Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 40
Soldado Invernal vs Viúva Negra


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas, como estão? Chegamos oficialmente na metade da fanfic, já que esse é o capítulo 40 o/
Esse capítulo terá algumas revelações não muito aprofundadas dos citados no título. Será um capítulo um pouco decisivo para Bucky Barnes a respeito de sua permanência nos Estados Unidos.
Se virem erros, ignorem por enquanto até que eu os conserte.
Divirtam-se.



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Bucky desceu do apartamento e se encontrou com Yelena, no parque próximo da Upper West Side.

Quando finalmente a avistou, a loira se virou de frente...

O soldado e a espiã se encararam por um tempo...

Ele com um semblante colérico...

Ela com um sorriso ardiloso nos lábios...

Depois de se defrontarem impetuosamente por um tempo, a loira iniciou o diálogo.

— Você tem uma resposta positiva para me dar ou devo dizer aos meus superiores que você não vai colaborar? – Yelena estava jogando nos dois lados. HYDRA e o governo russo esperavam que o Soldado Invernal voltasse à ativa.

— Eu não posso sair de Nova York agora.

— Por quê...? Ah... deixe-me adivinhar... isso tem a ver com a estagiária? – A loira tinha certeza que o atual ponto fraco de Bucky Barnes se chamava Darcy Lewis.

Mas... talvez nem mesmo ele tenha se dado conta disso...

— Isso não tem nada a ver com ela...

— E tem a ver com quem? Ou com o quê...?

— Você já foi mais inteligente... – Bucky conhecia a espiã russa... o pouco do que se lembrava dela, lhe fazia tirar tal conclusão.

— Ok... certo... então acho que terei de apelar, não é mesmo...? – Belova se aproximou, lentamente, encurtando o espaço entre ambos.

A loira tinha uma pose imponente, fatal e sedutora... muitos homens se sentiriam narcotizados... mas James era incrivelmente imune aos seus artifícios.

Ela o fitou, ousadamente, sorrindo de canto. Era como se tivesse várias cartas na manga para convencê-lo a deixar os Estados Unidos e se juntar a ela no mesmo instante.

O sargento a mirou, intensamente enojado. Sabia exatamente que tipo de mulher ela era.

Mas antes que pudesse calcular o que ela faria ou diria, a mesma resolveu romper o silêncio mais uma vez.

.

— Natalia está em Nova York a sua procura... você sabia disso?

.

A espiã arriscou, mas tudo o que teve em resposta, foi o semblante congelado e inexpressivo dele.

— E daí...? – Bucky não parecia surpreso. Pelo contrário. Era como se aquela notícia não fizesse a mínima diferença pra ele.

— Nos encontramos agora a pouco... numa balada na Time Square... e sabe quem estava lá...?

Ela se aproximou ainda mais, ficando com o rosto perto do dele, apenas para sussurrar algumas palavras em seu ouvido...

O soldado não hesitou e permaneceu imóvel...

Yelena finalmente completou a sentença e então...

.

— A senhorita Lewis estava lá...

.

Efemeramente, James se sentiu surpreendido, porém não demonstrou.

Mas várias questões começaram a rodear a sua mente, e entre elas, por que Yelena e Natasha estavam atrás de Darcy se podiam chegar diretamente nele?

— Vocês estão mirando na pessoa errada... – Murmurou, indiferente.

— Sabe que não estamos... – Ela retorquiu, convicta.

— Estão atrás dela pra fazer algum tipo de chantagem? Aquela garota não está no controle de nada... eu decidi estar aqui por conta própria... Ela não tem nada a ver com isso... – O soldado admitia, com certa aspereza em sua voz.

— Se ela não tem nada a ver, então a sua resposta para mim será positiva, certo?

Por um momento, James não conseguiu responder. Estava planejando sua vingança contra a HYDRA secretamente, e adiando seus planos a cada dia, mas agora, aquela espiã russa estava ali... lhe pressionando...

