Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 60
Diálogos calorosos em um dia especial




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James e Darcy deixaram o hotel de mãos dadas, seguindo para o estacionamento às duas da tarde.

Ambos ainda estavam com as roupas sociais da noite passada...

Eles voltaram para Willowdale...

O casal apaixonado chegava a casa dos pais da garota, que ainda viajavam.

Enquanto chegavam ao local, ambos riam de uma história que Darcy contava sobre sua infância.

— Eu não sabia que quando finalmente meu pai tirasse as rodinhas da minha bicicleta, eu ia andar tão bem, mas tão bem, a ponto de cair numa vala!

— Deve ter sido uma experiência devastadora. – A feição de Bucky sobre as histórias da pequena Darcy lhe aqueciam o coração.

— Eu fiquei tão traumatizada! Tudo o que consegui ver em seguida foi o meu pai, rindo da minha cara enquanto eu me afundava na lama!

— Uau... se seu pai ria de uma cena assim, então você tem que pra quem puxar. – O soldado imaginava que tipo de pessoa era o pai da garota, e pelo que constatava, a personalidade dela tinha muito a ver com a dele.

— Meu pai é o ser mais piadista da face da terra! Com certeza eu herdei isso dele!

— E quanto a sua mãe?

— Minha mãe!? Ela teria sido mais útil no exército! Sério, pensa numa pessoa mal-humorada que quer resolver tudo com os punhos! Essa pessoa é a senhora Elizabeth Lewis!

Os dois chegavam a casa, e o pequeno Dexter já se encontrava ao lado de fora, esperando por eles.

— Olha o fujão aí... – A agarota apenas observava o gatinho de pelo branco se alinhar entre as pernas do sargento.

Automaticamente, Bucky o pegou no colo, fazendo carinho no pelo branco no topo de sua cabeça.

— Devíamos levar ele pra dentro?

— Sim. Não sei se ele achou algum camaleão ou calango pro almoço, mas por via das dúvidas, é melhor dar comida pra esse peregrino de quatro patas... – Ela revirou os olhos.

Darcy abriu a porta da sala e o sargento entrava com o gato em seu colo, mas já o colocando no chão.

A garota pegou a embalagem com comida para o bichano e derrubou em sua tigela.

Dexter saiu correndo desesperado para comer.

— Mas é um morto de fome mesmo! Pare de fugir ou nunca mais vou te alimentar! – A estagiária protestava, indignada.

— Pare de brigar com um gato... – James sorriu. Ele amava a excentricidade de Darcy, mesmo quando o alvo era um pequeno gatinho.

— Você quer que eu brigue com você no lugar dele...? – Ela sorriu de volta, percebendo que o soldado caminhava em sua direção.

— Depende da forma como vamos brigar... pode ser numa cama...? Ou em um chuveiro...? Você escolhe... – Ele a puxou pela cintura, cruzando os dedos de ambas as mãos nas costas femininas enquanto sentia os braços dela cercarem seu pescoço, num enlace.

— Você não teve o bastante por hoje, sargento...? – Darcy se referia ao fato de terem feito amor duas vezes no mesmo dia... somando quatro rodadas no total...

— Vai ter que se esforçar muito pra que eu tenha o bastante, senhorita... – Ele a puxava para mais perto, depositando um doce selinho nos lábios da garota.

— Não me provoque... – Ela o repreendia, beijando o pescoço masculino com muita ousadia, inalando seu perfume delicioso e tão natural que amava.

— É você quem está fazendo isso nesse exato momento... – Bucky sorria satisfeito em meio a todas aquelas carícias gentis...

— Certo, é melhor a gente se afastar, porque já estou começando a sentir calor só de estar perto de você! – Automaticamente, Darcy tirou os braços do pescoço dele e correu para a cozinha.

— Lewis... você sabe que não pode fugir de mim o tempo todo, não é...? – O soldado a seguiu para a cozinha.

— Mas acho melhor pararmos... ou vamos acabar na cama do meu quarto daqui a cinco minutos.

