War of Heart escrita por MissIlusionn


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Como estão? Estou ótima hahaha Boa leitura!



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Niklaus sentiu o peso de seu corpo, após alguns minutos correndo. Sua vestimenta manchara de vermelho e o ferimento sangrava, provavelmente os pontos abriram. Não tinha tempo para tal caprichos: respirou fundo, bebeu um gole de água e continuou a correr, ignorando a fome que lhe corroía.

O comandante inglês varou a floresta e sentiu que estava próximo a base médica, contudo começou a escutar disparos constantes e gritos. Os soldados alemães haviam chego à base médica.

— Merda! — murmurou o inglês.

Um combate direto se travava entre alemães e britânicos. Niklaus sabia que adentrar o conflito, em suas condições, era suicídio, contudo aprendera a ser grato e o mínimo que podia fazer era ajudar a enfermeira que salvara sua vida. Decidiu que adentraria por trás. Se fosse visto, morreria, afinal era um soldado sem identificação.

Com cuidado, arrastou-se até a hospedagem onde dormira. Encarou pela pequena janela e percebeu que um soldado britânico amedrontava os médicos. Encarou os rostos e tentou encontrar a face angelical da jovem que o ajudara. Ela não estava no local.

— Onde você se meteu, hein? — sussurrou para si.

Continuou a sondar o local sorrateiramente. Na linha de frente havia britânicos e os alemães buscavam alcançar a base. Dentre gritos e tragédias, identificou gemidos baixos. Seguiu-os e encontrou a enfermeira.

Caroline estava quase despida. Niklaus demorou alguns segundos para entender a situação, mas após uma curta reflexão e aproximação entendeu que a jovem tentava estancar o sangue do rapaz com parte de seu vestido.

— O que pensas que está fazendo? — sussurrou Niklaus.

Caroline espaireceu de susto.

— Klaus — murmurou aliviada.

O soldado até manteria um diálogo, todavia escutou o mandato de recuar dos britânicos.

— Precisamos sair daqui — declarou o soldado.

— Não posso deixa-lo...

— Me escute — Niklaus segurou o rosto da enfermeira e encarou seus olhos claros. — Os britânicos estão acuados. Se os alemães prosseguirem, e eles irão, eles matarão todos vocês.

— Ora, mande-os parar. Você não é o capitão?

— Sou um soldado sem identificação, Srta. Forbes. Se eu aparecer serei morto antes que profira qualquer palavra. Não há opção! Precisamos ir.

Disparos foram realizados dentro da sala médica. O soldado britânico começara a matar os médicos e enfermeiras alemãs, indicando que os alemães não acataram a ordem.

— Por que voltou? — questionou a jovem enfermeira.

— Seria desumano deixar você morrer.

Caroline deixou algumas lágrimas caírem, contudo, o soldado a arrastou para longe do colega quase morto. Os dois correram, deixando para trás os disparos e o caos. A enfermeira chorava e soluçava, enquanto sofria ao escutar os gritos temorosos de seus colegas. Niklaus estava firme e encaminhava Caroline, impedindo que ela voltasse.

— Não olhe para trás.

A enfermeira até escutou as palavras do britânico, contudo seu cérebro não as processou. Caroline estava inerte, enquanto deixava que aquele recém-conhecido a guiasse. A enxaqueca lhe aturdia, enquanto lágrimas escorriam por sua face. A jovem não conseguia pensar de forma lógica, apenas na imagem de seus colegas de trabalho sendo mortos de forma tão fria. Era esperado de uma guerra, todavia foi diferente quando aconteceu consigo. Se encontrava sem rumo.

Niklaus se manteve firme. O comandante já vira coisas piores, assim adaptando-se. Não tinha uma estratégia de sobrevivência, entretanto supôs que abrigar-se na floresta até a poeira baixar era uma boa ideia. Sua companheira não tinha a mínima condição de opinar, portanto ele decidiu sozinho e não permitiu que a jovem retornasse para morrer.

