Fim de ano na cabana escrita por Denise Reis


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Continuo amando os comentários.
Obrigada a quem deixou sua avaliação sobre a história, sobre o capítulo e sobre a forma como eu estou escrevendo. Isso é um retorno maravilhoso para mim.



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Quando Castle e Kate retornaram ao chalé, as crianças já estavam dormindo.

Após o banho, o casal estava abatido e se reuniu na ampla sala de estar com a família, mas logo Castle avisou que estavam cansados e que iria se recolher com Kate. — Boa noite, família! Estamos exaustos! Até amanhã!

— Hey! – Martha os repreendeu de modo amoroso — Não quero ver vocês assim, tão desanimados. Óbvio que eu sei que cada segundo desse dia foi tenso e, mesmo sem querer, não conseguíamos controlar o rumo dos nossos pensamentos e, assim, imaginávamos que coisas terríveis poderiam ter acontecido... Oh, meu Deus! Mas não aconteceu, crianças!! Então, não me chamem de lunática ou algo do gênero, mas eu entendo que o momento é de comemorar a vida das nossas crianças. Comemorar a vida de vocês dois. Sim, porque o próprio Tyson confessou que queria fazer mal para vocês. Então, repito, nada de desânimo. Vocês não vão dormir agora. Venham! Vamos jantar. Vou preparar rapidinho uma refeição deliciosa. - Martha estava sorridente.

Martha se levantou e ia se dirigir à cozinha quando o Castle se assustou com aquela oferta que mais parecia uma ameaça, pois, não era uma boa ideia comerem um jantar preparado pela mãe dele, que, apesar de ser amorosa e ter boas intenções, não sabia cozinhar direito.

 — Ok, mamãe! Aceito sua ideia. Vamos comemorar a vida da nossa família. Então, pode se sentar, mãe que eu mesmo e a Kate vamos preparar um jantar rápido. – De mãos dadas com a esposa, ele seguiu até a cozinha.

— Castle, você jura que está me pondo para cozinhar? Eu estou realmente exausta e não estou com cabeça para preparar jantar! – Kate encheu o peito de ar e sussurrou para o marido assim que ficaram a sós, provocando-o.

— Sim, amor. Ou você prefere comer o jantar preparado por dona Martha, eihm? – Castle piscou o olho para a esposa, fazendo menção a péssima habilidade de cozinhar da mãe.

A cozinha era contígua à sala de estar e era separada por uma imensa bancada de mármore branco, onde havia uma ampla área para preparar alimentos e um lindo cooktop com seis bocas e, sobre ele, uma coifa de teto que expulsava o calor, a fumaça, a gordura e o excesso do aroma dos alimentos durante a cocção.

Enquanto Castle preparava o jantar e Kate finalizava uma mousse de chocolate para a sobremesa, ela deu o recado de Benício para Alexis e, ao lado do marido, relataram de forma resumida, tudo o que se passou no depoimento do Jerry Tyson, poupando a família dos detalhes sórdidos, indecorosos e desnecessários.

Alexis, Jim e Martha estavam distribuídos entre os sofás e poltronas em frente à bancada de mármore, então, os cinco adultos conversavam.

— Agora, não temos dúvida de que o Jerry Tyson está finalmente morto. – Castle afirmou — Que Deus tenha misericórdia de sua alma e o ajude a se arrepender dos seus erros.

Cética, Kate torceu o nariz diante do pronunciamento do marido — Sério, Castle?

— Claro que eu estou falando sério, querida. Antes de mais nada, eu penso que as pessoas possam se recuperar em vida... Algumas com mais dificuldade do que outras, é bem verdade... – ele fez um trejeito divertido no rosto, fazendo todos sorrirem — Além disso, eu confio em Deus e creio na vida após a morte. Creio que após a morte, elas possam se purificar dos erros cometidos aqui na terra e passe a refletir sobre o mal praticado e aprender a desempenhar o bem e seguir os ensinamentos Divinos, portanto...

— Ah, tá... – Kate torceu a boca, incrédula— Pode parar! Isso já é demais para mim, Castle. Acho melhor mudarmos de assunto, meu amor, até porque este tema é muito polêmico e não estamos a fim de ficar discutindo sobre isso, não é, ainda mais depois de um dia turbulento como o que tivemos, eihm?

