As aventuras de uma ruiva- 2° temporada escrita por Anninha


Capítulo 29
Na embarcação do trem de Hogwarts




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Draco a encarou, o rosto surpreso e em pausa. Ele nem ao menos piscava enquanto suas engrenagens funcionavam, tentando entender o que a ruiva disse. Helena, apesar de contar a Draco, não seria covarde. Seguiria com o plano do mesmo jeito que contou a Lúcios Jr no dia anterior. Não daria para trás. Ela falava sério quando disse que não devia nada a Draco. Só contou porque era melhor de sua boca do que depois ver no ProfetDiário.

— Cara, isso...isso vai acabar com a minha vida.- ele murmurou, apoiando os cotovelos nas pernas e colocando as mãos na cabeça. Lena suspirou e se aproximou dele, segurando seu braço com calma e apoiando sua testa na dele. Ele fechou os olhos e ela subiu sua mão até seu rosto, o acariciando e sentindo a barba rala que tinha ali. Quase sorriu.

— Eu vou estar aqui para te suportar se sua vida acabar. Vou ajudar você a se reerguer.- prometeu, a voz calma e carinhosa.

— Porque está me contando isso?- perguntou com a voz fraca. - Porque está se entregando assim e porque vai fazer isso comigo?- perguntou com a voz triste e cansada.- Ele pode ser o merda que for, mas ainda é meu pai.- ele disse sério e abrindo os olhos. As labaredas de fogo queimariam Helena se ela já não fosse acostumada com ódio.

— Se fosse o meu pai eu faria o mesmo. É para um bem maior, Draco.- deu de ombros e beijou o queixo dele.

— E minha mãe e Lilian?- perguntou sério. - O que será delas?- perguntou. Lena beijou seu queixo novamente e encarou Draco com um sorriso.

— Elas irão finalmente estar livres de Voldemort e irão ficar seguras. Você não quer sua irmã crescendo perto de Voldermort, quer?- perguntou e se aproximou novamente, mas agora pra grudar seu nariz com de Draco.

— Não.- murmurou sério. Ela esfregou seus narizes com carinho e se afastou.

— Bem, vamos voltar a mesa. Eu ainda tenho alguém para provocar.- ela se levantou e puxou Draco. O loiro a abraçou e beijou sua testa antes de Lena lavar rapidamente a boca com água.

Voltaram a mesa separados. Narcissa e Carlisle perguntaram se ela estava bem e depois da ruiva sorrir animada e assentir, voltaram a conversar.

— O que pretende ser quando crescer, Srta Granger?- Horácio perguntou com curiosidade, quase na ponta da mesa. Helena estava adorando a cara de raiva das meninas e mulheres a mesa. Tudo se tratava dela.

— Professora de Poções é que não vai ser.- Snape debochou. Lena bufou e o encarou com tédio.

— Não vou ser porque é chato e eu não gosto.- disse de nariz em pé. Snape revirou os olhos.

— Não é boa em poções, srta Granger?- perguntou com calma Demetria Nott, a mãe biológica de Theo. Theo os apresentou como Demetria e Tyler, sinal que não reconhece eles como mãe e pai e Lena se sentia bem com isso. A mulher nada parecida com Theo tomou um gole de seu vinho enquanto olhava para a menina.

— Sou o suficiente para passar de ano.- deu de ombros e Snape riu.

— De 10 poções que ela faz, explode 11.-  murmurou divertido. A mesa caiu em risadas e ela revirou os olhos.

— Mas em compensação ela é boa em feitiço de ataque e defesa.- Theo disse com calma, saindo em defesa da amiga. - Não queiram duelar com ela, a ruiva sabe o que está fazendo muito bem.

— Sabemos bem.- disse um homem no canto, Yaxley. Lena viu que ele a olhava como se estivesse rasgando sua garganta. Quase riu ao perceber que foi ele que ela destroçou a perna a meses atrás, em março. - A Srta Granger tem capacidade para ser uma boa auror no futuro.- disse polidamente, o deboche explícito em sua voz.

— Obrigada, você não foi o único a me dizer isso.- sorriu com calma, fazendo o homem bufar.  Lena adorava causar raiva nos outros. Tem gente que sabe provocar, mas Lena sabe muito bem derrubar alguém. Suas experiências de vida a tornaram assim, de nariz em pé e arrogante, com resposta para tudo na ponta da língua.

— Então, você pretende seguir carreira de auror?- Pansy disse com desprezo.

— Sim.- disse com calma.

