Uma Seleção com Rosie Ambers escrita por ANA


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Eaiiii meu povo
To atrasada eu sei
Mas tamo aqui pra continuação.
Bjsss

:D



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"ROSIE, oi!" A pequena me demorou menos de cinco segundos para me abraçar. Ela estava diferente, de jardineira.

"Oi." Rio fraco." Você está muito bonita com essa roupa. E eu amei sua trança" Digo passando a mão em seu cabelo.

"Ah,obrigada. Minha mãe me manda vir assim quando venho mexer na terra, para não sujar os vestidos. Eu já ia começar plantar minhas sementes novas, quer me ajudar?"

Assinto sorrindo. E sou guiada pela princesa até um pequeno vaso só de terra em frente a fonte.

"Esse vaso é novo? Não tinha visto ele aqui..."

"É,sim! O tio Juan prometeu que traria hoje de manhã. Ele sempre chega cinco horas aqui para molhar as plantas, sabia?"

Nego enquanto vejo-a andar até a mesa de madeira e tirar o regador. 

"Nós combinamos que hoje eu poderia regar as flores...Eu quero fazer isso depois de plantar. Então...eu planto e você joga água, ou vai querer o contrário?"

Seu sorriso doce e fofo me faz ter vontade de apertar suas bochechas.

" Tanto faz."Dou de ombros sorrindo.

"Mas eu deixo você escolher! Pode falar. Está com vontade de regar?" Ergue as sobrancelhas e estende o objeto.

" Você é a princesa,você manda."

Kerttu ri.

"Tem razão." Põe uma mão na cintura pensativa e desvia o olhar para longe antes que me lançar uma expressão sagaz." EU ordeno... que você escolha."

Me encara com um sorriso vencedor. Solto uma gargalhada  e seguro o regador.

"Como quiser, Alteza." Faço uma reverência.

"Você pode encher com água da fonte" Sugere ao passo que se abaixa diante do vaso.

"São de que as sementes?" Pergunto enquanto me aproximo da água. 

 " LÍRIOS" diz sem conter a animação." Dessa vez quero  colocar no meu quarto,assim que elas crescerem. Espero que minha mãe deixe, porque os lírios que o tio Osten me deu já murcharam há muito tempo... Eles só duraram uns dois dias."

"Só isso?" Me abaixo junto a ela. Kerttu havia deixado pacote de lado e termina de enterrar as sementes." Era para terem durado mais...Você tentou aquele método de colocar em água e cortar os caules das flores na diagonal?"

"Como assim?"Kerttu franze a testa." Tem que fazer isso?"

Concordo.

"São umas dicas básicas de jardinagem que meu pai me deu quando eu era pequena. Costuma funcionar para quem faz arranjos. Quando você corta o caule nessa direção,a água consegue subir mais e plantas dura mais um pouquinho."

" Ahn... Eu queria saber disso na hora." Lamenta."Pode molhar." 

Acato seu pedido vendo-a procurar algo no bolso pelo canto do olho. 

"Amanhã vou usar essas sementes."Estende o saquinho. Ele tinha o nome Magnólias escrito em letras garrafais."O Juan me deu falando que Magnólias são bonitas e que vai trazer um vaso amanhã para elas. Eu nunca vi uma, queria que tivesse algum desenho nesse papel para saber como é...Vou ter que esperar nascer para isso."

"Eu já desenhei uma Magnólia." Dou de ombros."Está meu caderno lá em cima. Posso buscar agora, se quiser." 

"Sério?!Eu quero!" Pega o regador de minha mão e se levanta radiante. " Eu vou terminar o trabalho enquanto isso." 

Observo Kerttu se dirigindo a água e despejá-la sobre as margaridas e sobre a Rosa do Deserto. Dou um suspiro e me viro para sair.

Uma movimentação de pessoas descendo os degrais da escadaria principal com roupas parecidas umas com as outras me fez parar de andar. Eram os tutores. Eles vinham conversando entre si.

Coloquei as mãos para trás e sorri amarelo quando alguns olharam para mim. Todos viravam na direção de um corredor, que, na minha intuição,levava a saída do Palácio,ou quem sabe, apenas para outra ala. Não era possivel saber exatamente para onde iriam.