E alguns segundos se passaram... tempo suficiente para fazer sua mente processar algo para dizer a ela...

Darcy não tinha nada a ver com tudo aquilo... Bucky tinha uma conexão com a HYDRA e com o governo russo que não poderia ser desfeita do dia para a noite...

A estudante poderia ser uma vítima, caso não cedesse a pressão de Yelena, e ele jamais permitiria isso... Então...

.

— Eu preciso de um tempo... – Articulou, seriamente.

.

— Tempo para decidir ou tempo para encontra-los e chegarmos a um acordo?

— Tempo para encontra-los. Você sabe que não tenho escolha, pois sei exatamente que estão mirando na Lewis... e ela não tem nada a ver com isso.

— Quanto tempo você precisa?

— 45 dias... Mas isso só vai acontecer, se deixarem ela fora dessa história.

— Hmm.... Essa é uma condição muito fácil de ser aceita... - Yelena se afastou.

O soldado fitava o chão... não tinha coragem de olhar nos olhos daquela mulher. Depois das poucas lembranças que recuperou sobre suas missões nas décadas da guerra fria, tudo o que sentia era nojo... Nojo de si mesmo e das pessoas com quem colaborou...

Yelena sabia que Bucky Barnes estava um tanto afetado por causa da estagiária. Sabia também que ele faria o que ela pedisse, apenas para que Darcy estivesse longe da mira da HYDRA e até mesmo do governo russo, que atuava pelas sombras.

— Nós temos um acordo?  – Yelena estendeu a mão, e Bucky apenas a ignorou.

— Se cumprir o que pedi, sim. – E então, ele deu as costas para ela, decidindo que sairia dali.

A loira o observou se afastando e reparava em cada passo que o mesmo dava para longe dela, porém, do outro lado...

.

Natasha Romanoff estava a sua espera...

.

A ruiva havia perseguido Yelena até o local e jamais imaginaria que encontraria o Soldado Invernal naquele mesmo dia.

As coisas estavam acontecendo mais rápido do que pensava.

O sargento finalmente surgia na frente da ruiva e ele a encarou, com uma expressão congelada...

Era nítido que os três já sabiam que tudo acabaria daquele jeito, já que todos ali eram exímios espiões.

James já sabia que Natasha observava tudo a distância.

Yelena sabia que Natasha estava ali, e fez questão de deixa-la ouvir sua conversa com o Soldado Invernal.

E agora, a Viúva Negra compreendia completamente todo o enigma por trás da estadia de James em Nova York.

A pessoa que o convenceu a ficar ali, se chamava Darcy Lewis...

Mas o mais impressionante era o nível de importância que a estagiária tinha em sua vida, a ponto de ouvi-lo pedir à Yelena que a deixasse fora de tudo aquilo.

Então por fim, Belova passou por Natasha, sorrindo triunfante e de modo provocante.

— Foi bom te ver depois de todo esse tempo, Natalia... – E então, a loira saia do local, vitoriosa.

Sua missão ali havia acabado.

Status...? Missão completada com êxito...

James e Natasha se encaravam, inexpressivamente...

O reencontro entre ambos era inevitável, mas... também era completamente estranho olhar para o rosto da Viúva Negra depois de recuperar parte de suas memórias, sabendo da relação conturbada que os dois tiveram no passado...

.

E da sala vermelha...

.

— Темп темп... – A ruiva proferiu em russo, num tom de voz levemente melancólico...

— Вы ничего не изменили... – James também respondeu russo, friamente...

O cumprimento singelo entre ambos não passou daquilo... era estranho falar naquele idioma com ela... A sensação de reencontrá-la não era das melhores...

E o sentimento era recíproco por parte de Natasha.

A ruiva suspirou, e se aproximou dele, lentamente...

O soldado não se moveu... mas seus olhos finalmente cruzaram com os dela... e os dois passaram a se entreolhar intensamente...

Quanto tempo não vislumbrava o verde daqueles olhos... impactantes, esmeros e hermeticamente esplêndidos...?