— E você lá tem talento?- Dafne Grengass perguntou debochada.

— Tenho.- sorriu com calma, se divertindo com tudo.

— Ah é? E como sabe disso sendo que a principal especialidade para ser auror é a investigação?- perguntou de novo, apoiando o queixo na mão e o cotovelo na mesa para observar Helena com superioridade. Lena sorriu.

— Se você soubesse as coisas que eu sei que você faz no terceiro andar, ficaria quieta.- A Grengass mais velha empalideceu e Lena colocou um pedaço de frango na boca, completamente vitoriosa.

Não muito tempo depois, a sobremesa foi servida e todos ignoraram sua existência, o que ela agradeceu. Não aguentava mais tanto veneno. Enquanto comiam, ela se levantou. Hora de dar o fora.

— Bem, chegou a minha hora.- ela anunciou e Narcissa se levantou, assim como Carlisle, Horácio e Theo. Abraçou-os.

— Tem certeza que quer ir embora, mesmo?- Narcissa perguntou.

— Tenho sim, estou exausta. E amanhã vamos para Hogwarts, se eu quero causar no trem preciso estar descansada.- Ela sorriu e Theo riu.

— Espero que não mexa com os Sonserinos.- ele disse a beliscando de leve na nuca. Ela o beliscou de volta.

— Não prometo nada, Nott.- murmurou irritada. - Acho que vou acertar bombas de bosta em você.- ela disse depois dele a beliscar de novo, rindo.

— Quero só ver.- ele riu quando a beliscou novamente e fugiu de seu tapa.

— Eu sei como invadir a Comunal da Sonserina, Nott. Toma bastante cuidado de noite!- exclamou e todos os sonserinos empalideceram. Ela quase riu.

— Como assim sabe invadir a Comunal?- Snape perguntou em choque. Lena sorriu.

— Um mágico nunca revela seus segredos.- sorriu. - Agora deu, até amanhã.- Deu um toque na mão de Theo, um beijo em Narcissa, Carlise e Snape e um aperto de mão em Horácio. Apenas soltou um aceno para os outros e caminhou diretamente para a sala de Pó de Flú. Se sentou no sofá e esperou.

Draco abriu a porta ofegante, carregando sua capa de coruja. Ela riu  baixinho.

— Você é esperta demais, ruiva.- ele murmurou quando se aproximou depois de fechar a porta. Deu de ombros.

— É de família.- ela sorriu e pegou a capa das mãos de Draco. Ele agarrou seu rosto e deu um beijo em sua testa.

— Te vejo amanhã?- perguntou ele e ela assentiu, se colocando na ponta dos pés para depositar um beijo em seu queixo. Ela colocou a capa nos ombros e agarrou um punhado de pó de flú. Entrou na lareira e jogou o pó ao mesmo tempo que gritava:

— Baker! (De acordo com o google, isso é Mansão dos Baker em Norueguês.)

Lena sumiu entre as labaredas de fogo verde e reapareceu novamente na mansão dos Baker, na noruega. Havia uma eternidade que não pisava lá. Admirou a sala por uns segundos antes de balançar a cabeça e pegar um punhado de pó de flú.

— CASA DOS BLACK!- Berrou soltando o pó dentro da lareira. Depois de uns minutos, reapareceu na sala dos Black e se jogou no sofá, cansada demais para dizer algo, triste de mais para chorar, feliz de mais para sequer sorrir. Apenas se deitou nas pernas de Narcissa Jr, a única acordada, e dormiu.

/==/

—Filha.- a voz de Lilian a despertou na manhã seguinte, e uma mão lhe tocou o rosto com calma enquanto o esfregava. Sorriu e abriu os olhos. Lilian sorria em sua direção. Lena se sentou no sofá e lambeu os labios ao ver um prato de mingau e um mini sonho a sua frente, nas mãos de Lilian.

— Bom dia.- murmurou e soltou um bocejo longo. Lilian deu um beijo em sua testa antes de deixar a mesinha em frente a Lena. Colocou o mingau ali, e entregou uma colher a Helena.

— Depois, vá tomar banho, ok? Partimos em duas horas para a estação.- disse com seriedade. Lena assentiu e começou a comer. Quando terminou, poucos minutos depois, deixou a louça na cozinha e foi tomar seu banho. Nessa mesma manhã, Helena sentiu sua cicatriz no pulso arder como o inferno.

Era a primeira vez desde o labirinto que isso acontecia. Ardia tanto, que Lena precisou segurar o grito que sairia. E quando menos esperou, caiu no chão do boxe do banheiro e seus olhos ficaram foscos.

