Não conte a ninguém escrita por StellaHime


Capítulo 5
Um parque de diversões e uma Roda Gigante




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Na manhã seguinte, conforme tinha prometido, Serena voltou ao orfanato. Ela passou a manhã com as crianças, principalmente com Chib, que pareceu ter se apegado bastante à loira. Por outro lado, Seiya passou a manhã fora resolvendo assuntos de Louis. Desta vez, porém, a garota não pôde ficar para o almoço, já que tinha combinado com sua mãe de ver os preparativos para sua festa de aniversário, que seria em dois dias.

À tarde do dia seguinte, Seiya ligou para Serena avisando do passeio que faria com as crianças e a convidando a ir junto. Ele havia combinado de levá-las a um parque de diversões, que vinha uma vez por ano à cidade.

Chegando ao parque, as crianças estavam ansiosas e eufóricas na fila de espera para comprar os bilhetes. Serena e Artemis se aproximaram e as cumprimentaram. Quando Seiya estava voltando, acenou de longe e logo gritou quando viu Chib no colo de Serena:

— Bombom, Artemis! Comprei ingressos para vocês!

— Muito obrigada, Seiya, mas nós trouxemos dinheiro – Serena logo se apressou.

— Que nada, fica de cortesia para vocês. Chib e Diana vivem perguntando de vocês. Realmente vocês cativaram elas duas! – Seiya respondeu gentilmente e com um sorriso, fazendo com que Artemis e Serena sorrissem de volta. Ele tomou Chib no colo e então seguiram ao portão de entrada.

Como eram dezenove crianças, eles se dividiram em grupos. Kakyuu e Yaten ficaram com as oito crianças mais velhas; Taiki, com mais três; Haruka, com três; Michiru e Artemis, com Diana e mais uma; e Serena e Seiya, com as três mais novas, incluindo Chib. E logo depois se separaram.

Quando as três crianças estavam em um brinquedo conjunto de pula-pula, piscina de bolinhas, escorregador e casinha – e só sairiam em dez minutos -, Seiya e Serena se dirigiram à lanchonete.

— Peça o que quiser – ele respondeu, ao ver a loira olhando fixamente para dois croissant. – Moça, queremos dois desse daí – Ele apontou e a moça assentiu, pegando dois e embalando.

— Isso está muito gostoso! – Serena exclamou, após a primeira mordida no salgado. – Uma delícia!

— Está muito bom mesmo!

— A propósito, bombom, vai em um brinquedo enquanto eu fico aqui cuidado das crianças. Afinal, é o meu trabalho e quero que você se divirta.

— Não precisa, está bom assim – ela respondeu, dando outra mordida no croissant.

— Então, tá. Acaba aí e nós vamos na Casa Mal Assombrada! – Ele exclamou de boca cheia e subitamente a loira se engasgou.

— Quê? Casa Mal Assombrada? De jeito nenhum! – Ela conseguiu dizer após alguns segundos. Seiya agora a olhava intrigado e então sorriu.

— Não acredito que você está com medo! Olha só, nem o Kaleb, de oito anos, tem medo desse negócio. São só pessoas fantasiadas e bonecos.

— Nem pensar! – Ela repetiu, insistente.

— Vamos, vai ser legal. Eu te protejo se quiserem te atacar! – Seiya disse com brilho nos olhos, animado.

Vendo-se encurralada, Serena enfim cedeu. Os dois acabaram de comer e se dirigiram à Casa Mal Assombrada, de onde saíram agarrados, com Serena sem fôlego de tanto gritar de susto e medo.

— Não acredito que você me fez ir àquele lugar! – Serena disse, chateada e franzindo o cenho. – Nunca, nunca mais eu faço isso! Eu quase morri!

— Ué, eu disse que ia te proteger. Não te fizeram nada.

— Sei... – Serena bufou e caminhou rumo à uma barraca de churros e pipoca.

— Você ainda está com fome? Como vai comer tudo isso depois de um croissant daqueles? – Seiya indagou quando viu nas mãos da garota uma pipoca grande e dois churros recheados. Ela apenas assentiu enquanto comia um pedaço de churros e sorriu.

Faltando dois minutos para os dez minutos das crianças, os dois foram ao local. Serena ainda comia a pipoca e ofereceu às crianças, que aceitaram e logo insistiram para que comprassem uma para cada. E assim fizeram.

