Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 62
Depois da calmaria, a tempestade




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Havia se passado um dia e Darcy finalmente terminava de lavar a louça de mais uma refeição.

Após cozinhar uma comida deliciosa para o soldado, a garota servia uma sobremesa, que era nada mais e nada menos que...

Pudim...

— Nunca comi esse doce antes... de onde é...? – Ele a contestou, maravilhado com o sabor maravilhoso daquela guloseima.

— Portugal, mas os brasileiros são muito mais adeptos... gosto de cozinhar algumas coisas exóticas... – Darcy se gabava por suas habilidades na cozinha, cruzando os braços enquanto olhava para cima, satisfeita pelos elogios do sargento.

— Exóticas para nós, americanos, mas... uau, isso é muito delicioso! – Bucky sentia seu paladar explodir de alegria enquanto provava aquela iguaria maravilhosa.

— Não tinha ideia que você ia gostar tanto... – A estagiária o observava se extasiar com a sobremesa. A expressão no rosto do soldado era de pura felicidade, como se fosse uma criança empolgada ao experimentar o primeiro doce de sua vida.

Ela não tinha ideia de que veria aquela cena em sua frente... James Buchanan Barnes na cozinha da casa de seus pais, comendo um doce que acabara de fazer e a elogiando por seus lindos dotes culinários.

— Podíamos fazer uma bela turnê gastronômica quando viajarmos pra Europa, não acha? – Os olhinhos dela reluziam, como se fossem duas estrelas, daquelas de desenhos animados.

James sorriu...

— Você realmente quer que eu seja seu acompanhante de viagem?

— Isso já está decidido. – Respondia, convicta.

— Não vou te convencer do contrário...

— Você não tem chance de me convencer do contrário, agora vamos nos preparar para ir ao riacho! Já está na hora!

— Ok, garota maluquinha...

.

.

Os dois saíram de carro, na direção do riacho que ficava a poucas milhas dali.

Darcy vestia uma regata, um short xadrez e chinelos... era bem incomum, mas estava quente.

O calor daquele verão estava de matar.

Bucky também trajava uma regata, jeans, tênis e o típico boné de baseball, porém, por precaução, sempre levava uma jaqueta para esconder o braço de metal, quando precisava transitar entre as pessoas.

A mão cibernética sempre estava enluvada.

Eles tiraram seus calçados quando chegaram. Não havia ninguém ali...

Ao se aproximarem do local, resolveram observar a natureza.

O lugar era lindo...

Havia muitas árvores, pedras e uma cachoeira bem a frente, algo que o soldado não pensou que veria novamente, depois de tantas décadas...

A garota estendeu um lençol no chão do gramado ao lado das pedras na beira da água.

O clima estava muito quente... provavelmente 32 graus.

James andou calmamente pelo local e avistou uma árvore que possuía algumas flores...

Quando se aproximou para ver a espécie, seus olhos se alargaram de surpresa...

.

Lírios brancos...

.

Uma linda e incrível coincidência...

Ele apanhou dois lírios, escondendo-os por trás, para que Darcy não os visse.

Ao voltar para onde a estagiária estava, a encontrou deitada de bruço sobre o lençol, com os tornozelos para cima.

O sargento disfarçou, enquanto reclamava que não estava mais acostumado com a atmosfera tropical da américa, já que passou anos congelado.

— Você devia ser grato por esse clima! São apenas quatro meses que vivemos essa temperatura. O resto do ano é sempre muito gelado! – Darcy não era tão fã do frio, e quando o verão chegava, só faltava fazer uma festa e soltar fogos.

Isso porque o hemisfério norte já era gelado por natureza.

— Você devia considerar viver na américa latina, já que ama o verão. – Ele sorriu, obstinado. Era uma piada, porque o mundo inteiro sabia que os países do hemisfério sul possuíam um clima tropical o ano inteiro.

— Não... mas desde criança considero viver na costa oeste da América. Ali faz menos frio do que a costa leste.

— Por que não se muda pra Phoenix, no Arizona? Acho que vai curtir o clima de lá. – O soldado continuava tirando onda da paixão que a garota sentia pelo verão.

— Não exagere, ok!? Não quero viver num lugar com clima de vulcão! – Ela fazia uma careta. As pessoas viviam derretendo em Phoenix. Com certeza havia um portal que ligava a terra ao inferno naquele lugar.

— Se você pudesse ir para a costa oeste, qual local escolheria? – Indagava, tentando entender o que ela esperava do futuro.

— Los Angeles, obvio! – Darcy estendeu as mãos para o alto. A estagiária era apaixonada por aquela cidade, e um de seus sonhos era morar ao lado da praia.

— Interessante... – Bucky manteve as flores escondidas atrás de suas costas, segurando-as com a mão cibernética.

— Você está com uma cara estranha... – A garota arqueou uma sobrancelha.

— Impressão sua... – James só faltou assobiar... Ela não estava errada.

— E o que você está achando daqui? É maravilhoso, não acha!?

— Sim... ainda mais porque você está comigo... – O sargento sorriu singelamente, derretendo-a por dentro.

