Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 38
Superando antigos sentimentos


Notas iniciais do capítulo

E aí gente? Ansiosas pro capítulo? Será que o Robert vai apanhar? Garanto que vai ser bem diferente do que vocês estão imaginando.
Se tiver um erro ou outro, ignorem até que eu conserte tudo.
Divirtam-se.



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Darcy olhou para baixo do prédio, perplexa pelo que via... Por que Robert estava ali?

De longe, era possível ouvi-lo gritando para que a garota descesse e falasse com ele.

Bucky conseguia ouvir nitidamente o rapaz gritar várias coisas e percebeu o olhar da estudante cintilar de ódio naquele momento.

.

— Kat, venha até aqui, por favor! Nós precisamos conversar! Me dê uma chance ao menos uma vez na vida de me explicar e me desculpar!!!

.

A estudante bufou de aborrecimento.

Era coincidência ele aparecer bem quando ela e Bucky falavam sobre Robert em menos de dois minutos?

— Você vai descer pra falar com ele? – O sargento inquiria, já sentindo uma cólera descomunal tomar conta de seus sentidos...

Como aquele cara tinha a coragem de aparecer na porta de Darcy sendo que ela deixou claro que o odiava?

A estudante ficou em silêncio, com as sobrancelhas franzidas, cerrando os dentes, tamanha fúria.

— Todo esse tempo esse idiota nunca me procurou... agora, depois de um ano... ele vem até o meu apartamento...? Por quê!? – Contestava em voz alta.

— Você quer que eu cuide disso pra você? Posso fazer com que ele nunca mais volte a te procurar... – O sargento espiou rapidamente pela sacada, sem que pudesse ser visto, e reparou no desespero de Robert.

Estava disposto a dar uma bela lição nele se fosse preciso, mas não faria nada sem a permissão de Darcy.

— Você não precisa assumir a frente, Bucky. Isso é problema meu e eu resolvo. – Replicou, decidida.

— Da última vez você pediu a minha ajuda.

— Da última vez eu estava bêbada.  - A garota passou pelo sargento, indigesta, e pegou sua nécessaire, se preparando para sair.

Aquela cena era um tanto fora do comum... era estranho saber que um homem estava atrás dela para reatarem...

Uma sensação desagradável preenchia todos os sentidos do soldado...

Um sentimento forte de possessão e de restrição a ela, fluía dentro de si...

Darcy não era sua... mas em sua mente, era como se a garota pertencesse a ele, já que não conseguia admitir pra si mesmo que nenhum homem a tocasse...

— E se ele tentar te coagir fisicamente? – O sargento a indagou, mas a garota se limitou a falar.

— Eu mesma dou um jeito, não se preocupe. E de qualquer forma, eu estou de saída. – Ela respondia, rispidamente.

Bucky cerrou o punho humano. Nunca se sentiu tão impotente como naquele momento. Era incômodo ouvir que não precisava dele.

— Darcy... se você precisar da minha ajuda... grite... – Articulava, deixando claro que a estudante podia contar com ele a qualquer momento, mas... ela parecia decidida a não pedir nada a ele.

— Não se preocupe. O Robert pode ser um idiota, mas não vai tentar nada. Eu vou botá-lo pra correr. – E então, a estagiária sorriu levemente, dando uma piscadinha para tranquiliza-lo.

James a observava, em silêncio... ainda muito decepcionado em ter de ficar de pés e mãos atados, vendo Darcy saindo para resolver as coisas com seu ex e não ter a chance de se intrometer caso precisasse.

Então, a primeira coisa que veio em sua mente, foi...

— Devo esperar você chegar? – A contestou, um pouco preocupado que pudesse desmoronar com a fortaleza que havia construído para manter-se racional diante dela e...

De qualquer homem que chegasse perto dela...

— Não tenho hora pra chegar, então não precisa se incomodar. – E então, a garota atravessou a porta, deixando o apartamento e rumando para as escadas.

James não entendia o que estava acontecendo. Mesmo que Darcy tenha dito que estava tensa por conta de seu trabalho de conclusão de curso, era notável que havia algo de errado e que a mesma não queria entrar em detalhes.

Estavam bem há poucos dias... ele realmente não entendia...

