Magia Perigosa escrita por RavenaArkan


Capítulo 2
Capítulo 1- Morte no Expresso de Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo O/



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A estação estava abarrotada de alunos, a grande maioria com seus pais, todos conversando animadamente e empurrando seus carrinhos cheios de materiais. Corujas piavam, pais se despediam de seus filhos com orgulho, e com razão: estavam prestes a embarcar no Expresso de Hogwarts, rumo á famosa escola de magia e bruxaria.
Entre a multidão estava Alisson Argent, acompanhada de seu pai, inquieta. Ela não gostava de lugares lotados, e Chris Argent sabia muito bem disso.
— Tenha um bom ano, filha. – O homem de cabelos e olhos claros sorri protetor para a filha. Sempre se preocupava quando chegava o momento dela partir, mas sabia que Hogwarts era um dos lugares mais seguros do mundo para bruxos.
— Obrigada. – Alisson sorri. – Não trabalhe demais.
O sorriso de Chris se alarga, pensando que a filha o conhecia mesmo muito bem. A família Argent estava no ramo de domar animais ferozes á anos, especialistas em dragões. O homem sempre amou o que faz, motivo por as vezes trabalhar demais.
— Vou tentar.
O apito do trem soa, fazendo muitos alunos virarem em sua direção, ansiosos. Os Argent dão seu último abraço, antes de Alisson desaparecer na multidão de alunos.
A bruxa puxa ferozmente a mala, que estava um pouco pesada, tentando passar entre os outros alunos. Alisson acaba trombando em alguém – Theo Raeken, um convencido sonserino – e a alça da mala escapa de suas mãos.
Ela encara carrancuda o rapaz, que apenas lança-lhe um sorriso travesso e dá de ombros, como se não fosse seu problema.
— Sonserino idiota. – A morena reclama, se voltando para procurar a mala. Quando a encontra, outra pessoa já havia colocado as mãos nela.
Primeiro trombar com Theo Raeken, agora ter sua mala salva por Scott McCall? Aquele ano parecia mesmo ser conturbado. Apesar de ambos serem da Grifinória, Alisson nunca tinha se aproximado de McCall, e, para falar a verdade, de nenhum outro aluno.
— Acho que isso é seu. – O bruxo sorri, lhe estendendo a mala.
— Obrigada. – Alisson agradece, a pegando. Scott era um rapaz bonito, de cabelos castanhos e olhos da mesma cor, atlético e com um sorriso encantador, mas, durante os segundos que os dois ficaram trocando olhares em silêncio, de algum modo Alisson notara que ele parecia ainda mais bonito naquele ano.
— Obrigada. – Ela repete quebrando o gelo e se sentindo estúpida, dando de ombros e entrando no trem sem dizer mais nenhuma palavra.
Scott apenas sorri, vendo a garota de cabelos castanhos escuros, pele branca e olhos marrons escuros desaparecer. Alisson era uma garota misteriosa e linda, que por algum motivo se mantinha afastada dos outros alunos, sempre sozinha com um caderno de desenho, lendo na biblioteca ou andando pelo castelo.
A garota nunca havia dado chance para ninguém se aproximar, mas aquela troca de olhares fez Scott pensar que talvez ele pudesse quebrar aquela barreira.

 

 

 

 

 

 

