O reino de Giarthio. escrita por Carenzinha


Capítulo 1
Capítulo 0


Notas iniciais do capítulo

Olá. Seja bem vindo a essa história.
Resolvi fazer essa nota inicial, pois você será o protagonista de tudo isso, e como protagonista devo te alertar de como isso funciona.
A cada capítulo você terá opções, e tudo isso estará indicado no fim dos capítulos. Quando um novo capítulo for postado sempre terá o nome da opção que você escolher e sua letra, te guiando assim para suas respectivas histórias.
Exemplo: capítulo X- Opção 1, Letra A
No Capítulo zero, ou melhor o capítulo que você vai ler à seguir terá 5 opções, as quais farão a história começar. Nessa história VOCÊ é o protagonista, você fará a história acontecer, portanto eu preciso da sua opinião. Pode me falar suas teorias, pode xingar os finais, pois você é uma peça importante nessa história. Qualquer dúvida basta comentar e eu vou tentar esclarecer.
Obrigado por ter lido até aqui e espero que aproveite a história.



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Você acordou incrivelmente confuso, com sua cabeça latejando ao extremo. Sentiu um vento em seus cabelos e rosto, o que te fez praticamente congelar. Uma dor estridente tomou conta de seu corpo, o que apenas piorou com o frio.

“Como pode estar tão gelado?” Você pensou com seus olhos fechados. Parecia ter a certeza que estava no verão, e não no inverno. Além disso, não se lembrava do motivo para estar sentindo dor. “O que aconteceu?” Você se perguntou, ainda sem coragem de abrir os olhos, com medo que essa sensação piorasse. Parecia ter apanhado feio, o que não era uma coisa boa.

De repente, você sentiu um cutucão em seu cabelo. Xingou baixinho, mas aquilo não era tão importante quanto o frio que estava sentindo, suas forças pareciam ir embora aos poucos. Depois outro cutucão. Você reclamou baixinho e mexeu seu braço, que estava dormente, para tentar espantar quem é que estivesse tentando te acordar. O vento continuava, você queria ter forças para se levantar, mas estava confuso e com medo. O terceiro cutucão aconteceu e você murmurou um palavrão, parecia estar congelando na neve, mas não gostaria de ser incomodado. Mal tinha forças para abrir os próprios olhos, e muito menos para tentar uma conversa com aquele que parecia querer que você respondesse aos cutucões.

Um som estranho foi ouvido, algo semelhante a um balido, o que fez você se perguntar novamente onde estava. Sentiu seu nariz congelar quando algo caiu nele, provavelmente neve. Você ficou confuso novamente, reviu mentalmente o calendário e teve a certeza: você estava no verão, ou pelo menos era para estar. Forçou sua mente mais uma vez para se lembrar de algum outro detalhe, mas nada aconteceu. Foi quando você entrou em um completo pânico, não conseguia se lembrar de nada. Não sabia seu nome, nem quem era sua família (ou se tinha família), não sabia sua idade, de onde veio e nem onde estava. Também não fazia ideia de por que estava caído em um lugar gelado, tremendo de frio e com o corpo dolorido.

“PENSA! PENSA!” Pensou consigo mesmo, mas nada adiantava. Você simplesmente não conseguia se lembrar de absolutamente nada da sua própria vida. Por algum motivo estava caído na neve.

“Será que morreu?” Uma voz surgiu baixinho, um tanto hesitante e pastosa.

Você sentiu alguém te empurrando e te chacoalhando.

“Levanta... porrr favorrr...” Disse a voz, com um sotaque que demonstrava um “R” bem puxado.

Você começou a reparar que a voz estava falando com você, porém não estava com a mínima vontade de atender ao pedido. Você estava jogado na neve com dor e medo, a voz compreenderia, certo?

A voz bufou, o que provavelmente demonstrava decepção. Você suspirou mentalmente, aliviado. Provavelmente aquele que estava te cutucando e falando com você iria embora, e você finalmente teria paz para congelar sozinho na neve.

O frio aumentava e você ficava com menos força a cada segundo, começou a se perguntar se chegaria a morrer naquele frio extremo e se tinha sido uma completa idiotice não ter aberto os olhos quando ainda tinha alguém perto de você, mesmo que esse alguém ficasse te chacoalhando e te cutucando com inconveniência.

“Droga.” Murmurou para si mesmo com os lábios congelados. Você espirrou, estava com um frio inexplicável, estava perdido, sabia que seu destino seria morrer na neve.

Um chacoalhão repentino aconteceu e você sorriu por dentro. Sabia que alguém estava do seu lado, e dessa vez não desperdiçaria a chance como da primeira vez, iria pedir ajuda, tentar descobrir o que estava acontecendo independente da dor e preguiça que sentia.