— Certo... mas só porque você está hesitando...

— Claro! Ou você vai me achar uma ninfomaníaca!

— Ser uma ninfomaníaca não é uma má ideia... – Ele sorriu malicioso e a garota fez uma careta em resposta.

— Vamos mudar de assunto? – Ela dizia enquanto tirava algumas coisas de dentro do armário da cozinha.

— Sobre o que vamos falar? – Bucky a observava pegando vários objetos, como se fosse preparar algo.

— Você me disse outra vez que queria compartilhar algumas lembranças da sua família. Adiamos essa conversa muitas vezes e acho que devíamos tê-la agora.

— Ok, como quiser... – Ele concordava, sem problemas.

— Então... sobre o que você se lembrou?

— A hora que você estava me contando sobre ter aprendido a andar de bicicleta, me recordei de quanto eu ensinei o meu irmão mais novo a pedalar. – Bucky se encostava na parede de azulejo do lado contrário onde a mesma estava.

— É sério!? – Ela contestava, empolgada.

— A lembrança mais bonita que tenho dessa época é a de ensinar meu irmãozinho mais novo a andar e bicicleta... foi uma ocasião especial... – James tinha vários fragmentos de memórias de todos os seus irmãos mais novos, já que ele era o mais velho.

— Qual era o nome dele?

— Benjamin... O chamávamos de Ben...

— Quantos irmãos você tinha?

— Três... dois meninos e uma menina.

— Uau... você tinha uma irmã mais nova? Eu não li isso em nenhuma biografia sua. – Darcy perguntava, curiosa, enquanto retirava produtos de dentro do armário.

— Não é um tipo de informação tão importante, mas o que descobri é que depois que a guerra terminou, meu pai largou o emprego que tinha numa fábrica de carros e investiu em uma mercearia no centro do Brooklyn. Meus irmãos o ajudaram e assim todos foram tocando suas vidas.

— E o que aconteceu depois?

— O obvio... cada um dos meus irmãos abriu o seu negócio próprio, minha irmã se casou, todos formaram suas famílias e tiveram filhos.

— E você não teve vontade de procurar por eles?

— Não... acho melhor manter as coisas como estão, até porque, todos eles já morreram... assim como meus amigos daquela época.

Darcy notava um resquício de melancolia nas declarações de James. Era nítido que o soldado parecia sentir falta de sua família, mas estava conformado com o que tinha acontecido.

— Eu sinto muito, Bucky... – Darcy ficou cabisbaixa, achando que talvez não devesse ter perguntado sobre a família dele.

— Não precisa ficar triste por mim, boneca... mas me diga... você leu muitas coisas sobre mim...?

— Sim... eu... precisava saber com quem estava convivendo... – A estagiária sorriu docemente, no desígnio de confortá-lo após fazê-lo dizer sobre sua família.

— Quando foi que você começou a se interessar por mim...? – Aquela pergunta fugia totalmente do contexto de suas últimas palavras.

O sargento não tinha intenção de falar sobre o seu passado.

— Sério que você quer que eu narre toda a trágica história de quando comecei a me apaixonar por você? – Darcy fez uma careta.

— Seria interessante... – James deu uma piscadela, sorrindo abertamente em seguida.

— Não mesmo...! Não quero me recordar das coisas malucas que fiz pra tentar te esquecer!

— Você tentou me esquecer...? Espere... aquela época em que você fugiu e se isolou na casa da sua amiga, é por que estava fugindo de mim?

A garota suspirou de embaraço.

— Sim... mas eu tinha absoluta certeza que meus sentimentos eram ridículos e platônicos... e eu ainda estava bem machucada por causa do Robert.

Ele observava o semblante da garota, que parecia ser de tristeza.

Deve ter sido terrível para ela...

— Boneca... eu não tinha ideia... me desculpe...

— Não foi culpa sua... – A garota tentava amenizar, afinal, nenhum dos dois de fato tinha culpa.

