Fim de ano na cabana escrita por Denise Reis


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Meus queridos e queridas leitores e amigos CASKETTS. ❤❤❤ Estamos juntos nesta jornada, eu escrevendo e vocês me dando dicas, opiniões, incentivo ao postarem seus comentários que me animam muito... Muito mesmo. ❤❤❤
Eu amo escrever sobre Castle e Beckett, um casal lindo e maravilhoso que, com muita sensibilidade e muito amor no coração, nunca deixou de lado os pais, Martha e Jim e, com estes exemplos fortes, conseguiram formar uma família deliciosa. E eu sei que você, como eu, gostam de participar disso.
❤Quero agradecer a você que me escreveu COMENTÁRIOS, o que me estimula, e muito, a continuar esta jornada. Obrigada!!!
❤Um agradecimento especial para as leitoras "Rita Vieira', "Cleo Tavares" e "Fran Sousa" que incluíram estas fanfiction nas suas relações de FAVORITAS. Obrigada!!!
❤Agradecimento especial também para a leitora "Rita Vieira" que também escreveu uma RECOMENDAÇÃO que me fez pular de alegria. Obrigada, Rita!!!
Bem, este capítulo foi muito difícil escrever e tive que fazer muitas revisões, pois sempre achava que tinha que acrescentar alguma coisa e excluir outras... Espero que vocês gostem. Mas vou fazer um pedido especial: Continuem lendo letrinha por letrinha para a "viagem" ficar mais intereresante.
Boa leitura... Ou melhor dizendo, "Boa viagem ao mundo CASKETT".



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— Eu quero ver o meu filho – Alexis implorou.

— Alexis, nós levamos o Tom para a delegacia. Lanie e a equipe de Médicos e de Peritos estão fazendo todo tipo de exame e perícia nele a fim de constatar não só que ele se encontra em perfeito estado de saúde, mas também temos que conseguir algo que nos leve até o Jerry Tyson. Temos uma psicóloga forense infantil e uma assistente social que o está acompanhando para que nada saia do controle, ou seja, respeitaremos todos os limites por se tratar de um garotinho de três anos. Eu te garanto que ele não está assustado... Até está se divertindo e se achando o máximo por ser o centro das atenções. Enquanto ele está sendo examinado e periciado, os detetives e os Agentes do FBI estão fazendo perguntas para ele, de modo bem descontraído, para tirar todo tipo de informação necessária, sem agredir ou mesmo abalar o emocional dele. Mas, repito, ele está ótimo! Repito, Alexis, o seu filho está todo contente porque é o centro das atenções.

— Meu garotinho! – Alexis chorava.

— Alexis, eu sei que é muito difícil para você, até porque ainda temos quatro crianças desaparecidas, mas com relação ao Tom, fique tranquila, pois ele é neto do Castle e está adorando tudo. Ele disse que amou andar no carro da polícia... ele queria apertar todos os botões do carro... Acredite! Ele disse ainda que quer andar de helicóptero também. O pessoal disse que assim que terminar ele seria levado para o chalé, mas o Thomas disse que ainda não quer voltar para o chalé porque quer ficar mais por lá na delegacia... Ele disse que quer ser igual a avó e ao avô dele. Disse ainda que quer ficar na delegacia e na sala da Lanie e mexer em todos os botões dos aparelhos de verdade e não de brincadeira. Ele até se queixou dizendo que aquilo é melhor do que os brinquedos dele. Então, amiguinha, com relação ao Tom, está tudo tranquilo. – Apesar da tensão do grupo, eles até conseguiram sorrir diante da narrativa do Ryan acerca da simplicidade e da inocência do Tom.

Ryan continuava a falar e dar orientações  - Jim, você que conhece a cidade muito bem, eu quero que você leve à Delegacia uma muda de roupa completa de cada criança, pois a medida que eles forem sendo encontrados, será feita perícia não só no sangue, nas unhas, nas peles e nos cabelos, mas também nas roupas e calçados que eles estiverem usando. Ou seja, eles precisarão de nova muda completa de roupa e também novo sapato ou tênis. Usaremos cada pedacinho das roupas e dos sapatos dele para fazer a perícia. Cada folhinha, cada grão de terra ou de areia que estejam grudados nas roupas e tênis deles. Tudo servirá de prova e de ajuda para encontrar o local onde o Tyson está escondido.