O sargento se locomoveu para a sacada e mirou o rapaz logo abaixo...

Depois de um minuto, Darcy saia do prédio, indo na direção de Robert.

Ele passou a observá-los de longe, discretamente...

Bucky cerrou o punho humano com força mais uma vez, lutando internamente consigo mesmo, por conta do receio que sentia naquele momento...

O sargento fazia uma força sobre-humana para se conter... não estava sendo fácil...

Não desejava que nenhum homem se aproximasse dela, seja qual fossem as circunstâncias...

E se qualquer coisa acontecesse, estaria ali, pronto para socorrê-la, ainda que a garota não desejasse isso...

.

Quando Darcy terminou de descer as escadas, ela saiu pela entrada do prédio e automaticamente caminhou na direção de Robert... que àquela altura, se assustou com o fato de a garota estar super produzida.

O rapaz não escondeu o olhar admirado e o quanto ela estava deslumbrantemente linda.

— Kat... – Robert ficou sem palavras, mas o rosto da garota mostrava sua nítida irritação.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu... eu... – O rapaz não disfarçava sua surpresa. Sequer conseguiu formular uma frase por causa do nervosismo de reencontrá-la daquela forma.

— E-e-e-eu... eu... Para de gaguejar, idiota! Fala logo o que você quer e dê o fora! – Seu semblante queimava em fúria. Estava prestes a usar seu taser, caso fosse necessário.

— Kat... eu fui um babaca... me perdoa... eu jamais deveria ter terminado com você naquela época, mas... eu estava confuso, pressionado e perdido... e você, não estava ajudando...

— Eu não estava ajudando!? Eu sempre te animava quando as coisas davam errado pra você! Foi você que escolheu entrar num trabalho maçante e subir de cargo a todo o custo! Você disse que eu era infantil demais pra você e me traiu com uma modelo californiana! – A garota mostrava o quanto estava revoltada, prova disso era como suas bochechas estavam vermelhas de raiva.

— Eu errei... eu sei, mas-

— Depois de tantos meses sofrendo e me recuperando pra te superar, você aparece aqui e se diz arrependido!? Quem você pensa que é!? – Ela o interrompia, completamente descontrolada.

— Qual é, Kat!? Não era minha intenção te machucar... eu estava errado... eu estava confuso... eu não raciocinei direito...! – Ele tentou uma aproximação, mas Darcy recuou dois passos para trás.

— Não se aproxime de mim, ou eu juro que se você não sair daqui agora, eu vou chutar tão forte aí em baixo que vou fazer um omelete! - A estudante não estava tendo um de seus melhores dias e por pouco cogitava a possibilidade de usar seu taser naquele idiota.

— Eu posso ficar de joelhos, mas por favor... me perdoa... lembra que os opostos se atraem? Foi assim com a gente... – O rapaz forçou mais uma aproximação, e Darcy já estava prestes a tirar sua arma de choque e eletrocutá-lo ali mesmo.

— Lindo é dizer que os opostos se atraem! Feio é dizer que depois que se atraem, se chocam e explodem!

— Por favor... eu estou te implorando...!

— Eu peço a Deus muita paciência, porque se ele me der força eu juro que quebraria a sua cara em mil pedaços que nenhum cirurgião plástico conseguiria consertar!

— Eu entendo a sua raiva, mas se você se acalmar, quem sabe não podemos nos entender?

— A gente se entender!? Meu filho, é mais fácil acharem a cura da AIDS do que a gente se entender! Se manca! – Ela cruzava os braços, bufando de raiva.

— Eu não entendo... nós éramos tão apaixonados no começo... por que as coisas chegaram a esse ponto?

— No começo tudo são flores... e no final são flores também... MAS PRO SEU ENTERRO!!! – A garota começava elevar seu sarcasmo em níveis estratosféricos, mas aquilo não faria Robert se dar por vencido...

— Me ouça... – E então, o rapaz se aproximou ainda mais, ficando frente a frente com ela...

Os olhos dele expressavam muita melancolia... qualquer mulher ficaria intrigada diante daquela expressão de tristeza e arrependimento...

A estagiária o mirou, atentando para sua feição angustiada...

Robert ficou em silêncio, para logo depois lhe dizer o que estava guardando todos aqueles dias desde que se reencontraram...