Como ela amava o sorriso dele...

— Podemos ficar aqui o dia todo, se você quiser... – Darcy inalava o ar puro do lugar, sentindo o perfume da natureza em seu auge.

— Vamos caminhar pela beira da água? – James estendeu a mão para puxá-la dali.

— Claro...! – E então, a garota pegou na mão dele, sentindo seu corpo sendo erguido facilmente.

Quando a estagiária apertou a mão humana, entrelaçando seus dedos nos dele, Bucky a puxou para mais perto de si, comprimindo a distância entre ambos...

Ele a surpreendeu quando revelou a flor que escondia atrás dele...

Os olhos da garota brilharam ao vislumbrar um lindo lírio branco sendo lançado em sua direção...

— Isso é pra mim...? – O indagava, com uma forte emoção na voz.

James havia lhe apelidado de lírio... e agora lá estava ele, lhe dando um lírio de presente?

— Sim... – O soldado sorriu, amplamente feliz. Amava vê-la eufórica e sorridente.

— Obrigada... – A garota sorriu ternamente apaixonada... Bucky Barnes era um homem tão detalhadamente romântico, que o tempo todo lhe surpreendia com gestos afetuosos...

Aquilo a deixava fora de órbita...

Quando Darcy pegou o lírio da mão humana, ele a surpreendeu novamente...

Ela não entendeu o que o sargento estava planejando fazer, então apenas assistiu congelada a mão cibernética se levantar, segurando outro lírio, e o colocando atrás de sua orelha...

Um rubor profundamente vermelho coloriu seu rosto por inteiro...

Era impossível que James não notasse o rosto da garota incrivelmente corado...

Ele a observava... extasiado...

Era como se cada linha do belo rosto da garota não preenchesse o mais íntimo espaço de suas margens...

O sargento suspirou profundamente... Estava intoxicado pelo magnetismo dela...

Sua beleza ardente... a brisa em seus cabelos... algo tão bonito que feria...

Alguns fios castanhos voavam com o sopro suave do vento... e tudo o que Bucky conseguiu fazer, foi ajeitar as madeixas onduladas para trás da orelha da garota... tornando tudo magicamente perfeito ao contemplá-la com o lindo lírio ao lado de seu rosto...

Um doce e meigo carinho, regado de apego, zelo e amor, era o que Darcy sentia ao perceber que ele a tocava...

O sol vinha forte com o verão vivaz... e ela apenas se sentia flutuando ao presenciar a beleza irradiante do soldado, que lhe fazia sonhar totalmente acordada...

Os olhos azuis de James, se encontravam mais claros, límpidos e espelhados por conta da claridade do dia... da natureza ao redor...

Céus, ele era tão lindo...

Uma sensação de liberdade preenchia todos os sentidos dela e a garota tinha a impressão de ter ganhado asas...

As flores ao redor... a água do riacho... as pedras... a terra...

Os aromas se misturavam... tudo era encantadoramente radiante...

A resplandecência do sol, iluminando tudo... tão sorridente... as flores em seu fastígio...

Ela fechou os olhos... envolvida pela onda magnetizante do momento...

O sargento se sentia enfeitiçado quando mirava os lindos lábios da garota... tão beijáveis...

Ele a tocou... e Darcy sentiu os dedos humanos passando sem pressa no doce contorno de seus lábios...

Lendo, sentindo, decifrando os segredos mais ousados...

A garota abriu os olhos e ambos se entreolharam...

As mais lindas frases de amor eram ditas no silêncio de seus olhares...

O mesmo silêncio estava encravado nas prateleiras do tempo na mente dele... onde tentava arrumar tudo... e as palavras doces que estavam arquivadas em sua memória, seriam usadas apenas para exprimir tudo o que sentia por ela...

— Desconfio que se pudesse escolher por quem me apaixonar, ainda assim seria por você... – Ele declarou, totalmente imerso no olhar azulado da garota...

Adocicadas palavras como favos de mel em seus ouvidos...

Ela sorriu, gentilmente apaixonada, grata e satisfeita...

E a estagiária resolveu responder da forma mais excêntrica que existia, fazendo jus a sua personalidade maluca.

.

— Você é o ovo que faltava no meu pão, soldado...! – E então, ela enrolou os braços em torno do pescoço masculino, eufórica.

.

O sargento a abraçou de volta, perplexo pelo que acabara de ouvir.

— Uau... de todos os elogios que recebi de muitas mulheres, ser chamado de ovo é algo bem inédito e surpreendente. – James sorriu, contendo a risada.

— Meus elogios são bem sinceros...! – A garota replicava divertidamente em seu ouvido, sentindo o calor do sol os envolver, e o barulho da água adornar o clima, sendo a sinfonia mais perfeita para caracterizar aquele momento único.

— Eu amo quando você me surpreende... em todos os sentidos... – O sargento lhe abraçou tão forte, que Darcy se sentia protegida e extremamente segura...

— Na vida não quero muito... só quero você! – A voz vibrante e acalorada da estagiária lhe atraia... magicamente...