Você abriu os olhos com completa dificuldade e viu uma silhueta de algo que parecia humano, mas possuía chifres. sentiu sua cabeça latejar, provavelmente sua mente desesperada e confusa estava te pregando uma peça. Ergueu a cabeça, mas estava pesada demais, despencou na neve.

Novamente o balido desesperado. Você sentiu uma mão trêmula segurar sua cabeça e a erguer.

“Ei! Ei! Você está bem?!” Perguntou em uma voz esganiçada, que fez seus ouvidos doerem.

“Si-sim...” Você murmurou com muita dificuldade, ainda tendo sua cabeça sustentada pelo dono da voz. Você sabia que não estava bem, mas preferia não deixar ele assustado, pois a julgar pela mão trêmula já estava suficientemente desesperado.

“Então... por que não abrrre os olhos?” Perguntou novamente hesitante enquanto puxava o “R” de modo nervoso.

Você balançou sua cabeça em negação. Sabia o que queria dizer, mas não tinha forças para isso. Você gostaria de gritar com toda sua força que estava congelando e só queria um lugar quentinho e uma explicação sobre o que estava acontecendo, mas você não conseguia.

A voz cutucou seu nariz gelado, e você reparou que as mãos dela pareciam feitas de pelo, imaginou uma luva quentinha e alguém bem agasalhado. Desejou estar vestido dessa forma também.

“Eu estou ficando assustado.” Murmurou. “Você está morrto?” Perguntou, mais para ele próprio do que para você. Você pensou, se perguntando quanto tempo faltava para sua vida sair totalmente de seu corpo.

Você negou. Mesmo de olhos fechados, conseguiu imaginar uma expressão sugestiva na cara daquela silhueta.

“Então... abrre os olhos, você parece morrto, está me assustando.” Confessou, ainda hesitante. Você compreendeu que ele parecia querer te ajudar, mesmo ele tendo uma voz que incomodava e uma dificuldade de ficar calado.

Você resolveu fazer um novo esforço e abriu seus olhos. Piscou várias vezes e se sentiu tonto, aos poucos sua visão foi voltando e quando ela chegou ao foco, você deu o maior grito que as circunstancias te permitiram, o que parecia mais um sussurro.

Viu que seus olhos não te pregavam uma peça, e aquele que foi o motivo de seu grito, recuou para trás, assustado com sua reação. Ele te olhava de modo assustado, pois estava espantado com seu grito, você também estava espantado com ele. Aquele que tinha te acordado era a criatura mais surpreendente e bizarra que você já tinha visto. Possuía galhadas na cabeça e estava coberto de pelos, uma grossa camada que cobria até seus joelhos. Tinha cascos no lugar dos pés, além de um pescoço maior do que um pescoço comum e um nariz pontudo e um tanto longo. Sua pele era negra e era mais clara nas bochechas, como uma maquiagem.

“Está tudo bem?” Ele perguntou, ainda tremendo. Você sabia que ele também estava assustado, talvez decepcionado com o modo que você o encarava. Mas, você estava com muito medo para pensar em trocar de expressão.

Você não conseguiu assentir ou negar, apenas estava átomo e com frio. Reparou em si mesmo e pode ver uma jaqueta verde, um tanto rasgada, mas quente e grossa, perfeita para passar um pouco o frio.

“Esperro que tenha gostado da jaqueta.” Ele disse baixinho. “Foi a melhor que consegui encontrrar.”

Você o encarou confuso. Quem era ele? E por que estava te ajudando.

“Sei que ainda não nos aprrresentamos. Mas, quando te achei você estava aqui caído na neve! E eu quis te ajudar.” Ele disse hesitante novamente, mudando o peso de um casco para o outro. Você conseguiu perceber que ele não parecia ser muito bom em se relacionar com pessoas. “Desculpe. Não queria que você me odiasse.”

Você percebeu que ele parecia estar realmente preocupado se você tinha gostado da jaqueta, e se você não estava o odiando. Tratou de falar que estava tudo bem.

“Eu achei ótimo, assim não morro congelado.”

Foi quando você finalmente resolveu sentar. Olhou para onde estava e só conseguiu ver neve. Neve branca por todo o canto.

“Uh, onde exatamente estamos?” Você resolveu perguntar, o que fez com que aquele que tinha te salvado arregalasse os olhos.

“Você não sabe onde estamos?!” Perguntou surpreso.

Você negou.

Ele abriu os braços e disse com empolgação:

“Estamos no reino de Giarthio!”

Giarthio. Você pensou sobre esse nome tentando se lembrar de mais alguma coisa, mas parecia nunca ter ouvido o mesmo na vida. Você realmente estava perdido e não sabia o motivo para isso. Ele olhou sua cara de confuso, mas nada disse. Provavelmente já tinha entendido o quanto você estava desnorteado.