Theo Raeken andava de cabeça erguida pelo trem, procurando o vagão onde encontraria seus amigos, outros sonserinos. Todos os anos eles se reuniam no penúltimo vagão, mas aquele ano não começou como os outros, e foi isso que veio na mente do bruxo ao abrir a porta do penúltimo vagão, que estava escuro e vazio.
Agora, ele sentia uma sensação estranha, como se algo estivesse errado. Theo sente os pelos de seu braço se arrepiar e franze o cenho confuso, até que sua feição muda ao ouvir uma risada alta e escandalosa, a qual reconhecia bem.
Ele se afasta do lugar vazio e se aproxima do último vagão, se deparando com o seu grupo de amigos reunidos.
— Então você está ai... Até achamos que não tinha embarcado. – Seu amigo Brian Novack caçoa.
— Já faz um tempo, Theo. – A dona da risada escandalosa, Candice Langton, abre um sorriso, encarando-o de cima á baixo.
A bruxa com certeza era bonita, com seus cabelos loiros, pele bronzeada e olhos castanhos claros, com um corpo que causava inveja as outras garotas. Theo já havia se envolvido com ela, mas sabia que Candice não era o tipo de garota que ficaria mais de três vezes. A loira já tinha beijado metade de Hogwarts, tinha fama de fácil, além de ser irritantemente mimada, tendo pais ricos e poderosos. Candice achava que poderia fazer o que quisesse, por ser filha de um casal de embaixadores bruxos. E com certeza fazia.
— Vocês sabem que eu sempre acabo aparecendo. – Theo lança um sorriso em direção dos amigos, se acomodando no sofá.
Ali com ele, haviam cinco: Candice, Brian – um rapaz alto e moreno, de cabelos pretos curtos, olhos castanhos escuros e um sorriso muito branco – Eldora Martell, uma garota de longos cabelos pretos e lisos, olhos verdes e estatura baixa – e Taylor Patrick, de estatura alta, cabelos loiros e olhos cor de mel, sobrinho da professora de feitiços de Hogwarts.
— Por é que vocês estão nesse vagão? – Theo indaga, se lembrando em como se sentira ao ver o lugar vazio.
— Tinha um cara muito estranho no penúltimo. – Brian responde.
— É, ele estava sentado lá sozinho, no escuro. Usava um manto preto com capuz. Foi realmente medonho. – Taylor conta.
— Era um aluno? – Theo pergunta, achando tudo muito suspeito. – Estava vazio quando cheguei lá.
— Não sabemos quem era. – Candice responde, parecendo entediada. – Com certeza era só um idiota caçoando de nós. Não é como se não fossemos o grupo mais odiado de Hogwarts... Todos sabem que aquele vagão é nosso.
Theo sabia que realmente a maioria dos alunos das outras casas os odiavam, eles eram como um grupo de pessoas más que haviam se unido.
— Então por que não o expulsaram? – O rapaz continua a perguntar, tentando entender a situação. Os quatro trocam um olhar.
— Ele fez algum feitiço para mudar os olhos. Foi bem interessante. – Eldora comenta, parecia se divertir com aquela situação.
— Interessante?! – Taylor retruca. – Aqueles olhos eram sinistros. Como os de uma cobra.
— Realmente, até eu fiquei um pouco assustada. – Candice murmura.
— Ele tinha uma aura sombria. – Eldora fala. Muitos Martell tinham o dom de poder enxergar auras, que a bruxa havia herdado.
Theo deixa escapar uma risada irônica, cético.
— Provavelmente era apenas mais um lunático. Tem muitos por aqui. – Ele caçoa.
Os amigos riem, sabendo que Theo não entenderia, pois não estava lá. Quando a figura estranha os encarou, com os hipnotizantes olhos amarelos reptilianos, foi como se uma onda de choque e medo os atingisse. Todos sentiram o coração acelerar e calor, uma vontade imensa de sair ocorrendo, para longe daquele olhar.

 

 

 

 

 

Lydia Martin lia um livro de história da magia, na companhia de outros de sua casa: Corvinal.
Ela com certeza estava satisfeita de estar ali, ansiosa para o que aprenderia – e claro, já havia estudado e lido sobre as matérias novas que teriam – e era muito agradável estar em um vagão silencioso, onde os outros alunos liam, jogavam xadrez ou discutiam sobre algo interessante.
De repente, a ruiva sente o corpo paralisar. Agora não ouvia mais a voz de seus colegas, era como se eles estivessem em uma velocidade bem lenta.
Lydia desvia o olhar para a porta do vagão, que começa a se abrir lentamente. Uma mão vermelha e inchada surge, cheia de enormes feridas e pus.
A garota segura o sentimento repulsivo, notando uma aranha sair de dentro de uma das feridas. Lydia imediatamente se levanta, com o grito engasgado. A porta do vagão finalmente se abre rapidamente, fazendo um estrondo.
Ela nunca tinha visto algo tão horrível na vida. A visão da mão era uma coisa, mas agora, havia um garoto com as vestes da sonserina. Ele tinha as mesmas feridas pelo corpo todo, e a olhava com um olhar angustiante e olhos completamente brancos.
Antes que Lydia pudesse gritar, sacar a varinha ou até mesmo ter um pensamento coerente, as vozes de seus amigos voltam. A porta do vagão estava fechada, e não havia nada ali, apenas um caminho de formigas que pareciam ir até a janela do trem.
— Lydia? – Uma voz feminina a chama. – Está tudo bem?
— Claro. – Lydia responde quase que automaticamente, forçando um sorriso. – Com licença.
A ruiva sai dali com pressa, seguindo a trilha de formigas. Aquele fenômeno estranho e incrível seguia por todo o trem, até chegar no penúltimo vagão. As formigas pareciam estar fugindo de algo.
Lydia já havia visto vultos e espíritos, era algo recorrente e que ninguém sabia – sempre tentava ignorar os fantasmas, até mesmo aqueles que não podiam ou não queriam ser vistos. Ela enxergava a todos.
Mas agora, parada diante da porta e com a visão que tivera fresca em sua memória, vacilava. Provavelmente havia um corpo ali, e era ela quem deveria achá-lo, sabia bem disso.
Suspirando fundo, a ruiva abre a porta, deixando escapar um grito assustado. O vagão havia se transformado em um ninho de aranhas grandes e negras, com enormes teias que pendiam do teto, para todo o lado. Entre as teias, o corpo do sonserino que vira: já estava morto, o corpo coberto de feridas, e algumas aranhas menores andavam por ele. Os olhos, brancos e vazios.
Ao ouvir seus gritos, as aranhas parecem ficar nervosas. Alguns alunos curiosos se aproximam, também gritando de medo com a cena.
Então, as aranhas começam á sair do vagão, se espalhando pelo trem.
O caos se espalha: os alunos gritavam e corriam pelo Expresso de Hogwarts. Alguns tentavam matar as aranhas, lhes lançando feitiços.
Os professores que estavam ali – eram somente dois- se unem, tentando conter os animais.
Felizmente, as aranhas não fizeram mais nenhuma vítima. Derek Hale, professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, encarava inquieto o vagão que servira como ninho das aranhas, se perguntando como aquilo teria acontecido. Com certeza era magia das trevas, dava para sentir o ar mais tenso e pesado ali. Algum aluno estaria brincando com o oculto? Seria alguém poderoso. Quem quer que fosse, tinha feito uma vítima.
Sidney Midgard, um aluno de quinze anos da Sonserina, estava morto. Não era um jeito nada bom de começar o ano.

