War of Heart escrita por MissIlusionn
Notas iniciais do capítulo
Olá, leitores! Como estão? Espero que bem! Mais um capítulo cheio de amor hahaha Esse é o último capítulo antes do natal. Então, já desejo um ótimo natal a todos vocês ♥ Boa leitura!
A floresta se tornava mais amistosa com os raios solares alaranjados que iluminavam suas entranhas. A noite escura deixava tudo mais sombrio, especialmente com a terrível sinfonia de disparos e gritos. Felizmente, a noite passara, contudo não ressuscitara aqueles que morreram.
Caroline despertou abruptamente. Niklaus observou o movimento repentino da enfermeira e sorriu.
— Não é engraçado. — Caroline espreguiçou e coçou os olhos, enxergando alguns raios solares que indicavam que estava amanhecendo. — Não dormiu?
— Cochilei — murmurou Niklaus, enquanto guardava alguns papéis.
— O que é isso? — perguntou Caroline curiosa.
— Alguns mapas e coisas inúteis — Niklaus tentou guardar os papéis, mas a jovem fez menção em pegá-los.
— Está escondendo algo? — Caroline o encarou. — Algum plano secreto?
— A curiosidade matou o gato, Srta. Forbes — Niklaus se esquivou. —É um método russo para espantar o sono, são apenas alguns rabiscos.
— Você mente mal! — Caroline franziu o cenho. — Por acaso me desenhou, Sr. Mikaelson? Tenho o direito de ver!
Caroline fingiu uma expressão séria, mas riu com o embaraço do soldado. Niklaus suspirou e com certa vergonha entregou os papéis a loira. Caroline observou os belos traços. Os desenhos retratavam pessoas e animais, além disso eram bem próximos da realidade. A jovem foleou o bloco de anotações e encontrou sua face estampada no papel.
— És um bom desenhista! — Caroline sorriu, continuando a conferir os desenhos. — Quem são?
— Alguns companheiros de guerra.
Caroline continuou a observar as gravuras, quando uma fotografia caiu no chão. A jovem percebeu que se tratava de uma mulher loira, contudo antes que analisasse mais a fundo, Niklaus pegou a foto de maneira brusca e guardou em seu bolso.
— Quem é?
— Minha irmã — retrucou o soldado de forma seca.
Caroline imaginou que algo acontecera entre os dois, portanto não questionou. Afinal, se conheciam a pouco tempo e era compreensivo que o comandante não falara sobre sua família na Inglaterra.
— Bom, seus “rabiscos” são ótimos. — Caroline fez menção em entregar-lhe os desenhos.
— Se quiser, pode ficar com o seu — murmurou o soldado.
Caroline encarou a gravura novamente e sorriu.
— Obrigada!
Niklaus levantou-se e ofereceu a mão a enfermeira.
— É melhor prosseguirmos. Um pouco a frente há um lago, precisamos encontrar algo para comer.
Caroline concordou e os dois continuaram a caminhar. O soldado caminhava a frente e a jovem logo atrás. Caroline mantia-se em silêncio, embora seu estomago clamasse por algum alimento.
Foram só após algumas boas horas de caminhada que ambos chegaram em um rio. Niklaus reconheceu que era o mesmo rio que se jogara para livrar-se dos alemães, contudo representava outra via.
— Sabe pescar? — sugeriu o soldado.
— Posso aprender — Caroline sorriu.
A enfermeira se aproximou da nascente e fartou-se de água. Niklaus fez o mesmo e acomodou-se próximo ao riacho após encher os cantis. Retirou a camisa e encarou a situação de seu ferimento, afim de higienizá-lo. Ensopou o tecido que a jovem improvisara e pressionou.
— Deixa que eu te ajudo — ofereceu Caroline.
As mãos da jovem eram, sem dúvidas, mais cuidadosas. Contudo, o soldado gostava de ver a predisposição da enfermeira para ajudar. Por outro lado, Caroline sentia-se melhor quando estava ajudando alguém. Não que fosse possível esquecer a guerra, mas ela sentia-se mais leve.
— Está bem melhor — sussurrou a enfermeira.
Niklaus tocou-lhe a mão e, com um sorriso, agradeceu. A jovem sentiu um arrepio percorrer seu corpo e encarou os olhos esverdeados do soldado por uma fração de segundos, desviando o olhar em seguida e sorrindo.
— Deveríamos tentar pescar — propôs Niklaus, quebrando o silêncio.
Caroline assentiu.
— E como se faz isso?
— Por favor, Caroline! O que seu pai lhe ensinou quando criança? — questionou o soldado.
— Como encontrar um bom casamento, gerar herdeiros e educar as crianças. Essas coisas, sabe? Típico de uma dama do século XX . — Caroline riu com a ironia e continuou: — Ainda contrariei meu pai quando decidi ser enfermeira para trabalhar no hospital do meu noivo, mas o auge da minha ousadia foi fazer trabalho voluntário salvando vida de soldados alemães nesse fim de mundo.
— Então, acho que seu pai não gostaria que aprendesse a pescar.
— Já é um bom motivo para eu aprender. E também porque estou faminta.
— Tudo bem. — Niklaus riu.
O soldado quebrou dois galhos de uma árvore e com seu facão, afiou-os. Entregou um a enfermeira que fez uma careta.
