em que mundo estava vivendo e as palavras de Jeff pareciam se tornar cada vez mais reais. É como uma maldição. E eu queria tanto poder me mexer e matá-lo, mas não podia. Aquilo nunca dava certo. Eu queria ter agradecido Jasper pelos poucos momentos em que passamos juntos e por ele ter sido gentil. E eu queria tê-lo ajudado a salvar o irmãozinho, porque ele sacrificou sua vida por ele e porque era uma pessoa boa, apesar de tudo. E mesmo assim, os monstros não ligaram para nada disso. Pensei em como tudo aquilo era tão injusto para Jasper, mas ele estava morto, e era por minha causa.

Jeff se aproximou de mim e jogou a cabeça de Jasper no meu colo, e eu virei o rosto e eu continuei com os olhos fechados, porque precisava me concentrar para não surtar e nunca mais voltar ao normal. Mesmo assim, senti que meu coração clamava para eu deixar as lágrimas caírem.

—Espero que tenha entendido o recado.- Jeff falou.

Respirei fundo e senti Jeff se afastando. Talvez ele tivesse brincado mais com o corpo de Jasper, abrindo seu torso e devorando seus órgãos internos. Eu só ouvi essas coisas, não vi nada. Também percebi o quanto Charlie já tinha se cansado tanto se chorar que parecia não fazer mais barulho nenhum. Eu não sabia o que tinha acontecido com ele.

 Quando Jeff se aproximou de novo, eu finalmente abri os olhos e olhei para ele, e quando fiz isso, levei outra pancada na nuca e desmaiei.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura.
Nos vemos no próximo capítulo.



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