Fim de ano na cabana escrita por Denise Reis


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

A família Castle já foi dormir e é hora de desacelerar.



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Naquela noite todos no chalé do Jim Beckett já estavam dormindo um sono reparador, exceto Kate e Castle que, abraçados na imensa cama, ainda se encontravam acordados e acelerados tendo em vista os acontecimentos daquele dia. Eles repassavam alguns momentos tensos vivenciados. Kate apoiava a cabeça no ombro do marido.

— Querido, em todos esses anos que trabalho na Polícia, vendo de tudo, um caso pior do que o outro, o sequestro das nossas crianças me deixou abatida. Óbvio que já vi coisas hediondas e centenas de assassinatos que me deixaram estarrecida e que levamos dias para solucionar os homicídios e você bem sabe disso, pois, em muitos deles, esteve ao meu lado, ajudando na conclusão do caso. No entanto, amor, nunca vivenciei tão de perto um tão terrível quanto este de hoje... Doeu na alma! É certo que estou analisando pela ótica de mãe e avó das crianças...

— Eu te entendo, amor, e também me deixou apavorado. – Ele a interrompeu e concordou com a esposa.

— Nem mesmo quando eu fui dopada e quase morta pela Dra. Kelly Newman e pelo Tyson, que queriam fazer sei lá o que comigo... Ela era uma louca e me falou que iria fazer um transplante de face... Deus me livre... – Kate deu um suspiro e um leve tremor de pavor e revirou os olhos, aflita só de lembrar o que passara — Nem nos dois meses que eu passei te procurando quando você desapareceu no dia do nosso casamento nos Hamptons, eu fiquei assim... Lógico que eu pirei completamente... Eu pensei que não iria suportar a dor da sua ausência e a dor de imaginar onde você estaria... Pensei que eu fosse morrer... Faltava um pedaço de mim... Quando você sumiu, por mais que eu quisesse matar todo mundo e qualquer um que apresentasse ser suspeito, eu, pelo menos conseguia pensar em várias alternativas. Depois de um tempo eu conseguia raciocinar e elaborar um plano de ação. Eu te falei que montei um quadro de evidências lá no meu apartamento, igual como eu fiz com o caso da minha mãe.

— Foi... Você me falou e depois me mostrou. – Ele afagava os cabelos dela. — Eu bem sei o que você passou, Kate, pois eu também queria matar todo mundo envolvido no seu desaparecimento, tanto na vez em que você foi encorajada a se passar pela Russa assassina e quase foi morta pelo famigerado Vulcan Simmons e todo o grupo do Senador Bracken, quanto na vez em que o Tyson e a Kelly Newman te pegaram. Deus do céu! Eu bati tanto nele... Ele ficou com o rosto todo ensanguentado... A Gates até me autuou em flagrante... Foi por pouco que eu não matei o Tyson. E também tiveram todas as vezes em que corríamos perigo de vida, eu só conseguia pensar em como te salvar... Detesto a ideia de te perder ou mesmo te ver sofrer, Kate...

— Ah, amor, eu te amo tanto. Obrigada por me salvar sempre, mesmo que eu viva fazendo birra e zoando de você... – ela sorriu amorosamente com os olhos presos aos do marido e deu um beijo no pescoço dele - Mas hoje eu me senti completamente diferente e você sabe disso... Cada pessoa se comporta de um jeito... Você deve ter sentido isso quando a Alexis foi sequestrada e quase morta em Paris...

— Deus! Só de lembrar, meu coração dispara. – Ele concordou— Aqueles dias foram terríveis e hoje também foi. Eu me senti um “nada”. A minha sorte é que, diferentemente de você, eu, mesmo que de forma mais lenta, consegui, depois de um tempo, desenvolver estratégias e definir um plano de ação, ainda que imperfeita, como foi o caso de Paris que eu quase morri... Se não fosse meu pai, eu estaria morto e a Alexis também.

— Mas você sempre acerta, Rick. Você acertou que foi o Tyson que pegou nossas cinco crianças... Acertou também no dia em que o Tyson e a Dra. Newman me sequestraram e, mesmo indo de encontro a ordem da polícia, você me salvou...