Todos sorriram, com a reação cética de Kate diante da postura otimista do marido.

— Tudo bem! Então... Mudando de assunto... – de um jeito divertido, Castle interveio – Mamãe, quer dizer que as crianças não têm noção do perigo que correram...

— Pois é, pai... – a própria Alexis esclareceu—, enquanto eu supervisionava o banho das crianças na imensa banheira da suíte de vocês, eu fiz uma sondagem com muita prudência e as cinco foram unânimes em dizer que o Tyson se mostrou ser amigo da nossa família. Aliás, todos disseram que “o moço” era muito divertido e muito bonzinho. Disseram que riram muito com “o moço”. Imagina isso!

— Quem diria que aquela mente pervertida seria capaz de se passar por uma pessoa do bem, eihm!? – Jim expôs seu ponto de vista e, como os demais, estava pasmo.

— Pois é, vovô. – Alexis anuiu — O Tyson perguntou se eles gostavam de chocolate e se eles queriam receber ajuda para fazer uma surpresa para nós.

— Ah, sim... Nisso ele não mentiu... Ele fez mesmo uma surpresa! Uma surpresa terrível! – Martha ironizou, fazendo trejeitos assustados com as mãos e com o rosto — Só de pensar, eu fico arrepiada!

— Eu queria dizer uma coisinha... – Kate chamou a atenção de todos— Olha, Lexis, você fez certo em colocar as crianças para dormirem cada uma nas suas próprias camas. Isto foi excelente! Se as colocássemos para dormir conosco isso iria chamar a atenção delas e elas ficariam intrigadas e até assustadas.

— Confesso que a minha vontade era colocar a Lily, o Reece e o Jake na nossa cama, Kate... – Castle opinou.

— Eu também, amor... Eu também queria fazer isso... Juro! Mas vamos deixar como está, até porque sabemos que elas estão ótimas e não correm mais nenhum perigo.

— Concordo com você, Kate, apesar de também querer que meus filhotinhos durmam na minha cama. – Alexis admitiu— Eu fui aos quartos das meninas e dos meninos e eles estão num sono tranquilo.

— Eu e o seu pai passamos por lá quando saímos do banho, Lexis. As crianças, realmente, estão ótimas, graças a Deus! E vamos relaxar mesmo, porque não há mais nenhum perigo. – Kate admitiu e todos concordaram.

— Eu estou preocupada de as crianças acordarem assustadas se tiverem pesadelo do corpo ensanguentado do Tyson caído no chão após ser baleado. – Martha comentou — Gente, elas ouviram um monte de tiros...

— Oh, não acredito que eu me esqueci de comentar com vocês algo tão importante. – Kate dirigiu à sogra um olhar cheio de amor — Martha, querida, sua preocupação, graças a Deus, não tem fundamento.

— Como assim, Kate!? – Alexis fez a mesma expressão de curiosidade dos avós.

— Bem, vocês lembram que o Thomas contou que o Tyson se apresentou como amigo da família e que iria preparar uma surpresa para a gente? – Todos assentiram e ela continuou— Lembram também que parte dos policiais localizaram o chalé dele, mas esperaram o reforço para poder entrar? – Novamente, todos assentiram — Lembram também que os policiais ficaram de tocaia, de olho nos imensos janelões da casa e sabiam exatamente onde as crianças estavam? Pois é. – Kate prosseguiu a explicação — As crianças estavam entretidas assistindo a um filme infantil. Ficou decidido que todos os policiais usariam armas com silenciadores especiais para que as crianças jamais ouvissem os estampidos. E assim que o Tyson foi derrubado, os policiais ficaram cuidando do monstro, enquanto o Esposito e o Ryan foram encontrar as crianças, confirmando a informação acerca da surpresa, etc, etc, etc, tanto que saíram pelas portas do fundo e não se depararam com o homem ferido. Entenderem? As crianças foram retiradas do local antes da ambulância chegar para pegar o Tyson baleado e ensanguentado. As crianças queriam saber onde estava “o moço”, mas o Esposito e o Ryan desconversaram.

Todos ficaram satisfeitos com a explicação de Kate.