Pude ver Grace entre eles falando com uma instrutora loira, no entanto, ao me notar, deu um leve aceno ela e se aproximou de mim. Seus grupo seguiu o caminho.

"Senhorita Ambers, vejo que Jade estava mesmo falando a verdade. Você, de fato, não sai do jardim."   Olha para as portas atrás de mim.    "Devia se envergonhar disso.Acabei de passar nos quartos de Jade e Clairy para ver os andamentos delas e vi que estavam estudando. Quando passei pelo seu, estava vazio. Mesmo estando menos preparada e  com um discurso novo para estudar, de última hora, você está simplesmente descansando" Seu tom é reprovador.

" Desculpe, eu não .."

"Vocês dois." Aponta para os guardas que ouvem nossa conversa da porta."Rosie vem aqui todos os dias?"

"Eu já admiti que faço isso,mas não deixo de estudar,senhora." Digo antes deles reponderem.

"Com que frequência ela vem,Avery?"Grace pergunta me ignorando.

"Umas duas vezes, senhora.De manhã e a noite." O de pele morena responde me lancando um olhar como de quem pede desculpas. Acho que percebeu o clima tenso ali.

Grace se volta para mim.De repente bateu um arrependimento total de ter vindo esvair a mente. Explico esse meu propósito a ela rapidamente.

"Clairy me ajudou a pronunciar o discurso.Mais tarde estava planejando repassá-lo." 

Grace bufa ao terminar de me ouvir e apenas manda que eu a siga. Acho estranho,porém obedeço. Andamos até aquele saguão que possui a porta para o corredor verde.  Ela verifica os lados, e me encara.

"Escuta,garota, eu,assim como todos em Illea,espero que essa Seleção muito benéfica para o país e a realeza. Tenho as minha favoritas desde o dia os nomes foram anunciados e você era uma delas." Franzo a testa com o que disse." Isso até eu ver que de você só possui carisma. Sinto muito,mas tenho observado que as garotas que estão aqui estão lutando com garra pelo o que querem, para serem um ótimo apoio diplomático ao Príncipe Osten. Ele foi meu aluno de italiano desde pequeno, e, como uma boa amiga da família real, sinto que estou no dever de avisar ao Príncipe quem se encaixa ou não se encaixa no que procura." 

Seu olhar me passa determinação e  uma coisa que não conseguia definir...

" Não sou muito de dar conselhos a ninguém. Mas não acho que bancar a boazinha e amiguinha da princesa vá lhe acrescentar alguma coisa. Se você tem a intenção de ter uma coroa na cabeça no final disso tudo, é melhor que ande na linha." Dá de ombros séria "Isso é tudo."

Fico meio sem o que dizer no mento em que se afasta.

" Ah, mais uma coisa." Grace se vira para mim já na porta. " É indispensável que seu discurso de amanhã seja muito bom. Será bem milagroso se conseguir compensar o que coloquei sobre sua rotina desleixada no meu relatório."

Espero Grace desaparece da minha vista apara continuar a andar para o quarto. É inevitavel pensar no quão equívocado era seu discurso. Um dos motivos para isso era porque ela não sabia minha intenção:Eu não tinha desejo nenhum de conquistar um cargo de princesa. Aquelas suas ameaças sobre contar a Osten sobre meu possível "desleixo" eram inúteis.

E não me importava se precisaria ter uma ótima oratoria no Jornal Oficial para ganhar destaque na competição, minha preocupação era outra: Não voltar apra casa depois de um vexame, pois seria demais para suportar..

Pensar nisso me deu vontade de revisar o discurso,para ter certeza de que tudo daria certo. Tentei ser rápida ao buscar meu caderno. Iria apenas mostrá-lo rapidamente para Kerttu e voltar para o quarto.

"Ei, senhorita."Olhei para o soldado ao lado de Avery quando estava quase no fim do meu trajeto. Acho que seu nome era Markson,pelo que Osten disse no dia em que saímos juntos e os dois guardas estava ali. 

"Sim?"

"A princesa saiu há alguns minutos da estufa e pediu para que eu lhe avisasse que a espere por lá enquanto busca uma cesta de piquenique."

"Piquenique?!"

"Foi o que ela disse." Dá de ombros.

