Na ponta dos pés escrita por Inci


Capítulo 2
Senhora Scamander: Capítulo 1.




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 - Oh querido, o que houve? - Ela logo olhou para Newt assim que a passagem lhe foi concedida, que continuava no mesmo lugar, com a mente confusa e olhos ardendo como uma criança ciumenta, ele queria chorar. - Porpentina Esther Scamander, não acredito que fez isso! - Se aproximou da irmã que fechava a porta, séria, após ler os pensamentos aflitos do cunhado.

— Queenie, você acabou de chegar e já está brava comigo? O que eu fiz? - Tina estava confusa, parecia que todos estavam com um parafuso á menos hoje.

Newt caminhou até a Sala e se sentou no sofá, encarando os porta retratos no aparador, um tanto nostálgico. Encarou detalhadamente a foto onde Tina sorria vestida com seu vestido e véu brancos e o broche de Thunderbird enfeitava seu peito, na mão, seu buquê de Rosas azuis e artemísia e no rosto um sorriso radiante, ao seu lado que também sorria enquanto os flashes das camêras recaiam sobre eles. No outro porta retrato, o recorte de Jornal com sua foto que ele guardou por anos na maleta, onde ela dava um sorriso singelo. E no último, do lado direito, Artémis em seus braços, no dia de seu nascimento.

   Queenie foi atrás dele, sentando-se ao seu lado no sofá e tocando-lhe o ombro, o consolando.

  - Eu acho que ela não seria capaz de fazer isto, querido. - Ela mesma comprovaria se pudesse, mas Tina não a deixava ler sua mente com um feitiço contra legilimência, ela não diria isso, faria tudo parecer mais suspeito.

    - Queenie, eu vi. - Ele disse, com a voz embargada. - Ela já está estranha á algum tempo.

   - Pergunte á ela, Jacob e eu faremos o jantar. - Ela sorriu, esperançosa, e foi até a cozinha. Momentos depois, foi Tina que sentou ao lado dele no sofá.

  - Newt? O que foi? - Ela colocou a mão na perna dele. - Sabe que pode me falar qualquer coisa.

— Tina, você não me ama mais? - Ele continuou sem fitá-la.

— O que? É claro que eu amo você, Scamander, como você ainda duvida disso? - Suspirou, Newt nunca foi inseguro em relação aos seus sentimentos por ela, mas sempre em relação aos dela. Mesmo ela sempre dizendo que o amava.

— Quem era, na carruagem? - Resolveu encará-la, seu olhar implorava para que ela não mentisse novamente.

— Um amigo. - Deu de ombros, naturalmente. - Ah, entendi, você estava lá...

— Você o beijou. Achei que eu era o seu "amigo". - Não pôde esconder a decepção em sua voz, virou o rosto, cruzando os braços.

— Newt...de onde você tirou isso? - Ela riu, ele parecia uma criança ressentida.

— Você ficou na ponta dos pés. Você é alta e não precisa, mas, faz isso quando vai me beijar. É um tipo de costume seu, que eu sempre prestei atenção muito bem. - Sua voz era baixinha.

— Eu sei que pra você, isso é um momento de tensão, mas eu achei muito fofo você prestar atenção nisso. - Tina sorriu, apoiando o cotovelo no encosto do sofá enquanto o admirava, mesmo quando ele ficava bravo, não deixava de ser fofinho.

— Tina, e isso? - Tirou uma carta amassada do bolso, com uma caligrafia impecável, ela olhou para o papel com surpresa. Seu ciúme e desconfiança havia chegado no nível de interceptar as cartas que ela recebia? Não que ela tivesse algo á esconder.

       "Querida Sra. Scamander,

        Preciso encontrá-la mais uma vez, não posso adiantar o assunto, mas te esperarei no lugar de sempre.

     Lembre-se, quem nós amamos não devem saber de tudo. Isso também é um jeito de protegê-los.

                            Cordialmente,

                                              P.W.B. "

— É uma investigação que estou fazendo. Você achou que eu estava te traindo? - Ela franziu o cenho - Você realmente acha que eu sou capaz de fazer isso?  - Ele presupor aquilo, a deixava extremamente magoada.

— E-eu não sei. - Sua voz trêmulava - Quem é P.W.B?

— Eu não posso... - Lágrimas se formavam em seus olhos, não conseguia acreditar que ele cogitou realmente o fato dela fazer aquilo, ela era dele e ele era dela, como nos votos, ele deveria saber.      - Não posso te dizer. - Guardou as lágrimas para si, e respondeu, com a voz amarga.

— Preciso de um tempo. - Levantou, deixando-a sozinha no sofá, com os olhos marejados e o sorriso apagado de sua face. Ele entrou na maleta que estava no canto da sala e a fechou, se distanciando ainda mais dela, precisava de um tempo sozinho, ele estava magoado e agora, havia feito o que prometeu á si mesmo que nunca faria, deixá-la sofrer.

Tina engoliu em seco, pegou sua bolsa e foi em direção á cozinha, quando tocou a maçaneta, ouviu Queenie pigarrear.

  - Teenie, onde você vai? - a encarava.

— Buscar Artémis, quer que eu traga a Lootie? - Tentou parecer menos ferida por dentro, aquela conversa havia deixado-a péssima.

— Ainda faltam duas horas. - Queenie olhou o relógio rústico na parede.

— Vou em um lugar antes. - Abriu e saiu, sem falar mais nada, aparatou até um portal que dava em seu destino desejado, rápido como uma flecha, de modo que nenhum trouxa a visse.

Teve que ceder cinquenta galeões para conseguir chegar onde queria, mesmo não sendo longe. "É o preço da fama" foi o argumento do dono do Portal, um homem que já era assolado pela idade á um tempo.

Andou por uma longa estrada de Terra que era ladeada por extensos bosques, Ao longe, era visivel a ponta dos telhados que eram formados por milhares de pequenas telhas cuidadosamente colocadas, andou pela alta ponte de pedra, até o grande portão do majestoso e grandioso castelo. Sua entrada foi permitida mais rápido do que gostaria de admitir e caminhou pelos corredores vazios até uma estátua. "Aquele que rege" Ao dizer as palavras, a estátua girou no chão como uma espécie de elevador, afundando lentamente no chão e levando-a para onde queria. A sala do diretor.

  - Percival - Ela o chamou, ele estava em sua mesa, mexendo em alguns pergaminhos. A olhou de imediato e apontou para o sofá em sua frente.

— Sra. Scamander. - Tossiu levemente, colocando a mão na frente da boca. Estava um pouco mais frágil desde sua última batalha - Aceita um Chá de Menta?

— Não, obrigado. Direto ao assunto, eu preciso contar á Newt, ele acha que eu o estou traindo. - Sentou no sofázinho apontado por ele anteriormente e com as mãos no colo, girava seu anel de noivado nervosamente. Ela ainda o usava, Newt sabia que uma aliança não seria do seu agrado.

— E não está? De certa forma? - Apontou para ela - Este pequeno segredo que guarda. - Ele se jogou para trás na cadeira, a observando.


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Notas finais do capítulo

Qual o segredo? eis a questão.



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