Tina pegou o laço vermelho do chão da cozinha, e o observou, também odiava quando sua mãe a obrigava á colocar esse tipo de coisa na cabeça. Se sentia ridícula, mas Queenie insistiu em dar um laço igual ao de Charllote para Artémis, mesmo que não fosse muito o estilo dela. Coçou a cabeça nervosamente, precisava urgentemente acertar as coisas com Newt, já estava entrando em abstinência.

– Esse eu consegui ler. - Queenie resmungou, e se aproximou da irmã, que estava tendo alguns pensamentos extremamente bonitinhos e apaixonados. Fez uma colher flutuar até a boca de Tina, o Jantar já estava pronto á algum tempo. Só estavam esperando o bolo que Jacob estava fazendo para a sobremesa, ela abriu a boca para comer, mas por um breve segundo, acabou inalando o cheiro um tanto forte demais.

A morena colocou a mão na boca e foi apressadamente para o banheiro, onde repetinamente, vomitou tudo que havia em seu estômago.

– Teenie? Você está bem? - Queenie tentou ler Tina novamente, mas agora, não era mais possível. - Aplicou outro feitiço contra legilimência?

– Não. - Ela respondeu, enquanto lavava a boca e pegava sua escova de dentes no armário cor-marfim do banheiro.

[···]

Algum tempo depois, o Jantar foi servido, Cornish Pasty, uma tentativa de Queenie de comida típica Inglesa.

Queenie, Jacob, Tina e Charllote eram os únicos á mesa. Newt e Artémis preferiram ficar pela maleta, Tina deixou a refeição deles guardada, uma hora os dois sentiriam fome. Artémis contaria o que lhe incomodava e Newt sentiria sua falta, não era a primeira vez que isso acontecia, estranhamente, aquele dia específico deixava a Auror preocupada.

Sua irmã foi embora depois de um chá e um agradável momento de conversa, onde ela compreensivamente, não tocou nos temas Traição, Newt e Casamento. Tina agradeceu muito por isto, mesmo que só mentalmente.

Depois que os Kowalski se foram, ela tomou um banho e vestiu sua camisola azul-turquesa, antes de casar-se com Newt, ela usava pijamas e roupas sem cor, mas depois, passou á vestir azul também. A cor favorita dele, agora ela entendia que aquilo era como um símbolo, de que além de suas roupas, sua vida também era cinzenta, e ele a coloriu.

Deitou na cama que agora parecia enorme, abraçou o travesseiro de Newt, sentindo o cheiro dele, se cobriu até os ombros enquanto pensava no que fazer, olhava para o lugar onde ele devia estar, lembrando-se da noite anterior, quando ela chegou tarde do trabalho e o acordou ao deitar na cama, ele não ficou chateado, isso não era uma coisa que ele faria. A puxou pela cintura e a abraçou assim como agora ela fazia com o travesseiro, acalmando suas preocupações e se sentindo completo, com sua Tina ali.

Porpentina começou á chorar, ela não era tão frágil e sabia bem o que estava lhe causando aquilo, enterrou o rosto no travesseiro dele, e acabou adormecendo após algumas lágrimas solitárias, com o coração doendo e a mente confusa.

Newt subiu as escadas da maleta cuidadosamente com seu bem mais precioso nos braços, dormindo profundamente. Transfigurou as roupas dela com a sua varinha, fazendo com que o uniforme composto pela saia acinzentada e o colete de mesma cor, dessem lugar á um pijama colorido, empurrou a porta decorada com o pé e colocou Artémis na cama, cuidadosamente. Observou por alguns minutos as paredes, lembrando-se de quando ele ajudou Tina á pintar Unicórnios e hipogrifos, a sujando toda de tinta, as marcas de mão na parede, feitas com tinta prateada pela própria Artémis em sua versão menor.

Deu um beijo na testa dela e murmurou um "Durma bem, Amo você", afroxou sua gravata e seguiu para o banheiro, tomou um banho rápido, evitando pensar em qualquer coisa.

Colocou uma roupa confortável e entrou no quarto que dividia com Tina, a observou da porta, agarrada ao travesseiro dele, uma ruga de preocupação predominava na testa até mesmo enquanto dormia, ela não estava completamente relaxada, e nem ele.

Pensou em ser orgulhoso e dormir no sofá, mas ficar longe dela por mais tempo, não o faria bem. Foi atraído para perto dela de um modo que não conseguia explicar, e como sempre, não lutaria contra isso. Deitou de lado, cuidadosamente para não acordá-la, a observando, passou a mão pelo rosto dela, sentindo sua pele e respiração quentes, e imaginando o quanto tinha sido idiota com ela. Como alguém tão adorável o traíra? Ele se sentia péssimo por ter deixado o ciúme cegá-lo, e mesmo ainda estando magoado com ela, se aproximou, a envolveu em seus braço, sentindo-a relaxar por inteiro, assim como ele o fez.

Na manhã seguinte, Tina acordou primeiro, uma coisa que raramente acontecia. Newt ainda dormia, ela ouvia seu coração com a cabeça encostada em seu peito, batidas calmas e reconfortantes para ela, passou a mão delicada por baixo dos lençóis e depois, por debaixo da camisa dele, passando a mão em suas costas, Tina esticou o pescoço levemente, para ter acesso ao dele e deu alguns beijinhos carinhosos em Newt, que abriu os olhos calmamente, sonolento, sentindo os lábios da esposa contra sua pele. Ele colocou as duas mãos no rosto dela, a puxando com delicadeza, para lhe dar um beijo carinhoso nos lábios. Como se tivessem voltado á normalidade, mais tarde ele lembraria que estava bravo, agora não. Observou os olhos escuros, o fogo em águas turvas que tanto amava, tateou pela alça da camisola dela, passando a mão pela pele nua e macia no minuto seguinte, segurou-a pela cintura, trazendo-a para seu colo.

[···]

O café da manhã foi um evento monossílabico, Newt observava Tina vez ou outra, e ela dava pequenos sorrisos enquanto lia uma edição do Daily Prophet, olhou o relógio na parede. Hoje seria um dia corrido para os Aurores do Ministério, ela finalmente tinha encontrado provas consistentes para o caso que estava trabalhando. Nada muito empolgante, uma quadrilha que aproveitava-se de no-majs estava á solta, causando problemas e ameaçando expor a comunidade mágica.

Deu um beijo na bochecha de Artémis e um selinho rápido em Newt.

– Leva ela pra mim? Creio que já estou atrasada. - Ela resmungou, enquanto virava o café rápido.

– Uhum. Vamos conversar no almoço? - Newt a olhou, procurando seus olhos, que se distraíam á procura da bolsa. - Accio. - O objeto veio flutuando até ela, e ela olhou para Newt, dando um meio sorriso.

– Claro, querido. Não coloque laços na nossa filha. - Ela brincou, antes de sair pela porta.

– É. Não coloque laços em mim. - Artémis disse pro Pai, com a boca suja do leite que tomava.

– Fica tranquila, meu nome não é Queenie. - Ele riu.