"Depois me diz se sobrou torta de amora?" Avery interrompe. Eu e Markson olhamos confusos para ele. O moreno parece um pouco desconcertado. "Desculpe, pela indiscrição, senhorita, é que Vossa Alteza sempre passa por aqui com a cesta e nos oferece algum pedaço."

Markson bufa. E eu rio baixo.

"Pelos céus, Avery, se quer torta de amora vai para a cozinha buscar."

" Quem disse que deixam?"Rebate o amigo" Só porque você e Aspen são os guardas favoritos da Delilah, é que conseguem tudo o que querem de comida. Para o resto de nós,ela não faz tanto caso."

Delilah? Quem seria esta? Aviso aos dois que estava de saida e digo ao Avery que falaria sobre o assunto com a princesa. Comprimo o riso ao ver o moreno arquear as sobrancelhas para Markson e me direciono ao lugar marcado.

Suspiro quando percebo que já deviam ter passado quinze minutos, e nada de Kerrtu aparecer. Àquele ponto eu já havia dado milhares e milhares de voltas na estufa. Ouço um assobio falhado quando estava distraída com uma Orquidea preta.Ela estava presa de numa pequena árvore.

"Ah,que coisa,sempre erro esse som" Vislumbro uma Kerttu com um vestido azul marinho rodado até o joelho andando até mais perto"Desculpe demorar, Rosie,é que minha mãe me viu suja de terra e me obrigou a tomar banho e trocar de roupa. A sorte é que eu já tinha ido a cozinha para pedir a cesta,se não ia passar mais tempo..." 

"Hã... tudo bem. Eu trouxe a Magnólia par você ver."Sorrio e folheio o caderno em minhas mãos."Esta daqui que eu desenhei no jardim de um dos amigos do meu pai. Ela está preta e branca,mas floresce rosa ou branca."

"Ela é perfeita." Comenta."Acho que reconheço de algum lugar..."

"Já viu alguma foto daquelas árvores totalmente floridas da Nova Ásia?"

"Talvez." Kerttu franze a testa.

"Pois, então, Magnólias são um tipo de flor que fica nessas árvores. Só que não dá para garantir que suas sementes irão crescer desse jeito, pode ser que só dêem um pé pequeno."

"Tudo bem" Ela sorri."Mesmo assim vai ser divertido ver elas crescerem. Eu... posso olhar mais seu caderno?"

"Claro"

" Podemos ir logo para o canteiro." Diz ao pegá-lo." É lá que faço piqueniques."

Me ofereço para segurar a sua cesta enquanto andamos. Pegamos o mesmo caminho pelo qual passei com Osten no encontro.Kerttu passa o trajeto inteiro me perguntando o nome e origem das espécies que desenhei. Sorrio ao ver sua animação. O ar está soprando vez ou outra contra nós  e o sol está começando a ficar alaranjado pelo fim de tarde.

"A gente pode ficar em baixo daquela árvore." Kerttu aponta o lugar."Eu, o Stefan, a Giselle,a Valerie, a Courinne,o príncipe Klaus,  e o chato do principe Alison, escolhemos ela como a nossa preferida no Castelo. A gente conta pique esconde aqui,e eu e as meninas fazemos piqueniques também. Pena que elas não estão mais em Angeles,estariam conosco."

Após tagarelar,Kerttu corre e se senta encostada no tronco. Ela faz um sinal para que eu fique ao seu lado. Coloco a cesta a nossa frente quando me acomodo.

"Ah,não. Esqueci. Levanta, Rosie. Me mandaram colocar um pano antes de sentar. Esse povo fresco..."

Ela abre a cesta e tira uma malha quadriculada de cores amarela e branca. Ajudo-a a estender. Em seguida,Kerttu e eu e nos sentamos e ela começar a retirar a comida e,uou, era muita coisa boa. Meu estômago roncou só de ver.

Pães, geleias de morango,cereja e framboesa, bolos de chocolate e de morango, biscoitos de leite,e tortas de morango, maçã e amora. 

"Tem um guarda que perguntou se sobraria torta de amora."comentei.

"Ah,o Avery." O rosto dela se ilumina."Vou guardar um pedaço para ele e o Markson. Eles são muito legais ." Diz cortando um grande pedaço e enrolando num papel. "Você gosta de suco de laranja?"

