Les Crimes de Grindelwald escrita por themuggleriddle


Capítulo 12
Olhos de Salamandra




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Comparada com a entrada inconspícua do Ministério da Magia londrino, os bruxos franceses haviam escolhido um local muito bonito para colocar a entrada de visitantes do seu Ministério. Place de Furstenberg parecia ser um ótimo lugar para se morar ou passear com um cachorro na coleira e Newt gostaria de poder voltar ali algum dia para aproveitar a calma do lugar. Naquele dia, no entanto, ele e Tina atravessaram a praça correndo, se esgueirando para dentro de um beco.

“Certo, vamos entrar e procurar esse documento nos Arquivos,” Goldstein murmurou, esticando o pescoço para olhar a movimentação na praça.

“Isso. Você sabe onde ficam os Arquivos?” ele perguntou, deixando a maleta no chão e enfiando as mãos nos bolsos do casaco até encontrar o que queria.

“Isso é Poção Polissuco?” A mulher estreitou os olhos enquanto o via tirar do bolso um frasco pequenino contendo apenas algumas gotas de algo verde-musgo.

“Só um pouquinho, apenas para eu conseguir entrar sem ser visto.”

Tina revirou os olhos e bateu os calcanhares um no outro. Newt não pôde deixar de notar que era um tanto adorável a forma como a mulher se expressava com os pés.

“Vai logo,” ela murmurou. “Os Arquivos ficam três andares abaixo da rua.”

Scamander pescou outro frasco do bolso do casaco, vendo Pickett sair grudado no vidro. Sussurrando baixinho para o tronquilho, o homem o colocou de volta no bolso, antes de abrir os dois frascos e jogar o conteúdo do segundo no que tinha a poção. Dois fios de cabelo caíram no líquido, tornando-o alaranjado e mais fluído. O magizoologista levou o frasco aos lábios e fez uma careta ao sentir o gosto da poção em sua língua.

Tina fez uma careta enquanto observava a Polissuco fazer o seu efeito e Newt fechou os olhos por um momento, sentindo o formigamento causado pela magia da poção se alastrando pelo seu rosto, pescoço, ombros e, depois, para o resto do corpo. Quando voltou a abrir os olhos, era como se estivesse sentado no lugar errado de uma sala de aula e ainda não estivesse acostumado com o que conseguia enxergar dali. Também sentia como se estivesse usando uma roupa apertada demais.

“Quem é?” perguntou Goldstein, apontando para ele dos pés à cabeça.

“Meu irmão, Theseus,” o bruxo explicou, esticando os braços para tentar se acostumar com as proporções diferentes e não deixando de notar a cicatriz na palma e dorso da mão direita, um presente da guerra. Theseus era um pouco mais baixo que ele, algo que muitas pessoas não percebiam por conta da postura encurvada de Newt, mas essa pequena diferença já era o suficiente para deixar o magizoologista desconfortável. “Ele é um auror. E adora dar abraços.”

“Não acredito,” ela murmurou, sacudindo a cabeça e saindo do beco.

Eles atravessaram a rua e, assim que pisaram na praça, viram as raízes das quatro árvores ao redor desta começaram a se desenrolar e esticar, afastando-se do chão e formando estruturas complexas, cheias de detalhes bonitos, no ar. Quando as raízes pararam de se mexer, havia um coreto no meio do Place de Furnsterberg, no qual eles entraram e aguardaram.

“Em Londres, é uma cabine telefônica,” o bruxo falou, quando o chão começou a descer e a praça foi ficando para trás. “Mas só os visitantes usam aquela entrada.”

“Pelo menos a entrada do MACUSA é mais prática.” Tina suspirou.

“Vocês, americanos, adoram praticidade.” A luz sumiu por um momento, quando o elevador ficou totalmente debaixo da terra, mas, pouco tempo depois, o chão se acendeu quando eles alcançaram o hall do Ministério. “Acho interessante manter um pouco de floreio na magia.”

