Miríade escrita por Melry Oliver


Capítulo 8
8. Um pedido inesperado




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Na manhã seguinte Aprille não apareceu novamente e Ian não veio a escola, inclinada a fazer uma vista, liguei para Aprille que atendeu no segundo toque, a voz baixa e lenta me surpreendeu, percebi que havia alguma coisa de errado com ela.

Aprille estava acamada, eu já estava preocupada com aquela situação, então quando eu sair da última aula fui à casa dela.

O subúrbio que Aprille morava localizava-se ao lado oposto ao que eu morava, a casa seguia um padrão clássico de estrutura com nuances de modernidade, um jardim pequeno com plantas regionais, percorri o ladrilho de acesso a porta de entrada e toquei a campainha, ouvir passos sobre o assoalho e uma mulher de meia idade abriu a porta.

Aquela mulher com certeza era a mãe de Aprille a semelhança que a Sr.ª Payne tem com a sua filha eram impressionantes, ela estava de avental e enxugava as mãos sobre o tecido.

— Olá querida.

Eu expliquei a ela que era a amiga de Aprille e estava preocupada por ela não ter ido à escola há dois dias, por isso eu estava ali. A mulher sorriu afetuosa e me convidou a entrar, olhei ao redor em uma visão geral a casa de Aprille era bem menor em comparação com a minha, e parecia aquelas casas com muitos objetos para pouco espaço, no entanto havia certo charme na organização do lugar, bonita e clássica como uma casa de boneca, a Sr.ª Payne me disse que Aprille estava acamada por virose, tinha ido ao médico para receber os cuidados necessários.

Numa corrida veloz uma garotinha de cabelos longos seguia rumo a área de acesso aos quartos, vestia com uma jardineira florida ela maninha a velocidade.

— Não corra dentro de casa Megan, eu já disse que não pode fazer isso. Demandou autoritária suas palavras tiveram um efeito instantâneo já que a garotinha perdeu o passo e parou.

Ela virou e eu vi o seu rosto infantil de olhos verdes e boca pequena ganhar um aspecto aflito.

— Desculpe mamãe.  Pediu baixinho e voltou a caminhar até sumir de vista.

Eu fui levada até o quarto de Aprille em comparação com o resto da casa o seu quarto era relativamente grande, desproporcional com o resto dos cômodos, as paredes eram lisas em tons de amarelo com branco, os detalhes eram em vermelho com ilustrações sérias e, prateleiras recheadas de livros preenchiam a parede de frente para a porta, portas retratos foram distribuídos pelo espaço, um nicho de bichos de pelúcia decorava uma parte do ambiente, eu achei bonitinho.

Aprille estava sobre a cama, aparentava ter acabado de acordar ela tinha grandes olheiras ao redor dos olhos que permaneciam com a vista baixa.

— Eu estou péssima eu sei. Afirmou.

Ela estava enfermar e ainda perdia tempo se preocupando com a aparência?

Ficar doente era péssimo!

— Você tem um motivo forte.

Ela sorriu pequeno e pescou uma mecha de cabelo que soltou do seu coque alto.

— Obrigada por ter vindo.

Não tinha como ser o contrário.

Ela se tornou uma boa amiga para mim, foi a primeira pessoa que eu conheci e gostei instantaneamente. Fechei a mão direita em um punho e a levei até o punho estendido de Aprille e demos uma leve batida num típico “fist bump”. Esse gesto bobo a fez sorrir.

 — Espero que você melhore logo. Falei sincera.

— Eu também espero.

Infelizmente isso não aconteceu e no terceiro dia consecutivo da ausência de Aprille na escola, eu recebi uma ligação dela, ela queria me fazer um pedido e parecia estar desanimada por faze-lo, tive essa errônea impressão, ela esclareceu que estava chateada por não poder ir ao evento ela mesmo, seu pedido era no mínimo inusitado.

Eu não era a favor nem contra o cantor, eu não me ocupava em ama-lo ou odiá-lo, mas ter que ir ao show dele, não era uma opção que eu escolheria, lugares com lotação de pessoas não é atraente aos meus olhos.

Aprille me ligou no dia anterior, para me pedir que levasse sua irmãzinha de oito anos que segundo ela ao “Tão esperado show”. Aprille não escondia a tristeza na voz de não poder levar Megan, pois ela estava com um forte resfriado que a deixou acamada.

— Obrigada Destinee. Agradeceu-me, depois de eu ter concordado.

Qual é. Eu podia fazer isso.

A palavra show sempre me lembrava de blusa confortável, jeans, além de um bom sapato sem salto, no meu caso um tênis preto, eu prendi os cabelos em um rabo de cabelo despojado, investir em uma maquiagem que se realça meus traços do rosto incluindo os olhos, amarrei uma blusa de manga comprida na cintura, escolhi uma bolsa de alça longa pra usar, e rumei pra casa de April, na entrada da casa dela, meu celular tocava pela terceira vez em menos de quinze minutos.

A mãe de Aprille abriu a porta, atrás dela estava uma inquieta Megan.

— Olá Destinee, muita obrigada por leva-la ao show, ela quer muito ir.

Sorri compreensiva.

— Eu disse que ela viria Meg.

Megan apareceu na frente da mãe, ela tinha poucos traços de Carmen deveria se parecer com o pai, ela sorriu abertamente, os dentes da frente ainda eram novos e não tinham crescido o suficiente.

O sorriso de admiração emergiu em meu rosto.

Megan usava um rabo de cavalo parecido com o meu, porém mais trabalho havia algumas tranças no cabelo preso, que estavam prendidas com pequenas ligas coloridas, a pele dela brilhava com pequenos pontos reluzentes, consequência de algum óleo de corpo que continha brilho, a blusa tinha os dizeres "Eu sou teen Michael".

Tive vontade de sorri diante da sua fofura.

Uma garotinha que esbanjava estilo.

E as calças então? Eram rosa e rasgadas em lugares estratégicos, assim como eu, ela usava um All Star.

— Minha nossa Megan como você está linda.  – Elogiei.

— Obrigada, você também está bonita.

A sra. Payne me entregou os ingressos de entrada, abraçou a filha com ternura.

— Cuide bem da minha princesa, Destinee.

— Cuidarei. – disse com sinceridade.


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