E a mesma impressão a ruiva tinha a respeito dele...

Parte dela se sentia inclinada pelas saudosas lembranças que possuía sobre James... e a outra parte, se encontrava em alerta, como se o Soldado Invernal pudesse matá-la a qualquer momento.

Como da última vez que se encontraram em Washington DC...

Mas... Natasha precisava descobrir sobre o fato de Bucky aceitar que Yelena obtivesse êxito na missão de leva-lo dali.

— Você vai ficar de joelhos para a HYDRA mais uma vez...? – Ela foi direto ao ponto, mas o sargento não reagiu.

— Isso é um problema meu... – Redarguiu, friamente, sem emoção em sua voz.

— Tudo o que aconteceu em Washington e o fato de ter recuperado parte de suas lembranças, não foram suficientes para você se afastar deles? Por que está decidindo voltar...? – As indagações de Natasha arrancaram um sorriso de canto nos lábios do soldado.

— Não fale sobre isso como se não estivesse indiretamente envolvida, Natalia...

— Eu não estive envolvida, nem mesmo indiretamente, caso contrário, não teria sido pega de surpresa sobre o projeto Insight, não acha? – Ela respondia sobre coisas que somente os dois sabiam. Ninguém ali teria ideia sobre o conteúdo daquelas inquirições... Nem mesmo Steve Rogers...

O passado de Natasha Romanoff era conhecido apenas por Nick Fury e Clint Barton.

O Capitão América não tinha conhecimento sobre os fatos mais sombrios da vida da Viúva Negra.

Mas, James cortou o assunto no meio.

— O que você está fazendo aqui...?

— Eu soube que Yelena estava nos Estados Unidos... então resolvi averiguar o porquê.

— Você não mudou nada... seus jogos... seus planos... suas máscaras... suas dezenas de identidades e compartilhamentos vão sempre prevalecer, até mesmo quando nos reencontramos depois de tanto tempo...? Isso é algo que nem mesmo o agente Fury conseguiu lhe arrancar, não é mesmo...? – Bucky sabia sobre muitas coisas da vida da ex-agente da SHIELD, e estava disposto a esfregar em sua cara se ela resolvesse se intrometer em seus planos.

— Eu vivi a minha vida de acordo com o que eu acredito... já você não teve escolha... procure entender... – Ela insistia em explicar algo que de acordo com a concepção de James, era inexplicável.

— Eu não quero entender nada... – O soldado resolveu sair dali, e deixa-la para trás, mas Natasha o impediu de ir embora, cercando-o por completo.

— Ainda não terminamos, James... – A ruiva entrou em sua frente e o semblante dele fechou... nebulosamente.

— O que você quer afinal...? Yelena foi embora, e devia fazer o mesmo.

— Eu não posso deixar a arma secreta da HYDRA voltar para onde eles querem que ela esteja.

— Saia da minha frente, Natalia. – Bucky tentou sair dali, mas foi impedido mais uma vez, só que agora, a Viúva Negra agarrava seu pulso de metal.

E não muito longe dali...

Darcy voltava para casa com seus dois amigos, que pegavam um atalho para chegar até o estacionamento do prédio.

Os três passavam ao lado do parque onde James e Natasha estavam.

Derek parou no sinal vermelho.

Kim olhava para o canto direito da janela, distraidamente, até que então...

Avistou o Sargento James Buchanan Barnes ao lado de uma mulher ruiva.

Surpreendida, ela cutucou Darcy violentamente.

— Joaninha, olha ali! Não é o Bucky!!? – A loira praticamente surtou, fazendo com que Derek também olhasse para o lado, curioso.

Darcy se aproximou do vidro da janela e enxergou o soldado ao lado de uma mulher...

Quando a estudante percebeu quem era, sentiu uma forte compressão no estômago...

.

A mulher ao lado do sargento... Era Natasha Romanoff...

.

— Céus... então eles se reencontraram...? – Darcy murmurou, boquiaberta.