— Bem... se for para fazer você se sentir melhor, eu também passei por coisas muito parecidas... todos aqueles dias sem você foram um verdadeiro suplício... e quando me dei conta de que estava muito envolvido, tentei desesperadamente não te agarrar em meus braços... mas minha razão me impedia em todos os momentos...

Darcy o encarou séria... não tinha ideia que ele também estava sofrendo por ter desenvolvido sentimentos por ela...

Ambos passaram por grandes conflitos e nem sequer perceberam que tudo era recíproco.

— De qualquer forma, isso agora é passado! Vamos esquecer o quão tapados, cegos e idiotas fomos e vamos nos concentrar no presente!

— E o que você pretende fazer hoje? – Inquiria, lançando um olhar na direção das coisas que a garota havia colocado na mesa da cozinha.

— Hoje você será testemunha de um dos meus maiores talentos!

— Que seria...? – A indagava, confuso.

— Vou fazer um bolo! É uma receita da minha avó!

— Katherine?

— Sim!

James soltou uma leve risada... Darcy Lewis queria lhe mostrar seus dotes culinários?

— Eu amei todas vezes que você cozinhou pra mim... ainda mais quando tive fortes crises de ansiedade. – Bucky se recordava de todas as vezes que Darcy lhe salvara de enlouquecer quando seus traumas psicológicos lhe sobrevinham. Ela sempre tentava de tudo para distraí-lo e ele era totalmente grato a ela por isso.

— É como dizem por aí: Uma boa comida pode curar um coração triste! – Ela sorriu, meigamente afável... e ele se concentrava no brilho ameno de seu rosto, esbanjando amabilidade...

— Se continuar me dizendo essas coisas, eu vou agora mesmo te agarrar. – Ele a ameaçou e Darcy logo se opôs.

— Fique aí mesmo onde está, sargento! – Ela protestou de volta, empunhando uma colher de madeira e apontando em sua direção, como se fosse ataca-lo, caso se aproximasse.

— Ok, senhorita... – O soldado ergueu as mãos para o alto, em pose de rendição.

— Por falar nisso, agora que lembrei que tenho que tirar esse vestido! Ele custou muito caro pra eu usá-lo na cozinha! Posso acabar estragando! – A garota se referia ao vestido de gala da noite passada que usou em seu TCC, ao qual havia pagado uma nota.

James sorriu de modo provocante e se aproximou lentamente dela.

— Sabe... se você quiser, eu posso te ajudar a tirar esse vestido agora mesmo... – Replicou, provocante, enquanto a fitava de modo sedutor.

Mas a estagiária logo percebeu seu interesse...

— Décadas congelado não foram suficientes para apagar o seu fogo, sargento Barnes...? – Ironizava, provocando-o de volta.

— Você reacendeu toda a chama que estava congelada... – Replicou, divertidamente...

Darcy vislumbrava a expressão maravilhosa no rosto ele...

Olhos azuis... Azuis puxados para o cinza... Um cinza que lembrava o inverno...

Ambos se entreolharam, apaixonadamente...

Bucky a cercava por completo, encurralando-a entre ele e o armário da cozinha.

— Eu ia adorar te beijar agora... – Replicou perto o suficiente do rosto dela...

— Eu vou chutar a sua bunda se você não fizer isso... – A garota já sentia a respiração dele tocando sua face e então...

O soldado segurou o queixo feminino delicadamente entre o polegar e o indicador, erguendo-o para o alto... e num toque suave, a garota sentiu a maciez dos lábios dele envolverem os seus...

Num beijo docemente carinhoso...

O sargento vagueou os dedos sobre os cabelos ondulados, sentindo a textura tenra dos fios...

E ambos permaneceram se beijando, numa afetuosa carícia... num puro e melódico toque... inebriante e demasiadamente inefável...

O nectário roçar de lábios permaneceu lento, melindroso e amorosamente terno...

Encantadoramente apetecível...

Depois de algum tempo, ambos cessaram o beijo...

Um sorriso perfeito floresceu nos lábios da estagiária... e diante daquela bela imagem, James só pensou em uma coisa, e então...