“Acho que estudar em um castelo medieval cheio de armadilhas mexe com a cabeça de vocês.” Goldstein arqueou uma sobrancelha, abrindo a porta do elevador e saindo. “Imagino que aquele tantinho de poção não dure muito. Vamos.”

Ignorando a mesa da recepção, onde havia uma fila de bruxos e bruxas esperando para serem atendidos, os dois foram na direção do hall central, onde havia duas fileiras de balcões com máquinas de escrever onde os funcionários datilografavam suas mensagens que seriam enviadas por todo o Ministério. Cada folha que saía da maquina de escrever se dobrava até assumir o formato de um pássaro, o qual voava para longe.

Tina mantinha a cabeça erguida enquanto atravessava o salão, os saltos das botas estalando no chão a cada passo rápido que dava, enquanto Newt se mantinha um pouco atrás dela, abaixando o rosto e tentando manter os passos silenciosos, um hábito que havia adquirido pela necessidade de não alarmar os animais. Quando estavam na metade do salão, o barulho das maquinas de escrever se tornando quase enlouquecedor aos ouvidos do magizoologista, ele ergueu o rosto, observando o teto abobadado de vidro com estrelas e constelações desenhadas. Aquele Ministério era tão claro que nem parecia um centro oficial de governo bruxo, ainda mais quando comparado com o que conhecia do Ministério britânico.

Quando tirou os olhos do teto, Scamander sentiu as pernas travarem. Na varanda do segundo andar, acima do hall, ele encontrou a figura alta de Theseus com as mãos apoiadas no corrimão e as sobrancelhas franzidas enquanto encarava o irmão, boquiaberto. Se o auror já ficaria surpreso de ver Newt ali, ele nem queria imaginar o quão inusitado foi ver a si mesmo andando, com os mesmos trejeitos do irmão mais novo, pelo salão do Ministério francês.

“Acho que você não pode desaparatar dentro do Ministério aqui na França, não é?” o magizoologista perguntou, segurando o braço de Tina e a puxando para entrar em um corredor.

“Não.”

“Uma pena.”

O corredor era mais escuro que o hall de entrada, iluminado por lamparinas com chamas esbranquiçadas. Ao longo das paredes, retratos de bruxos e bruxas os acompanhavam. Newt sentiu o formigamento voltar em seu rosto e abaixou a cabeça ao ver um dos retratos o encarar com uma expressão confusa.

“Newt!”

“Eu sei, eu sei,” ele falou, percebendo que voltara a enxergar o mundo da mesma altura de sempre. O homem olhou para a própria mão direita, vendo que a cicatriz havia sumido.

Os bruxos dos retratos resmungaram algo, irritados, pouco antes do vidro que os cobria passar a exibir outra imagem: um pôster com o rosto de Newt, muito parecido com os que haviam aparecido em Nova York, seis meses antes.

“Urgence! Urgence! Un socier suivi, Newt Scamander, este estré dans le Ministère!” Tina deu um salto ao ouvir uma voz feminina ecoar pelos corredores, junto com um alarme estridente.

Goldstein agarrou a mão dele e o puxou, guiando-o enquanto corriam pelos corredores. O fim do dia se aproximava e, talvez por isso, o Minsitério não estava tão cheio quanto o esperado, fazendo com que fosse mais fácil se deslocar pelo lugar. Eles estavam alcançando uma escadaria para o andar debaixo quando alguém apareceu no final do corredor:

“Newt!”

O magizoologista sentiu um arrepio ruim atravessar o seu corpo e um gosto amargo subir pela garganta ao ver o irmão correndo na direção deles. Foi a vez de Scamander puxar Tina pela mão, correndo escada abaixo com a maleta batendo em suas pernas a cada passada rápida e desengonçada.

“Aquele é seu irmão?!” a auror perguntou, olhando para trás e quase caindo ao perder um degrau.

“Sim. Acho que falei nas cartas que nós temos uma relação meio complicada-“

“NEWT, PARE!”

Eles alcançaram o pé da escada e correram através da porta logo a sua frente. Atrás deles, Theseus derrapou no chão do hall, antes de continuar a perseguição.