Derek e Kim não souberam o que dizer. Sabiam exatamente que a amiga estava surtando por causa dele, e agora, a mesma o flagrava com a seu antigo caso.

A garota sentia seu coração sendo esmagado dentro do peito. A sensação horrível que lhe definia como alguém completamente patético...

— Joaninha, você devia procurar outro cupido sério e responsável, porque o seu atual usa drogas... – Kim soltou, sem saber o que dizer, já que estava muito alcoolizada.

— É melhor você ficar quieta, Kimberly... – Derek a recriminava, bravo.

— Acho que esse é o momento clichê que eu saio correndo e choro... Como nos filmes... Não é...? – Darcy também dizia, sem raciocinar muito.

— Vai sair do carro e correr pra onde? Pra ponte George Washington e se jogar? Cai na real, Darcy! Você nunca devia ter deixado as coisas chegarem a esse ponto! – Derek repreendia a amiga, totalmente impaciente.

— Hey, pare de gritar com ela, sua iguana rabugenta! - Kim bradou, com raiva.

— Cala a boca, tábua de passar roupa! – Derek rebateu.

— Ah, vá se ferrar Derek! Eu não sou obrigada a ter que te aturar dirigindo o meu carro! Dá o fora daqui!

— Você está bêbada, vara de caju!

— Lhama com asna!

— Espanador de lua!

— CALA BOCA VOCÊS DOIS!!! SERÁ QUE NÃO PODEM RESPEITAR A MINHA DOR!???

Então, Kim e Derek se calaram, ao perceberem que Darcy estava prestes a chorar.

A estudante se encontrava aflita e perdida... desde quando uma simples paixão fazia todo aquele estrago?

— Por que eu estou com a imensa vontade de pular de bungee jump!? Por que eu quero saltar de asa delta e pular de um avião de paraquedas!?? Por quê!? – Darcy começava a perder o controle, falando coisas desconexas e quase suicidas.

— Por favor, amiga... você não vai querer se matar por causa de um homem né? Qual é...? – Kim, que se encontrava tri-bêbada, desdenhava da dor da amiga.

— Agora é você quem está sendo insensível, Kimberly. Você é bipolar ou o quê!? – Derek gritava com a loira mais uma vez. Já estava de saco cheio de ter que aguentar aquela garota falar.

— Derek, se não quiser que eu te jogue pra fora desse carro e passe por cima de você, é melhor calar a boca de uma vez! – A loira contestava novamente o rapaz. Ambos se encaravam impetuosamente, a ponto de sair faíscas de seus olhos.

— Vocês realmente são meus amigos...? Eu estou chorando porque o cara que eu gosto está frente a frente com a mulher que ele ama, e tudo o que vocês fazem é discutir!? Sério, eu devia deletar vocês dois da minha vida! – O tom de voz da estudante era choroso, e ela falava muito sério.

Os dois estavam tão habituados a presenciar Darcy fazendo tantas piadas de si mesma o tempo todo, que não sabiam quando a garota falava sério.

— Joaninha... é melhor você dormir na minha casa. Você não está em condições de voltar pro seu apartamento hoje.

— Dessa vez eu concordo com ela. É melhor você ficar longe do Bucky por enquanto. Só até você resolver as coisas... – Derek ajudava Kim a fazer com que Darcy ficasse longe do soldado aquela noite.

— Tudo bem... vocês têm razão... Eu não estou em condições de mais nada hoje... vamos embora... – A estudante enxugava as lágrimas com um lenço que a loira tinha lhe dado.

— Onde fica a sua casa mesmo, oww espinhosa...? – O rapaz pegava o GPS, contestando a localização do apartamento de Kimberly.

— Moro no Hudson Heights, W181 st ST.

— Hudson Heights!? Isso fica do outro lado de Manhattan! Você não mora! Você se esconde!

— Você é que se esconde da Stephanie em Willowdale! Não comece a me provocar, porque não sairá vivo caso tente!