Ela acariciou o rosto dele, percorrendo os dedos por suas costeletas ao longo da mandíbula, descendo até o queixo...

James Buchanan Barnes era o homem mais belo que existia... em sua concepção...

Incrivelmente irresistível...

Foi então que a garota se inclinou na direção dele, enquanto se levantava na ponta dos pés e então...

O beijou... docemente...

O que a mesma julgava tão melhor do que esperar a chuva passar para encontrar um arco-íris e procurar pelo famoso pote de ouro... era beijar o homem que amava...

— Sabe... você é muito mais doce que aquela sobremesa...? – Ele confessou, olhando-a atentamente.

— E você é muito mais gostoso do que qualquer sobremesa que existe... – A estagiária revelou, ousadamente convencida.

James sorriu sedutoramente, fazendo com que Darcy tivesse mais vontade de beijá-lo...

Ambos passaram o dia inteiro juntos, felizes, radiantes, aproveitando o sol e o verão.

Um tempo depois, Bucky resolveu dar um mergulho e pediu para que Darcy também entrasse na água, mas a garota se recusou.

Então, ele a enganou, cercando-a com seus braços e lhe abraçando completamente encharcado, puxando-a para dentro da água...

Num belo tombo dentro do riacho...

Ela gritou em resposta, mas no final, os dois acabaram aproveitando a água e nadando por um longo tempo.

Eles trocaram de roupa, prontos para partirem um tempo depois.

No final da tarde, ao entardecer, o casal feliz e apaixonado voltava para casa.

Ambos com os cabelos molhados.

Darcy ligou o rádio do carro, e começou a cantar ao som de suas músicas antigas enquanto James dirigia.

Uma música muito conhecida tocava...

The Cranberries – Zombie...

A garota cantava de modo afinado junto com a vocalista. Era uma de suas bandas favoritas.

James a observava, risonho e feliz ao vê-la tão alegre.

De fato, a felicidade dela fazia a dele...

O sol fraco das cinco horas, pitando o céu de laranja, as folhas das árvores sendo coloridas pelos fracos raios solares, a estrada tranquila e pouco movimentada, o vento tocando seus cabelos molhados...

A atmosfera estava perfeita...

— Hey, vamos passar numa loja de conveniência? Quero comprar um sorvete!

— Você que manda, boneca. – Ele respondeu, amavelmente...

Darcy sorriu, apaixonada...

Tudo o que a garota mais queria, era que todos aqueles dias ao lado dele fossem eternos...

O soldado dirigia tranquilamente, até que a estagiária apontou para uma loja de conveniência do lado esquerdo da estrada.

No mesmo instante, James fez o retorno e parou no estacionamento da loja.

Havia poucas pessoas ali.

Um casal que tomava sorvete do lado de fora e mais dois garotos do lado de dentro da loja, passando alguns produtos no caixa.

Bucky e Darcy saíram do carro e entraram na loja.

A garota correu na direção dos freezers de vidro, a procura de um pote de sorvete, já que o calor estava de matar.

Enquanto a esperava escolher o sabor do sorvete, o soldado parou na frente da parede de vidro da loja, observando a estrada do lado de fora.

Os dois garotos que estavam no caixa, conversavam animadamente sobre coisas aleatórias, mas...

De repente, o sargento acabou atentando para quatro palavras que foram ditas em contextos alheios, de forma aleatória...

— Estou com saudade da época da escola... nós éramos muito bons no baseball. – Um dos garotos comentava.

— Nem me fale... hoje em dia estou super enferrujado... – O outro respondeu, desanimado.

— Dia dezessete vamos para a fila do estádio assistir ao jogo dos Dodgers, mas temos que chegar ao amanhecer... – E por fim, um deles finalizou.

As palavras foram ditas normalmente, num diálogo aleatório sobre baseball, porém...

Ainda que as quatro palavras tivessem sido ditas em inglês americano, foram suficientes para instabilizar a mente do soldado.

Ele se recordou das palavras-chave que seus antigos superiores soletravam para despertar o Soldado Invernal...

Saudade, enferrujado, dezessete, amanhecer... eram as quatro primeiras palavras da lista para ativar o Punho da HYDRA.

Automaticamente, James começou a se sentir mal... Os efeitos devastadores que sentia quando os seus superiores despertavam o Soldado Invernal, passaram a despertar os instintos assassinos que antes se encontravam adormecidos.

Bucky começou a respirar pesadamente... sua visão nublou, seus músculos enrijeceram, sua mente embaralhou e toda a realidade a volta passou a se desfazer... gradativamente...

Ele fechou os olhos, tentando sair do frenesi infernal que acordava a besta feroz e impiedosa que estava escondida nas profundezas de todo o seu ser...

Sem pensar duas vezes, o sargento apenas moveu suas pernas, no ímpeto de sair da loja de conveniência...

Ao cruzar a porta, esbarrou em um homem grande e forte, que no mesmo instante o coagiu por ter batido no mesmo no meio do caminho.

— Olha por onde anda, perdedor. – O tal homem, típico americano do interior, alto, musculoso, careca e de bigode, o coagia de modo ofensivo, porém...