E então...

.

— Kat... eu ainda te amo...

.

A garota arregalou os olhos, um tanto surpreendida pelas recentes palavras do seu ex, que parecia extremamente sincero...

Ela ficou em silêncio... e abaixou a cabeça...

Robert pensou que a forte emoção de o ter ouvido dizer que lhe amava depois de tudo o que passaram, foi difícil de suportar...

Darcy se encolheu, e uma aura tenebrosa passou a emanar de si...

O rapaz estava convencido de que a estudante ainda parecia ter sentimentos por ele e tentou tocá-la, mas...

Tudo o que conseguiu ouvir foi.

.

— UUUUUUUUUUUUUHUUUUUUUUUUUU!!!!

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Darcy esticou os braços para cima e começou a dar pulos...

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Saltitando de alegria...

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Ela esboçou um sorriso maravilhosamente majestoso, com um brilho ofuscante na face.

Robert ficou com um ponto de interrogação estampado no rosto, não entendendo porque ela estava tão feliz.

— Kat, você...-

— OBRIGADA DEUS!!! É ÓTIMO OUVIR QUE ELE ME AMA E NÃO SENTIR NADA!!! ABSOLUTAMENTE NADA!!! MILAGRES EXISTEM!!! GLÓRIA A DEUS!!!

A garota estava feliz porque...

Após sofrer por um ano inteiro por causa de um pé na bunda, depois ouvir uma confissão daquelas e não sentir nada, nem uma batidinha fraca que mostrasse que ainda tinha um mínimo resquício de sentimento, era a maior de todas as suas vitórias.

O sorriso triunfante dela quebrou completamente o coração e todas as expectativas dele.

— Aprenda uma coisa, Robert... quem gosta de ouvir "eu te amo" é personagem de conto de fadas... adulto gosta de ouvir "você merece um aumento"... – E então, Darcy sorriu... malévola... demasiadamente diabólica, satisfeita e vingada.

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Nada melhor do que derrubar com um sorriso, quem um dia te machucou com lágrimas...

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O rapaz se encontrava totalmente decepcionado após aquelas palavras.

Então, Darcy havia mesmo lhe superado?

— Eu não consigo aceitar... eu preciso que você volte pra mim. – Antes que ela pudesse perceber, ele agarrou seu braço, impedindo-a de sair dali.

— Pela última vez, fica longe de mim...! – Os olhos frios e impiedosos de Darcy eram a evidência mais extrema de que a garota não estava brincando, mas o rapaz ignorou seus sinais e a trouxe em sua direção, puxando-a com suas mãos para perto dele, comprimindo a distância entre ambos.

— EU NUNCA VOU DESISTIR DE VOCÊ!

— Me larga, seu infeliz! – Darcy tentou se afastar, mas para a sua surpresa...

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Bucky entrou na frente da garota e o empurrou para longe, com o braço de metal...

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O movimento do soldado foi veloz, e exatamente como no dia em que se encontraram pela primeira vez...

O rapaz acabou caindo no chão, tamanho impacto...

A garota se assustou com a aparição repentina do sargento... e Robert também.

— O que você está fazendo aqui!? – Darcy bradou, em alto tom. Não estava acreditando que James estava ali, se metendo em seus assuntos particulares.

— Eu não podia deixar você sozinha aqui em baixo com esse cara... – Bucky o encarou, colericamente furioso.

Um brilho nefasto podia ser vislumbrado em seus olhos... como se uma fera selvagem estivesse prestes a sair e atacar...

— Por que esse cara está aqui, Kat!? – Robert se levantava do chão, exasperado.

— Não te interessa por que ele está aqui! Vá embora agora! – A garota insistia em fazê-lo sair dali, já que agora o sargento tomou a liberdade de defende-la sem que a mesma pedisse.

— Ele realmente é seu primo, Kat!? Me diz a verdade agora! Eu preciso saber!

Darcy revirou os olhos.

— Me poupe! Eu não te devo satisfações da minha vida pra você! Some daqui de uma vez antes que eu use o meu taser!

— Por quê...? Só me diz por quê...? Você me amava... Eu tenho certeza de que você nunca me esqueceu...!!!