— Eu também vou – Alexis avisou.

— Não, Alexis, você não vai sair do chalé. Seu avô deve ir sozinho até a delegacia. - Ryan foi inflexível... Quase ríspido.

— Mas Ryan, eu sou médica pediatra e conheço meu filho melhor do que qualquer perito...

— Não, Alexis, pois poderemos precisar de você aí para qualquer emergência.

— Ok! Não concordo com sua ordem, Ryan, mas vou obedecer.

Alexis respirou fundo ao acatar a ordem do FBI.

— Jim, eu sei que você é muito forte, mas seja sincero, seu coração aguenta fazer a tarefa que eu dei? – Ryan foi direto.

— Claro que eu aguento, Ryan! Com certeza! Sou forte! Eu quero ver meus netos e bisnetos vivos e saudáveis. – Jim, confirmou.

— Que ótimo! Escutem bem, Alexis e Benício. Acreditem em mim... Eu já disse que o Tom está muito à vontade com a Lanie. Ele a conhece desde que nasceu e adora ela. Aliás, eles se adoram e você bem sabe disso. Eu já soube, inclusive, que ele não para de falar... É um tagarela... Ele quer saber para que serve cada aparelho... Quer saber como funciona tudo. Ele faz mais pergunta do que o detetive da polícia e o Agente do FBI... Ele está se sentindo na Disneylândia... É mesmo neto do Castle. Ele está adorando cada segundo que está na sala da Lanie e já falou que quer trabalhar na Polícia igual a “vovó Kate”.

Apesar dos pesares, os adultos riram.

— Ah, Ryan, fico aliviada com esta informação.  – Alexis respira fundo— Obrigada. Eu vou pegar as roupas que você pediu. Vou preparar as mudas de roupas com tênis de cada uma das crianças, coloca-las em cinco sacolas plásticas separadas para não confundir, identificando cada uma delas, e colocar tudo em uma grande sacola de couro para o meu avô levar à delegacia.

— Eu vou te ajudar, Alexis. – Kate se levantou para acompanhar a enteada.

— Vocês seis, não se esqueçam de que os telefones de vocês estão clonados pelo FBI, então, se o Jerry Tyson telefonar para manter contato e pedir alguma coisa ou fazer alguma exigência, tentem prolongar ao máximo a conversa. Não se exaltem nem o agridam, pois isso dificultará as coisas. Não irritem o homem, porque ele está com quatro preciosidades de vocês. Não estou pedindo para serem amiguinhos dele... Não é isso. É apenas para ouvirem com calma o que ele disser, mesmo sabendo que ele irá provoca-los muito, principalmente o Castle e talvez a Kate. Entenderam? 

— Sim, Ryan! Tenha certeza que eu o odeio e quero mata-lo, mas primeiro quero que as crianças estejam à salvo.

— Castle, deixe isso por conta da Polícia! E nem adianta me dizer que da outra vez ficou por conta da Polícia e foi tudo por água abaixo, porque matamos o homem errado, ok? Você estava presente e era impossível saber que aquele homem não era o Tyson.

— Ok, Ryan! Pode deixar! Tudo bem! – Castle concordou com o Agente Ryan — Vou acatar sua ordem, amigo. E você tem razão, ele ainda está com quatro preciosidades nossas.

— Bem, as equipes estão trabalhando duro para recuperar as outras crianças. Tchau!

Kate e Alexis foram para os quartos das crianças e em menos de dez minutos as sacolas de roupas ficaram prontas e identificadas e Jim saiu de carro para levar tudo à Delegacia.

Quando Jim saiu, o telefone do Castle tocou. Kate estava ao lado do marido e ambos constataram no identificador de chamadas que se tratava de um número privativo desconhecido, ou seja, era o Jerry Tyson.