— Essa Potter maldita!- Voldemort gritava, andando de um lado para o outro dentro de uma sala. A mesma sala que os visitantes dos Malfoy's estavam ontem.- Quem ela pensa que é? Eu quero vingança! Eu quero que ela pague!- berrou louco, tacando um objeto caro na parede e o quebrando.

Helena retornou ao banheiro, a dor em seu pulso bem menos intensa do que antes. Tinha que falar com Dumbledore. Não podia deixar esse tipo de coisa passar batido.

Terminou de lavar o cabelo e depois de se secar, colocou a calça jeans, a camisa branca de manga curta e tênis. Prendeu o braço na tipoia e meteu os óculos na cara antes de descer até o andar de baixo, onde suas coisas já se encontravam, inclusive as gaiolas e seus animais. Pullman estava por aí, nenhum pouco afim de sequer acompanhar Helena até a estação.

A sala estava uma zona. Malas aqui e ali, gaiolas, pacotes, gritos e pessoas zanzando feito malucos. Lena até ficou tonta.

— Todos aqui!?- A Sra Weasley perguntou, mas do mesmo jeito começou a contar quem iria. Ela, Harry, Hermione, Rony, Gina, Fred, Jorge, Renan. 8 pessoas apenas. Sirius Jr, James, Remus Jr, Snape Jr, Lilian e Frank iriam depois.

Tonks, Remus, Orion, Olho-Tonto e Sirius e o Sr Weasley cuidariam da proteção deles. Então, depois de se despedirem de Marlene, Alice, Narcissa e Peter, rumaram rua a fora cada um carregando seus malões. E cada auror carregou uma gaiola. Harry levou sua coruja Edwiges e Hermione levou seu gato Bichento.

Com um pouco de pressa, todos andaram para a estação King's Cross, a vinte minutos de distância da casa dos Black. Helena, Fred e Jorge não pouparam a curta de viagem de risadas e a cada risada que acabava, era uma piada nova e mais engraçada.

Ao chegarem na estação, atravessaram a pilastra e cada um foi entregando as bagagens e animais para o homem da bagagem. Depois, quando o primeiro apito soou alto, os alunos se despediram dos adultos.

— Juízo!- mandou a Sra Weasley para Fred, Jorge e Helena. Os abraçou. Lena  deu um abraço forte em Tonks, Orion, Remus e Sirius, e um respeitoso aperto de mão em Olho-Tonto, ja que ele recusou o abraço.

E, com pressa, se juntou aos gêmeos para entrar no expresso. Helena, quando entrou, pegou a conversa entre o trio de ouro. Hermione e Rony iriam para outro vagão por que tinham a reunião dos Monitores. A cara de Harry foi uma coisa triste de se ver.

— Ou, eu vou com vocês daqui a pouco.- disse ela para os gêmeos, que faziam mil e um planos para pegadinhas nas próximas oito horas. Eles murcharam os sorrisos.- Harry ta mal, eu já vou.- murmurou e eles assentiram. Então, Lena correu até Harry e Gina. - Ei Potter!- chamou alto o suficiente para ele parar e olhar.

— Ta me chamando assim porque?- perguntou enquanto ela se juntava a ele e Gina.

— Era para chamar atenção só.- sorriu de leve e Neville se juntou a eles. Lena o abraçou e eles entraram na mesma cabine que Luna. Não demorou para o Trem começar a andar e os mais velhos começarem a conversar. Então,  Lena se despediu e disse que ia procurar os amigos.

Andou pelos vagões sem pressa, recebendo diversos olhares hostis e tortos. Ela nem dava bola, esse pessoal não era nada dela.

— Ei Granger!- berrou uma voz do fim do corredor, antes da entrada para o vagão da Sonserina.  Lena olhou e sorriu ao ver Jack, a chamando com a mão.

— Gillinski!- sorriu enquanto se aproximava. Ele a abraçou com força.

— Senti sua falta, Lobinha.- ele murmurou e ela sorriu. Adorou o apelido. Jack era o único que realmente achava foda ela ser lobisomen. Helena havia mandado cartas a todos os amigos do seu ano, mas apenas Jack e Mili responderam. Mesmo com Elaine tendo a ajudado no dia da formatura, a amizade acabou ali mesmo.

— Eu também. Foi chato não ter que corrigir suas atividades de poções.- o cutucou na costela e ele riu.