.

— Моя лилия...

.

Ele sussurrou em russo, roçando o polegar de metal contra o lábio inferior dela, num meigo gesto de carinho...

— Traduza... – Darcy exigiu, com uma feição birrenta na face.

— Meu lírio... – E então, ela se sentiu ainda mais atraída com o deslumbre dos olhos semicerrados do sargento...

Ela amava aquele lindo apelido meigo que Bucky lhe dera...

— Você é aquele sonho bom que não sei explicar no outro dia... – Ela se declarava, apaixonada...

Darcy e seus eufemismos que caracterizavam James Buchanan Barnes...

— E eu acho que você é muito mais perfeita que um sonho, já que posso vive-lo de verdade, sem me preocupar em acordar...

— Ok, soldado, eu sei que você me quer mais do que tudo... e te entendo... eu também ia me querer se estivesse em seu lugar. – Ela piscou, brincalhona.

— Aah? Quando foi que você ficou tão modesta? – Retorquia, risonho.

— Sempre fui...

— Você pode estar certa, mas um pouco de humildade não lhe fará mal... – James piscava, lentamente, fitando-a, encantado por sua beleza.

— Você está muito garanhão, sargento... acho que o Capitão América não daria esse tipo de cortesia a uma mulher. – Darcy sabia que toda vez que mencionava sobre Steve Rogers na frente do soldado, ele parecia sentir uma pitada de ciúmes.

— Falando dessa forma do Steve, você parte o meu coração, boneca... nunca vou esquecer que você dançou primeiro com ele e não comigo... – James esboçou uma feição tristemente birrenta e tudo no que ela conseguiu se concentrar foi no olhar dele...

— Ora ora... foi só uma dança e nada demais, já a Natasha Romanoff foi sua amante. – Retorquiu, birrenta, com uma feição contumaz. Se era para comparar, então sua relação com a Viúva Negra era algo muito mais pior a se considerar.

— Sim... ela foi minha amante...

— Bem... ela é forte, linda, habilidosa, uma espiã de alto nível, inteligente e uma heroína...! Ou seja ela é perfeita! – A garota destacava todas as qualidades da ex-agente da SHIELD.

— Sim... mas ela tem um defeito...

— Qual!?

.

— Ela não é você...! - E então, ele a puxou contra si, enterrando o rosto no pescoço feminino... na área mais perfumada de seu corpo, que amava de paixão tocar e exalar...

.

Darcy riu alto, porque a barba do soldado lhe fazia cócegas...

A estagiária enlaçou o pescoço masculino com os braços, erguendo-se contra ele, ficando na ponta dos pés, mesmo de salto, porque o sargento era incrivelmente alto...

Os dois se abraçavam intensamente... sentindo o calor de seus corpos...

— Minha flor... você me faz esquecer que o mundo está girando... – James murmurou sobre seu cabelo ternamente cheiroso...

— E você me fez esquecer que tive um TCC ontem... e que me formo daqui a poucos dias... – Ela replicou de volta, no ouvido dele, enquanto mantinham o abraço apertado.

— Então... você finalmente se tornará uma cientista...?

— Sim... e você estará lá pra me apoiar...?

— Claro...

Ela sorriu abertamente, agarrando-se cada vez mais contra ele.

O casal permaneceu abraçado por um longo tempo, e então...

Se entreolharam... apaixonados...

Bucky mirava os lábios róseos da garota mais uma vez...

Já Darcy, percebia o caminho que o mesmo fazia...

— Hey, precisamos manter distância, ou como disse, vamos acabar na minha cama...

— Não é uma má ideia, porém, estou desconfiado de que na verdade, você esteja se afastando porque não gosta de me beijar... – O soldado choramingava enquanto esboçava uma feição tristemente birrenta.

— E por que você acha que eu faria uma loucura dessas? – Darcy arqueou uma sobrancelha, desacreditada.

— Talvez porque eu não seja tão bom nisso... – Retorquiu, derrotado.