 

 

 

 

A visão do castelo de Hogwarts era aliviante para os alunos e professores que chegaram no Expresso Hogwarts, depois do que haviam presenciado no trem. As aranhas viraram rapidamente o assunto do castelo, e até mesmo a cerimônia da seleção de casas e o banquete foram atrasados.
Os alunos haviam recebido ordens para permanecerem no dormitório, apreensivos, enquanto a diretora se reunia com os professores.
Néfitis Abram Decoge, a atual diretora de Hogwarts – e a bruxa mais nova ao chegar no cargo, com seus vinte e seis anos – se ajeitava na poltrona de sua sala, diante dos professores. Todos estavam com feições sérias, aguardando Derek Hale, que não era conhecido por ser pontual, ainda mais naquelas circunstâncias.
Minutos depois, a passagem se abre, e o homem surge, andando apressadamente para se juntar aos companheiros.
— Desculpem o atraso. – Derek diz, lançando um olhar rápido em direção da diretora. A mulher loira, com um coque cuidadosamente feito, pálida e de olhos castanhos escuros, longos cílios, de pose elegante, se remexe na poltrona.
— Agora que podemos começar, gostaria que Hale desse sua opinião, já que estava presente. – Néfitis diz. Embora toda a situação fosse estressante e assustadora, a diretora parecia impassível, não demonstrando fraqueza.
— Com certeza magia das trevas. – Derek fala, se lembrando da sensação que sentira. – E era forte. Nunca vi algo assim... Só pode ter sido um dos alunos. Ou então alguém pode ter conseguido entrar no trem, mas acho improvável.
— Um dos meus alunos fez isso. – Néfitis diz, sentindo o peito afundar. – Não podemos o subestimar. Temos que contê-lo antes que faça outra vitima. Se de fato, for um aluno. Ainda não quero contatar os aurores. Vamos mudar o toque de recolher, quero todos nos dormitórios as nove e meia. Qualquer aluno encontrado fora do dormitório depois disso será severamente castigado. Todos temos que ficar de olhos abertos... E atentos.
— Acha que irá acontecer de novo? – Melissa Spring, professora de trato de criaturas mágicas pergunta. Era fácil não notar a mulher baixinha e franzina, que era muito forte apesar da aparência fraca. Seus cabelos extremamente volumosos e negros, se moviam enquanto esta balançava a cabeça, assustada. Os olhos verde-claro demonstravam preocupação, mais do que isso, começava a entrar e pânico.
E Néfitis Decoge não poderia permitir que nenhum deles entrassem em pânico, não se quisesse descobrir quem estava por trás daquilo, não antes de o parar. Naquele mesmo lugar, um jovem assassino residia. Estavam dormindo debaixo do mesmo teto que o predador, e tinha certeza que, seja quem fosse, estava apenas começando.

 


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