"Gosto."Sorrio.

" Que bom! Foi o único suco que tinha pronto na cozinha."

Ela retira uma garrafinha e dois copos de vidro do fundo,pondo-os na nossa frente

"Eu te sirvo" Põe a mão sobre a minha quando  tento pegar a garrafa.Ela rapidamente coloca nossos sucos. Fiquei impressionada com o manejo que Kerttu tinha com as mãos para armar tudo sozinha. Deduzia que, por ela ser criança e,ainda por cima, uma princesa servida pelas pessoas desde o nascimento, não fizesse esse tipo de coisa com a maior espontaneidade. Pelo visto, eu estava bem equivocada quanto a ela...

"Você parece mesmo gostar de morango." Comento quando ela se serve da torta e do bolo desse sabor.Escolhi provar o bolo de chocolate,antes de pegar um pedaço da torta de maçã.

"É..."  Ri. "Minha avó me fez ficar viciada nisso. Ela gosta mais da torta de morango que do bolo."

"O Stefan também gosta."Digo me lembrando de quando pediu isso na festa." Falando nele, por que não o vejo mais no Palácio?"

Nos últimos dias,apenas podia ver Kerttu e a família comendo na mesa deles. Stefan e a mãe não participaram mais das refeições.

"Ele está estudando numa escola perto da casa dele. Fica alguns quarteirões do castelo. O Stefan só vem nos fins de semana ou em festas e eventos,como foi no dia do meu aniversário." Assinto ouvindo-a "O pai dele que vem todo o dia e volta para casa,porque trabalha aqui. Ele que manda em todos esses guardas." Indica uma direção e eu me surpreendo ao ver que a uns metros de nós,existem dois guardas posicionados atrás de um árvore. Dava para enxergar apenas parte de suas fardas.

"O que eles estão fazendo ali?"

"Nos vigiando,oras. Eles vieram nos seguindo desde lá de baixo. Estão em quase dez,olha."

Kerttu aponta para diversas regiões e eu consigo ver uma parte do corpo deles dele. Estavam basicamente cercando o perímetro... Ouço a gargalhada da princesa. Não era para menos,devia estar com a  maior careta do mundo.

"Como eu não percebi eles?" Indago.

"Eu já estou acostumada. " Dá de ombros." Meus pais NUNCA me deixam sair sozinha, tudo culpa do meu avô Maxon e da avó Meri, que têm trama dos ataques de rebeldes ao Palácio. Essas coisas nem acontecem mais! "Revira os olhos. " O último foi antes da mamãe nascer! E, até hoje, nem o tio Osten tem permissão para andar sozinho por aqui."

Ergo as sobrancelhas.

" Nem ele?" Ela nega com a cabeça.

"Mas ele mandou que os guardas não nos seguissem quando nos dois saímos semana passada."

Kerttu balança a cabeça.

"Ele tenta,só que eles nunca fazem isso."

Fico desconfortável de saber que fui vigiada em todo o passeio com o principe. Ainda bem que não aconteceu nada demais. É. Só na estufa.

Meu coração acelera. Oh,não. Se os guardas eram especialistas em se esconder,será que...? Aquilo seria vergonhoso demais. E se algum viu o momento que joguei Osten na fonte? Senti uma pontada no estômago só de pensar.

Percebo uma mão abanando na minha frente.

" Você está aí?" Pergunta me encarando."Está com uma cara estranha." 

"Nada demais. Desculpe, você pode repetir o que falou." Sorrio e mordo um pedaço da torta.

"Hum... sim."Suspira." Eu disse que queria minha família entendesse que essa coisa toda de nós vigiar é inútil. Um guarda já é suficiente e, de preferência, bem longe."

Assinto no final do desabafo da princesa. Devia ser mesmo ruim ter a vida particular tão invadida.

"Sinto muito. Talvez seja necessário." Dou de ombros.

" Ou, talvez, não."

Nós duas compartilhamos uns minutos de silêncio para terminarmos nosso lanche. Noto que não acabamos com metade da comida. A torta de amora está quase toda inteira.Kerttu comenta que vai dar tudo para os guardas.