— Você está seriamente questionando se você é ou não um bom beijador? É isso!?

— Sim... – Ele sorriu, um pouco tímido... retraído...

— Você é um excelente beijador, soldado... – Afirmou, cem por cento segura do que dizia.

— Fico mais tranquilo depois de ouvir isso, senhorita... – Ele enlaçou a cintura curvilínea da garota, puxando-a para mais perto, envolvendo-a em seus braços, apertando seu rosto contra seu peito, beijando-lhe os cabelos macios e pousando os lábios nas madeixas onduladas, aspirando o aroma delicado de seu perfume.

— Pare de me chamar assim o tempo todo! É muito antiquado e lembra quando meus pais estão com raiva de mim...!

— Senhorita!? Então como devo te chamar? – As mãos de James percorreram a nuca dela, afagando os cabelos castanhos por baixo, tocando levemente sua pele.

— Como deve me chamar...? Hmm... Linda todos os dias... meu diamante todos os domingos... e deusa para ocasiões especiais... - Ela piscou, com o rosto erguido, sorrindo largamente, enquanto o fitava.

Suas sugestões sobre como Bucky devia lhe chamar, lembravam a fala da protagonista do filme Orgulho e Preconceito.

James entendia a referência, pois aquele filme estava na lista que ela deixou para ele...

E então, o soldado se recordou da fala do par da protagonista, que coincidentemente era chamado de...

“Senhor Darcy...”

— Certo... e quando estiver com raiva de você...? Devo te chamar de Katherine? – A provocava, sabendo que a mesma não gostava de seu segundo nome e também porque já estava em sua sintonia naquela brincadeira deliciosa.

A estagiária entendia a referência...

— Não... Só vai me chamar de Katherine, quando você estiver completamente, perfeitamente e incandescentemente feliz... - Ela sorriu, adaptando a fala do filme, embora não se simpatizasse com seu segundo nome.

James sorriu abertamente em resposta... céus, aquela garota era o amor de sua vida e não tinha a menor dúvida...

Então...

— Se devo te chamar de Katherine só quando eu estiver feliz, então... – Ele pausou a frase para continuar logo em seguida...

.

— Katherine... – Murmurou sedutoramente, enquanto beijava seu rosto, deixando os lábios estalarem suavemente e lentamente pela bochecha que possuía a textura mais deliciosa de tudo o que tocara em sua vida...

E então, Bucky continuou...

.

— Katherine... - Ele beijou sua testa, placidamente...

.

— Katherine... - Beijou a ponta de seu nariz...

.

E por último e mais importante...

.

— Katherine... – O soldado beijou sua boca... num toque mágico e vistoso... brando e delicado... macio e adornado... os lábios do casal se encaixavam perfeitamente... moldados... como se tivessem sido feitos um para o outro...

Desatinada... Darcy tornava-se vulnerável diante dele... deixando tudo acontecer...

A alegria do instante doía... uma etérea mistura entre o sublime e o prazer...

A textura do beijo era deliciosamente alucinante... se encontravam assolados de tanta paixão... o efeito era narcótico e viciante... e sabia exatamente aonde iriam parar naquela sequência de carícias e declarações amorosas...

Provavelmente entre lençóis... repetindo a rodada por até duas ou três vezes, tamanho desejo que sentiam um pelo outro...

O beijo que começou calmo e lento, se transformava em algo indômito e cáustico...

Entorpecendo a razão e devastando os sentidos...

Ambos corações batiam acelerados... impossíveis de serem controlados...

Era como se os ponteiros do relógio tivessem parado e mais nada fizesse sentido... tudo estava fora de órbita... somente o momento onde permaneciam juntos era o que importava...

O soldado havia voltado ao seu velho eu antes da guerra... nunca esteve tão certo disso antes...

Quando a garota percebeu que os braços de James já haviam descido de sua cintura para seus quadris, ela rapidamente quebrou o contato, interrompendo o beijo e afastando as mãos bobas do sargento dali.