— Meu filho, a fila anda, entendeu!? Você achou que eu ia ficar choramingando o resto da minha vida por sua causa!? Para de ser idiota!

A feição de James nublou... se o ex de Darcy se movesse mais um centímetro, ele atacaria...

A fúria descontrolada do Soldado Invernal viria à tona... bastava um movimento...

A tensão entre ambos era iminente... seria uma briga violenta...

James e Robert se encaravam impetuosamente...

O soldado já fechava o punho de metal, se preparando para abatê-lo, e então...

Quando os dois estavam prestes a se enfrentar, Robert sentiu alguém atrás dele cutucando seu ombro, e quando se virou para averiguar quem era...

.

.

Sentiu repentinamente um soco potente... no meio de seu...

NARIZ.

.

.

O impulso foi tão forte, que ele cambaleou para trás, tropeçando e caindo de costas no chão.

— Mas o quê...!? – Ele mal teve tempo de raciocinar e a única coisa que conseguiu ver logo depois foi...

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A figura de Kimberly Campbell, extremamente furiosa e com o punho fechado.

.

A loira acertou um belo soco na cara de Robert...

Sangue passou a escorrer por seu nariz...

— Olha aqui, seu verme... é bom se afastar da minha amiga de uma vez, ou eu juro que vou passar o resto dos meus dias na cadeia por ter te matado... então vaza daqui agora!!! – A garota gritou, desvairadamente, com todas as suas forças, pra vizinhança toda ouvir.

— Kim...? – Darcy estava assustada com o fato de a loira chegar ali tão repentinamente.

Bucky ficou surpreendido. Quem era aquela garota?

A loira se encontrava incrivelmente linda e produzida, pronta para levar a estudante para longe dali, numa balada na Time Square.

Ela estava com um vestido branco, salto alto e o cabelo preso num rabo de cavalo alto.

— Sua maluca... você vai pagar por isso...! – Robert se levantava, segurando o nariz ensanguentado. Desde quando aquela garota tinha toda aquela força e sabia dar socos potentes?

— É mesmo...? Tô morrendo de medo, idiota... vaza logo daqui, antes que eu chame a carrocinha, seu vira-lata sarnento!

— Eu não vou desistir, Kat... não vou... – O rapaz saia dali, cambaleando.

— Vai procurar um bueiro pra você se enfiar, seu rato...! – Kimberly continuava gritando, deixando o soldado e a estudante perplexos.

Alguns segundos depois, a amiga de Darcy virou o rosto na direção de Bucky, encarando-o furiosamente.

— É bom você também dar o fora, Sargento Barnes, ou eu não falo por mim!

James se assustou com o que aquela garota dizia...

.

Como ela sabia sua identidade?

.

O soldado desferiu um olhar letal na direção de Darcy...

A garota sentiu aquele olhar doer em sua alma...

— Foi mal, Bucky, eu ia te contar... a Kim sabe sobre você desde que chegamos em Nova York... mas ela não disse pra ninguém... pode ficar tranquilo... – Darcy revelava, extremamente cansada de tudo o que tinha acontecido ali, naquele momento.

O soldado não podia acreditar no que estava ouvindo... A estudante tinha escondido o fato de que mais alguém sabia sobre ele?

— E quando ia me contar? – Redarguiu, perplexamente furioso.

— Estava esperando o momento certo... – Admitia, cabisbaixa.

— Relaxa, sargento. O Derek e eu sabemos guardar segredo. Você tem que considerar que essa menina aqui tem amigos que zelam por ela. Só estávamos preocupados. – Kim tentava ser amigável com ele, apenas porque Darcy não parecia estar muito bem naquele momento.

Ele a fitou intensamente, analisando os gestos da loira, como se estivesse lhe escaneando para saber se ela não estava mentindo.

— Me desculpa por isso, Bucky... não é como se eu tivesse pretensão de espalhar pra ninguém que você estava aqui. O Derek pediu pra Kim ficar de olho em mim, já que era arriscado hospedar um ex-agente da HYDRA em meu apartamento...

— A joaninha está te dizendo a verdade, então por favor, não desconfie dela...

O sargento ficou em silêncio, observando as duas, um pouco desconfiado...

— Por favor, Bucky fala alguma coisa! Você não acredita em mim!? – Darcy implorou, agoniada com aquela expressão fria e calculista.