— Você nem sabe, Mili falou.- ele disse orgulhoso e Lena sorriu. Só ele para fazer a menina falar. Lena sempre tentou, mas a amiga só "falava" por desenhos e pinturas. E por cartas.

— Isso é incrível, cara! Como conseguiu?- perguntou curiosa.

— Eu fiz cócegas nela até ela pedir para parar.- disse e Lena riu.

— Esperto.- elogiou e Lena olhou para dentro da cabine onde Jack estava. Toda a turma está lá dentro. Alguns olhavam para Lena como se fosse louca, o que a fez revirar os olhos.

— Não ligue para esses idiotas.- murmurou Jack sério, chamando a atenção dela. Ela o olhou.- Eles estão putos porque você não contou a eles.- murmurou e Helena riu.

— E porque eu tenho que contar? Se é um segredo, é porque não deveria ser revelado, né?- murmurou meio irritada.

— Eu sei, eu tentei explicar isso para eles, mas eles não querem saber.- ele deu de ombros e Lena também.

— Estou com a consciência limpa, Jack. Até porque, eles também escondem várias coisas de nós.- disse alto o bastante para eles ouvirem.- E mesmo assim não contam. São um bando cheio de hipocrisia.- falou alto e logo depois Jack a encarou rindo.

— Você é terrível, Helena Granger.- murmurou e ela riu.

— Eu preicso ir. Ainda tenho que achar os gêmeos para hm...você sabe.- ela sorriu marota e ele assentiu rindo. Se despediram com um beijo na bochecha e Lena invadiu o vagão da Sonserina sem medo, nem escrúpulos.

O vagão da Sonserina não tinha cabines, então todos os Sonserinos ficavam juntos, sentados em voltas de mesas e é obvio, tinham comida para o almoço e doces e salgados,  enfim, banquete para eles, nada para os outros.

— Granger.- rosnou Pansy Parkinson assim que viu a ruiva. Lena a ignorou e procurou rapidamente Draco, ele estava entre Theo e Zabine e jogava baralho. Provavelmente Theo os ensinou.

— Buldogue.- Helena disse com calma e gerou risadas altas e um cachorro ficando vermelho. Draco apenas a lançou um sorriso orgulhoso antes de voltar as cartas.

— O que está fazendo?- perguntou Astória irritada. Lena a olhou com tédio.

— Infelizmente, tentando não sangrar pelos ouvidos ao ouvir sua voz.- procurou a comida e sorriu ao ver sorvete. Ah, iria pegar sim. Se aproximou da bancada e pegou uma colher e começou a tomar ali mesmo.

— EI, Isso é nosso!- berrou um dos Sonserinos indignado. Lena colocou mais um pedaço na boca e o saboreou.

— Advinha só, panaca, eu comprei o Bilhete Fundador.- e mostrou o bilhete preto a todos.

Basicamente, existiam três bilhetes. O dourado retangular, que era o de graça que a própria Hogwarts fornecia e que bem, dá acesso as cabines. Esse se chama Bilhete Dourado. O vermelho retangular, que é geralmente o que os Sonserinos compram, que lhes dá acesso a comida e um vagão a parte para eles. Esse é o Bilhete Comunal. E tem o preto retangular, que dá acesso a tudo que exista dentro do trem, inclusive a sala monumental. Esse era o Bilhete Fundador, o top dos top.

O trem era mágico, e obviamente tinha uma ou outra coisa daora lá dentro que Helena queria conhecer, por isso comprou esse bilhete. Gastou um dinheiro grande com isso, mas não ligava muito não. Sua curiosidade era maior que sua economia.

— Ah, que ótimo, fica esfregando na cara dos outros que tem dinheiro.- disse Pansy Dinheiro Que Cai do Céu Parkinson.

— Ah me poupe!- Theo exclamou, para a surpresa de todos.- Sua família é rica pra cacete, você mesma disse que pra você, o dinheiro cai do céu e nasce nas árvores que tem no seu jardim.- bufou irritado. Lena riu.

— Ainda foi desbancada pelo amigo.- murmurou com graça. Parkinson a olhou com raiva.

— Nossa, você não se cansa não?- Emilia Bulstrode perguntou se levantando e cruzando os braços. - Você está sendo tachada de louca varrida, depravada, sangue-ruim e mais mil e um adjetivos e continua aqui, ouvindo mais.- Lena largou a colher e pegou o celular. O colocou na orelha.