— Hey, chega... Estamos na cozinha e eu pretendo terminar o que comecei...

— Está se referindo ao bolo que disse que faria? – Ele sorriu, piscando.

— Exato, então... mantenha distância...! – Ela se afastou rapidamente, deixando um soldado completamente frustrado.

— Ok... você quem manda, boneca... – James retornou para onde estava, triste, mas ao mesmo tempo feliz.

— Não faça essa carinha...

— Espero que me compense por isso... – Bucky a olhou de cima em baixo, insinuando coisas...

— Eu vou... mas não será agora... – Ela já sabia que havia despertado certa satiríase no sargento... e isso começou desde que passaram a primeira noite juntos...

— Assim espero... – Ele esboçou um sorriso malicioso de canto e Darcy revirou os olhos.

— Por que não falamos sobre coisas sérias? Tipo, o que você espera do futuro? – A garota colocava todos os ingredientes na mesa.

— O que eu espero do futuro? Em que sentido?

— Você não vai mais voltar para Nova York? – Ela o analisava, ainda que não externasse isso.

— Não... Steve e Natalia estão lá e isso pode causar muitas complicações.

— Certo, então aonde pretende ficar agora...? – Darcy fingia indiferença, porém Bucky sabia exatamente que a garota estava lhe examinando.

— Bem... se fosse pra escolher um lugar para ficar enquanto tudo se ajeitasse, eu diria que a Romênia é um local excelente.

— Por quê?

— Me lembro de ter executado muitas missões nesse lugar. As menos perigosas e... o local é perfeito porque por muito tempo a HYDRA me manteve ali... então o dialeto, o clima, as pessoas, o ambiente, tudo tem a ver com que sou atualmente...

— Mas existem lugares assim aqui nos Estados Unidos.

— O governo americano está me procurando... você sabe que não posso ficar aqui.

— Bem, então talvez devêssemos fugir para lá então? – Darcy piscou, insinuando que desejava ir embora com ele, e automaticamente Bucky suspirou um pouco impaciente diante de suas recentes palavras.

— Eu jamais aceitaria isso...

— E se eu dissesse que quero ir com você...? – A garota sugeria, seriamente. Depois de tudo o que viveram... depois de todas as declarações que fizeram um ao outro, a única coisa que ficou faltando eram promessas e juras de amor... o que era um tanto clichê, mas não sabia em que ponto estavam para se comprometerem de tal forma.

— Nunca colocaria sua vida em risco... não quero que você sofra se estiverem atrás de mim.

— Mas-

— Podemos não falar sobre isso? Vamos deixar esse assunto para o futuro.

— Futuro? Quando exatamente?

— Em breve... eu prometo.

— Prefiro que seja em breve. Assim você me deixa aliviada... – Ela sorriu, alegre e satisfeita.

E então, Darcy seguiu com a receita de sua avó, fazendo um lindo e delicioso bolo de chocolate.

.

Uma hora se passou e os dois trocaram de roupa. Estava muito quente e precisavam se refrescar de alguma forma.

Com o verão americano no auge, os raios solares tornavam tudo mais quente do lado de fora, os pássaros cantavam e Dexter observava as aves voando, no desejo de poder correr atrás de uma delas e brincar ou fazê-las de almoço e janta.

A garota aprontava uma mesa com o que tinha feito.

O bolo fatiado e suco de laranja, já que o clima estava quente.

A casa se encontrava colorida em tons alaranjados, porque a mesma possuía muitas janelas e os raios solares invadiam os cômodos...

Eles passaram a tarde juntos, aproveitando a magia do momento onde se encontravam incrivelmente apaixonados e envolvidos um pelo outro.

E naquela mesma tarde, Darcy mostrava a coleção de vinis, vídeos k7 e vhs de seu pai, que era fissurado em tecnologia retrô...

Ela tinha pra quem puxar... literalmente...

A garota separou alguns vinis e mostrou diversas músicas que julgava serem as mais incríveis de todo o mundo...