“Ele por acaso quer te matar!?” Goldstein perguntou enquanto eles desviavam de um carrinho cheio de papelada, empurrado por um bruxo velho que nem percebera a presença deles.

Uma maldição irrompeu da varinha de Theseus, atingindo a papelada sobre o carrinho do senhor e fazendo tudo ir pelos ares. Tina ergueu a própria varinha a tempo de bloquear o golpe da maldição e olhou o outro auror com uma expressão indignada.

“Ele precisa se controlar melhor,” a bruxa falou, acenando a varinha na direção do Scamander mais velho.

Theseus foi jogado para longe, preso por cordas que a mulher havia acabado de conjurar, e deslizou pelo chão até bater contra a parede do outro lado do salão. Por instinto, Newt sentiu os próprios pés tomarem impulso para ir na direção do irmão, mas logo se interrompeu ao ver o outro se erguer nos cotovelos e os olhar, surpreso.

“Talvez esse seja o melhor momento da minha vida,” o magizoologista sussurrou, ouvindo Tina rir.

***

O andar dos Arquivos estava imerso em silêncio e Newt se perguntou se era sempre assim ou a tranquilidade era apenas por estarem no final do expediente. Ele e Tina se aproximaram da mesa da recepcionista, respirando fundo enquanto tentavam acalmar os batimentos e se contendo para não olhar para trás a fim de ver se Theseus os havia seguido.

A mulher sentada em frente às portas do Arquivo demorou alguns segundos para erguer o rosto do livro no qual escrevia, olhando-os por um longo momento, antes de falar qualquer coisa:

“Puis-je vous aider?” ela falou com uma voz monótona, seus olhos azuis sem emoção alguma enquanto os olhava.

“Ahm, sim, essa é Leta Lestrange. E eu-“

“Meu noivo,” disse Tina, segurando no braço de Newt e sorrindo de forma doce.

A recepcionista puxou outro livro para cima da mesa, abrindo-o e o folheando com calma. Scamander respirou fundo e olhou para a mão de Tina em seu braço. Ela estava apertando o tecido do casaco, suas articulações ficando esbranquiçadas com a força. Um tanto hesitante, ele ergueu a mão e a colocou sobre a da mulher, apertando-a de leve. Goldstein o olhou, alarmada.

“Allez-y,” disse a recepcionista, fazendo uma marca com tinta ao lado do nome ‘Lestrange’ no livro.

“Merci,” Tina murmurou.

“Obrigado.”

Newt puxou a mulher para além das portas de vidro envoltas por um batente de metal intrincado e bonito. O local estava escuro e Tina afastou a mão de Scamander, alcançando a própria varinha e a erguendo.

“Lumus,” ela murmurou e deu uma leve sacudida na varinha, fazendo a bolinha de luz se desprender e flutuar para longe.

“Sobre esse negócio de noivado-“

“Ah, sim, desculpe,” ela falou. “Eu devia ter te dado os parabéns. É só que... Foi tudo tão corrido desde que te encontrei aqui em Paris.”

“Não, Tina-“

“Lestrange,” a mulher falou em um tom mais alto. Nada aconteceu.

Newt caminhou atrás da bruxa ao longo do corredor. Ao redor deles, diversas estantes feitas de madeira escura com belos arabescos esculpidos se erguiam, alguns compartimentos contendo livros e pergaminhos, enquanto outros guardavam objetos estranhos, caixas e até mesmo profecias de cristal que brilhavam debilmente no meio da escuridão. Scamander não pôde deixar de notar o quão mais organizado e limpo aquele Arquivo era quando comparado ao do Ministério britânico, no qual ele já tivera a infelicidade de entrar para procurar os registros de um dragão errante que havia atacado cinco rebanhos de ovelhas nos últimos dez anos.

“Sobre a Leta-”  

“Sim, acabei de dizer, estou feliz por você.”