James não soube exatamente o que dizer. Esperava que ninguém soubesse de sua estadia ali, em Nova York, mas agora que mais pessoas estavam cientes disso, talvez devesse apressar sua fuga dos Estados Unidos...

Ainda mais porque Yelena Belova também estava em seu encalce.

— Eu acredito em você, Lewis... mas você sabe que tudo isso é muito arriscado, até mesmo pra sua própria segurança.

— Aí, tá vendo joaninha!? Eu disse que era perigoso! Se até mesmo ele está admitindo isso! – Kim já estava em pânico, mas Darcy encostou no ombro da amiga, no ímpeto de tirá-la dali.

— Já chega, Kim... eu sei sobre tudo isso e já conversamos várias vezes sobre esse assunto. Eu não estou com cabeça pra nada nesse momento, então vamos?

— Ok... – A loira continuou olhando para o sargento, um pouco receosa.

James as fitava, também receoso...

Ele confiava na estudante, mas não sabia nada sobre Derek e Kimberly, porém, havia algo que lhe convencia em não se preocupar, que era o fato de que os dois amigos de Darcy pareciam se importar muito com ela, e se eles se importavam, Darcy tinha a lealdade deles.

— Você não precisava ter descido e visto essa cena deprimente aqui embaixo... – A garota dizia num tom de voz extremamente abatido.

Ela estava daquele jeito por causa de seu TCC ou por causa do ex-namorado?

Aquelas indagações passavam pela cabeça dele, pois não era normal que a estudante tivesse aquele tipo de postura.

— Você realmente está bem...? – Contestou-a, preocupado.

— Sim... – E então, Darcy sorriu... Mas não era um sorriso normal, mas lutuoso e sombrio...

Ambos ficaram em silêncio por um tempo, e Kim pegou na mão da amiga, puxando-a na direção de seu carro.

— É bom não esperar por ela, porque hoje vamos pra uma festinha bem louca! – A loira piscou para o soldado e o mesmo estranhou aquele gesto.

— Até mais... – Darcy acenou para ele, mas sem olhar para trás.

James não entendia... algo estava errado... Darcy não era mais a mesma desde que voltaram há poucos dias da ponte do Brooklyn... desde que soube que era neta de Katherine Blanc, sua antiga paixão, ao qual nunca se envolveu e não sabia absolutamente nada sobre sua vida.

Era estranho... e aquilo...

Lhe incomodava profundamente...

.

.

Kim e Darcy chegavam na 7º Avenida e a loira colocava seu carro no estacionamento.

Já havia anoitecido e a Time Square se encontrava no auge de suas cores, já que a noite realçava ainda mais todas aquelas luzes, outdoors, placas e fachadas.

Toda aquela poluição colorida era extremamente atrativa aos olhos de alguém que amasse cenários urbanos... ainda mais quando esse cenário era a ilha de Manhattan da Big Apple.

As duas saiam do carro e entravam na típica muvuca movimentada.

Avistaram um barzinho e ali ficaram por um tempo, pois precisavam fazer hora até o horário da baladinha de começo da semana.

Duas horas depois de conversas, desabafos, choros e duas doses de tequila, ambas entravam em um prédio chamativo, onde ficava a Ballad dance club, uma balada que funcionava às segundas, quartas e sextas.

Por ser começo da semana, não havia tantas pessoas, o que era ótimo, pois diminuía o número de gente chata, assediadores e pessoas bêbadas.

O local já estava em pleno vapor, com o DJ agitando com vários clássicos do pop da década de 2000 e 2010.

— Eu pensei que ia me arrepender, mas o ambiente está ótimo, Kim... – Darcy, que já havia bebido um pouco, se entusiasmou ao encontrar o local tranquilo.

— Segunda é o melhor dia pra vir aqui! Fim de semana só vem gente louca e bêbada! – A loira também estava satisfeita por causa do clima agradável.

O local era dividido em vários ambientes. Pista de dança, o bar, mesas, dois andares com sofás e mesas para bebida, dançarinas nos cantos, área para jogos, painéis que passavam imagens, o globo no meio do salão e um conjunto de luzes que mudavam o tempo todo, tornando tudo mais envolvente e colorido.