— O que eu faço?
— Nada muito complicado. A correnteza leva os peixes, assim quando avistar algum, finque a lança e evite cair na água fria.
Niklaus, rapidamente, conseguiu dois peixes. Caroline falhou nas primeiras tentativas, deixando o alimento escapar e fazendo o soldado rir.
— Não é engraçado, Klaus.
Contudo, a jovem após muito esforço conseguiu pegar um peixe e fez questão de exibi-lo ao soldado que ainda ria. Afinal, já pescara bastante.
— Parabéns, sweetheart — ironizou o soldado.
— Deveria ter lhe deixado morrer — Caroline riu e sentou-se em uma pedra.
— É assim que me agradece por pescar cinco peixes? Não vamos morrer de fome graças ao meu talento. — Niklaus sentou-se ao lado da loira.
— Pescar é divertido, mas você é um saukerl — bradou a loira.
— Está com inveja!
Niklaus preparou uma fogueira. O sol encontrava-se no meio do céu. Caroline o ajudou com a tarefa de assar os peixes e aproveitou para roubar alguns enquanto assavam. Não era delicioso, contudo a fome deixava o peixe sem-tempero a melhor refeição.
— O que faremos? — perguntou Caroline, enquanto comia.
— Podemos voltar a base médica amanhã.
— E depois? — Caroline mantinha um olhar distante.
— Tens familiares, não? Poderás voltar para Berlim. Encontrar seus pais e seu noivo — Niklaus sorriu. — E finalmente se casar em uma capela bem distante da ruína da Alemanha.
Caroline sorriu por alguns instantes.
— E a guerra? E você? — questionou a jovem, encarando-o.
— Bom, a guerra acabará um dia. Acho que já conclui minha missão, provavelmente serei dispensado e passarei o resto da minha vida contando histórias aos recrutas e viajando. E você?
Caroline encostou-se na pedra, encarando o céu.
— Sabe, quando eu terminei a faculdade e conheci meu noivo, eu me sentia completamente encaminhada. Trabalhar o resto da minha vida em um grande hospital e nas horas vagas viver em prol do marido e das crianças era meu projeto ideal de futuro. — Caroline suspirou e continuou: — Então, estourou uma guerra e eu tive a iniciativa de me voluntariar para salvar vidas. Essa guerra me fez perceber certas coisas. A primeira é que, graças a Deus, não herdei o nacionalismo exacerbado dos alemães e a segunda é que meu planejamento não faz mais sentido.
Niklaus acomodou-se ao seu lado.
— Caroline, você nasceu para isso, independentemente de onde irá trabalhar. Seja no renomado hospital do seu noivo ou em uma barraca salvando a vida de soldados. Você será uma excelente profissional!
— Obrigada — Caroline sorriu. — Mas é que é difícil retornar e dizer aos meus pais que não me casarei.
— É simples, não volte... Por que não vens comigo para Inglaterra? — convidou o comandante com um sorriso torto nos lábios.
A jovem gargalhou e o encarou. Admirava a praticidade do soldado, contudo julgava não ser desapegada o suficiente para deixar sua família. Nem tudo era simples, entretanto o soldado britânico fazia parecer que sim. Caroline almejava sua independência e adoraria ser livre como ele. Além disso, a jovem enfermeira também se apegava, aos poucos, ao senso de humor e as conversas com o rapaz.
— Eu adoraria, mas...
Niklaus se aproximou e encostou o dedo indicador nos lábios da jovem, interrompendo-a. Caroline engoliu em seco e tomou coragem para encará-lo, assim os olhos da enfermeira se encontraram com os do soldado. Caroline detinha o medo estampado em sua feição, talvez medo de desapegar de seus planos antigos, contudo havia um toque de luxúria e curiosidade em seus olhos. A jovem teve tempo para recuar, contudo não se moveu. Estava errada, sem dúvidas, contudo sua irracionalidade prevalecia.
Niklaus se aproximou e instintivamente a enfermeira fechou os olhos. Caroline podia sentir a respiração do rapaz e quase escutar as batidas de seu coração. Por meros segundos pode sentir a barba dele roçar em sua pele e desejou de alma que ele a beijasse, contudo sua mente a lembrou de sua situação e sua consciência pesou.
Não poderia, afinal estava noiva.
— Klaus, eu não posso — sussurrou a jovem no auge de sua racionalidade.
Niklaus a encarou e percebeu que seus olhos estavam perdidos e desalentados. A jovem enfermeira estava em um terrível impasse, enquanto sua razão tentava imperar e afastá-la do soldado, seu corpo a traía de maneira ridícula.
— Perdão. Eu não deveria — sussurrou Niklaus, afastando-se.
Caroline agradeceu mentalmente pela falta de insistência do soldado, afinal ela sentia-se atraída por ele. A enfermeira não admitiria isso para ninguém, afinal ainda estava comprometida e jamais deveria ter olhos para outra pessoa, contudo era perceptível — essencialmente para Niklaus.
— A culpa foi minha. Eu não deveria ter permitido — sussurrou a enfermeira. — Não acontecerá novamente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gostaram? Bom, espero que sim hahaha Não esqueçam de comentar. É muito importante para mim ♥ Beijinhos!