"Olha,eu sei dizem que não é bom comer e deitar, e eu não estou ligando nada."Kerttu joga uns pratos para o lado e de esparrama de barriga para cima."É tão  divertido ficar vendo essas folhas. Os buraquinhos entre elas."Emenda."Parecem até constelações, quando o vento move os galhos."

"Quê?" Franzo a testa sem entender.

"Deita aqui também,e eu te mostro." 

"Não sei se é uma boa ideia. Você é criança,se se sujar ninguém vai te criticar." 

Quem me visse no corredor me olharia de lado e as criadas teriam um ataque. Principalmente Lee.

" Por favor,Rosie,não precisa ter medo do tio Osten te ver assim. Ele faz isso comigo toda hora." Demonstro confusão." É verdade. E ele me disse que gostou de você. Não vai te expulsar da Seleção, porque te viu cheia de terra."

"Não é pelo Ost..."Paro e me dou conta do que ela falou. "Ele disse que gostou de mim?"Faço uma careta. 

"Sim" Kerttu responde na maior naturalidade.

Balanço a cabeça. Depois de tudo o em que fiz para ele. Achei que tudo o que ele fazia a mim era mostrar educação e pena. Só que, de alguma forma,Osten me tinha uma boa impressão de minha pessoa. Reprimir era ideia pensando que,possivelmente, aquela resposta poderia ser apenas para agradar a sobrinha,já que, essa sim,eu tinha certeza que gostava de mim...

"E foi ele que percebeu comigo sobre o que quero de mostrar na árvore. Por favor,é rápido."

Suspiro e organizo o resto das refeições dentro da cesta. Me deito ao seu lado, no final.

"Fique concentrada nos buracos entre as folhas."Kerttu pede."  Notou eles parecem pontos? Se você juntar todos e prestar atenção as folhas mexendo, vai parecer estrelas piscando num céu escuro. É viagem, eu sei."

"Um pouco." A acompanho na risada." Mas agora eu realmente estou vendo o que falou.Nunca tinha notado isso... é bonito. Como percebeu?" 

" Eu e o tio Osten viemos passear um dia no canteiro e ficamos deitados olhando as nuvens. Mas estava tão chato ver os  formatos quase todos iguais que eu comecei a encarar essa árvore. E falei que estava brilhando. Então,ele olhou também e comparou tudo a estrelas." 

Não evito o sorriso.

"Vocês passam muito tempo juntos?"

"Aham."assente sorrindo." Ele é a única pessoa que me mostrou e vai comigo para todos os cantos do Palácio,até aqueles que a maioria da minha família não vai: Tipo cozinha,  estábulos, muros depois desse canteiro, sala de correios, salas secretas... Ele só não tem a chave de tudo. Eu tenho." Me olha com um sorriso malandro." Mas isso é segredo, está bem?"

"Não entendi." Franzo as sobrancelhas."Você tem as chaves de..."

"Tudo que você imaginar." diz segura de si e coloca as mãos em baixo da cabeça.

Kerttu me deixou impressionada mais uma vez naquele dia explicando sobre como conseguiu tal façanha. Ela fez uma favor para Maxon de levar um documento  relacionado aos trabalhos que ele e America que fazem até a Rainha. Ao mesmo tempo, conseguiu um papel de solicitação da cópia de todas as chaves do Palácio no nome de Eadyln.

Como só precisava da assinatura dela,Kerttu colocou os papéis sobrepostos e aproveitou um instante em que sua mãe estava ocupada cuidando da irmãzinha Amberly. Disse que eram o documento  de urgência para o avô tinha duas páginas. A Rainha nem mesmo leu,apenas assinou tudo.

"Deu um pouquinho de trabalho vigiar a hora em que um dos guardas iria para o quarto dela entregar o pacote a chaves. Eu não sai de lá até que chegasse..." Dá uma risadinha contagiante antes de continuar.

"Mas valeu a pena. Hoje posso ir para onde quero e quando quero no Palácio. Eu vou demais no telhado,lá tem uma lareira e eu posso ficar treinando dança e canto sem ninguém me atrapalhar." Dispara."Só teve uma vez que quase que descobriram tudo... Era dia de chuva e minha mãe não me deixou sair para tomar banho de água no jardim. E eu tive a ideia de ir para o telhado. E, quando eu cheguei lá,escancarei a porta com pressa de me molhar e vi meus avós se  BEIJANDO na CHU-VA! "

Arregalei os olhos.