— Alô? Eu to ligando pra saber quem pediu a opinião de gente que eu não gosto.- guardou o celular.- Se toca, você realmente acha que eu ligo pra você ou pro Profeta ou pros pais ridículos de vocês? O que vocês pensam se encontra debaixo do meu sapato. Eu piso e esmago, depois é só limpar que sai.- sorriu de lado e tomou mais um pouco do sorvete.

— Não gostamos de você. Dá o fora.- mandou Zabini irritado. Helena bocejou e se sentou, cruzando as pernas no processo.

— Me obrigue.- sorriu de lado e não só ele, mas várias pessoas tiraram as varinhas do bolso.

— Eu não faria isso se vocês.- Theo disse alto e despreocupado. Helena sabia se cuidar, ainda mais depois das férias.

— O que? Vai defender ela?- Um sonserino chamado Zacharias perguntou surpreso, mas irritado.

— Olha, Helena conheceu gente barra pesada nas férias e aprendeu coisas novas. Eu não mexeria com ela.- disse sério, o tom de aviso explícito em sua voz.

— Aprendeu o que? A chorar?- Pansy perguntou e lançou um feitiço. O feitiço parou no ar quando Helena levantou a mão, ela não usou varinha, na verdade, nem estava com ela nesse momento. Todos ofegaram.

— Sabe, eu prometi pra mim mesma que não iria fazer nada para assustar ninguém esse ano.- ela foi dizendo enquanto descia do balcão. Por cada janela que passava, elas se fechavam com um estrondo, deixando o ambiente cada vez mais escuro e as pessoas cada vez mais assustadas.- É a primeira e a última vez que eu te digo isso, Parkinson.- murmurou se aproximando. Quando tudo ficou escuro, só conseguiam ouvir a voz de Helena. Parkinson, por outro lado, podia sentir que a ruiva estava próxima. - Não mexa com quem não conhece, essa pessoa pode acabar não gostando.- sussurrou e ficou em silêncio, então, abriu os olhos e Pansy berrou alto, tampando os olhos com as mãos. Helena havia deixado seus olhos amarelos.

Quando as janelas se abriram novamente, Helena já não se encontrava no recinto e Pansy estava chorando no chão, soluçando e com o rosto cheio de rímel borrado.

Lena estava saltitando enquanto andava. S a l t i t a n d o. O marco do dia foi ouvir os gritos de susto de Pansy Parkinson. Por hora estava satisfeita.

/==/

— Bem, eu acho que dessa vez vou diexar vocês assumirem.- Helena disse a Fred e Jorge enquanto preparavam um plano para pegadinhas.

— Mentira!- Jorge exclamou surpreso. - Helena Granger não querendo se arriscar? Fazer o trabalho sujo?- perguntou surpreso.

— Alguém sequestrou nossa ruiva!- Fred gritou andando de um lado para o outro. Lena gargalhou tanto que se deitou no banco e segurou a barriga.

— Vocês são pirados!- gritou rindo e secando as lágrimas do rosto. Os três riram e se levantaram ao mesmo tempo, Fred levando uma bolsa com bombas de bosta e sapos robóticos que pareciam muito reais. Fred os enfeitiçou para se multiplicarem duas vezes mais a cada vez que forem mortos. Ao atingir 5.000 multiplicações, eles parariam de se multiplicar.

Saíram cada um com seus bilhetes em mãos. Helena com o Bilhete Fundador e Fred e Jorge com o Bilhete Comunal. Comprar os Bilhetes era parte do plano. Tinham que ter acesso naquele último vagão. Dá última vez, no ano passado, Lena só conseguiu entrar nele com o Bilhete Comunal.

Entraram rindo no Vagão da Sonserina, atraindo olhares. Conversavam alto sobre as férias e sobre pegadinhas futuras. Fred fez um prato de comida para ele e para Helena enquanto Jorge fazia um para ele.

No meio do almoço, Lena derrubou o copo no chão, bem atrás do balcão.

— Droga!- exclamou irritada, pulando do banco e indo para trás do balcão. A bolsa de Fred estava lá. Lena tirou os sapos robôs de dentro da bolsa, e a bombas. Enquanto isso, Jorge enfeitiçava a comida. O feitiço faria com que ela não fossem atingida pelas Bombas. Lena catou os cacos de vidro e limpou o chão antes de se levantar.

— Então, qual o cronograma agora Fred?- perguntou Jorge para o irmão, que checou uma agenda.

— Enfeitiçar as vassouras do time da Corvinal.- respondeu o ruivo.

— O que?- Helena perguntou se levantando e encarando os gêmeos. Eles sorriram marotos.- Ah qual, é! Minha casa não!- disse indignada.

