Na ponta dos pés escrita por Inci


Capítulo 3
Aberração Savoiyerd: Capítulo 2.




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— E-eu acho que ainda não é o momento certo para contar. - Ela gaguejou envergonhada, enquanto sentia a bochecha esquentar levemente.

— Tome, sobre este outro segredo, a escolha é sua. - Entregou nas mãos de Tina a pequena carta de Hogwarts, ela encarou a cera vermelha por alguns momentos, e levou a mão á testa, havia uma desta em sua casa, só que a diferença, era que o remetente era Ilvermorny. A filha da Auror Americana e do Magizoologista Britânico, ainda não tinha a idade necessária para estudar em uma das escolas, entretanto, ambas as Escolas tinham assuntos pendentes com a Sra.Scamander.

— Eu temo que esta paz não será muito duradoura, tempos difíceis virão, Sra. Scamander, cabe á você, decidir o que irá fazer. - Sua feição era séria.

                    [···]

Ás cinco horas em ponto, Tina estava em pé na frente da Escola Savoiyerd. As crianças eram chamadas pelo nome completo para sua identificação, não que os nomes se repetissem com facilidade, e ela esperava encostada na grade a vez das garotinhas.

 

  - Charllote Jane Goldstein Kowalski - A diretora dizia, na porta de saída e a garota de cabelos loiros e olhos castanhos correu até sua tia.

 

  - Como foi hoje, Lootie? - Deu um beijinho na testa da sobrinha.

 

  - Um pouco ruim, um pouco bom. - Sorriu, enquanto esperava a Prima, imitando o gesto de encostar-se na grade, mesmo que ali houvesse uma pequena placa dizendo que aquilo era proibido.

 

   - Ártemis Esther Goldstein Scamander. - A diretora torceu o nariz ao dizer o nome incomum, e a ruivinha foi até a mãe, Tina abaixou diante dela, vendo em seu rosto uma imperfeição. O belo rostinho da pequena, coberto de sardas no nariz e bochechas, tinha um novo elemento, um pouco abaixo de seus olhos claros e inocentes como os de seu pai, havia um corte fundo.

 

    - O que houve no seu rosto? - Ela passou o dedo próximo ao corte, o que fez Ártemis soltar um resmungo.

 

    - Eu estava pulando corda, eu caí. - Mentiu, e pegou na mão de Tina - Eu quero ir pra casa. - Disse baixinho, com o sotaque britânico predominando na voz.

 

  Tina segurou as duas pela mão, e mesmo curiosa para saber o que fez Emi mentir para ela, seguiu normalmente, quando chegasse ao apartamento, Queenie a ajudaria á descobrir. Afinal, Artémis era um retrato de seu pai, tímida e reservada com pessoas as quais não conhecia, a única coisa que havia semelhante á sua mãe, era o talento para arrumar problemas.

 

  Quando chegaram ao prédio, Artémis e Charllote soltaram a mão de Tina, correndo para ver quem subia a escada mais rápido, a pequena Kowalski deu um pulinho para alcançar a maçaneta da porta e a girou, a abrindo, vendo sua mãe agitando a varinha no ar, preparando alguma coisa comestível, enquanto seu pai tinha as mãos sujas de Trigo. 

 

   - Bruxinha! - Jacob a olhou, sorridente, e ela foi ao seu encontro abraçá-lo. - Foi tudo bem hoje?

   - Um pouco ruim, um pouco bom. - Repetiu a resposta, e teve a ponta do nariz suja de trigo pelo dedo indicador de seu pai.

   - Querida, vá tomar um banho ok? Pegue o vestido rosa da Artémis emprestado. - Queenie se referia á ela. - Não fique magoada, estou ocupada agora, sua tia Tina precisa da minha ajuda. - Ela disse, depois de notar os pensamentos da própria filha, que acenou com a cabeça e foi em direção ao corredor que dava acesso ao quarto da Prima.

 

   Artémis entrou logo depois, correndo, passou pela porta e sua primeira ação foi arrancar o laço vermelho que continha os fios ruivos ondulados, o jogou no chão, tirou os sapatos de modo desajeitado e apressado, e foi andando pela casa, procurando, sem falar com ninguém.

 

     - Um, dois, três... - Queenie contou em voz alta, e ao final da contagem, Artémis voltou á cozinha, inquieta.

 

     - Ele está na maleta. - Tina respondeu á ela antes que sequer perguntasse, aquela era uma cena que se repetia todos os dias. Só agora ela havia chegado, não tinha tanta vitalidade quanto aquelas coisinhas. - Já cumprimentou seus Tios?

 

     - Desculpa, Tia Queenie. Tio Jacob. - Ela abaixou a cabeça.

 

     - Emi, vai. - Tina disse, suspirando, e um sorriso nasceu na face da menininha que apressou-se para a Sala, á procura do pai.

    A pequena Scamander adentrou a maleta sem muita dificuldade e certificou-se de fechá-la. Caminhou pelos campos e viu os cabelos castanho-acobreado ao longe, perto de uma árvore, sentado na grama e olhando para o nada. Ela não disse uma palavra, só sentou ao lado dele, encostando-se no seu ombro. Newt respirou fundo e passou a mão nos cabelos dela, acariciando-os.

 

   - O que houve hoje? - Sua voz era calma, ele precisava passar confiança.

 

    - O que há de errado comigo? - Ela enterrou o rosto no braço do pai, fungando levemente.

 

     - Nada. Você é perfeita. - Ele a abraçou, sentindo-a se aconchegar no seu colo.

 

    - As outras crianças não acham isso, papai. - Sua respiração ficou pesada, e pequenas lágrimas manchavam a camisa branca de Newt. Ele não se importava com aquilo, no momento, o que importava era consolar sua Princesinha. - Me chamaram de...

 

    - Tudo bem, qualquer coisa que for, a palavra não pode fazer doer, você não é o que os Trouxas dizem. - Passou os dedos pela cabeça dela, lhe fazendo cafuné.

 

    - Aberração. - Ela respondeu, lembrando-se do termo usado para defini-lá naquele mesmo dia, horas mais cedo, quando sem querer, expôs um de seus dons mágicos recém descobertos. A magia estava florescendo cedo demais na pequena Artémis, e aquilo não era muito confortável para ela.

 

  O cheiro agradavel que Newt carregava no momento, era de pergaminho, café e menta, causando-lhe um efeito calmante e acolhedor, ela não contava aquele tipo de coisa para sua mãe, somente fazia isso nos braços de seu pai. 

 

Ela amava eles igualitariamente, entretanto, sua mãe era forte, e ela tinha vergonha de mostrar que não era assim como ela, mesmo que Tina soubesse bem de todas as coisas ocorridas, ela e Newt não mantinham segredos. Até agora.

 

  Tina a agitava, fazia com que ela se divertisse e se preocupava em passar um tempo juntas, lhe dava atenção e amor, ao mesmo tempo que também "puxões de orelha" ás vezes.

 

   Newt era pra quem ela corria quando as coisas davam errado, eles conversavam sobre tudo e ele a ensinava sobre seus animais desde o dia que ela aprendeu á falar e entender perfeitamente. 

 

   Quando os três estavam juntos, era uma harmonia bela, se divertiam e brincavam, ela reduzia os dois á meras crianças e lhes dava alegria. Era como uma troca, e cada um deles, sempre forá parte excepcional da sua vida.

 

 

   


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Notas finais do capítulo

~ não me matem por estar postergando a resolução das coisas entre Newtina.



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