“É, bom, não fique.” A mulher parou e o olhou, confusa. “Por favor, não fique feliz.” O bruxo franziu o cenho e sacudiu a cabeça. “Digo, não... Desculpe, eu não... Claro que eu quero que você fique feliz. E ouvi falar que você está feliz agora. O que é, uh, ótimo. Desculpe.” Scamander ergueu as mãos e gesticulou para o nada, como se tentasse moldar as ideias com as próprias mãos no ar. “O que eu quero dizer é que eu quero que você seja feliz, mas não porque eu estou feliz, porque eu não estou. Feliz.” Ela continuava o encarando como se ele estivesse enlouquecido. “Ou noivo.”

“O que?” Tina perguntou em uma voz baixinha e fraca.

“Foi um erro de uma revista. Meu irmão vai casar com Leta, em Junho. Eu só sou o padrinho... O que é meio hilário, se for parar para pensar.”

Os olhos da bruxa se desviaram para o nada e era quase possível ver os pensamentos se formando na mente dela.

“Ele acha que você está aqui para conquistar ela de volta?” Goldstein franziu o cenho, o olhando nos olhos de novo. “Você está aqui para conquistar ela?”

“Não! Eu estou aqui para-“ O homem grunhiu, enfiando os dedos nos cabelos e respirando fundo. “Leta e eu... Nós nunca... Ela é uma pessoa muito importante na minha vida e eu gosto muito dela, é verdade, mas eu não sei se... desse jeito. Nunca soube. Eu gosto de passar tempo e conversar com ela. Eu... Sinto muita falta dela,” Newt murmurou, sentindo um nó se formar em sua garganta. Nunca havia falado isso em voz alta e agora percebia que era algo que sentia desde o momento que foi colocado para fora de Hogwarts. “Mas eu também... Eu...” Scamander se forçou a encarar a mulher na sua frente. Novamente, os olhos de Tina pareciam brilhar com mais intensidade por conta do brilho do feitiço que flutuava ao redor deles. “Sabe, os seus olhos são bem-“

“São o que?” ela perguntou em um murmúrio.

“Eu não devia falar isso,” ele sussurrou, mordendo o lábio inferior.

“Newt, eu li o seu livro e-“

“Eu tenho uma foto sua- espera, você leu?”

Sentindo o rosto arder, Scamander enfiou a mão no bolso do peito de seu casaco, puxando dali um papel amassado. Ao desdobrar a folha, o rosto de Tina o olhava na foto em preto e branco que havia recortado do jornal. Ela sorria discretamente, desviando o olhar da câmera o tempo todo.

“Eu peguei isso... Digo, é só uma foto sua de um jornal, mas eu achei interessante, porque os seus olhos, aqui... Sabe, ao vivo eles tem o mesmo efeito, Tina... Parece o brilho de fogo na água escura. E eu só vi isso...”O magizoologista torceu o nariz, não sabendo como explicar aquilo sem soar estranho como havia soado quando falara para Jacob. “Eu só vi isso antes em salamandras. Porque elas... são escuras, mas as veias de fogo delas ficam lindas contra o preto...”

Newt não soube interpretar a expressão com a qual Tina o olhou. Os olhos dela pareciam mais abertos e os lábios um pouco contraídos, como se ela estivesse prestes a falar algo, mas também havia um indício pequenino de um sorriso em um dos cantos de sua boca. Talvez a luz do feitiço estivesse lhe enganando, mas o rosto da bruxa ficou corado.

O barulho da porta do Arquivo abrindo e fechando fez os dois se sobressaltarem. Eles se esconderam atrás de uma das prateleiras enquanto as luzes do local se acenderam e o barulho de saltos contra o chão de mármore ecoou.

“Lestrange,” disse uma voz conhecida e as estantes começaram a se mover.

As colunas de estantes giravam e se afastavam, fazendo Newt e Tina correrem por entre elas para não serem atingidos e permanecerem escondidos. Uma das colunas avançou para a entrada da sala e Goldstein se agarrou aos compartimentos, sendo seguida pelo magizoologista. A estante se ergueu, deixando-os mais longe do chão, e parou abruptamente. Só agora eles entendiam que o bruxo ou bruxa que procurasse por um arquivo precisava apenas ficar parado no balcão que rodeava a parte superior do aposento, anunciar qual arquivo queria e esperar que ele fosse até as suas mãos.