O soldado desferiu um olhar letífico na direção dele...

Eles se encararam, prestes a se enfrentarem...

O casal que tomava sorvete do lado de fora, observava tudo, já atento caso precisasse chamar a polícia.

Darcy percebeu tudo rapidamente de dentro da loja e no mesmo instante largou o que iria comprar, correndo para interferir numa briga que podia violenta.

— Hey, Bucky, vamos embora! – Ela encostou no peito do sargento, que relutante se deixou ser afastado por ela.

A expressão sombria e impertinente do sargento era nítida... e mesmo com a garota lhe tirando dali, permaneceu com o rosto virado, encarando o homem logo atrás, com muito ódio...

Darcy o arrastou para fora do local...

A estagiária percebeu que o mesmo estava muito alterado para simplesmente entrar no carro e ambos irem embora, então, ela apenas o puxou para um posto de gasolina abandonado ao lado da loja de conveniência.

James se deixou ser conduzido pela estagiária para trás do posto, longe das vistas de todos, mas logo depois, o mesmo puxou sua mão abruptamente com força, se afastando dela no mesmo instante.

A garota se assustou com aquele gesto agressivo.

— O que está acontecendo...!? Por que de repente você ficou alterado desse jeito!? – Contestou, completamente assustada.

O soldado permaneceu em silêncio por um tempo, sem sequer olhar nos olhos dela.

Ele se virou, tirando o boné que estava em sua cabeça, jogando-o no chão, porque sentia uma fúria subindo por suas veias, fervendo seu sangue... aflorando em sua pele...

Darcy desconfiava que algo havia o perturbado de alguma forma, mas não tinha ideia do que era.

Ele sabia que ao ouvir a conversa dos dois jovens, ainda que fosse apenas as quatro primeiras palavras que despertavam o Soldado Invernal, mesmo soletradas em inglês americano, era o suficiente para instabilizá-lo.

James Buchanan Barnes ainda era um homem volátil, imprevisível e mentalmente inconstante...

— Por favor, me diga o que aconteceu... – A voz apreensiva da garota lhe deixava ainda mais furioso.

— Não foi nada... – Não estava disposto a explicar o que estava acontecendo e se praguejava por ela estar ali, ao lado dele naquele instante.

Não era o momento para Darcy estar ali...

— Por favor, Bucky, me diz...! Estávamos bem e de repente você estava do lado de fora, quase arrumando briga com aquele cara, do nada!

— Não tenho necessidade de te explicar... – A voz do sargento fluiu indiferente e friamente obscura.

A estagiária já sabia que aquele tom de voz pertencia ao Soldado Invernal e não a Bucky Barnes.

A forte emoção de se sentir instável e caótico o enlaçava... no ponto mais alto, sufocando seu respirar...

Sua alma chorava novamente, a ponto de derramar lágrimas que se cristalizavam... esvaziando sentimentos terríveis...

Ele respirava de forma pesada, perdendo o controle de seu corpo, gradativamente...

Tudo o que James queria era romper o tempo e esquecer cada tormento, sem que seu passado o apavorasse...

Ele queria mudar tudo o que era... destruir todas as barreiras à sua frente... mas além de não ter essa capacidade, sequer conseguia atravessar para o outro lado de sua mente...

Uma fúria titânica tomava conta de todo o seu ser, e o sargento se via imerso no ódio que sentia da besta feroz que morava no canto mais obscuro de sua cabeça...

O Soldado Invernal...

Naquele instante, o punho da HYDRA transpassava a fronteira de sua razão e sanidade... todas as memórias das pessoas que matou, finalmente vinham à tona...

Uma a uma...

E então... ele perdeu o domínio de seus sentidos...

A fúria de uma avalanche vibrava em seu corpo...

Darcy estava aflita pelo silêncio ensurdecedor e o indagou novamente, preocupada.

— Você precisa me explicar o que está acontecendo... estamos juntos nessa, esqueceu...? – Ela se aproximou sutilmente, mas repentinamente...

O soldado a agarrou pelo pescoço, surpreendendo a garota, que no mesmo instante se via desesperada para se livrar do enlace do braço de metal.

Seus olhos arregalaram, suas pernas ficaram bambas e nos mesmo instante, seu coração passou a bater forte, violentamente...

Ela começou a engasgar, tentando em vão retirar a mão cibernética de seu pescoço.

O aperto era extremamente forte...

A garota sequer conseguia gritar por socorro... e não havia nada que pudesse pará-lo...

Seus olhos mostravam o quão descontrolado estava... O Soldado Invernal tomava 100% do controle.

Darcy não conseguia sequer dizer nada... sua voz não saia... porque diferente das outras vezes, ele não tinha sido tão violento...

Em poucos segundos ela perderia o ar... ou pior...

.

O soldado estava prestes a quebrar o pescoço dela...

.

A estagiária se debatia, tentando desesperadamente se libertar do impetuoso acometimento...

James permaneceu pressionando o pescoço feminino, vendo a expressão de agonia e exasperação de Darcy, mas...