— Mas você sabe que eu tive a ajuda importantíssima do Ryan e do Espo.

— Sim, eu sei disso, mas a ideia partiu de sua mente brilhante, amor, e eles, graças a Deus, acreditaram e confiaram na sua intuição. Você me salvou e nos salvou também em tantas outras vezes e... E hoje, com os nossos filhos e os nossos netos você também acertou, querido. A sua teoria estava certíssima quando afirmou que o sequestro deles só poderia estar relacionado ao Jerry Tyson. Lógico que eu não aceitei de início e até contestei, porque o mundo inteiro sabia que ele estava morto.

— Ah, mas ainda bem que tudo terminou bem, Kate, e nossas cinco crianças estão dormindo sãs e salvas aqui nas suas caminhas.

— Ainda bem que você é assim, Rick. Ainda bem que você passou para as crianças o interesse em ouvir e contar histórias. Graças a isso o pequeno Tom, com apenas três aninhos, soube narrar, com linguagem própria para a idade dele, todos os detalhes da sua caminhada até o cativeiro e tudo o mais que ele viu por lá.

— Desde criança eu gosto de contar histórias e quis passar isso para as crianças e comecei com a Alexis. Acho que estimular a criatividade nas crianças faz com que elas fiquem mais atentas a todos os detalhes a sua volta. Faz também com que sejam mais espontâneas e, consequentemente, mais felizes.

Kate retirou a cabeça dos ombros do marido e, de modo bem sensual, mudou de posição, escalando no seu corpo até que ficou sobre o marido, dando muitos beijinhos e pequenas mordidinhas no pescoço e no queixo dele— Eu já te disse hoje que eu tenho sorte de ser sua esposa? Eu já te disse hoje que você é o homem ideal para mim? Meu marido maravilhoso, inteligente, forte, espirituoso e bonitão... Bonitão e gostosão... Muito gost...

— Ah, então chegamos ao assunto que foi interrompido à tarde, por motivos óbvios... Como eu já te falei à tarde, amor, pena que você demorou tanto para descobrir que eu seria o marido ideal, não é? Perdemos quatro longos anos...

— Mas se ficássemos juntos desde o momento em que sentimos atração um pelo outro, talvez não desse certo... Acho que foi essencial esperarmos o nosso amor amadurecer e provar que não sentíamos apenas uma simples atração e empolgação fugaz. Entre nós, aconteceu uma explosão de sentimentos... Era amor, paixão, tesão, admiração, atração, interesse...

Castle inverteu o posicionamento dos corpos, ficando sobre Kate e, interrompendo o que ela falava, deu um beijo apaixonado nela e depois ratificou o que ela dizia — Era e ainda é muita loucura, muito amor, muito tesão, muita atração, muito interesse, muita admiração, muita paixão... – Sem interromper o que falava, ele a beijava no rosto, no pescoço, na face e a acariciava pelo corpo todo e Kate dava suaves gemidos — Eu adoro seu cheiro, seu gosto e o som que você faz... Assim... Quando você está excitada...

Kate correspondia cada carícia que recebia e o surpreendia com uma série de outras mais intimas e ousadas. Ambos estavam excitados e Castle já sentia seu pijama apertado na região da virilha, pois seu membro túrgido exigia espaço e Kate, colada ao corpo másculo, percebeu isso— Rick, eu também te quero... – Kate retirou sua calcinha e desceu a calça do pijama do seu marido com avidez e habilidade e se posicionou para a conexão dos corpos.

Castle tentou evitar a rapidez com que ela conduzia o momento de paixão deles. Então, de forma bem suave, aos sussurros, entre um beijo e outro, ele a alertou — Tenha calma, querida. Seja paciente...

— Não, Rick. Hoje não... Agora não... Eu tenho urgência... – ela ofegava, ansiosa e excitada — Urgência de sentir você dentro de mim. Eu te quero e é agora...

— Você me quer, é? – Castle agora a provocava e roçava seu sexo no sexo dela.

— Quero! Quero muito. – Kate implorava.