Antes da ligação ser atendia, Kate implorou para o marido — Querido, mesmo que ele te provoque, pelo amor dos nossos filhos e netos, mantenha a calma. Não importa o que ele falar, não se exalte. Ele é louco, mas está com nossas crianças.

Castle assentiu, respirou fundo e atendeu ao terceiro toque e colocou no modo viva-voz e, como de costume, se identificou — Castle!

— Oh! Que prazer inenarrável falar com você, Castle. – o tom irônico do Tyson era nítido— Quem diria que eu e você sobrevivemos, eihm? E quem diria que a gostosa da sua mulher mataria a Kelly Newman... Inacreditável! Sua mulher dá nó em pingo d’água, eihm? Eu tenho certeza que ela faz você de trouxa e deve te trair todos os dias e você nem percebe, porque fazer o que ela fez com a Kelly, nunca vi igual...

Castle ouvia as provocações do Tyson. Fechou os olhos e apertava a boca, como se quisesse se controlar.

Era de conhecimento de todos que Beckett não tolerava transgressores. Ela detestava injustiça e era visível que estava abalada não só por conta do desaparecimento dos filhos e dos netos, mas também pelas calúnias e impropérios que aquele criminoso falava, contudo ela sabia que o momento agora era de não se deixar levar pelas provocações e sim, abstrair, até porque percebeu o sufoco pelo qual seu marido também passava. Seu coração se encheu de amor e dirigiu a ele um olhar apaixonado no exato momento em que Castle abriu os olhos e se deparou com a corrente de amor que emanava da esposa.

Castle tinha certeza do amor dela e nunca duvidou disso e receber aquele olhar em um momento como esse era reconfortante.

— Olá, Tyson! – Castle falou tentando ao máximo manter a calma. — Você reapareceu. Ressuscitou. – Comentou entredentes.

— Ah... Na verdade, eu sempre estou presente na vida de vocês. Eu continuo vigiando vocês à distância. Continuo assistindo você e a Beckett fazendo amor. Vejo tudo, cada movimento de vocês... Ela tem uma flexibilidade que me espanta e me dá muito tesão... Antes de matá-la, eu vou querer usá-la um pouco... Cara, que corpo é esse! Ela é muito gostosa e vou fazer sexo com ela na sua frente... Isso mesmo... Vou fazer questão que você veja tudo. Vou fazer sexo selvagem com a Kate na sua frente e na frente dos seus três filhinhos... Eles vão adorar ver a flexibilidade da mãe deles.

— Eu quero pedir para você respeitar minha mulher e meus filhos, Tyson.

— Ah, como o Escritor está educado, gente! – Ele ironizou. – Da última vez que nos vimos, você queria me matar e agora está um cavalheiro... Nem se abalou quando falei acerca da gostosa da sua mulher... Ops! Será que está se controlando?

— Eu quero meus filhos e meus netos. – Castle avisou se esforçando ao máximo para manter a calma.

— Ah, Castle! Sem essa... Vamos jogar limpo! Você sabe que seu netinho já foi encontrado... Eu agora só estou com seus três filhos e sua netinha... Por falar em netinha, que coisinha lindinha... E sua filha, eihm, é uma cópia reduzida da Beckett. Ela já está com oito anos... Ela é uma delícia! Estou encantado e me segurando muito para não usá-la.

— Eu te imploro que não encoste nas crianças. – Castle respirou fundo e, perdendo o controle ele ameaçou o criminoso — EU TE MATO SE VOCÊ TOCAR NA MINHA MULHER, NA MINHA FILHA E NA MINHA NETA.

— Ah, então temos o velho Castle de volta... – Tyson comemorou de forma doentia— Ficou nervosinho quando falei que vou fazer sexo selvagem com a Beckett e com sua filhinha?

— EU... – Castle ia responder de forma irada, mas a Kate pôs a mão na sua boca, apertando forte, impedindo-o de falar.

Kate apertou a tecla “mute” do celular para o Tyson não ouvir o que ela iria falar com o marido — Castle, pelo amor de Deus, não caia na armadilha dele. Você não está vendo que ele está te provocando? Não se esqueça que queremos nossos filhos e a Emilly sãos e salvos.