Após caminharem rápido, Caroline hesitou adentrar aquela floresta fechada.

— Niklaus — murmurou. — Talvez haja sobreviventes.

— Talvez — concordou o rapaz. — No entanto, precisamos deixar as coisas acalmarem. Depois poderemos voltar para checar.

— Como posso confiar em você?

— Seria insensível raptar a enfermeira que salvara a minha vida, não? Caso ainda não confie, pense que os sobreviventes britânicos são a minha passagem para Inglaterra.

Caroline assentiu. Embora receosa, adentrou a floresta. O barulho dos disparos diminuía a cada passo e isso era a sua motivação para continuar.

Os dois caminharam por algum tempo. A jovem enfermeira não se queixava, entretanto, o comandante percebeu que o cansaço começava lhe afligir.

— O que acha de descansarmos um pouco? — sugeriu o soldado.

Caroline concordou em um gesto. Niklaus cortou alguns galhos e ampliou o espaço. A floresta fechada era fria, contudo o soldado já se acostumara a noites frias ao relento. A enfermeira não estava adaptada e seu queixo tremia de frio.

Caroline sentou-se e encostou em uma árvore. Não chorava mais, contudo sua expressão estava distante.

— Fará ainda mais frio e não podemos fazer uma fogueira, pois chamará atenção. Tome! — Niklaus retirou seu casaco e ofereceu a enfermeira.

— Se morrer de hipotermia, eu não saberei sair daqui.

Niklaus sorriu sem humor.

— Já estou acostumado com noites frias, honey.

Caroline sorriu fraco, mas aceitou o casaco.

— Os pontos abriram! — alardeou Caroline. Notando, com a pouca luz da lua, que a camisa do soldado estava deveras manchada. — Deixe-me ver. Posso?

— Contanto que saiba que não poderemos fazer muita coisa.

Caroline, cuidadosamente, levantou o tecido da camiseta do soldado e observou o ferimento. Os pontos de fato abriram parcialmente, contudo o sangue já quase se coagulara. A jovem rasgou um pedaço do casaco com o dente e improvisou uma faixa. Niklaus a observava fazer aquilo e sorriu com o cuidado da enfermeira.

— Obrigado — murmurou o soldado.

— Você ficará bem.

— Me recuso morrer por uma inflamação — sussurrou o soldado com certo humor. — Deveria descansar um pouco, Srta. Forbes.

Caroline sorriu e acomodou-se no chão. O frio já não lhe afetava como antes e o cansaço físico a consumia.

— Caroline. Pode me chamar de Caroline — murmurou a enfermeira.

— Boa noite, Caroline! — Niklaus sorriu e encostou-se em uma árvore.

A jovem fechou os olhos, contudo as imagens que invadiram sua mente não eram agradáveis. Rapidamente, ela os abriu.

— Seria egoísta da minha parte fechar os olhos e apenas dormir? — sussurrou a jovem em um meado de voz.

— Há coisas que não podem ser mudadas. Você fez o que pode, Caroline. Não descansar só te deixará exausta, pense um pouco mais em você.

— Para você é fácil — retrucou a enfermeira. — Não foram seus colegas que morreram.

— Eu entendo o que está sentindo, acredite. 

Caroline encarou a expressão do soldado e percebeu certa mágoa em seu rosto e no tom rígido de suas palavras. Contudo, não questionou. Apenas suspirou fundo e tentou fechar os olhos novamente. Algumas lágrimas escorreram por sua face antes da jovem pegar no sono.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que estejam gostando e se quiserem deixar sugestões hahah São bem-vindas!
Sobre a fanfic tenho uma preocupação básica: não pretendo prolongar muito essa história, pretendo escrever algo em torno de dez capítulos, porém tenho medo de correr com os acontecimentos. Então, se vocês perceberem que os acontecimentos estão muito "atropelados" podem opinar. (SPOILER) Por outro lado, em breve teremos uma cena mais íntima do nosso casal ksksks

Não esqueçam de comentar. Beijinhos!



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