— Então, o que é que você quer, exatamente, eihm? – Ele a desafiava e isso os excitava ainda mais.

— Jura que você vai fazer isso? – Kate torceu a boca de forma sensual e, entrando no jogo de sedução que ele propunha, ficou de pé sobre o colchão sem desviar do olhar dele, olhos nos olhos, retirou vagarosamente sua camisola em um strip-tease lento, sensual e fabuloso que o deixou de queixo caído até que ele a puxou para si.

— Ah, Kate, assim, você me mata, mulher...

— Ah, é!? Mas eu não quero que você morra... Você quer saber exatamente o que eu quero... – Ela o atiçava e passou a desnudar seu parceiro com avidez, peça por peça, mas sem perder a sensualidade, acariciando, mordiscando e beijando cada parte do corpo másculo dele que era revelado, levando-o à loucura.

Como um narrador esportivo, cada beijo e cada carícia que Kate fazia em Castle, ela ia descrevendo com voz rouca, o que e como ela queria fazer e o que e como ela queria que ele fizesse e ele, amando cada segundo do que acontecia, participava ativamente do jogo do amor e sexo.

Havia momentos em que Kate não tinha condições de falar, mas as ações falavam por si e o mesmo também acontecia com o Castle.

Quanto o encaixe natural dos corpos se deu, os movimentos passaram a ser mais harmônicos e coincidentes e os sons e os cheiros que tomavam conta do quarto era resultado de muito amor, paixão e desejo.

A entrega se deu por completo. O ápice foi alcançado e os corpos suados e satisfeitos desabaram sobre o colchão. As respirações agitadas foram se acalmando, até que o silêncio se fez.

 

.... .... .... .... ....

 

— Que tal tomarmos um banho bem gostoso, eihm, mocinha? – Castle propôs à Kate, trazendo-a para seus braços.

O quarto deles se localizava no segundo pavimento do chalé e ela apontou para a vista que tinham da imensa janela de vidro. A neve caia forte e alguns flocos grudavam na vidraça— A água do chuveiro deve estar gelada! – Kate reprovou a ideia do banho e se agarrou ao marido sob o edredon— Está nevando muito lá fora... Veja, os galhos das árvores estão completamente brancos. A temperatura deve estar abaixo de zero... Um frio doido!

— Mas aqui no quarto fizemos a temperatura chegar ao ponto de ebulição. Eu e você juntos somos incríveis! – Kate riu diante do comentário malicioso do marido — E, ao que me consta, o chalé possui aquecedor para os quartos, para a água do chuveiro e torneiras de todos os cômodos...

Ela fez bico e se aconchegou ao corpo dele, puxando o edredom para cobri-los até o pescoço.

— Kate, eu vou avivar sua memória... Você se lembra qual o motivo que me fez comprar esta imensa cama super-king?

Diante da pergunta do marido, ela mordeu o canto dos lábios e deu um sorriso carregado de luxúria— Sim, eu lembro... Você comprou esta cama porque nós somos terríveis e muito espaçosos... Fazemos amor com muito entusiasmo e por muitas vezes chegamos a cair no chão por conta das nossas estripulias durante o sexo na cama antiga que havia aqui. Então, com a maior cara de pau do mundo, você falou para o meu pai que iria comprar uma cama especial para nós... – ela fingiu-se ultrajada e riu da cara que o marido fez— Ou seja, Richard Castle, em outras palavras, você disse para Jim Beckett que iria providenciar um ringue especial para fazer sexo selvagem com a filha dele.

A própria Kate riu diante da sua narrativa exagerada e hilária, fazendo o marido rir.

— É, pelo que vejo, você está muito boa em fazer narrativas... Acho que vou pedir sua colaboração para o meu próximo livro nas cenas do Jornalista Jameson Rock com a linda e sedutora Detetive Nikky Heat.

— Uauuww!! Pensei que este dia nunca iria chegar... Até que enfim você reconheceu meu talento como escritora! – Kate festejou, fazendo o marido rir.

— Mas você ainda não respondeu a pergunta que eu fiz, Sra. Katherine Castle. – Ele reivindicou uma resposta. – Você está mudando de assunto.