O barulho de um grupo de pessoas passando próximo de onde estavam, tirou automaticamente sua concentração e o sargento afrouxou o aperto. Nisso, a garota tentou se afastar.

Naquele momento, sua mente estalou e ele a viu...

.

Desesperada...

.

— Por favor... não... se... esqueça... de mim... – Darcy sussurrou, com muita dificuldade...

A voz dela rompeu o pandemônio de seus pensamentos e Bucky a soltou... no mesmo instante...

A garota soltou um suspiro trêmulo... seu coração batia irregularmente...

Um soluço sufocante de medo escapou de seus lábios e seu peito arfava a procura de oxigênio...

Os olhos do sargento a miraram, irresolutos... perplexos... assustados...

Ele chacoalhou a cabeça, no desígnio de sair do terrível e implacável delírio que o dominava...

O semblante da garota era de assombro... ela segurava seu pescoço com as duas mãos, como mecanismo de defesa...

O silêncio tomava conta dela... as palavras se esconderam atrás de seus cílios e se fecharam numa lágrima...

James estava devastado ao vê-la naquelas condições...

Ele quase... quase a matou... e não podia acreditar que tudo tinha acontecido tão rápido...

Se não fosse pelo ruído das pessoas que passavam no local, o sargento não teria se detido...

Segurando o choro, Darcy não se deixou afetar e se aproximou lentamente dele, no ímpeto de averiguar se o soldado estava bem, mas...

Bucky se afastou no mesmo instante e proferiu palavras dolorosas a ela.

.

.

— Não se aproxime de mim...

.

.

Céus... a garota quis chorar como uma criança ao ouvir aquelas palavras...

— Por quê...? – Darcy soluçou... tamanha tristeza...

James não respondeu. Achava que a estagiária sabia a resposta desde o princípio.

O que estava fazendo...? Durante todo aquele tempo, estava mentindo pra si mesmo sobre eles dois... Sobre aquela relação que não tinha futuro algum.

Darcy o encarou, devastada... o que estava acontecendo afinal?

Será que todos aqueles dias foram uma mentira...? O que ela representava para ele?

O sargento observava a pele ao redor do pescoço feminino, completamente vermelha...

Ele fechou os olhos... com ódio de si mesmo...

— Bucky... O que eu sou pra você...? Uma conveniência...? Uma fonte temporária de refúgio sem sentido...? – As contestações da estagiária apenas expressavam toda a insegurança sobre os dois naquele momento... estava tudo muito nítido...

Ela sempre acreditou estar em um amor unilateral, apenas porque não queria se recordar o quanto era agonizante sofrer por estar apaixonada... seus traumas e feridas passadas lhe fizeram desacreditar que qualquer homem pudesse amá-la de novo e de verdade...

E mais uma vez, James não respondeu...

Darcy esperava que quando o soldado estivesse curado, talvez não precisasse mais dela... que a mesma seria inútil no futuro...

Os penetrantes olhos azuis do sargento a prenderam no chão onde pisava...

Ele prometeu jamais machucá-la, e como a menina ingênua que era, ela acreditou...

Bucky começou a arfar, exaltado... jamais se perdoaria pelo que havia feito...

Com um grito de raiva, o soldado acertou um soco na parede com a mão de metal, para descarregar todo o ódio que sentia de si mesmo por tê-la machucado...

Darcy se afastou por instinto e seu coração se contraiu num forte aperto...

Aquela feroz reação revelava o quão violento, implacável e descontrolado James ainda era...

Ele parou de frente para a parede, com o punho de metal cerrado...

Sabia que o mesmo não queria machucá-la... não era culpa dele... não foi uma opção...

Ainda que tivesse sido machucada, Darcy não conseguia não se compadecer do sargento, e então...

A garota parou atrás dele, e num movimento lento e delicado, colocou os braços ao seu redor, em um gentil e amoroso abraço por trás...

Bucky ficou completamente imóvel, com os músculos tensos, e ela tinha vantagem... O soldado estava com muito medo de machucá-la novamente para se mexer...

A musculatura das costas dele era firme e definida, mas se encontrava intensamente rígida enquanto Darcy o segurava...

— O que você está fazendo...? - Contestou-a, com a voz um pouco trêmula, e chocado por quase ter quebrado o pescoço dela a dois minutos atrás...

A estagiária sentia o tecido fino da camiseta de James trazendo seu cheiro tão particular... e que ela tanto amava...

O soldado ainda se encontrava instável... prova disso era sua respiração superficial...

— Por favor, respire... não quero que você morra sufocado...

Bucky não disse nada... Ambos ficaram naquela posição por muito tempo, até que aos poucos, seus músculos foram relaxando... e naturalmente, ele foi se acalmando...

Os braços dele abaixaram...

Darcy sabia que o sargento não retribuiria o abraço...

Então, a garota desfez o enlace, dando um passo para o lado, sentindo que ele não estava pronto para encará-la...

— Eu quase te matei... - Sua voz quebrou o silêncio... melancólica...