— Campbell, eu só não vou discutir mais, por causa da Darcy que não está nada bem. Mas eu juro que se você cruzar o meu caminho de novo, faço questão de passar com um caminhão de lixo por cima de você e jogar seu corpo numa caçamba!

— E eu juro que passo com um trator em cima de você e jogo seus restos mortais para os animais do zoológico do Central Park! Isso se eles não tiverem uma indigestão por comer lixo!

Derek rosnou para Kim, e a garota fez uma careta horripilante no mesmo instante, em resposta.

Já Darcy, sentia que ambos precisavam de uma camisa de força pra ontem.

.

Enquanto isso, a poucos metros dali, James e Natasha continuavam com o diálogo.

A Viúva impedia que o Soldado Invernal saísse dali. A ex-agente estava receosa por conta da decisão de o mesmo voltar para a HYDRA.

— Eu vou repetir mais uma vez, Natalia... você não tem nada a ver com os meus planos, então não fique no meu caminho. – Bucky a intimou, pouco se importando com o que a ruiva pensava ou deixava de pensar.

— Não seja prepotente, Barnes... eu não estou preocupada com você... estou preocupada com o que a HYDRA pode fazer caso a sua maior arma volte a ser ativa.

— É isso que você acha que eu ainda sou...? Uma arma...?

— Isso é o que você sempre foi desde que eles o recrutaram.

— Me poupe de suas falsas preocupações... – O soldado puxou seu braço de volta, se desvencilhando do enlace dela em seu pulso.

— Eu não me preocuparia antes... mas hoje é diferente. – A voz de Natasha estava desigual. De fato, a ruiva parecia ter mudado parte de suas convicções, mas aquilo não seria o bastante para convencê-lo.

— Eu não me importo... – James deu as costas para ela novamente, mas, a voz da ex-agente o alcançou mais uma vez.

.

— Steve está atrás de você...

.

Natasha revelava algo chocante, que o pegou totalmente desprevenido.

Os olhos do soldado arregalaram, em surpresa. Então, Steve estava atrás dele?

Ele virou o rosto, defrontando-a.

— Desde quando ele está atrás de mim? – Contestou, com a voz mais grave que o comum.

— Desde que saiu do hospital, logo após a queda dos aero-porta-aviões.

O sargento ficou em silêncio, apenas cogitando possibilidades... não estava pronto para encontrar com Steve... e o loiro não poderia saber que ele estava em Nova York.

— Steve não pode saber que estou aqui... – Bucky redarguia, convicto de que o Capitão América não poderia ter informações sobre sua localização atual, caso contrário, o mesmo tentaria lhe impedir de deixar os Estados Unidos, para ir até a HYDRA.

Ele conhecia Steve Rogers... a maior parte das lembranças que recuperou, envolvia o loiro...

— Ele não saberá... a menos que desista de ir até a HYDRA. Eu não posso deixar que você volte pra eles. – Natasha o ameaçava, pois sabia do nível de periculosidade das missões, caso a HYDRA mandasse o Soldado Invernal como uma arma, para onde fosse...

Um espião de elite como ele não podia estar nas mãos daquela organização de novo...

— Eu já disse que isso é uma decisão minha.

— Seja honesto comigo... você está indo até eles para se vingar? – A Viúva Negra precisava arrancar o máximo de informações do soldado, para elaborar um plano e impedi-lo de chegar ao novo quartel general da HYDRA.

— E se fosse...?

— Você... recuperou todas as suas memórias...?

Bucky se aproximou novamente de Natasha, numa pose de intimidação.

O sargento a encarou, impetuosamente colérico. Não conseguia confiar nela... não depois do passado perturbador que ambos tiveram.

— Eu vou te dar apenas um aviso, Natalia... Em hipótese alguma, Steve pode saber que estou em Nova York. Se você vacilar... não pensarei duas vezes antes de acabar de uma vez por todas com você.