— Ah, agora eu concordo que as crianças durmam nos seus próprios quartos e nas suas próprias caminhas. – Martha declarou mais tranquila. — Ai! - Ainda tensa, Martha se assustou quando ouviu a fechadura da porta da sala ser aberta. Era Benício retornando para o chalé. — Que susto!

Jim, mais tranquilo, brincou — Calma, minha querida! Você não acabou de concordar com a Kate que não havia mais nenhum perigo?

Houve uma risada suave de todos ao comentário hilário e despretensioso do Jim e, principalmente, porque ele chamou Martha de “minha querida”.

— Hummm!! – Castle caçoou — Quer dizer que o sogrão está chamando minha mãe de “minha querida”, é? – (risadas) — Vocês querem me contar alguma coisa? – Castle simulou uma expressão de malvado e todos riram.

— Hey, vovô!? Vovó!? Que novidade é essa, eihm!? Gostei de saber, viu? – Alexi indagou para os avós e se levantou para receber o marido.

— Richard! Alexis! – Martha ralhou com o filho e com a neta. — Vocês não percebem que o Jim apenas quis ser gentil comigo?

— Hummm! Mas não custa nada ficar de olho nesse excesso de gentileza do sogrão... – Castle completou morrendo de rir, simulando ser rigoroso — Sou somente um filho guardião da castidade da minha mãe.

— Ah, tá... Castidade... Só faltava essa... – Martha gargalhou.

— E aí, papai, tem alguma novidade para contar à família? – Kate entrou na zoação.

— Até você, filha!? – Jim admoestou a filha.

— Huuummm!!! Namoro ou amizade, vovó? – Alexis gracejou com Martha que revirou os olhos chateada com a brincadeira.

Naquele momento Benício se aproxima de todos.

— Oi, família! – O médico cumprimentou a todos. Ele estava com aparência tranquila, sinal de que entendeu e aceitou o feliz desfecho do caso do sequestro e que também tudo correu bem no Necrotério.— Huuummm!!! Estou sentindo o cheiro do “Macarrão à carbonara” do sogrão?

Benício acompanhara a necropsia usando vestimentas apropriadas e após finalizado o serviço, ele tomou um banho espetacular no banheiro do necrotério e recolocou suas próprias roupas — Gente, eu tomei um banho maravilhoso na Delegacia, mas vou tomar outro banho delicioso e retorno para jantar com vocês e planejar o casamento do vovô Jim e da vovó Martha. – Benício piscou para Alexis, divertindo-se com o assunto inusitado.

— Até você, Benício, entrando na onda desse povo zombeteiro? – Martha ralhou com o marido da neta.

— Ah, vovó Martha, eu não podia perder a piada, né? – Benício deu uma rápida gargalhada que contagiou a todos, inclusive Martha e Jim, que, por sua vez, estava um pouco constrangido, pois era naturalmente reservado.

Sorrindo muito com a brincadeira familiar, Alexis viu o marido seguir na direção da suíte deles e logo em seguida, retornou para a tarefa de arrumar os pratos e os talheres à mesa.

O jantar foi ótimo e todos elogiaram o tempero do Cheff Castle e a conversa, obviamente, girou em torno do caso do sequestro das crianças e das hipóteses que poderiam acontecer, mas logo perceberam que era melhor mudar de assunto, pois, graças a Deus, as coisas não saíram do jeito que o Tyson planejara.

— Gente – Kate falava cheia de orgulho do netinho— o Jerry Tyson nunca imaginou que o nosso Tom, por ser o caçulinha, fosse esperto o bastante para descrever com riqueza de detalhes tudo que viu pelo caminho até o cativeiro.

— O Tom arruinou com o plano macabra do Tyson. – Castle complementou.

— Pai, pode continuar contando suas histórias fantásticas para os meninos e pode também continuar os incentivando a relatar tudo o que acontece com eles quando eles saem nos passeios da escola ou com a gente no museu, no cinema e nos parques. – Alexis exaltou esta qualidade maravilhosa do pai.

A conversa seguiu animada após o jantar, durante a degustação do saboroso mousse de chocolate.

Ao final da refeição, Alexis e Benício se ofereceram para lavar e guardar a louça.

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo. Agora, preciso de comentários, queridos leitores!!!
Bjsss e até os comentários.



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