— Foi um acidente... - Tentou refutá-lo, mas tudo o que teve em resposta foi vê-lo se virar rapidamente em sua direção, com a atenção caindo para o pescoço feminino... As contusões estavam ali, e muito maiores do que a vez em que perdeu o controle e fugiu para o parque perto do apartamento da garota, em Nova York.

James a fitou, sem expressão... sua aparência era fria e gélida... semelhante à quando se conheceram...

Seus olhos se encontravam vazios... opacos...

Aquilo a feria, violentamente...

— Nós não podemos continuar juntos... sou uma ameaça e você corre sérios riscos ao meu lado... – Contrapôs, impassível...

Quando imaginava o que poderia fazer com a pessoa mais importante de sua vida quando o Soldado Invernal tomasse o controle, apenas pensava que o ideal seria estar longe, a milhões de milhas de distância dela...

Darcy sentiu uma forte compressão no estômago ao ouvi-lo dizer o que mais temia.

— Você vai embora!? Mas e quanto a mim!? E quanto a nós!? Sempre estive aqui pra te ajudar!

— Você não ajudará ninguém se estiver morta...

— Mas eu não estou morta!

— EU SOU UMA ARMA, DARCY! – Ele gritou, deixando-a assustada.

A garota se afastou, sobressaltada.

— Eu olho pra você e imagino dezenas de formas de matá-la quando o Soldado Invernal toma o controle! Existem tantas formas que fui instruído pra isso... são cruéis...! Umas dolorosas que a faria agonizar de dor até morrer... e outras tão rápidas que você sequer perceberia a morte chegando...! Então da próxima vez que eu me esquecer quem você é, o meu rosto pode ser a última coisa que veja em sua frente! – James grunhiu todas aquelas palavras, da forma mais intimidante possível... sua voz soou grave e sombria.

Mas Darcy sabia exatamente o que soldado estava fazendo. Ele estava tentando assustá-la... E ela estava com medo, mas não por si mesma e sim por ele...

— Eu sei exatamente o quão perigoso você é! Já corri muitos riscos ao seu lado, desde que nos encontramos pela primeira vez em Washington!

Ele balançou a cabeça, desacreditado...

— Você não entende...

— Claro que entendo! A HYDRA não está mais aqui pra te aprisionar dentro de uma câmara de nitrogênio em um laboratório! Você é livre pra ir embora e fazer o que quiser da sua vida!

— As coisas não são tão simples assim! – A rebateu, totalmente incivil.

— Bucky... se você quer ir por medo de me matar, entenda de uma vez por todas que eu escolhi correr riscos! Eu escolhi arriscar a minha vida por você!

O sargento impassivelmente corria seus olhos sobre o rosto da garota, a fitando com uma feição de perplexidade, medo e assombro...

— Eu sempre te achei louca... mas agora... você assinou o seu atestado de insanidade mental...

— Por quê, James!? Por que eu sou louca!!? Sou louca por acreditar em você quando ninguém mais no mundo além do Capitão América acredita!? - Ela se aproximou dele, o cercando por completo, fechando inteiramente o espaço entre ambos.

Ela agarrou o colarinho da jaqueta dele, exigindo respostas. Seu olhar queimava colericamente...

— Me diga, por quê!? - Darcy o intimidou com uma postura fora do comum...

Ela estava com raiva... muita raiva... Era tão raro vê-la daquela forma...

— Se afaste...

— Não! Você não manda em mim, então é melhor não me provocar! Você pode ser mais forte que eu e até me matar em poucos segundos, mas jamais vai poder me calar e me impedir de fazer o que quero! As minhas escolhas são minhas e nunca terão nada a ver com mais ninguém além de mim, entendeu!? - Ela gritou, enquanto o encarava de modo audaz. Darcy era corajosa... Sua voz áspera, sua ousadia sem tamanho, seu olhar... tudo nela externava independência e liberdade... algo que Bucky não tinha... mas desejava no mais profundo de seu ser ter...

Ele segurou os pulsos dela, que se mantiveram no colarinho da jaqueta, e os forçou para baixo.

— Se não possui força pra me parar, não devia me ameaçar dessa forma...! – Ele bradou de volta, tentando fazê-la entender.

— Eu não me importo! - Darcy se encontrava descontrolada, mas naquele momento, a amargura transbordava por seus poros, despejando com impetuosidade sua ira nele.

As mãos humana e metálica a imobilizaram e rapidamente ele a jogou contra a parede.

A estagiária não se assustou... pelo contrário... sua face mostrava que não iria recuar em nada do que dissera e mostrara antes. Não estava intimidada com a força física do soldado.

— Você pode me estraçalhar agora, que não vou mudar em nada o que disse! – Repeliu seu movimento ofensivo com o furor de sua ira. A estagiária estava indignada.

— Pela última vez, Darcy... Pare de ser insensata! Eu não posso aceitar que você se arrisque dessa forma! O que eu tenho que fazer pra te provar isso!? – Ele apertava os pulsos dela, chacoalhando-os com força.

— O que tem que fazer pra me provar!? Nada!!! A sua força física não me assusta mais!!!

— A minha força deveria ser prova suficiente!