Kate liberou a tecla “mute” do telefone.

— Eu te imploro que não encoste nas crianças, Tysson. – Castle repetiu, desta vez, tentando mostrar calma, emoção que estava longe de sentir.

— Ok! Ok! Quanto a isso, Castle, fique tranquilo. Eu não sou pedófilo. Eu posso matar as crianças, mas só isso...

Castle e todos à sua volta, estavam pasmos com as palavras terríveis do Tyson e ditas sem nenhum tom de compaixão. Castle se controlava para não xingar ou rebater as provocações.

— O que é que você quer, Tyson! – Castle se obrigou a perguntar. — Você quer dinheiro? Quer...

— Nem acredito como você está tão gentil comigo... – Tyson continuava a provocação — Você sabe o que eu quero, Castle. Eu quero fazer você sofrer. Sofrer de todas as formas, principalmente fazer você sofrer por não poder ajudar quem você ama. Quero ver você sofrer ao saber que eu matei a Beckett e você não conseguiu impedir. Isso é maravilhoso e eu adoro! Ele deu uma gargalhada seca. – Jerry Tyson tinha todos os sinais de pessoa completamente desequilibrada — Mas já chega de conversa. Vou desligar porque senão a polícia pode rastrear a minha ligação...

A conexão foi interrompida e todos no chalé ficaram horrorizados com a frieza do criminoso.

Após o final da ligação telefônica, Martha se levantou e veio ao encontro do filho e da nora — Katherine e Richard, pelo amor de Deus, o que podemos fazer? – Martha perguntou aos prantos.— Não podemos deixa-lo agir... Ele está no comando... Isto é inadmissível!

— Martha, eu estou de mãos atadas! Nós todos estamos de mãos atadas. – Kate chorava de tanta tensão — Não tenho cabeça para fazer nada... A nossa sorte é que o Esposito e o Ryan estão cuidando de tudo e também tem a polícia local. EU QUERO MATAR ESTE MISERÁVEL!

— Eu tenho que fazer alguma coisa, Kate. – Castle se levantou e foi na direção do quarto deles, mas ela o alcançou e o segurou firme.

— Você não vai para canto nenhum, Castle, nem que eu tenha que te amarrar.

— Mas Kate, quando a Alexis foi sequestrada, eu que a encontrei... E quando a Dra. Newman e o sósia do Tyson te sequestraram para te matar, eu também os enfrentei e te salvei.

— Sei que você é incrível, amor. – Ela o abraçou apertado e falava baixinho, com amor e carinho. — Sim, você foi de vital importância para salvar a mim e a Alexis, mas... Mas sabemos que as pessoas que estavam te ajudando em Paris, eram criminosos de outro grupo e iriam te matar por dinheiro... Seu pai te salvou e armou um plano para libertar a Alexis. E para me salvar, amor, você também teve a ajuda do Espo e do Ryan. Mas isso só faz eu te amar ainda mais, Castle, porque você já provou de todas as formas que dá sua vida para salvar a mim e seus filhos, mas eu não quero ficar sem você. – Ela o abraçou apertado e chorava — Ah, meu Deus! Nem quero pensar em te perder! – A tensão tomou conta de Kate— Deixe os rapazes agirem. Eles são treinados para isso e estão preparados e equipados para qualquer emergência que ocorrer.  

Abraçados, Castle murmurou — Você está certa, amor, eu não vou sair daqui. Vou ficar do seu lado.

— Prometa, Rick! – Ela implorou.

— Sim, amor, eu te prometo que vou ficar aqui do seu lado e juntos receberemos de volta nossos filhos e nossos netos. – Apesar de muito abalado, ele tentava ao máximo ser forte para fortalecer a esposa que, como sua mãe e Alexis, também estava muito emocionada com a situação.

Ninguém teve condições emocionais para terminar de preparar o almoço. Aliás, nem mesmo pensaram em comida, tal o estado de tensão que se encontravam.