Havia mais mulheres do que homens ali... algo não estava certo...

— Cadê os homens dessa balada!? – Darcy a questionava.

— Isso é ótimo, não acha!? Hoje você não vai precisar usar o seu taser!

— Eu nem trouxe... deixei no carro...

— O que você precisa fazer nesse momento é dançar! Jogue as suas tristezas pra fora, porque esse é o lugar certo pra isso! – A amiga a incentivava, e Darcy arqueava uma sobrancelha.

— Achava que o melhor lugar pra isso era dentro de uma igreja e não numa balada...

— Também é, mas não há nada mais libertador do que dançar, não acha!?

— Siiiiiiim! – E então, as duas amigas foram para o meio da pista de dança e se juntaram com outras mulheres, apenas para extravasar.

A música que começava naquele momento era Just Dance, da Lady Gaga.

E as duas se entregaram à música, esquecendo-se do mundo, dos problemas, das pessoas e de tudo no geral.

A letra não era bem o que Darcy queria fazer no momento, pois ficar bêbada em plena segunda-feira, com um TCC para acontecer em menos de um mês, era algo fora de cogitação, por mais lunática que fosse.

Por isso se limitou a beber pouco, porque não estava disposta a encarar uma ressaca fora de hora e arcar com a fúria de Jane Foster numa manhã de terça-feira.

Não havia ninguém para pará-las, para contestá-las, para assediá-las, ou seja mais o que pudesse acontecer numa balada...

.

Just dance, gonna be okay (duh-duh-duh)

Dance, dance, dance, just ju-ju-just dance

.

Na pista, as duas conversavam sobre o fato de Darcy estar apaixonada por Bucky Barnes.

— Quando isso começou!? Você não me disse nada, mas contou pro Derek! Pro Derek!!! A sua falta de consideração por mim já extrapolou, joaninha!

— Eu não contei pro Derek, ele descobriu sozinho! Aí eu tive que admitir... – Ela olhava para baixo, com raiva de si mesma.

— E então, a ex dele está aqui e você acha que eles vão se encontrar!? É isso!?

— Eu não sei... mas de qualquer forma, eu não tenho nada a ver com isso... sou apenas alguém que estendeu a mão pra ele no meio do caminho... não sou nada perto da Viúva Negra... aliás, eu não sei nada sobre o passado dos dois, então desconheço o nível de envolvimento entre eles.

— Mas ele gosta dela!?

— Sim... é obvio que sim...

— Olha, mesmo que ela seja páreo duro e que o sargento ainda goste dela... - Kim pausou, e enfatizou as palavras finais. - Ainda assim você tem dignidade, então, DESENCANE DE UMA VEZ, JOANINHA!

— Adote uma borboleta de meu estômago... não aguento mais sentir esses efeitos de cocaína... – A garota fazia piada de si mesma e das sensações horríveis de se estar apaixonada.

— Eu não. Joga um inseticida nessas borboletas aí!

— Não vou beber vodka... – Ela sabia que a loira dizia que o melhor seria beber, mas não podia. Tinha que trabalhar no dia seguinte.

— Então espere dois anos pra se ver livre disso!

— Minha vida amorosa é um download que deu erro aos 99%... – Darcy desabafava, completamente arrasada... não estava sendo fácil passar por mais uma decepção amorosa.

A garota tinha decidido parar de alimentar sentimentos por Bucky. Por mais que fosse triste, ela não tinha chance contra o amor antigo dele, fora, que não se achava incrível como a Viúva Negra.

Tudo estava normal... e nada de ruim poderia acontecer... poderia...?

Porém...

Do outro lado da pista de dança, no balcão do bar, uma mulher delibava majestosamente seu coquetel de maracujá, olhando para as duas garotas...

Essa mulher...?

.

Yelena Belova...

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Notas finais do capítulo

No próximo, teremos pessoas descobrindo sobre o fato de Bucky Barnes ser o hóspede de Darcy Lewis, além de um combate corpo a corpo entre duas espiãs russas.
Os capítulos das próximas semanas, se resumirão a Darcy fugindo do soldado porque não aceita que o mesmo ‘ame’ a Viúva Negra e muita confusão vai acontecer por causa disso.
Até o próximo o/



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