— Não sou uma boneca pra ser controlada! Me solta agora!!! – A garota gritava, descontroladamente desvairada.

— Pare de me desafiar! Você não tem a menor chance contra mim!!! – James grunhiu, em alto tom, apertando os pulsos de Darcy com muito mais força.

— Eu não me importo!!! – A estagiária gritou de volta. Sua exclamação mostrava o quão descontrolada se encontrava naquele momento, não se importando nem mesmo com a dor do aperto das fortes mãos do soldado.

— Por que você quer se matar, Darcy!? POR QUÊ!!? – O sargento urrou, muito mais violento e agressivo, como se quisesse que ela entendesse tudo na base da intimidação.

Mas...em frações de segundo...

Darcy começou a chorar...

Bucky alargou os olhos ao vê-la desmanchar em sua frente... soltando várias lágrimas... uma após a outra... de uma forma que quebrava totalmente seu coração em milhares de estilhaços...

Os soluços dela mexiam com suas emoções, da pior forma possível... Ele odiava vê-la chorar...

Darcy o fitou com um desespero selvagem. Seus olhos azuis... tão claros... seu rosto sombreado pelo suave brilhantismo alaranjado do pôr do sol ao horizonte... seu coração que batia com tanta força que interferia em sua respiração...

O soldado suspirou... impacientemente...

— Uma arma não consegue escolher quem mata... Posso não estar no controle do gatilho, mas posso sair do alcance... É por isso que preciso sair da sua vida... – Confessava, não escondendo mais o que faria em pouco tempo.

— Mas você está no controle...! Eu sei que está...! – Darcy fechava os olhos, desesperada, se contorcendo enquanto ele mantinha os pulsos dela acima de sua cabeça, a mantendo encarcerada em seu enlace...

— Eu não estou no controle de nada... e é inevitável que eu precise partir. Entenda de uma vez por todas...

— NÃO!!! EU NÃO QUERO ENTENDER!!! – Ela gritou, de modo desentoado e estridente, demasiadamente desesperada.

— VOCÊ PRECISA ACEITAR!!! NÃO HÁ OUTRA FORMA!!! EU PRECISO IR!!! – Bucky urrou de volta, violentamente, apertando os pulsos femininos com força, não sabendo como fazê-la entender o seu lado.

— EU NUNCA VOU ACEITAR!!! NUNCA!!! – Darcy rebateu, ainda mais descontrolada, deixando sua voz ecoar forte, ao mesmo tempo em que chorava, incontida e desnorteada.

— EU NÃO TENHO ESCOLHA!!!

— VOCÊ TEM!!! PODEMOS FAZER ISSO JUNTOS, POR FAVOR, VAMOS FAZER ISSO JUNTOS, EU TE IMPLORO!!! – A estagiária gritava e chorava, consternada no suplício de pensar que ele partiria para sempre.

Ela o amava demais para suportar que a deixasse... nunca conseguiria aceitar...

Bucky sabia que não podia ceder... ele não podia resolver todos os seus problemas junto com ela. Era impossível. A poucos minutos, quase a matou... jamais se perdoaria se Darcy morresse por suas próprias mãos, ou pelas mãos de seus inimigos. E era por isso que não podia continuar ao lado dela.

A garota vivia profundos momentos de desespero... depois de tudo o que viveram todos aqueles dias, não podia se imaginar longe dele... nunca aceitaria que o sargento lhe deixasse...

— Pare de chorar... – Ele a advertiu, tentando não se sensibilizar com os soluços dela... mas era impossível...

— Bucky... por favor... não...! - Resquícios de palavras soltas e intercaladas por suspiros não foram o suficiente para fazê-lo recuar.

A brisa que se dilatou nos ruídos dos carros na estrada a frente, o farfalhar das árvores e os soluços da garota, eram o som mais triste que James ouvia naquele instante...

Não conseguia vê-la com aquela expressão de dor...

Ele a observava... consternado...

.

O rosto mergulhado em lágrimas...

Os lábios carmesim e levemente trêmulos...

As pálpebras avermelhadas...

Os lindos olhos azuis marejados...

.

O soldado simplesmente não conseguia ignorar tudo aquilo diante de si e então...

Ele a puxou violentamente contra seu peito...

.

Desesperado...

.

Um abraço apertado no silêncio do medo...

Ele a amava... e não tinha mais controle de nada, por mais que desejasse estar longe porque não queria machucá-la...

Sabia que estava sendo extremamente egoísta em tocá-la de novo, mesmo depois de quase matá-la... mas seu coração lhe pedia para ceder... era infame, indigno e injusto... porém, James não conseguia dominar seus desejos...

Ele a agarrava, desalentado, temerário e insensato... prensando o rosto da garota contra seu peito... envolvendo-a fortemente em seus braços...

O soldado suspirava, contendo a vontade de chorar... nunca pensou que seria tão difícil se separar dela, ainda que soubesse que era o certo... ainda que soubesse que era necessário...

A maior de suas dores já não era ser um fantasma que vagava pelo mundo sem caminho... mas dizer adeus a mulher de sua vida...