Jim retornou ao chalé aproximadamente uma hora depois de sua saída. Assim que chegou, todos o cercaram e o encheram de perguntas sobre Tom.

— Vovô, como está o Tom? – Alexis indagou, tensa.

— Ele está bem? – Martha estava aflita.

— Ele está chorando? – Benício estava muito abalado.

— Ele respondeu a todas as perguntas dos detetives e dos Agentes do FBI? – Kate estava tensa e curiosa.

— Ele está ferido? – Castle perguntou.

Jim conseguiu se desvencilhar de todos e os levou para o grupo de sofá da ampla sala de estar e se sentou em uma poltrona estratégica que ficava de frente a todos.

— Gente, eu preciso me sentar. Apesar de forte e já ter visto situações similares, na condição de advogado, desta vez eu faço parte da família atingida. Eu sou avô e bisavô das crianças e estou muito abalado. – Jim passava as mãos pelos cabelos, demonstrando toda a tensão que sentia.

Martha correu à cozinha e trouxe um copo com água e o entregou ao Jim, que bebeu vagarosamente — Obrigada, Martha.

— Bem, gente, apesar de tudo, o Tom está ótimo! – Diante da expressão de surpresa de todos, Jim, repetiu— Sim, é isso mesmo que vocês ouviram... Ele está ótimo! E é como o Ryan falou... Graças a Deus o Tom puxou o lado comunicativo e brincalhão do avô. – Jim olhou para o Castle e deu um leve sorriso— O Esposito disse que é a mesma coisa de ver o Castle, pois o garoto é comunicativo... Responde a todas as perguntas com riqueza de detalhes... Aliás, com tantos detalhes que parece que está escrevendo um livro. Ele não chorou sequer um segundo e não está ferido... Eu estive com a Lanie e ela disse que ver o Tom no Necrotério é a mesma coisa de ver o Castle nos primeiros meses que ele passou a acompanhar a Kate. Disse que o Tom quer saber de tudo, quer pegar tudo e deu até um pouquinho de trabalho para o pessoal, pois ele queria perguntar ao invés de responder... – Foi impossível não rir com as traquinagens do Thomas — Foi unanime a opinião de todos que ele é a simpatia em forma de gente.

— Oh, meu Deus! Pelo que eu percebi ele não está abalado com o sequestro. – Kate comentou aliviada.

— Isso mesmo, filha. Na cabeça do Tom, não existe sequestro. Ele relatou que um “homem bacana” os chamou para dar uma grande quantidade de chocolate a todos e que se fossem com ele, ganhariam uma surpresa para eles presentearem os pais... Entenderam? – Jim piscou o olho direito e torceu levemente a boca, demonstrando que aquele fora o truque utilizado pelo Jerry Tyson para fazer as crianças abrirem a porta e atraí-los para fora do chalé.

— E como foi que as crianças saíram daqui? O Tom soube informar o local do cativeiro? Sabe onde é a casa onde as crianças estão? – Castle estava interessado em saber o local.

— O Tom disse que foram andando boa parte do caminho, passando entre muitas árvores e passando por baixo de cercas de arame farpado. Tom disse que ele próprio até reclamou, pois estava cansado. Tom disse que o moço era tão bonzinho que o carregou até que chegaram a um caminho de pedras, com muitas flores coloridas ao redor, onde, ao final, havia um chalé azul com uma escada de quatro degraus e porta e janelas brancas.

— Vovô Jim – Alexis o chamou —, o senhor que está aqui há bastante tempo nesta região, conseguiu identificar este chalé?

— Oh, meu amorzinho – Jim, respondeu de forma carinhosa à ruiva, a quem carinhosamente chamava de neta e ela o chamava de avô—, eu sinto muito, mas quando eu venho para o chalé, eu fico aqui e não saio para nada, a não ser para a cidade comprar pão fresco e jornal.

— Você não conhece os vizinhos, Jim? – Martha indagou.

— Não, não conheço. – Ele demonstrou que estava abatido ao informar tais coisas — Eu queria muito conhecer a todos da cidade para poder ajudar agora, mas vocês me conhecem há mais de quinze anos e sabem que eu sou reservado.