"Quê?"

"Pois é. ECA. Eles nunca fizeram isso na minha frente. Eu achando que pessoas velhas não se beijavam... A vó Meri até ficou vermelha e vovô quis saber como eu tinha ido parar ali. Então, dei a desculpa que vi tudo aberto. Por sorte, ele acreditou e minhas chaves ainda estão seguras."

Não conseguia parar de rir enquanto  ela falava.

" Kerttu, você é a melhor."

"Eu sei" Dá de ombros.

"KERTTU." A voz grave vindo de alguns metros me fez cessar o riso.

" Oi, tio" A pequena acena.

Me coloquei sentada,assim que vi o príncipe se aproximar de nós.

"Boa tarde, Rosie." Abre seu costumeiro sorriso.

"Boa tarde..." Digo sem graça.Ele anda para o lado da sobrinha.

 "Sua mãe está tentando achar o caderno no seu quarto com suas novas medidas."

" Ah,é"Se levanta num salto."Esqueci  de dar. Ela quer para agora?"

Osten assente.

"Ok. Eu vou e já volto em minutos. Fiquem aqui." Faz um sinal de 'pare' com as mãos e começa a ir.

"Calma,Kerttu! Eu vou junto para levar a cesta."  Levanto meio desengonçada sob o olhar de Osten."Me espere colocar essa toalha de volta." 

"Mas o piquenique ainda não acabou" A princesa protesta."Fica aqui com o tio,e deixa ele lanchar. Você já lanchou?" Ele nega."Sobrou muita comida na cesta. A Rosie te faz companhia enquanto você come. Vou aproveitar para trazer minhas bonecas. Aí, podemos brincar nós três. Agora vamos ter uma família completa. FINALMENTE." Pisca para Osten. Olho confusa de um para outro. Do que raios ela estava falando? "E você não precisa ser mais minha filhinha. Pode ser o pai e a Rosie pode..."

"Acho que não é boa ideia." Ele a corta." Por que não traz um jogo de cartas,ou de damas?" O jeito como fala é tanto veloz.

"Não." Cruza os braços"Vamos brincar de BO-NE-CAS" Sua voz é ríspida, em tom mandão. "Qual é?Você nunca questiona quando brinca disso comigo. "

"Kerttu..."Osten coça a testa e me olha de relance.

"Não adianta fingir que não gosta só porque a Rosie está aqui." Kerttu se aproxima." Ele pode até dizer que não,mas já fez chá comigo e as bonecas,e me ajudou a colocar o nome delas."

Minha boca se abre,não só pelo que ela falou, mas pelo fato da cor do rosto de Osten ter passado de normal para vermelho em questão de segundos.

"É... pequena, você está perdendo tempo aqui." Osten põe as mãos nos ombros de Kerttu e a vira de costas para a gente." Sua mãe está te esperando por lá."

É quando uma gargalhada tenta avançar minha garganta. 

"Tudo bem, mas EU vou pegar as bonecas,e nada de fugir." Kerttu diz sob os ombros.

"Certo,certo. Agora vai"

A princesa joga um beijo no ar para nós, antes de começar a correr.Ela some na esquina bem rápido. Não consigo me segurar quando Osten se vira para mim e pergunta o que tem para comer ali.

" Isso. Ri mesmo."Ele se agacha e senta abrindo a cesta." Já joguei meu orgulho para o alto."

" D-desculpe." Digo me recuperando." Mas isso é sério mesmo?"

Osten olha para cima sem graça e solta o ar.

" Eu quase nunca consigo negar nada para ela. Ninguém da família consegue. Eadyln é a mais dura de todos nós,mas também é facilmente dobrada." Dá de ombros.

"A verdade é que todas as amigas  mais próximas de Kerttu são estrangeiras, e meu pai me convenceu um dia,a contragosto, a passar um tempo  com ela. É depois que eu vi o rosto de felicidade da minha sobrinha, decidi não negar mais e fingir que gosto de tudo." Aponta o dedo para mim nessa última parte,o que faz com que uma nova onde de riso me atinja.

O silêncio depois é preenchido por ele verificando a cesta e eu cruzando meus braços.