A ruiva o mirou, olhando fixamente em seus olhos, consternada por suas recentes palavras... O Soldado Invernal estava muito mais presente em sua personalidade do que o sargento James Buchanan Barnes naquele momento... tinha certeza...

E por mais que tivesse certeza que a ida dele até a HYDRA pudesse ser um perigo para o mundo, a ruiva sabia o quanto Steve ficava vulnerável por causa de seu melhor amigo...

Não podia deixar que o Capitão soubesse que Bucky estava em Nova York... teria de cuidar de tudo sozinha por enquanto...

O Capitão América faria de tudo para recuperar a vida que o amigo perdeu por ter se tornado um soldado da HYDRA, ainda que enfrentasse o governo americano sozinho para isso...

Ela não podia permitir... era arriscado demais...

Então...

— Eu não vou contar nada a ele... mas saiba que estou fazendo isso pelo Steve... Não por você... – E então, a ruiva se virou, dando as costas para James e resolvendo ir embora.

Por mais que fosse extremamente desconfortável ter se reencontrado com o soldado depois de tudo o que viveram, ela priorizava o presente e não seu passado com ele...

Todo o treinamento que teve com Madame B quando ainda era uma aluna no quarto vermelho não lhe permitia ser quem ela realmente era... e tudo o que a ruiva mostrou para James quando conviveram juntos por um tempo, foram as várias faces de uma espiã que tinha apenas um objetivo...

Cumprir suas missões com êxito.

E o Soldado Invernal também tinha uma personalidade e caráter cruéis, moldados de acordo com os ideais da HYDRA.

Quando o punho da HYDRA conseguia quebrar seus próprios protocolos e códigos mentais por passar muito tempo fora da criogenia, a personalidade do sargento James Buchanan Barnes vinha à tona...

E foi assim que ambos se envolveram... tudo foi um erro de cálculo...

Natasha apenas queria apagar todos aqueles episódios de sua mente... e depois de reencontrá-lo a poucos minutos, sabia que James também desejava o mesmo que ela...

Por ora, teria de ficar de olho nele, à distância, e na estagiária de Jane Foster, até que pudesse convencê-lo a desistir de ir até a HYDRA.

Já James, voltava para o apartamento, se sentindo melancolicamente culpado por diversos acontecimentos... e entre eles... Colocar a vida de Darcy em risco.

Ele jamais se perdoaria se algo acontecesse com ela... e faria de tudo para protege-la, mesmo que para isso, tivesse que ceder as chantagens de Yelena...

Ainda assim, tudo isso não invalidava sua vingança contra a HYDRA. O fato de a espiã russa ter lhe procurado apenas adiantou o inevitável... Bucky sabia que teria de deixar a América um dia... estava apenas adiando porque precisava de um tempo para se acostumar com aquele século... e também...

Porque Darcy foi o principal motivo de continuar ali...

Se não fosse pela estudante, talvez não tivesse arejado suas ideias para traçar planos contra a HYDRA... e o tempo que passou com ela era algo que não desejava em hipótese alguma esquecer...

Bucky Barnes considerava Darcy Lewis sua heroína... e por mais difícil que fosse se separar da estudante, teria de dizer adeus a ela, por si mesmo, por sua vingança e por ser a escolha mais segura para a garota...

Depois de passar mais de uma hora refletindo sobre tudo, James apenas estranhava o fato de Darcy não ter chegado...

Por onde aquela maluquinha andava...?

.

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Notas finais do capítulo

Bucky se convenceu que terá de ir embora para cumprir sua vingança e manter Darcy segura. E agora? Já ela, nem imagina que tudo isso está acontecendo debaixo do seu nariz.
**Alerta de Spoiler**
No próximo teremos uma Darcy bem louca querendo se livrar de seus sentimentos ‘não correspondidos’, uma bela discussão com o satã, um Bucky esperando que ela voltasse pra casa e um Capitão América sendo convencido por Thor a ir para Nova York, ou seja = CONFUSÃO.



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