O barulho de papel raspando contra outra superfície pareceu ensurdecedor no meio do silêncio do Arquivo. Newt espiou por entre as frestas das prateleiras, encontrando o rosto conhecido de Leta Lestrange do outro lado, segurando um pedaço de pergaminho enquanto franzia as sobrancelhas ao ler seja lá o que estivesse escrito ali.

“Père Lacheise,” Lestrange sussurrou, erguendo os olhos da carta e, por um segundo, encontrando os de Newt entre as estantes. O homem sentiu o coração pular um batimento. “Circumrota.”

Scamander se pressionou mais contra as prateleiras, escondendo o rosto ali quando sentiu a coluna de arquivos girar no lugar. Ao seu lado, Tina estava estática.

“Olá, Newt.”

O magizoologista se forçou a olhar a bruxa parada no balcão. Ela tinha os braços cruzados em frente ao peito, a varinha batendo contra o braço e um sorriso pequenino nos lábios.

“Olá, Leta,” ele murmurou, sorrindo sem graça.

“Oi,” disse Tina.

“Eu quero saber o que está fazendo aqui?” Lestrange perguntou.

“Você costumava ser minha cumplice,” disse Newt, rindo fraco.

“E você costumava confiar em mim.” Leta deu um passo para trás quando o bruxo pulou para o balcão. Tina estava esticando a perna e testando o corrimão quando a outra bruxa se aproximou novamente e esticou a mão para que ela segurasse e descesse com mais segurança. “Podia ter me pedido.”

“Você nunca falou sobre isso direito, Leta.”

“Tem muita coisa sobre as quais não falamos nos últimos anos, Newt, muitas delas porque estamos sempre fugindo um do outro,” ela falou, encolhendo os ombros.

“Então... podemos perguntar agora?” Tina murmurou, erguendo a mão como se pedisse para falar. “Sobre essa suposta árvore genealógica da sua família?”

“Père Lachaise,” disse Lestrange, sacudindo o pedaço de pergaminho no ar. “Alguém mudou os arquivos para lá.”

A porta atrás deles estalou outra vez e um rosnado baixo veio daquela direção. Leta se virou, assustada, e eles viram a recepcionista parada na entrada do Arquivo, acompanhada de dois felinos do tamanho de São Bernardos, pretos e magros, com grandes olhos vítreos.

“Ils sont avec moi,” disse Leta, erguendo a mão e alcançando o braço de Newt.

Um dos gatos chiou e Lestrange levantou a varinha.

“Eles só vão atacar se você os atacar primeiro,” Scamander murmurou.

“Il est mon fiancé.” A bruxa deslizou a mão para a do magizoologista, entrelaçando os dedos com os dele e o puxando para mais perto. “Il est avec moi.”

“Et elle?” A recepcionista indicou Goldstein com o queixo.

“Ma demoiselle d’honneur.” Hesitante, Leta guardou a varinha e esticou a mão na direção de Tina, chamando-a para mais perto de si.

A recepcionista os observou por um momento e Newt não pôde deixar de imaginar o quão esquisitos eles deviam estar ali: ele e Goldstein, ambos com expressões assustadas, segurando as mãos de Leta, que mantinha a graça habitual de alguém que crescera sendo educada para não ser mais que uma flor bonita e silenciosa em meio a uma sociedade dominada por homens.

“Laisse nous partir,” disse Lestrange, mudando o tom de voz discretamente. Suas palavras ainda eram educadas, mas haviam perdido a candura e soavam mais duras. “Síl vous plaît, madame.”

Ainda parecendo desconfiada, a mulher deu um passo para o lado e os gatos a seguiram, diminuindo de tamanho à medida que caminhavam. Quando eles se sentaram ao lado da bruxa, não passavam de gatos pretos comuns. Leta soltou a mão de Tina, mas manteve Scamander perto de si enquanto eles saíam do Arquivo.

 


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Notas finais do capítulo

Eu talvez tenha achado aquela perseguição dos matagots desnecessária?



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