"Não quer sentar?"Chama minha atenção para baixo." Acho que ela vai demorar."

"Tudo bem." Digo lamentando  por dentro por não ter conseguido sair junto com a princesa. Sento-me como antes, apoiando as mãos atrás do corpo estirado.

" Ah, que ótimo. Vocês comeram toda torta de morango."

" Kerttu." Sorrio. "Mais um que gosta." 

"Ahn?"

"Eu disse mais um que gosta muito de morango." Explico melhor o que tinha pensado em voz alta." Você,  sua,mãe, Kerttu,Stefan..."

"Hum..."ergue as sobrancelhas."Na verdade, minha primeira opção é chocolate." Diz mostrando o pote de bolo." Se quiser me comprar de algum jeito,é só oferecer." Corta uma porção para ele e me oferece um pedaço.

"Obrigada,estou cheia." Ele assente."Eu também sou apaixonada por chocolate. Principalmente em barras."

Uma rajada de vento atinge meus cabelos e eu tenho que segurá-lo para que não cubram minha cara. Vejo Osten ,pelo canto do olho, esticar o corpo para que o monte de guardanapos e um pote vazio  não voem longe.

"Foi quase." Comenta.

"Isso sempre acontecia nos piqueniques com a minha família." Ele me encara mesmo devolvendo os objetos à cesta." Eu e meus pais,a gente revezava para quem tinha que levantar para pegar alguma coisa."

"Vocês faziam muito isso, piqueniques em família?" Me olha curioso.

"Quando eu era pequena era mais frequente.Tem uma praça perto de casa.Só que como sou filha única e fui crescendo,fomos ficando mais desanimados."Percebo que estou gesticulando muito,como uma ansiosa e paro com isso.

"Minha mãe não quis perder o hábito de  programas em família,essas coisas. Então, normalmente depois das viagens a serviço dela e do meu pai,ela planejava uns fins de semana para passarmos um tempo ao ar livre. Só nós três. E era num dos bancos de madeira que tinha na praça. Eles me contavam tudo da viagem por lá. Mas, outras vezes era só eu desenhando, e de vela com eles namorando num banco mais longe."

Osten sorri de lado.

"Por aqui. Só mesmo Kerttu.O resto de minha família nunca foi muito de fazer isso,talvez pelo fato de que que estamos em casa. Vocês saem, assim que tem graça." Assinto sorrindo fraco.

"Numa das poucas vezes em que todos animaram, eu devia ter sete anos e até rolei pela grama,e depois por lama com Kaden. A gente queria saber quem enlouquecia mais a minha mãe,e eu ganhei, já que ele sempre foi do tipo correto ao extremo, que não aguenta uma ameaça."

Reviro os olhos.

" Você que é teimoso demais."

Ele ergue as sobrancelhas. Então minha mente processa o que saiu. Boa,Rosie.

" Ah...Foi mal."

É a vez dele revirar os olhos.

"Você é outra que se preocupa muito com as coisas que diz." Fala se deitando em cima do pano, pondo as mãos abaixo da cabeça do mesmo modo confortável que a sobrinha minutos atrás." Se quer saber,algumas coisas que você já me disse são até verdades. Você tem que relaxar mais."

Franzo a testa tentando entender o que ele disse,ao passo que ele bate uma as mãos no chão ao seu lado.

"Vamos lá."

"Hein?" Boiei complemente.

"Eu disse para você relaxar." Noto seu tom de divertimento.

"É para deitar?"

"Ah, finalmente ela entendeu." Estende as mãos para o alto. Balanço a cabeça rolando os olhos.

"Eu não quero deitar."

"Não?" Levanta uma das sobrancelhas." Mas qual o problema nisso? Você já estava quando cheguei."

" É sem necessidade."

" Eu sugeri para você relaxar. Mas você faz o que quiser."Dá de ombros.

"Eu estava numa boa assim." Suspiro." Mas para você não ficar reclamando."

Inclino-me para trás,voltando a observar as folhas com os buracos de estrelas.

"Então?Dá até para dormir, não acha?"Ouço-o dizer depois de um tempo. 

"Haha, prefero mil vezes a cama que recebi aquilo no Castelo. E,minha nossa, o que vocês mandam colocar naquele colchão para ele ficar tão macio? Se eu fosse a sua irmã,governava da cama."