E então, Bucky a encarou... desesperadamente aflito...

A expressão da garota era de sofrimento... céus, ele se odiava por fazê-la chorar...

As mãos intrépidas do sargento acariciaram as madeixas castanhas, num carinho martirizado...

— Você me deu seu coração e não pediu nada em troca... – A voz consternada de James tocava o fundo da alma de Darcy...

— Eu te daria tudo de novo... mesmo sem me pedir nada... – A garota murmurava, trêmula e desolada... chorando descontroladamente numa expressão de pura agonia e dor...

O soldado sabia que seu sangue corria por ela... seu coração e sua mente pertenciam a Darcy...

James aproximava seu rosto, descansando a testa contra a dela... deixando a emoção fortemente possante que transbordava em seu peito, finalmente sair...

.

Lágrimas caiam... mas dessa vez eram dele...

.

Darcy sentia uma lágrima respingar em sua face... com seu suspiro...

A garota inclinou ainda mais o rosto, e passou a beijar a bochecha do soldado... num carinho possessivo, temerosa que o mesmo se afastasse...

Ela beijava cada pedaço do rosto dele enquanto acariciava os cabelos do sargento, num desespero descomedido, porque tinha muito medo que ele virasse de costas e a deixasse ali...

A estagiária o tocava com ímpeto... devastada...

Bebendo suas lágrimas enquanto chorava...

Ela nunca o viu chorar naquelas circunstâncias... seria a prova de que Bucky Barnes realmente a amava...?

O sargento a encarou detalhadamente, gravando a expressão de dor da estagiária em sua mente e notando o quanto ela chorava enquanto o fitava de forma agoniada...

Ambos choravam juntos...

Darcy sentia o calor do braço humano e o gélido metal do braço de James pressionando sua pele, num contraste tão singular e apetecível, que somente um homem naquele imenso planeta podia lhe dar...

Ele e somente ele...

O seu soldado... o seu veterano de guerra... o seu amante e seu herói... a pessoa que mais amava e que desejava passar a eternidade junto...

— Por favor, Bucky... eu te peço... não me deixe... – Darcy implorava, mais uma vez, com a voz trêmula enquanto mais lágrimas encharcavam seu lindo rosto...

O sargento alargou o olhar marejado em lágrimas de angústia, surpreendendo-se pelas palavras da garota, que esmagavam completamente seu pobre e sofrido coração...

Atormentado e sem saber o que dizer, ele envolveu as mãos em torno do rosto dela, deixando suas emoções fluírem de modo impetuoso e num movimento de suplício, agonia e aflição...

.

.

A beijou... desesperadamente...

.

.

Seus lábios envolveram os dela, num impulso desalentado, sedento e alarmado...

O soldado a beijava com muito sofrimento... pressionando os lábios da garota de forma exasperada e angustiante, a ponto de apertá-los com muita força, esmagando-os... tamanho martírio...

E Darcy cedia... sentindo o sofrimento do sargento em sua pele... o gosto de um beijo salgado por suas lágrimas... o gosto da tristeza e desesperança...

A estagiária o correspondia, mostrando o quão atormentada se encontrava... seus lábios tremiam, porque não conseguia deixar de chorar... céus, ele não podia lhe deixar... ela o amava tanto...

A garota agarrou o pescoço masculino, ficando na ponta dos pés, deixando-o aprofundar o beijo, que se tornava cada vez mais indômito, desesperado e apreensivo...

Ambos se exploravam... porque se amavam... isso não ia mudar...

Bucky engolia os suspiros de dor da garota, sentindo a pele quente pelas gotas salgadas que seus olhos derramavam...

Ambos estavam sofrendo... a dor era insuportável...

Tudo o que James queria era ficar com Darcy pra sempre...

O sargento só queria ser o homem que a fizesse feliz... ele só queria uma vida onde pudesse recitar lindos poemas para sua musa inspiradora... desejava levar café da manhã para ela em sua cama, dançar com sua garota na chuva, ir a praia a noite e sentar na areia ao seu lado para observar as estrelas ao som do barulho das ondas do mar, chegar em casa depois de um dia de trabalho e encontra-la lhe esperando, sentar de baixo de uma árvore com ela em seus braços ouvindo o barulho dos pássaros, lhe presentear com livros de seus autores favoritos, sorrir como um bobo de suas piadas, viajar com Darcy, realizar todos os seus sonhos e aprender cada vez mais sobre aquele século com ela...

Mas ele não era aquele homem... não podia ser... o soldado era uma arma letal, que não tinha o direito de viver novamente... e não podia acabar com a vida da mulher que amava, apenas porque se sentia egoísta o suficiente para sonhar em ter um futuro maravilhoso ao lado dela...

James não era a pessoa perfeita para Darcy, mas sim alguém com diversos traumas, feridas abertas e inúmeras cicatrizes... ele era o impasse mais perigoso que colocava a vida da garota em risco...

E por mais que seu maior sonho fosse ficar para sempre com ela... aquilo não era o melhor para Darcy...

.

E amar, também significava partir...

.


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