— Eu respondi sim, marido... Ou será que eu falei alguma inverdade?

— Não! – E fazendo uma careta divertida, ele acrescentou— Tirando a parte que eu dei a entender a seu pai que eu iria comprar uma cama maior para fazer sexo selvagem com você... – ele torceu a boca diante do que a mulher havia falado e ele havia repetido — Só se eu fosse louco para confessar uma coisa dessa, né? O que fazemos na cama e como fazemos é assunto nosso e de mais ninguém, principalmente do seu pai... - Castle falava sério,  mas fez no rosto uma expressão assustada, porém muito diverrida. 

Kate fez um trejeito cênico do lado esquerdo do rosto, torcendo a boca e o nariz, demonstrando que ele estava certo— Sim... - Kate admitiu— Tudo bem... tudo bem... – ela sorriu— Digamos que eu exagerei na minha narrativa, mas bem no fundo, Rick, você disse isso mesmo para o meu pai, entendeu, só que com outras palavras... Aliás, não só disse, como também faz...

— Você sabe como jogar com as palavras, não é, garota? E já mudou de assunto... Você é incrível, mas ainda não respondeu ao meu questionamento inicial. – ele a abraçou— Tirando a parte erótica da história, qual foi o outro motivo que me fez comprar esta imensa cama?

— As nossas crianças! – Ela respondeu.

— Exatamente! Resposta Certa! – Ele sorriu— Primeiro foi a Lilly que adorava nos acordar cedo e se espalhar entre a gente. Depois, veio a Emilly, pois é tão meiga e carinhosa quanto a tia dela. E como o Benício não gosta desse tipo de invasão matutina da filha, mas o vovô Rick e a vovó Kate adoram isso, então, a nossa netinha também vem para a nossa cama sempre que está conosco. Depois nasceram os nossos gêmeos e por fim o Tom... Cinco crianças e nós dois em uma cama tradicional não dá certo, não é..., mesmo que seja apenas pelas manhãs... Aliás, essa farra acontece todas as manhãs que estamos aqui...

— É, sempre que viemos para a cabana do meu pai, sempre trazemos também a Emilly e o Tom quando os pais deles estão em plantões nos finais de semana.

— Pois é, eles sempre estão com a gente nos finais de semana, tanto que você teve que providenciar também uma cama igual a esta lá para o loft e para a nossa casa dos Hamptons.

— Sim, Kate, mas você ainda não me respondeu de forma completa... Tirando a parte erótica da história, qual foi o outro motivo que me fez comprar esta imensa cama?

— Eu já disse, Rick. Nossas crianças.

— Porque?

— Porque todas as manhãs elas vêm cedo para a nossa cama nos acordar e se espalhar entre nós e, por vezes, voltamos todos a dormir. – Kate fez uma pausa e com um olhar birrento e divertido, acrescentou— Tudo bem, Bonitão! Captei a mensagem! – Ela admitiu— Vamos logo tomar banho para ficarmos cheirosinhos quando os nossos cinco lindos invasores mirins chegarem nesse ringue amanhã cedo.

 

 

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

Olá, meus amores! Eu postei este capítulo de presente de Natal para todos os meus leitores e estou na torcida para que vocês gostem e espero muito que vocês apareçam lá nos comentários a fim de conversar comigo e me dizer o que vocês acharam... Que tal, eihm, pois esta é a única forma de saber.
Pois é... Hoje é véspera de Natal... Independentemente da religião de vocês... Independentemente de terem uma família pequena ou grande... De serem casados(as) ou solteiros(as), de terem filhos ou não, eu peço a Deus que vocês permaneçam ao lado de pessoas maravilhosas, onde a harmonia, a alegria, a paz, a felicidade e o respeito andem de mãos dadas e o principal, gente, desejo que o amor esteja nos corações de todos... Sempre!
Feliz Natal e que Jesus, o Dono da Festa, esteja presente nos lares de todas as pessoas do planeta. Que a mesa esteja farta, principalmente, de amor. E que o melhor presente de Natal, seja a presença de quem vocês amam.
Beijos no coração de cada um de vocês.
Denise



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