Osten acha graça. Viro a cabeça para ele sorrindo. 

"Estou falando sério. Quando eu for embora,vou passar o resto dos meus dias sonhando com aquela cama."

"Hã, sei, hein..." Ele limpa a garganta e olha para cima de novo.Faz se um silêncio  estranho."Tudo certo para o jornal de amanhã?" Pergunta.

Respiro fundo e coloco uma mecha atrás da orelha.

"Acredito que sim.Eu... não vou mais fazer o diálogo com Jade e Clairy. Vou fazer um discurso."Vejo que essas duas frases conseguiram fazer sua atenção retornar para mim.

"Discurso? Mas não estava combinado..."

"Eu sei que era diálogo." Ele parece perdido." É que eu não evolui o suficiente para fazê-lo com as outras e isso iria atrapalhá-las. Por isso, a tutora resolveu nos separar e me deu um discurso pronto hoje de manhã."

"Sei, mas isso é muito para um dia só. Como você vai conseguir aprender pronunciar a tempo?"

"A Clairy me ajudou por um bom tempo,é por esse motivo que sai para descansar e vim parar aqui." Esclareço, pois não queria que ele me considerasse uma preguiçosa.O relatório de Grace  seria humilhante o suficiente.

"Sobre o que fala esse discurso?" 

Começo a lhe explicar,com minhas palavras,o que entendi do teor político econômico do texto. No entanto, vi ele suspirou duas vezes durante minha fala. Parecia estar disperso.

"Está tudo bem,Osten?"

"Posso te fazer uma pergunta?" Rebate de imediato.

"Sim..." Estranho sua cara e tom de voz sérios. Parecia que estávamos num momento delicado.

Ele abre a boca, mas em vez de falar se levanta.

" Bate aí,vô."

Viro para trás a tempo de ver Kerttu e Maxon batendo as mãos. A pequena soltou um risonho e olhou para nós,enquanto eu também me sentava.

"Sinto muito,pombinhos, mas essa vai para a coleção dele. Nem adianta reclamar." Ela segura uma caixa e aponta para a câmera que um Maxon sorridente eleva.  Meu rosto não poderia estar mais queimado.

"Você foi rápida Kerttu."Osten se põe de pé e me oferece a mão para levantar.

"Eu sei. Eu esbarrei com o vovô pelo caminho e ele me disse que a mamãe já tinha encontrado o caderno. Eu só busquei a minhas bonecas rápido."

"E eu iria tirar fotos de uma área do Castelo a reformar, mas,agora, ficaria feliz em registrar vocês." Maxon completa sorrindo para mim e para Osten."Posso?"

"Claro que pode vovô." Kerttu o abraça de lado.

O 'fotógrafo' logo pede para sentarmos,colocando toda a comida para fora da cesta. A pequena ficou entre Osten e eu,e esse passou um braço pelos meus ombros. Maxon tirou fotos de vários ângulos e ainda pediu para nós três fazermos o mesmo em pé junto à árvore.

Quando eu estava quase a ponto de morrer de vergonha e cansaço, Maxon disse que acabou. Ele pediu licença para ir, e assim que deu alguns passos,  Osten nos avisou que o acompanharia.

"Ei,você disse que ia ficar." Osten bagunça o cabelo de Kerttu.

"Eu sei, pequena. Só que estou atrasado para ajudar o estudo das selecionadas."Me olha." Se ainda precisar de ajuda avise." 

"Ok,mas o que você iria me falar?" Pergunto antes que vire. Ele suspira.

"Nada muito importante.Esqueça. Aproveitem brincadeira por mim."

...

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Foto da Clairy.

E fim! ( Não da fic rsrs )

—Leiam o capítulo 12 de "A escolha" e entendam o que Avery estava falando kkkkk


—To tendo um ataque de fofura com essa Kerttu !!! :)


— Só eu que tenho vontade de rir com essa história de avô Maxon/ avó Meri/ tio Osten???????
Kkkkk
Isso porque ainda n citei a" bisa Magda". Aí sim rsrs

—Por que será que eu tenho a impressão que depois desse capítulo, vcs vão olhar para cima quando passarem em baixo de uma árvore?



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