War of Heart escrita por MissIlusionn


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Como estão? Bom, eu estou ótima e finalmente de férias hahaha Nessas férias prometo atualizar com mais frequência. Portanto, trago o primeiro capítulo para vocês e espero que gostem ❤ Adorei ler os comentários de vocês. Boa leitura!



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Caroline observava o homem que ajudara e sorria ao vê-lo dormir tranquilamente. Estava exausta, afinal realizara a cirurgia sozinha. Ninguém aceitara ajudar um soldado sem documento, embora que a jovem enfermeira tentasse de todas as formas provar aos médicos a nacionalidade alemã do rapaz. Niklaus detinha madeixas loiras, olhos claros e nada físico que provasse que era um estrangeiro, todavia seu sotaque britânico era marcante. Por sorte, perdera a consciência e não falara nada.

A jovem enfermeira também não raciocinava muito, afinal jamais deveria ajudar um soldado britânico. De certo, enlouquecera. Se fosse pega, poderia ser torturada e morta. Contudo, deixar alguém morrer ou entregá-la a morte era deveras cruel.

Caroline caíra no sono. Após algum tempo, Niklaus despertou, ainda sob efeito de altas doses de morfina. O comandante inglês demorou algum tempo para se ambientar, contudo tranquilizou-se ao encarar a jovem loira que o ajudara. A enfermeira cochilava em uma cadeira e o soldado pode reparar melhor em sua face. A jovem esbanjava serenidade, além de uma beleza genuína. 

Niklaus, com esforço, tentou se levantar. Seu corpo estava dolorido e rígido, entretanto já passara por situações piores. Encontrou um bloco de anotações e uma caneta pena sobre o criado mudo. Não era bom com cartas, tampouco com despedidas. Respirou fundo e buscou encontrar as palavras certas.

— Como se sente? — perguntou a enfermeira vagarosamente, buscando mimicar suas palavras.

— Por que? — questionou o soldado em alemão, contudo com o sotaque inglês. Ainda estava confuso. — Me ajudaste, não?

— E pensar que me esforcei para que entendesse minhas palavras. — Caroline suspirou e continuou: — Seria desumano deixar alguém morrer.

— Tem certeza que queres falar em atos desumanos? — Niklaus acomodou-se e deu um sorriso irônico.

— Escute, meu caro! Só estou fazendo minha parte e salvando vidas, portanto não diga que sou partidária, afinal ajudei-te.

— Obrigado! — Niklaus sorriu. — E como posso chamar minha salvadora?

— Para você é Srta. Forbes — bradou Caroline.

— Então, não és casada?

Caroline irritou-se com a pergunta, mas riu e exibiu sua aliança.

— Não que seja de sua conta, mas estou noiva — afirmou a jovem. — E você? O que fazes quando não está matando soldados alemães?

— Fugindo de soldados alemães — retrucou o comandante.

Caroline riu.

— E antes da guerra?

— Sempre servi ao exército.

— E quem serve ao exército inglês não tem vida fora da guerra? — questionou a jovem em seu tom curioso e irônico.

— Geralmente nos envolvemos com enfermeiras.

— Soldados não fazem meu tipo — Caroline riu e continuou: — Prefiro intelectuais a grandalhões.

— Então, soldados alemães não fazem teu tipo. Nós temos outras prioridades.

— Isso é algum tipo de propaganda? Não creio que sejas tão inteligente.

— Tenho certeza que não sou — concluiu Niklaus. — Somente o suficiente para não me tornar marionete de uma base alemã.

— Fugistes da base dos arredores? — Caroline suspirou. — Esses homens são uma piada!

— Sou obrigado a concordar. Não duvido nada que seja mais inteligente que todos os soldados juntos.

— Estás sendo gentil.

— É claro que não. Veja, Srta. Forbes: guerrilho a muito tempo e acredito que salvar vidas seja bem mais difícil que tirá-las.

— Para uma guerra é necessário estratégia.

— Tens razão! É preciso muita estratégia para ganhar uma guerra, contudo não é preciso muita técnica para matar. Vosso Führer detém boas estratégias, contudo os soldados são apenas peões manipulados pelo próprio e não se ganha uma guerra com peões de olhos vendados.

— És deveras confiante.

Niklaus esboçou um sorriso de canto.

— Posso até apostar.

— Apostar? — Caroline gargalhou baixo e suspirou. — Já perdi muita coisa por essa maldita guerra, inclusive a sanidade. Se não fosse a guerra, estaria me casando em uma bela capela no interior de Berlim.

— E cuidando de sua bela casa e de seus belos filhos, assim como todas as mulheres do século XX — ironizou Niklaus.

— Pode até não ser uma vida emocionante, mas teria tranquilidade. E mesmo que digas que tranquilidade e monotonia andam lado a lado, respondo-lhe que prefiro a monotonia a exaustão mental.

— Guerras não são coisas boas, contudo têm lá seus lados positivos. Diga-me você: a medicina e a ciência evoluem, não?

— Evoluem, contudo o preço para tal é a morte de muitos. — Caroline encostou-se na cadeira. — Aliás, por que estou conversando com você? De certo, enlouqueci.

— A questão é quem não enlouquecerá em tempos adventos.

Niklaus fez menção em levantar-se.

— Ei! Não podes partir... — interrompeu Caroline.

Niklaus tocou-lhe as mãos, sentindo a maciez e encarou a enfermeira:

— Adoraria te agradecer de forma digna, mas não tenho nada a oferecer. Portanto, Srta. Forbes, agradeço imensamente pelos cuidados, mas preciso partir.

— Não estás em condição... — expôs a jovem.

— Realmente. — Niklaus levantou-se. — Mas se ficar, poderei ser descoberto e prefiro morrer na selva a ser prisioneiro da Alemanha.

Caroline elevou a sobrancelha e suspirou.

— Boa sorte, Sr...

— Niklaus Mikaelson. Para você é Klaus. — O soldado sorriu e tomou a mão da jovem, em um gesto cortes, beijando-a. — Foi um prazer, Srta. Forbes. Obrigado!

Sem olhar para trás, Niklaus partiu. A escuridão da noite era iluminada apenas pela lua. O soldado calculou que ficara um dia no acampamento. Tentaria contato com alguma resistência britânica, afim de voltar para Inglaterra. Estava caminhando a esmo, afinal não tinha um rumo. Optou por reabastecer sua moringa de água no rio e aproveitou para lavar-se.

A caminhada seria longa, portanto decidiu não a adiar. O caminho mais fácil envolvia a base alemã, portanto precisou seguir pelo trajeto árduo. Atravessar a mata fechada não era fácil, contudo era mais seguro. Niklaus andava atento com uma arma branca em mãos, afinal era mais provável que fosse atacado por animais.

Niklaus caminhou, sem descanso, por certo tempo. Estava cogitando em repousar um pouco, entretanto um disparo o assustou. O soldado se pôs em alerta e notou que os disparos vinham da direção norte. Lembrou-se da base médica alemã, especialmente da enfermeira que o ajudara.

Provavelmente, um ataque dos aliados. Um sorriso brotou em sua face. Era uma chance de voltar para casa e de brecha retribuir o favor de Forbes. Caso estivesse errado seria morto, mas sentia-se na obrigação de ajudar a jovem que salvara sua vida. Portanto, pôs se a correr em direção contrária, afinal precisava voltar à base médica.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Não esqueçam de comentar, chuchus ❤ Beijos e até o próximo capítulo.



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