Para ela, o Rock era o mais elevado estágio da música e nenhum outro estilo podia se equiparar a ele...

Darcy mostrou vários discos de muitas bandas, dentre elas: Led Zeppelin, Europe, Alice Cooper, The Police, Sex Pistols entre outros…

James estava deslumbrado com toda aquela música... dos anos 70 e 80.

Em meio aos vinis, ele reconheceu o álbum de uma banda que tinha adorado ouvir nos dias que esteve no apartamento da estagiária, em Nova York...

Whitesnake...

Ao virar o disco para ver o nome das músicas, havia uma que ele amava... a letra era eroticamente instigante...

Still of the Night do ano de 1987…

— Essa música é perfeita para aquelas horas, mas a noite… - Ele esbanjou um sorriso cínico e obstinado, fazendo com que Darcy arregalasse os olhos.

— Ooh...? Você tem uma fantasia secreta de fazer amor comigo ao som de Whitesnake...?

— Sim... não que essa não tenha sido a trilha da nossa dança íntima ontem a noite... mas... quero repetir a dose... - Ele piscou, sugestivo, numa expressão fortemente sexy.

— Não tem vergonha de dizer isso descaradamente desse jeito!? - A garota tapava o rosto com as duas mãos, constrangida.

— Você parece estar curtindo a ideia... até está rindo... – Ele tentava constrange-la e Darcy já começava a corar.

— Estou rindo de nervoso!

— Sei... – Seus olhos a rodearam, desconfiados e insinuantes...

— Será que você realmente me ama, ou só quer o meu corpo? – Ela cruzou os braços, fazendo beicinho.

— Você tem que entender que o homem que te ama é aquele que já te viu bêbada, chorando, sem maquiagem, falando e fazendo coisas sem sentido e ainda assim te acha linda...

— Bem, você me viu em todas essas situações... mas ainda me acha linda...? – A pergunta era óbvia, porém, a garota desejava ouvir a resposta...

— Eu te acho maravilhosamente linda... na verdade, desde que te vi pela primeira vez, mas naquela época eu não estava nos meus melhores dias...

— Hmm... tive a mesma impressão quando te conheci... – Ela assobiava para disfarçar, mas era fato que mesmo correndo um imenso perigo ao topar com o Soldado Invernal em Washington DC, seus olhos se encantaram pela aparência refinada e incrivelmente perfeita do maior espião de elite da HYDRA.

— Então acho que foi recíproco desde o começo, boneca... – Os olhos azulados piscaram, sedutoramente.

— Talvez... mas mudando de assunto... não quer ir até o riacho que tem aqui perto qualquer dia? É um lugar lindo e cheio de árvores... quase ninguém aparece por lá, então seremos só eu, você e a natureza... topa?

— Isso é um simples convite para turistar Willowdale ou devo interpretar essa solicitação como algo que tenha segundas intenções...? – Ele a cercou por completo, comprimindo a distância entre ambos.

Darcy esboçou uma careta em resposta.

— Sério, James... pare de achar que tudo tem de ter sexo envolvido... eu não estou mais te achando um homem conservador...

— Ahahaha, calma, era só uma piada. Queria apenas observar sua reação.

— Não acredito que seja uma piada... – O semblante da garota era de desconfiança.

— Você pode confiar em mim, boneca... eu jamais farei nada que te deixe desconfortável, muito menos sem seu consentimento.

— Posso mesmo confiar em você...?

— Você sabe que pode... – E então, o soldado inclinou a cabeça, depositando um beijo delicado na testa da estagiária.

Ela sorriu em resposta, confiante, com um leve rubor em suas bochechas.

— Certo, então agora vamos ver todos os meus álbuns de fotos! Quero que você conheça tudo sobre a minha simples, porém feliz vida!

— Eu adoraria, meu lírio...

E então, Darcy pegou na mão metálica, guiando-o para outro cômodo da casa.

Aquele dia em especial, era um dos mais tranquilos e felizes na vida de James...

.

E ele seria eternamente grato à Darcy por isso...


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