— Gente, creio que estas informações que o Tom passou para os Detetives e os Agentes, são suficientes para a Polícia local saber o lugar exato do tal chalé. Se bem conheço meu neto, tenho, inclusive, quase certeza que ele passou muitas outras informações detalhadas. – Kate olhou emocionada para o marido— Nunca fiquei tão contente por você adorar contar as historinhas para as crianças e sempre encher de detalhes cada pequena cena, Rick... E sempre incentivá-los a fazer as narrativas também com detalhes sobre todos os passeios que fazemos.

— Estou orgulhoso do meu neto! Imagina!! – Castle tinha os olhos cheios d’água e os lábios trêmulos de emoção— Qual criança de três anos saberia contar com riqueza de detalhes o caminho que percorreu, eihm? Ele falou que andou sobre árvores e muitas plantas... Falou que passaram sob várias cercas de arame farpado... Falou do caminho de pedras e com flores ao redor... Falou que a casa é azul com portas e janelas brancas e com escadinha de quatro degraus...

— Pois é, Richard. – Martha estava orgulhosa do filho e do bisneto— Graças a Deus você os incentiva a narrar as cenas dos passeios que você faz com todos eles.

— Tenho certeza que com essas informações tão cheias de detalhes, logo nossas crianças serão encontradas. – Kate analisou com a voz carregada de emoção e as mãos unidas e apertadas em postura de tensão e oração. — Que Deus as proteja! Elas são tão puras! Tão inocentes!

— Ah, pai! – Alexis estava entusiasmada e esperançosa com a narrativa perfeita do seu filhinho— Ainda bem que você é presente na vida dos meus filhos e continua amando contar histórias para seus netos e meus irmãozinhos, assim como contava para mim.

— Ah, Alexis! Seu pai é demais! – Kate abraçou o marido, emocionada – Somente ele tem o poder de me encorajar... – ela confessou — Ele é o marido que eu pedi a Deus!

— Pena que você demorou tanto para admitir, né, mocinha? Perdemos quase quatro anos... – feliz com o rumo dos acontecimentos, Castle ironizou o comentário da esposa somente para provoca-la, na tentativa de minorar o sofrimento dela.

— Ok, Castle! – Ela se afastou apenas para olhá-lo— Quando encontrarmos as outras crianças, você continua com essa cobrança de onde paramos, tá certo, Bonitão? – Com os olhos brilhando das lágrimas contidas, ela piscou para ele de forma carinhosa. Ao piscar para o marido, as lágrimas desceram livremente pelas faces dela.

Tão aflito quanto os demais, Castle ficou arrasado quando viu a esposa derramar as lágrimas e a apertou mais nos braços, na tentativa de transmitir tranquilidade e segurança para ela. — Vamos encontrar as nossas crianças, amor.

— Quem souber rezar, reza. Quem souber meditar, medita. Quem souber emanar pensamentos positivos, que o faça. – Martha rogou — Agora temos que nos concentrar e focar somente nas crianças.

— Oh, Martha! Elas são tão inocentes! Que Deus proteja nossas crianças! – Com a voz abafada pelo abraço do marido, Kate murmurou quase em tom de oração.

Cada um, a sua forma, suplicava silenciosamente pela saúde e pela libertação das crianças.

Quarenta e cinco minutos depois o telefone toca e a tensão aumenta na família, mesmo quando percebem a origem da chamada — É o Esposito! – Castle atende e põe o aparelho no viva-voz — Alguma novidade, meu compadre? – Esse tratamento era porque ele e a Kate eram padrinhos de Estelita, a filha mais velha de Esposito e Lanie e também porque o Capitão Esposito e a médica Lanie eram padrinhos de Lily.

— Excelente notícia, brother! – Esposito estava com a voz alegre — Todas as crianças estão perfeitas e à salvo aqui na delegacia.