— Pelo menos a Cho.- Jorge disse, sabendo que a ruiva iria concordar. Lena assentiu no ato.

— Pode explodir se quiserem.- deu de ombros e os irmãos riram.

— Quem será que é o novo professor?- perguntou Jorge enquanto tomava sorvete.

— De DCAT?- perguntou Fred. O ruivo assentiu.

— João disse que era mulher.- Lena disse depois de passar a língua nos lábios para limpar o sorvete.

— Credo em Cruz.- murmurou Fred e Lena o bateu com a colher. - Au!- gritou indignado. Jorge riu. 

— Tá, vamos. Eu ainda preciso pegar umas coisas com o Harry.- murmurou  Lena se levantando.

— Vocês são muito burros.- disse Pansy quando passaram. Os três reviraram os olhos.

— E porque, Buldogue Que Fala?- Jorge perguntou curioso.

— Buldogue com Chifres, Jorge.- Fred murmurou para o irmão. Lena tentou segurar a risada e não foi a única. Theo até teve que se esconder atrás de sua capa para rir.

— Somos monitores agora, e sabemos todos os seus planos de pegadinhas. Snape vai ficar sabendo disso.- disse sorrindo com maldade.

— Somos? Quem foi o desnaturado que te escolheu?- Fred perguntou indignado.

— Obviamente, Weasley, eu e Pansy somos os mais qualificados para o serviço.- Malfoy se botou ao lado de Pansy enquanto cruzava os braços. Lena o olhou com orgulho, orgulho por ser Monitor mesmo.

— Esta chamando seus colegas de burros, Malfoy?- perguntou a ruiva com deboche. Draco a olhou, o rosto com desprezo e os olhos com diversão. O combinado deles era deixar o namoro em segredo e em público, ficar se ofendendo e tudo mais. O normal, basicamente.

— Está se intromentendo porque, pirralha? Vai colocar os filhinhos debaixo da saia de novo?- perguntou frio. Lena deu um passo a frente, olhando para os olhos de Draco com fogo nos próprios olhos.

— Vou. Mas se quiser que eles te soquem no meu lugar, á vontade.- sorriu largamente.

— Vamos, Lena, vamos esquecer esses babacas.- Fred pegou a ruiva pelas pernas e a colocou nos ombros como um saco de batata. Lena riu, observando com prazer Draco olhar para as costas de Fred ódio enquanto fechava os punhos. Quando ninguém estava olhando, Lena sorriu para ele, que sorriu de volta levemente. Então, os três saíram do vagão e Fred colocou Helena no chão. Os três pegaram suas varinhas e soltaram um sorriso enquanto apontavam para a porta fechada.

— Finite incantatem.- murmuraran juntos. As bombas de bosta que tinham um alcançe maior por serem menores e terem mais pressão, explodiram primeiro. Os gritos invadiram o vagão e ativaram os sapos, que pulavam e faziam barulhos altos.

Os três riram e saíram correndo quando todas as portas se abriram e os alunos foram saindo. A porta do vagão da Sonserina se abriu e os alunos saíram gritando, sujos de bosta e deixando os sapos passarem. Opa.

Foi uma infestação de sapos no trem inteiro. Eles entraram nas cabines, na cabine de controle e espalharam o pânico e o nojo. Lena, Fred e Jorge entraram em sua cabine e riram como nunca, mas se assustaram quando Renan e Theo entraram. Os dois cheios de bosta.

Foi o gatilho para Fred engasgar enquanto ria. Lena não aguentou e riu dos dois meninos enquanto eles entravam e se esfregavam nos amigos para suja-los também. Riram, mas não gostaram muito não.

Horas depois, os gêmeos, Helena, Theo e Renan jogavam Snap Explosivo no chão da cabine que estavam. Havia latas de refri amassadas e vazias pela cabine, além de vários pacotes de doces e salgadinhos.

O Baralho explodiu mais uma vez e eles pararam de jogar para conversar sobre a vida. Lena estava meio que sobrando, pois os meninos começaram a falar de meninas que pegavam. Revirou os olhos e se sentou na janela.

Esse ano seria um verdadeiro inferno. Ela sentia isso. Sentia que muita coisa boa e ruim estavam por vir e se assustava um pouco. Queria tranquilidade, mas sabia que seria difícil.

Helena continuou quieta na janela, não ouvindo o que os outros diziam. Seus olhos estavam presos na enorme estrutura que se estendia belíssima lá na frente. Seu peito se aqueceu e ela sorriu. Estava em Hogwarts. Em casa.


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