“Ainda não nos apresentamos. Eu sou o Teabyt Jeanisky, Mas, pode me chamar de Nisky.” Ele disse estendendo a mão, você a apertou e pode sentir aqueles pelos que tocaram seu nariz. “E você, quem seria?”

Você travou. Não se lembrava de seu nome. Resolveu ser sincero.

“Eu não sei.”

Teabyt a principio riu, mas arregalou os olhos novamente ao ver que você não estava brincando.

“Você não sabe? Bom nesse caso...” Mas, a fala de Jeanisky foi cortada por um barulho de vozes. Nisky deu um pulo e segurou um balido assustado. Ele empalideceu completamente e só voltou a sua cor normal quando as vozes cessaram. Por fim se virou para você.

“Desculpe por isso, é que eu estou sendo procurado. Digamos que todos me odeiem.”

Você ouviu aquilo surpreso, Teabyt tinha acabado de te ajudar e parecia uma boa pessoa, mas saber que ele estava sendo procurado por alguém e era odiado mudava o rumo das coisas. Fora que sua aparência parecia peculiar.

Você negou, fazendo um sinal que dizia que não se importava, embora mentisse. Gostaria de saber mais sobre isso, mas a julgar pela cara de medo de Jeanisky, preferiu deixar esse assunto para outra hora.

A neve aumentava. Sua roupa começava a ficar coberta de neve, assim como a galhada de Nisky

“Então...” Ele falou quebrando o gelo. “Você é um sem rumo na vida, certo?”

Você assentiu, embora se sentiu um tanto ofendido. Jeanisky percebeu sua cara e completou.

“Desculpe, eu quis dizer que você é um perdido... que você está perdido.”

 “Sim, eu estou perdido.” Você respondeu.

Teabyt pensou um pouco, olhou para o céu, depois para você. Tirou a neve das galhadas com uma feição de incomodo e respondeu com um sorriso.

“Seguinte. Em menos de minutos uma tempestade feia de neve vem aí. Com o risco de soterrar.” Você estava com a expressão apavorada, não queria ser soterrado. “Mas, tem quatro chances da gente se salvar.”

Você assentiu sorrindo, gostando da ideia de não morrer coberto de neve.

“Existe uma casinha onde mora uma senhora. A coisa boa é que é bem perto daqui.” Ele disse apontando para a diagonal direita, indicando a casa. “A coisa ruim é que tem risco dela estar fechada.”

Você assentiu, mostrando que compreendia.

“Depois a outra alternativa é ir para o rio.” Ele apontou a esquerda. “Lá sempre tem madeira e umas coisas que podemos usar pra fazer uma boa cabana. Fora que se dermos sorte e formos espertos poderemos tentar pescar. O ponto ruim é que fica bem longe, não sei se vai dar tempo.”

Você assentiu novamente.

“Tem também as montanhas.” Nisky apontou para as montanhas atrás de você. “É certeza que tem cavernas lá que a gente pode se esconder, mas é muito íngreme e embora seja o mais perto de onde estamos, é o mais complicado de subir.”

Ele prosseguiu.

“A quarta opção é a gente vagar até achar um abrigo e torcer pra não morrer.” Ele deu de ombros.

“Certo.” Você disse. “Então o que faremos?” Perguntou.

Jeanisky deu de ombros novamente.

“Eu não sei, eu ia perguntar pra você.”

“O QUE?!” Você exclamou “MAS EU ESTOU PERDIDO!”

“Sei disso.” Respondeu. “Mas, eu gostaria de te deixar escolher.”

Você estava indignado. Você nem sabia onde estava e não gostaria de tomar uma decisão como essa. Tentou protestar, mas Teabyt cruzou os braços, demonstrando que não cederia e que não escolheria nada. Você olhou para o céu e percebeu o tempo se fechando mais e a neve aumentando. Você definitivamente não queria morrer congelado, então resolveu pensar.

Você tinha a opção de correr até uma casa, mas não era garantido que ela estaria aberta. Poderia escalar a montanha e ir até uma caverna, mas era íngreme. Tinha o rio, mas era o mais distante. Você olhou em volta e não parecia existir nada que servisse de abrigo por perto, além disso também precisava ser considerado que Nisky, mesmo parecendo querer te ajudar, era um completo estranho que estava sendo procurado.

Você olhou para ele, e por fim decidiu.

Opção 1: Ir até a casa.

Opção 2: Escalar a montanha.

Opção 3: Ir até o rio.

Opção 4: Procurar algo que sirva de abrigo.

Opção 5: Dispensar a ajuda de Nisky


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