Assim que o Capitão Javier Esposito deu a notícia, todos no chalé comemoraram como se fosse a final de um campeonato. Precisou Castle pedir silêncio para ouvir o resto da notícia e conversar. O pessoal ficou ao redor do Escritor e ouviam, em silêncio, a conversa.

— E o Tyson? Onde ele está? – Beckett perguntou.

— Bem, Kate, o Jerry Tyson levou vários tiros, mas não morreu. Está passando por uma cirurgia e assim que ele puder falar, vamos tomar seu depoimento lá mesmo no hospital. Quero frisar para vocês que mesmo dopado por sedativos, ele está completamente amarrado na mesa de cirurgia... Vocês sabem, né, a gente não pode confiar no cara. Além de ter sete vidas, ele ressurge das cinzas... Então, não podemos confiar.

— Eu estou indo à Delegacia com a Kate porque queremos ver as crianças, Esposito. – Castle comunicou.

— Tudo bem. Sem problemas, mas elas ainda estão sendo ouvidas. Elas não devem ver vocês para não atrapalhar o depoimento.

— Sério, Esposito!? – Kate desafiou.

— Ex-Chefinha, eu aprendi com você que as vezes, mesmo sem querer, os pais tiram a concentração dos filhos no momento do depoimento... Estou certo? Longe dos pais, elas demonstram estarem fortes, corajosas, dispostas, tranquilas e com memória excelente e assim que os pais chegam, as crianças se mostram cansadas, com sono, com fome, esquecidas e manhosas... E aí, minha eterna Chefinha? Aprendi a lição?

Kate torceu a boca, olhou para o marido e para o resto da família e deu o braço à torcer — Ok! Você está certo, Espo. Então, nós iremos até aí e ficaremos na sala ao lado, assistindo tudo pelo vidro, ok? Mas eu preciso ver as crianças.

— Vamos todos à delegacia. – Alexis comunicou— Vovó e Vovô Jim, também vão conosco?

— Ah, sim! Estou ansiosa para ver meus netos e meus bisnetos. – Martha garantiu.

— Eu também. – Jim confirmou.

— Alexis e o Benício vocês entenderam? – Esposito indagou. — Nada de tentar falar com as crianças.

— Sim, Esposito. – Alexis confirmou.

— Ok! Ouvi. – Benício também confirmou.

— Vamos todos e ficaremos na salinha da janela de vidro assistindo aos depoimentos. As crianças não irão nos ver. – Kate confirmou.

 Castlle, e nada de ficar batendo no vidro daquela sala de depoimentos ou ficar gritando para chamar atenção das crianças, igual como você fez muitas vezes lá na 12ª DP, entendeu, meu compadre? - Espósito advertiu.

 Pode deixar, amigo. Ficarei comportado! - Caste aquiesceu.

— Bom saber! Só para frisar, pessoal, a Psicóloga Forense e a Assistente Social continuam aqui dando toda assistência e segurança emocional para as cinco crianças, que, aliás, estão vibrando pelo fato de estarem na delegacia. O Reece e o Jake estão na mesma sintonia do Thomas, ou seja, estão se sentindo Policiais. Isso te lembra alguma coisa, Castle?

— Já chega de zoazão por hoje, não é, meu compadre?

— Você acha que eu ia perder esta oportunidade? Ainda mais agora que as cinco crianças estão sãs e salvas!

Todos riram, inclusive o Castle.

— Estamos indo agora para a Delegacia, Javi. – Kate avisou.

Já estavam de saída, quando Ryan telefonou para o celular do Castle e narrou quase as mesmas coisas do Esposito. Eles não estavam juntos, pois, como sempre, o FBI utilizava uma sala da delegacia e mantinham-se separados dos policiais.

Ao final da conversa e já sabendo que a família Castle já estava à caminho da delegacia, Ryan acrescentou — Espero que quando vocês cheguem, todas elas já tenham passado pelo exame pericial para recolher amostras e digitais do DNA do criminoso e também pelo depoimento, assim vocês podem se reencontrar.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Peço perdão porque o capítulo ficou muito grande!!!
Gostaram???
Meus amores, continuo ansiosa por comentários!!!
Mil beijos!!!



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