Logo depois, eles levaram as crianças a mais alguns brinquedos e nos intervalos foram à Montanha Russa e a um brinquedo que virava de cabeça para baixo, no qual Serena quase vomitou por ter comido demais.

Às seis e meia, todos haviam combinado um encontro perto de uma lanchonete do parque. Seiya comprou comida para os que estavam famintos e comeu uma pizza com Taiki, Yaten, Kakyuu, Haruka e Michiru. Ele observou que Serena estava estranhamente calada e quando olhou para ela, ela fitava um brinquedo do qual ele gostava muito: a Roda Gigante.

— Ei, bombom. Vamos naquele? – Ele perguntou num tom baixo à loira, que enrubesceu por ter sido pega desprevenida.

Enquanto todos comiam, os dois se dirigiram à Roda Gigante e entraram no brinquedo. O céu já estava escuro devido ao horário e as luzes da cidade cintilavam, contrastando. A loira olhava fixamente para as luzes e então voltou seu olhar ao céu estrelado quando a Roda parou no ponto mais alto.

— Consigo ver a cidade quase toda daqui. É tão bonito, são tantas luzes.

— Eu me lembro a primeira vez que subi nesse brinquedo. Foi em um parque que hoje está abandonado. E desde a primeira subida, eu simplesmente amei – Seiya disse e fitou o céu. - Eu sinto uma paz tão grande quando estou aqui de cima, olhando a cidade. Parece que tudo some, que não existe nada no mundo, só as luzes e o céu.

Após alguns segundos de silêncio, Serena o quebrou:

— Sabe, Seiya, eu me diverti bastante hoje. Desde que meu pai foi eleito, eu nunca mais pude ir a lugares assim, pelo menos não sem muitos seguranças ou somente com amigos. Eu nem me lembrava mais dessa sensação.

— Eu também me diverti muito – ele respondeu ainda olhando para o céu e voltou seus olhos à garota, sorrindo levemente. – Agora você tem um amigo, bombom. Na verdade, você tem vários amigos agora. Aquelas crianças te adoram.

Seiya fitou os olhos azuis claros da garota. Através deles, ele podia ver claramente o que ela estava sentindo. Ela não era o tipo de garota que escondia seus sentimentos, ela não tinha motivos para isso. Tudo o que sentia era refletido em seus olhos azuis.

De repente, Seiya sentiu uma imensa vontade de se aproximar e beijá-la, mas teve que se conter, pois uma tristeza o atingiu, ao pensar em tudo o que estava acontecendo. Aquela garota jamais poderia ser para ele. Eles viviam em mundos completamente diferentes. Ele não poderia sequer ser sincero com ela, como poderia querer algo mais? E, ainda que contasse, qual seria a sua reação?

 Enquanto a Roda descia, Seiya perguntou se Serena estava ansiosa para o dia seguinte, quando ela subitamente entristeceu. Ele notou imediatamente que havia algo errado, mas não soube dizer o motivo, sequer conseguia imaginar o motivo de uma jovem tão alegre e bonita andar tão triste desde que se conheceram.

Quando saíram do brinquedo, todos já estavam à espera deles e prontos para ir embora. Serena estava cabisbaixa e forçou um sorriso logo que viu Chib. Em seguida, se aproximou de Seiya e se despediu:

— Muito obrigada, mais uma vez. Por me salvar e por este dia.

— Não precisa agradecer. Nos vemos amanhã, bombom. Desde já, feliz aniversário.

— Obrigada, Seiya. Até amanhã.

— Boa noite, senhor. Obrigado pelo convite – Artemis disse, despedindo-se de Diana e de Seiya.

— Vamos fazer de novo qualquer dia – Seiya respondeu e apertou a mão do segurança. Em seguida, voltou-se à Serena e sorriu gentilmente, sussurrando ao abraçá-la: - conte comigo para tudo.

Serena não teve tempo de responder, já que se afastaram muito rápido. Então, todos se despediram e voltaram às suas casas.

— Mas o que diabos foi aquilo? – Seiya perguntou a si mesmo quando estava tomando banho para ir dormir. Ele inventou diversas teorias que explicassem o motivo daquela garotar estar tão triste, principalmente quando falou do aniversário.

Exatamente à meia noite, digitou uma mensagem de felicitações e depois adormeceu em meio a teorias.


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Notas finais do capítulo

Comentem! Críticas e sugestões são sempre bem-vindos.



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